Monforte: actos destacados da Feira do Libro 2018 para o 24 de agosto

O 24 de agosto continúa a Feira do Libro de Monforte (na Rúa do Cardeal), organizada pola Federación de Librarías de Galicia, con horarios de 12:00 a 14:00 h. e de 18:00 a 22:00 h., cos seguintes actos literarios destacados dentro do seu programa para este día:

12:30 h. Presentación de Os Eidos, de Uxío Novoneyra, na colección Biblioteca de Mesopotamia, de Chan da Pólvora. Participa Pilar García Porto.
18:30 h. Manuel Miragaia presenta Galeguia.
20:00 h. Teresa Moure presenta Não tenho culpa de viver, de Ana Brouwer, publicada por Chan da Pólvora.
21:00 h. Presentación de Corpo, de Antón Lopo, publicado por Xerais.

Semana do Libro de Compostela (Selic) 2018, actos destacados do 7 de xuño

O 7 de xuño continúa a Semana do Libro de Compostela (na Praza da Quintana, con horario de 17:00 a 21:00 horas), organizado polo Concello de Santiago, cos seguintes actos literarios destacados para este día dentro do seu programa:

18:00 h. Chan da Pólvora. Não tenho culpa de viver. Teresa Moure presentará Não tenho culpa de viver, na que traduce ao galego os poemas de Ana Brouwer para a colección «Malaca de fóra».
18:30 h. Mesa debate. «Sepáranos tanto o que nos une». Unha mesa temática con dous escritores portugueses, Rui Zink e Marta Bernardes, e dous escritores galegos, Suso de Toro e Teresa Moure, moderado por Carlos Quiroga. Actividade promovida por Póvoa de Varzim.
19:30 h. Palabras Vivas. «Voces poéticas en feminino». Lectura dramatizada de poesías de autoras galegas sobre unha base musical, acompañada dunha proxección de imaxes ilustrativas con Elisa Barreiro, Marina Nieto e Fortunato Rodríguez.
19:30 h. Paseo literario Fermín Bouza Brey, con Antón Lopo. O paseo cínguese á ruta que debeu seguir Fermín Bouza Brey en Compostela despois de ser expulsado da xudicatura a primeiros dos anos cincuenta. En colaboración coa AELG. ▸ Inicio: Rúa do Vilar, 43.

Teresa Moure fala da plaquette Não tenho culpa de viver

Desde o Diario Cultural da Radio Galega:
“”O acto de escrever é um acto de verdade radical”. Teresa Moure fala da plaquette Não tenho culpa de viver, un conxunto de poemas asinados por Ana Brouwer, protagonista da súa novela Um elefante no armário. A entrevista pode escoitarse aquí.”

Teresa Moure: “Um elefante no armário é um romance sobre a verdade”

Entrevista de Teresa Crisanta Vasques Pilhado a Teresa Moure no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Na apresentação pública do teu romance [Um elefante no armário] na Culturgal fizeste menção ao reto que para ti supus alcançar uma escrita menos barroquizante. Poderias precisar o alcance e objetivos desse propósito e ainda, trata-se dum desafio estritamente retórico ou tem dimensões compositivas, estruturais, etc.?
– Teresa Moure (TM): Um elefante no armário é um romance sobre a verdade. Ao fundo, as teorias deflacionistas que pretendem diminuir o peso desse conceito na ciência ou no pensamento, também na política. Porém, a protagonista, que é uma filósofa especializada nesse assunto, e que abandonou anos atrás toda atividade académica, deve regressar lá, à indagação, mas em contextos quotidianos, nas relações pessoais, na interpretação da própria vida. Essa temática obrigou-me a usar, especialmente nas partes narradas por Ana Brouwer, um estilo mais conciso, quase poético. O procedimento tem a ver com a procura da autenticidade porque a verdade é isso: revelar o que está oculto, com a intencionalidade única de o conhecer. Trata-se apenas duma questão de estilo. Na estrutura, o romance é complexo: tem seis partes que incluem seis pontos de vista e nenhuma das vozes narradoras está em possessão da Verdade com maiúsculas; quem ler deverá decidir qual é a versão dos factos correta. É mesmo um desafio.
– PGL: Do meu ponto de vista, acho que em Um elefante no armário podemos encontrar vários elementos de ficção muito semelhantes com sucessos que de facto são reais. Por outro lado, podemos ler no romance que a verosimilitude é uma qualidade que não predicamos da realidade, mas sim temos uma certa tendência a exigi-la na literatura. Podes ser que estejas a ficcionalizar elementos da realidade para ver até que ponto uma e outra –é dizer, ficção e realidade– se podem distinguir?
– TM: Sempre que publico um romance, observo que @s leitor@s pretendem encontrar lá elementos autobiográficos ou episódios realmente acontecidos. Porém, literatura é literatura. Histórias são histórias. Provavelmente escritores nadamos num caldo cultural que implica nem só conceitos, também episódios, mas nem agora nem nunca pretendi ficcionar nada real. Porém, respondendo a tua pergunta num sentido mais geral, a literatura é esse espaço onde o imaginado e o real se confundem. E, com efeito, a vida surpreende-nos com histórias muito mais esquisitas do que aquelas que aparecem nos romances. Como diria Maurício Almeida, um dos protagonistas de Um elefante no armário, Deus, como escritor, não passa do nível de amador. (…)
– PGL: A propósito da tua tradução dos poemas da Ana Brouwer em Chan da pólvora (Não tenho culpa de viver), como é que concebes a autoria?
– TM: Em Um elefante no armário incluem-se fragmentos dum livro de filosofia que Ana Brouwer escreve. Apanhei alguns desses fragmentos (demasiado toscos talvez para serem verdadeira poesia, demasiado poéticos para serem verdadeira filosofia), num poemário ainda inédito que intitulei O dia em que comprei mentiras por catálogo. Antón Lopo, da chancela Chan da pólvora, soube da sua existência e propus publicar oito deles, numa escolha pessoal de editor, nesse livrinho Não tenho culpa de viver. Isso permite que saiam ao mesmo tempo a minha obra e a obra de Ana Brouwer. É um jogo sobre autorias que se explica só. A criação nunca vem do nada nem é estritamente individual. Fazemos parte sempre dessa coral de textos que nos constroem como indivíduos e que constroem a cultura como artefacto coletivo que nos representa e que nos modela. (…)”