Aprender a voar com ás decepadas, por Susana S. Arins

Artigo de Susana Sánchez Arins na Sega:
“O Xoel vive imerso na virtualidade de uma vida entre a escola e o ecrã. Como a de tantas adolescentes. Uma escola alheia e uma consola alheia também. Merlo Branco, um anônimo internáutico, propõe-lhe uma série de reptos por arrancá-lo da abulia em que vive (abulia, mas que é isso, um insulto, um palavrão?). Para resolver os enigmas melrazes, o primeiro deles, o significado do abúlico, o Xoel contará com a ajuda da sua panda, integrada pola Laura, o Daniel, o Fábio e a Eunice.
Marica Campo recolhe a estrutura das Aventuras dos Cinco, de Enyd Blyton, e transforma-a para colocar-nos a rapaziada do século XXI a desvendar mistérios semelhantes àqueles de Georgina e família. O Xoel passa de utilizar o computador e os recursos da rede para esconder-se da realidade e sumir na apatia daquele que o tem tudo, a fazer deles uma ferramenta para sair a descobrir o mundo que o envolta.
O Merlo Branco peteira nele o suficiente para esporear a sua curiosidade e demostrar-lhe que com ela acompanhando, a vida é muito mais interessante.
E lá vam o Xoel e a panda na busca do merlo branco (existem?), atrás da tomba do herói inglês que deixou atrás uma pantasma, do castelo que guarda beijos nas escadas, dos protetores alcolitos (por vezes acontece), ou do Blackbird, esse moto-veleiro que anda a construir o avô don Santiago. A través destas pesquisas, vai-se fortalecendo a amizade entre as crianças e, em especial, o vencelho entre avô e neto. (…)”