A Coruña: actividades do 7 de agosto na Feira do Libro 2023

Lorena López: “Cumpre não só repararmos na questão da visibilidade, mas em como se visibiliza, que se salienta, que se esquece ou que achegas ficam ocultas e por que”

Entrevista de Daniel Amarelo a Lorena López no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Este trabalho nasce da tua tese de doutoramento na Universidade de Bangor, no País de Gales. Como surgiu a ideia, o tema e a focagem da investigação? Que te levou a indagar nesta questão? Ajudou esse contexto diaspórico a desenhar a tua proposta ensaística?
– Lorena López (LL): Os estudos literários com perspetiva feminista interessaram-me sempre e já trabalhara sobre a narrativa das autoras no TIT (Trabalho de Investigação Tutorizado) que fiz na USC, mas de uma ótica mais historiográfica e focada na produção dos anos 80 e 90. Depois dito o desafio para mim era ir além e tentar compreender determinadas dinâmicas que estavam a ter lugar naquela mesma altura, já iniciado o século XXI.
O meu tempo na diáspora ajudou-me, em primeiro lugar, com as condições materiais e humanas que me facilitou a Universidade de Bangor e em concreto o Centro de Estudos Galegos ali. Ainda não se fala o suficiente da precaridade em que está sumido o trabalho de pesquisa aqui, nem do solitário que pode resultar o caminho da tese. Por outro lado, durante esse tempo fora aprofundei mais no âmbito dos Estudos Culturais que me forneceu de ferramentas teóricas mui diversas à hora de analisar a prática literária. Além disso, acho que também foi produtiva a perspetiva que às vezes dá a distância, embora o difícil que é a emigração.
A escolha dessas quatro autoras, é claro, não é casual. Pessoas com estilos de escrita diferentes, temáticas diversas, períodos de publicação em ocasiões afastados e até normativas distintas. Mas qual o fio condutor entre todas elas? Sendo mulheres, quais os pontos de encontro e desencontro destas autoras com o género e a nação no nosso contexto cultural particular e subalterno?
Efetivamente, as suas propostas literárias são mui diferentes. Diria que o único que partilha a narrativa das quatro é a ótica feminista, mas materializada de jeitos mui diversos na sua literatura, nisto cumpre insistir.
Porém, o que mais me interessou da sua prosa foram os desencontros. Por exemplo, o jeito crítico em que Ledo Andión se achega à história do nacionalismo desde dentro para o desmistificar e questionar os discursos mais conservadores e essencialistas dentro dele. Cousa que também faz Janeiro em A perspectiva desde a porta ou Teresa Moure no livro de poemas Eu violei o lobo feroz, que falam do independentismo e da repressão de Estado contemporânea. No caso do género resulta mui sugestivo como as três revisam as masculinidades no âmbito da política. Por outro lado, Pavón artelha histórias onde estas questões se entrecruzam com a filosofia e com a tecnologia através de uma focagem positiva mui pouco frequente. Nos seus romances encontramos uma noção da identidade mais porosa e afastada do dicotómico que jogam também com formas alternativas, como o vampirismo ou as máquinas conscientes. E também existem muitas capas de leitura na produção de Moure. Mais além do tema da normativa que analiso na sua trajetória posterior ao 2013, o que mais destacaria da sua última narrativa são os jogos meta-literários e a reflexão acerca da escrita. A isto soma-se uma construção autoral que vai no contra de leituras sobre a escrita das mulheres que acabam funcionando como tópicos limitantes.
– PGL: No livro falas de ângulos ou pontos cegos na literatura galega contemporânea escrita por mulheres e, provavelmente, é esta uma das apostas do ensaio mais centrais e importantes. Que sentidos encerra este conceito? Como tem funcionado?
– LL: Embora o livro faça alusão às margens no subtítulo, a ideia de ângulos cegos responde melhor àquilo que me interessava estudar. Às vezes não é uma questão de figuras ou discursos que em geral sejam totalmente invisíveis, mas das abordagens concretas que deles se fazem.
Podemos exemplificá-lo voltando à questão nacional: esta sempre foi um tema central na produção literária galega, mas a perspetiva particular que adotam Ledo Andión e Janeiro resultou incómodo por olhar para zonas que ficam na sombra. Isto não foi devido somente à sua focagem feminista porque outros romances que incluem estes elementos gozaram de uma receção mais positiva ou foram postas em valor posteriormente. O mesmo acontece no caso dos romances de Pavón em relação à literatura fantástica ou no caso concreto da ficção científica, um terreno pouco visível de seu. Neste subgénero acolheram-se muito melhor as histórias distópicas doutras narradoras do que a sua ficção especulativa. Por outro lado, ninguém irá dizer que Ledo Andión ou Moure são figuras invisíveis na cultura galega, mas precisamente por causa disso chama a atenção que parte da sua produção passe totalmente despercebida. Acho que a noção dos pontos cegos auxilia a análise porque não se move em dicotomias absolutas e pode abordar essas zonas cinzentas, que explicam muito do funcionamento do campo literário. (…)”

Braga: participación galega na Feira do Livro, o 14 de xullo

Afonso Becerra: “Descobri que havia toda uma imensa e rica história da dança oculta e totalmente desconhecida na Galiza”

Entrevista de Daniel Amarelo a Afonso Becerra no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Existem várias histórias da literatura, mesmo contamos com várias publicações sobre a história do teatro galego, mas tivemos que esperar até 2021 para poder usufruir de uma história da dança na Galiza. Quais foram as tuas principais motivações para escrever esta obra [História da Dança Contemporânea na Galiza] e aumentá-la progressivamente? Que nos oferece o livro ao público leitor e à cultura galega atual em geral, neste momento de crise social, cultural e económica?
– Afonso Becerra (AB): A primeira motivação é de natureza amorosa e afetiva, relativa à atração que de sempre suscitam em mim as artes do movimento e a dança. O facto de situar o corpo como sujeito e, ao mesmo tempo, objeto artístico, com todas as suas camadas de mistério e significação sensual. O jogo que a dança nos propõe através do movimento do corpo, até na sua quietude, e o desafio que coloca para quem tenta descrever, analisar ou contar a dança. Esta foi a minha primeira motivação que me levou a escrever sobre peças de dança desde há uns vinte anos.
A segunda motivação foi quando Carmen Giménez Morte, professora do Conservatório Superior de Dança de Valência, pertencente à Academia das Artes Cénicas de Espanha, decidiu, com o respaldo da Academia, publicar a primeira história da dança contemporânea da Espanha. Ela ligou para mim para pedir-me que me ocupasse dos capítulos sobre a Galiza. Esses capítulos são necessariamente breves por estarem inseridos em volumes que atendem a todas as comunidades autónomas do Estado. Além disso, também estabelecem uma espécie de hierarquia, segundo a qual Madrid, Catalunha e Valência têm mais peso e maior extensão em páginas. Ora, quando eu comecei a pesquisar, descobri que havia toda uma imensa e rica história da dança oculta e totalmente desconhecida na Galiza. Descobri que a história da dança na Galiza não é de menor nível do que a história da dança noutros lugares, apesar de um contexto muito mais adverso do que noutros lugares como a Catalunha ou Madrid. Portanto, a constatação desta injustiça fez que redobrasse os esforços para levar adiante este livro, para visibilizar uma das manifestações artísticas fundamentais da cultura de qualquer país, que no nosso estava discriminada.
Relativamente ao que oferece este livro ao público leitor e à cultura galega em geral, neste momento, há vários aspetos. Se calhar, o primeiro é a consciência de que temos uma arte que não pode continuar a ser desconhecida para qualquer pessoa que se considere culta. A consciência de que não existe uma cultura plena sem a atenção ao “discurso” dos corpos, à arte da dança.
Esta é a primeira história da dança da Galiza, portanto, o livro tenta oferecer um relato-mapa do nascimento e eclosão da dança contemporânea (aquela na qual a criação de movimento é maior) sem estabelecer hierarquias. Tentei que todas as coreógrafas e coreógrafos estivessem. Também tentei que não fosse um livro só de informação e dados, mas também sobre a arte da dança, os estilos e as questões que pode levantar.
Neste momento de crise, a história da dança na Galiza, ensina-nos a resistir e a que não há sonhos que não possam ser cumpridos, se o amor e o empenho estiverem à sua altura.
– PGL: Em que estado se acha a dança feita na Galiza atualmente? Como se costuma dizer, “qualquer tempo passado foi melhor”, ou, contrariamente, fomos aprendendo dos erros e episódios do passado?
– PGL: Na dança galega há meio cento de criadoras/es, sobretudo mulheres. Há uma grande diversidade de estilos e tendências. Começam a conviver coreógrafas de diferentes gerações, desde Amparo Martínez Paz, que foi a primeira selecionada para o primeiro Certame Coreográfico de Madrid (se calhar o festival mais significativo do Estado) em inícios dos anos 80, até Xián Martínez Miguel, um coreógrafo de 24 anos, que acabou em 2020 no Conservatório Superior de Dança de Madrid (na Galiza não temos Conservatório Superior de Dança). Como me comentava Matias Daporta, também coreógrafo, na Galiza podem observar-se duas grandes tendências no contemporâneo, por um lado um estilo mais conceitual focado no próprio movimento, como podem ser as peças do Coletivo Glovo de Lugo, formado por Ester Latorre e Hugo Pereira, e, por outro lado, a dança mais acrobática e circense, que liga esta arte com os aéreos, da qual o exemplo mais claro é o Coletivo Verticália, formado por Paula Quintas, Marta Alonso Tejada e Raquel Oitavén. Mas eu também acrescentaria uma outra linha sinuosa de dança-teatro, na qual se inscrevem a maior parte das criadoras e criadores. E ainda uma quarta linha de atualização e releitura contemporânea do tradicional. Eis os trabalhos de Nova Galega de Dança (o mais recente, intitulado Leira, é a imagem da capa do livro) ou os de uma companhia muito mais recente e que não sai no livro, mas que também devemos considerar, como é a de Fran Sieira, além do importante labor nesse campo por parte da companhia de Quique Peón.
Além da questão artística, muito diversa e rica em propostas e estilos muito singulares, a dança continua numa situação económica muito precária (relativamente às ajudas públicas e privadas e à programação nos teatros). Trata-se, dentro das artes cénicas, da mais marginada na Galiza. (…)”

Gala dos Premios Follas Novas do Libro Galego 2021

Foto da actividadeA Gala dos Premios Follas Novas do Libro Galego 2021 está organizada pola Asociación Galega de Editoras, a Federación de Librarías de Galicia e a Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega.

Case corenta títulos son os finalistas dos premios Follas Novas do Libro Galego, uns galardóns que estrean denominación nesta sexta edición en homenaxe a Rosalía de Castro e que repasan a actividade dun exercicio, o 2020, especialmente difícil para o mundo autoral, editorial e libreiro. Estes premios e os seus case corenta títulos finalistas demostran que, a pesar das dificultades, o mundos dos libros non só non se detivo, senón que está facendo fronte ás dificultades con toda a enerxía e a inventiva que requiren os tempos.

Os premios Follas Novas do Libro Galego terán a súa resolución nunha gala que se celebrará o sábado 15 de maio no Teatro Principal de Santiago de Compostela, a partir das 19:00 h. Será presencial pero non terá público debido as restricións de aforo. Os premios serán emitidos desde a canle de YouTube dos premios Follas Novas e terá como presentador a Quico Cadaval. Tamén participarán na cerimonia o Cuarteto de saxofóns da Banda Municipal de Música de Santiago.

Ademais das categorías 15 categorías nas que se premian os mellores títulos e autoría da produción editorial de 2020, os Follas Novas tamén recoñecen os premios honoríficos de cada unha das tres asociacións organizadoras. A Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega honrará ao escritor angolano José Luandino Vieira, a Federación de Librerías de Galicia recoñecerá o traballo do libreiro Manuel Arenas, da libraría Arenas da Coruña; e a Asociación de Editoras de Galicia renderá tributo ao desaparecido Xulio Amigo, director comercial da Editorial Galaxia.

Para ver a emisión da gala só tedes que premer nesta ligazón.

A elección dos títulos e autores que forman parte do listado de finalistas pechou a primeira parte dun proceso de selección no que as asociacións organizadoras, Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega, a Asociación Galega de Editoras e a Federación de Librarías de Galicia aportaron as súas respectivas candidatas en cada un dos apartados dos premios. Unha vez elaborada a listaxe definitiva de finalistas, un xurado deliberará e decidirá quen son as gañadoras e gañadores en cada unha das categorías. Os premios Follas Novas do Libro Galego contan co apoio da Deputación da Coruña, o Concello de Santiago, Centro Español de Dereitos Reprográficos, o Xacobeo 2021 e a Xunta de Galicia.

FINALISTAS

PREMIOS A OBRAS EDITADAS EN 2020

Ensaio e investigación
Irmandiñas (Edicións Laiovento), Aurora Marco.
Nós xs inadaptadxs. Representações, desejos e historias LGTBIQ na Galiza (Através Editora), VV. AA. Daniel Amarelo (coord.).
Zona a Defender (Edicións Xerais de Galicia), Manuel Rivas.

Divulgación
Federico García Lorca en Santiago de Compostela (Alvarellos Editora), Henrique Alvarellos.
Guía definitiva dos peixes da Galiza (Soriaourensana de Libros), Pancho Lapeña e Nacho Munilla.
Unha mente que voa (Edicións Xerais de Galicia), Xurxo Mariño.

Narrativa
Entre donas (Baía Edicións), varias autoras.
Para toda a vida (Aira Editorial), Eva Moreda.
Un señor elegante (Edicións Xerais de Galicia), Suso de Toro.

Infantil
Mar de mazá (Editorial Galaxia), Elvira Ribeiro.
Nós outras (Chan da Pólvora), Marica Campo e Menchu Lamas.
O pintor cego (Kalandraka Editora), Xabier P. DoCampo e Xosé Cobas.

Xuvenil
A nena do vestido de flores (Aira Editorial), Manuel Fontemoura.
O mal querer (Baía Edicións), Natalia Carou.
O pintor cego (Kalandraka Editora), Xabier P. DoCampo e Xosé Cobas.

Libro ilustrado
A lavandeira de San Simón (Edicións Xerais de Galicia), Eva Mejuto e Bea Gregores (ilus.).
Contrahistorias de Galicia (Edicións Embora), Antonio Reigosa e Rita Gutiérrez (ilus.).
Extra! (Kalandraka Editora), Paco Nogueiras e Marc Taeger (ilus.).

Banda deseñada
O derradeiro libro de Emma Olsen (novela gráfica) (Editorial Galaxia), Berta Dávila e Pablo Prado.
Pequena historia da Coruña (Edicións Embora), Xosé Alfeirán e Xosé Tomás.

Iniciativa bibliográfica
A lavandeira de San Simón (Edicións Xerais de Galicia), Eva Mejuto e Bea Gregores (ilus.).
Carta xeométrica de Galicia-Facsimilar (Cerne), Domingo Fontán.
Castelao. Construtor da nación. Tomo II. 1931-1939 (Editorial Galaxia), Miguel Anxo Seixas Seoane.

Tradución
A nosa Negra (Hugin e Munin), Harriet E. Wilson, traducido por María Reimóndez.
Aramados (Alvarellos Editora), Manuel García Gerpe, traducido por Miro Villar.
Unha noite no tren da Vía Láctea (Aira Editorial), Kenji Miyazawa, Miguel Robledo (ilus.), traducido por Gabriel Álvarez Martínez.

Poesía
A desvértebra (Chan da Pólvora), Ana Romaní.
A ganancia e a perda (Kalandraka Editora), de Martín Veiga.
Ninguén morreu de ler poesía (Edicións Xerais de Galicia), Aldaolado.

Teatro
Melancoholemia (Kalandraka Editora), Antón Reixa.
O charco de Ulises (Edicións Positivas-Xunta de Galicia), Santiago Cortegoso.
Só un home bo (Edicións Positivas), Raúl Dans.

Libro mellor editado
Nós outras (Chan da Pólvora), Marica Campo e Menchu Lamas.
O bolero de Ravel (Kalandraka Editora), José Antonio Abad e Federico Delicado (ilus.).
O pintor cego (Kalandraka Editora), Xabier P. DoCampo e Xosé Cobas.

PREMIOS A TRAXECTORIAS

Iniciativa cultural ou fomento da lectura
– Poemagosto. Festival Internacional de Poesía en Allariz.
– Poetas Di(n)versos.
– Salón do Libro Infantil e Xuvenil do Concello de Pontevedra.

Proxecto literario na rede
Galicia Encantada, coordinador: Antonio Reigosa.
Nee Barros. Canle de Youtube de promoción de libros en galego.
O bosque dos cromosomas, de Olga Novo.

Xornalismo cultural
– Montse Dopico.
Ramón Nicolás.
– Ramón Rozas.

Finalistas nos premios Follas Novas do Libro Galego 2021

Case corenta títulos son os finalistas dos premios Follas Novas do Libro Galego, uns galardóns que estrean denominación nesta sexta edición en homenaxe a Rosalía de Castro e que repasan a actividade dun exercicio, o 2020, especialmente difícil para o mundo autoral, editorial e libreiro. Estes premios e os seus case corenta títulos finalistas demostran que, a pesar das dificultades, o mundos dos libros non só non se detivo, senón que está facendo fronte ás dificultades con toda a enerxía e a inventiva que requiren os tempos.
Os premios Follas Novas do Libro Galego terán a súa resolución nunha gala que se celebrará o vindeiro 15 de maio no Teatro Principal de Santiago de Compostela. Esta gala será transmitida e, en función da situación pandémica do momento, poderá ter formato presencial se fose posible.
A elección dos títulos e autores que forman parte do listado de finalistas pecha a primeira parte dun proceso de selección no que as asociacións organizadoras, Asociación de escritoras e escritores en lingua galega, a Asociación Galega de Editoras e a Federación de Librarías de Galicia aportaron as súas respectivas candidatas en cada un dos apartados dos premios. Unha vez elaborada a lista definitiva de finalistas, un xurado deliberará e decidirá quen son os gañadores en cada unha das categorías. Os premios Follas Novas do Libro Galego contan co apoio da Deputación da Coruña, o Concello de Santiago, Centro Español de Dereitos Reprográficos, o Xacobeo 2021 e a Xunta de Galicia.

FINALISTAS

PREMIOS A OBRAS EDITADAS EN 2020

Ensaio e investigación
Irmandiñas (Edicións Laiovento), Aurora Marco.
Nós xs inadaptadxs. Representações, desejos e historias LGTBIQ na Galiza (Através Editora), VV. AA. Daniel Amarelo (coord.).
Zona a Defender (Edicións Xerais de Galicia), Manuel Rivas.

Divulgación
Federico García Lorca en Santiago de Compostela (Alvarellos Editora), Henrique Alvarellos.
Guía definitiva dos peixes da Galiza (Soriaourensana de Libros), Pancho Lapeña e Nacho Munilla.
Unha mente que voa (Edicións Xerais de Galicia), Xurxo Mariño.

Narrativa
Entre donas (Baía Edicións), varias autoras.
Para toda a vida (Aira Editorial), Eva Moreda.
Un señor elegante (Edicións Xerais de Galicia), Suso de Toro.

Infantil
Mar de mazá (Editorial Galaxia), Elvira Ribeiro.
Nós outras (Chan da Pólvora), Marica Campo e Menchu Lamas.
O pintor cego (Kalandraka Editora), Xabier P. DoCampo e Xosé Cobas.

Xuvenil
A nena do vestido de flores (Aira Editorial), Manuel Fontemoura.
O mal querer (Baía Edicións), Natalia Carou.
O pintor cego (Kalandraka Editora), Xabier P. DoCampo e Xosé Cobas.

Libro ilustrado
A lavandeira de San Simón (Edicións Xerais de Galicia), Eva Mejuto e Bea Gregores (ilus.).
Contrahistorias de Galicia (Edicións Embora), Antonio Reigosa e Rita Gutiérrez (ilus.).
Extra! (Kalandraka Editora), Paco Nogueiras e Marc Taeger (ilus.).

Libro de banda deseñada
Corona-Bíos (Demo Editorial) Manel Cráneo.
O derradeiro libro de Emma Olsen (novela gráfica) (Editorial Galaxia), Berta Dávila e Pablo Prado.
Pequena historia da Coruña (Edicións Embora), Xosé Alfeirán e Xosé Tomás.

Iniciativa bibliográfica
A lavandeira de San Simón (Edicións Xerais de Galicia), Eva Mejuto e Bea Gregores (ilus.).
Carta xeométrica de Galicia-Facsimilar (Cerne), Domingo Fontán.
Castelao. Construtor da nación. Tomo II. 1931-1939 (Editorial Galaxia), Miguel Anxo Seixas Seoane.

Tradución
A nosa Negra (Hugin e Munin), Harriet E. Wilson, traducido por María Reimóndez.
Aramados (Alvarellos Editora), Manuel García Gerpe, traducido por Miro Villar.
Unha noite no tren da Vía Láctea (Aira Editorial), Kenji Miyazawa, Miguel Robledo (ilus.), traducido por Gabriel Álvarez Martínez.

Poesía
A desvértebra (Chan da Pólvora), Ana Romaní.
A ganancia e a perda (Kalandraka Editora), de Martín Veiga.
Ninguén morreu de ler poesía (Edicións Xerais de Galicia), Aldaolado.

Teatro
Melancoholemia (Kalandraka Editora), Antón Reixa.
O charco de Ulises (Edicións Positivas-Xunta de Galicia), Santiago Cortegoso.
Só un home bo (Edicións Positivas), Raúl Dans.

Libro mellor editado
Nós outras (Chan da Pólvora), Marica Campo e Menchu Lamas.
O bolero de Ravel (Kalandraka Editora), José Antonio Abad e Federico Delicado (ilus.).
O pintor cego (Kalandraka Editora), Xabier P. DoCampo e Xosé Cobas.

PREMIOS A TRAXECTORIAS

Iniciativa cultural ou fomento da lectura
– Poemagosto. Festival Internacional de Poesía en Allariz.
– Poetas Di(n)versos.
– Salón do Libro Infantil e Xuvenil do Concello de Pontevedra.

Proxecto literario na rede
Galicia Encantada, coordinador: Antonio Reigosa.
Nee Barros. Canle de Youtube de promoción de libros en galego.
O bosque dos cromosomas, de Olga Novo.

Xornalismo cultural
– Montse Dopico.
Ramón Nicolás.
– Ramón Rozas.

Tiago Alves Costa: “Espero que este livro seja acima de tudo uma proposta de revolução”

Entrevista de Daniel Amarelo a Tiago Alves Costa no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Ao longo de todo o livro [Žižek vai ao ginásio] parece que a forma ganha a batalha contra o conteúdo. Lemos e importamo-nos mais com como se sente e como se passam as cousas do que com o que se sente e o que se passa. Achas que nestes tempos de desmaterialização – do trabalho, dos relacionamentos, até do corpo – a poesia vai sair prejudicada ou fortalecida? Qual o papel da poesia na nossa contemporaneidade?
– Tiago Alves Costa (TAC): A poesia será sempre um meio de revigorar uma época, seja ela qual for. Neste momento e mais que nunca a poesia é uma urgência. Sob o limiar da falência das palavras, neste espetáculo diário de humilhação, expostos aos olhares dos outros à procura da melhor pose, a poesia é uma linha de fuga contra o delírio dos nossos dias. Ainda sem distinguir se somos personagens ou pessoas – nós somos os protagonistas, dizem os lemas publicitários – a poesia surge como um elemento transfigurador deste tempo narcísico, onde o Eu se assume numa clara posição de centralidade não dando espaço ao “outro”, aos outros, à diferença, ao estranho; daí surgem também os discursos xenófobos, que aliás, já pendem sob as nossas cabeças.
– PGL: Qualquer leitora deste livro terá reparado, no fim, em que é até certo ponto uma obra meta-literária, que brinca com muito humor com o próprio papel do poeta, o seu lugar no mundo, o seu habitus. Que relação tens com o poema? Como surgiram estes aqui presentes, que conformam o Žižek?
– TAC: Tenho uma relação com o poema que vai do desejo à rejeição. A maioria das vezes não nos damos bem, ou, talvez, façamos de conta que não nos conhecemos, como se fossemos duas pessoas que se cruzam na rua e se olham, conheço-te de algum lado. Eu fico a olhar para ele, ele fica a olhar para mim, há uma tentativa de aproximação, imaginamos que qualquer coisa de singular poderá acontecer, e, de repente, afastamo-nos. Os poemas de Žižek vai ao ginásio seguem um fio condutor de Mecanismo de Emergência, são fruto da investigação que tenho desenvolvido nos últimos cinco anos e que se traduziram nestes dois livros que a Através Editora teve a enorme coragem de publicar; é um processo que passa por escavar na própria imprevisibilidade das coisas, no quotidiano, nos fenómenos comuns, farejando a vida numa tentativa de demolir-me a mim mesmo e revolucionar silenciosamente o meu modo de ver o mundo. (…)
– PGL: Aquilo que se impõe à (imagem de) liberdade parece percorrer sibilinamente o corpo deste livro-sistema nervoso. Qual é o fundamento político último desta tua obra?
– TAC: Gosto muito dessa tua definição de livro-sistema-nervoso. Quanto a esta questão, a Agustina Bessa-Luís tinha uma frase que me tem acompanhado ultimamente: Um país fabricado em miséria, é um país condenado à política. A poesia é uma forma de expressão cultural, sendo perfeitamente concebível o uso de uma estética poética para traduzir um conjunto de inquietudes políticas que invariavelmente marcam a minha obra. Espero que este livro seja acima de tudo uma proposta de revolução, ou até mesmo um último reduto de liberdade.
– PGL: Afirma-se no prólogo, após citar um dos poemas mais brilhantes do livro, que “as palavras contêm tudo: a denúncia e a citação, o relato e as suas feridas”. Escreve-se contra a linguagem, através da linguagem ou apesar da linguagem?
– TAC: Escreve-se sobretudo contra as amarras da linguagem. A própria leitura de poesia pode convocar um deliberado mal-entendido ou potenciar um conflito na linguagem ou mesmo ações que estourem com a domesticação da palavra que vive ao serviço do poder, seja ele qual for. Pensar a poesia também é mudar de posição relativamente à própria linguagem, ou como diria Gaston Bachelard, não olhar sempre da mesma maneira para as palavras; apesar da linguagem.”