Entrevista a Victorino Pérez Prieto no Portal Galego da Língua

Entrevista de Valentim Fagim a Victorino Pérez Prieto no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): O teu processo para te tornares galego-falante está vinculado ao bacharelato e, sobretudo, com a tua decisão de te tornares sacerdote.
– Victorino Pérez Prieto (VP): Aos dez anos fui a Compostela para fazer o Bacharelato no seminário de Belvis. Ali vivi menos essa repressão do galego na escola; fui aprendendo-o mais, escutando os amigos fora das aulas e lendo os primeiros textos na nossa língua. Ao concluir, depois dum entusiasmante COU experimental, onde comecei a tomar gosto ao estudo, fui a Valladolid para estudar Arquitetura, onde o galego estivo totalmente ausente. Pero num verão, após uma profunda conversão religiosa, deixei esses estudos e entrei no Seminário de San Martinho Pinario, para fazer os estudos eclesiásticos de Filosofia e Teologia.
De novo em Compostela, mudou a minha perspetiva. Deixei a minha vida burguesa, e, no compromisso com a causa libertadora de Jesus de Nazaré e do Evangelho, cheguei à realidade da Galiza como um povo com uma língua e uma identidade própria. Compreendi que, se eu queria servir esse povo, tinha que defender a sua língua e a sua identidade e comprometer-me no seu desenvolvimento sociopolítico. Por isso, desde o começo tomei a decisão de falar sempre em galego, sobretudo em publico. Era uma postura fundamentalmente ética; e nela fui mais consequente e radical que mesmo os meus companheiros que falavam galego de nascimento. Esta postura alimentou-se com a leitura de Castelao, Otero Pedrayo e outros velhos galeguistas; e ao mesmo tempo com os meus contactos com o nacionalismo, sobretudo com os estudantes da ERGA. (…)
– PGL: Na hora de criar textos em galego, o português servia como referente? Em geral, que relação havia com a sociedade portuguesa e com o português nos movimentos cristãos mais galeguistas?
– VP: Nos começos não, os textos para a liturgia que fazíamos e as revistas em que publicávamos –o semanário Irimia, da qual fui doze anos diretor, e a revista bimensal Encrucillada– fazíamo-lo no galego normativo, como as colaborações que tinha noutras publicações como o semanário A Nosa Terra e outros, e diários como El Progreso.
Os textos para a liturgia começaram a fazer-se em galego-português com Martinho Montero Santalha, companheiro na diocese de Mondonhedo-Ferrol; foi uma opção que não muitos compreenderam, sobretudo pela dificuldade para ler que supunha para as pessoas. A relação dos cristãos galeguistas com o reitegracionismo era, em geral, escassa e tirante; alguns amigos temos debatido arduamente sobre isto em Encrucillada defendendo publicar textos em reintegrado e mesmo em português. No meu livro Galegos e cristiáns (Vigo 1995) falei de Martinho e do que chamei carinhosamente “O outro galeguismo cristián”: Isaac Alonso Estraviz (que já publicara nessa ortografia o livro dos Salmos e outros textos), Joám Trilho, Antom Gil Hernández, Maria do Carmo Henríquez Salido, Joam José Santamaria, etc. Com eles começamos a relação com o português, ainda que eu já tivera relação com a Igreja portuguesa em encontros anos atrás. (…)”

A AGAL honra José Luís Rodríguez, Montero Santalha e Alonso Estravis

Desde Nós Diario:
“A Associaçom Galega da Língua (AGAL) nomeou en asemblea este domingo 19 de decembro como socios de honra os profesores José Luís Rodríguez, José-Martinho Montero Santalha e Isaac Alonso Estravis, fundadores e aínda membros activos da AGAL.
Pola mañá inaugurouse na presenza de representantes de diferentes colectivos e institucións unha placa conmemorativa para lembrar o acto fundacional cos nomes das 40 persoas que promoveron en 1981 a entidade. Foi no mesmo lugar en que naceu a AGAL hai catro décadas: o Centro Don Bosco de Santiago de Compostela. Alí se realizou en 1981 a primeira asemblea da Associaçom. Naquela data, sinala a entidade nun comunicado, 50 persoas botaban a andar un proxecto chamado a mudar o rumbo da lingua no que supuxo o comezo do movemento reintegracionista moderno e do desenvolvemento sistemático desta escrita.
Aliás, no interior do recinto enterraron unha cápsula do tempo con as avaliacións das persoas participantes sobre a situación actual da lingua galega e mais unha previsión da mesma en 2081. Ese é o ano no que se prevé abrir esta cápsula, a coincidir co centenario da AGAL. O contedor acolle así textos inéditos que só se darán a coñecer dentro de 60 anos.
A xornada continuou cun xantar en que interviron diferentes socias e socios fundadores para lembrar aquel momento fundacional e recoñecer o traballo de toda unha vida desenvolvido por José Luís Rodríguez, José-Martinho Montero Santalha e Isaac Alonso Estravis no seo do reintegracionismo. O proceso de fundación da AGAL foi impulsionado por un numeroso grupo de persoas, moitas delas discípulas de Ricardo Carvalho Calero. Xavier Alcalá, José Luís Rodrigues, Aracéli Herrero, Xosé Ramón Pena, José Martinho Montero Santalha, Maria do Carmo Henríquez Salido, Joám Trilho, X. Rodríguez Baixeras, António Gil, José Maria Monterroso Devesa, Joám Carlos Rábade Castinheira, Joaquim Campo Freire ou Manuel Miragaia Doldám aparecen como algúns dos nomes máis destacados daquel proceso, sinala a AGAL nun comunicado enviado aos medios.
Destacan desde a entidade que, “aínda que algúns deles se desvincularon do colectivo co tempo, sorprende como, logo de 40 anos de traxectoria, moitos continúan vencellados ao proxecto e á causa lusista, ademais de ser fundamentais no desenvolvemento doutros proxectos do movemento reintegracionista”.”

Isaac Alonso Estraviz: “Díaz Pardo afirmou infinidade de vezes que galego e português eram a mesma língua”

Entrevista a Isaac Alonso Estraviz no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Esse livro [Isaac Díaz Pardo e a Língua] foi em grande medida uma cousa tua. A sua gestão começou a fins do 2007. De quando vem a tua amizade com Diaz Pardo?
– Isaac Alonso Estraviz (IAE): O meu primeiro encontro com Isaac Diaz Pardo foi no ano 1960 ao adquirir em Buenos Aires o seu livro Midas. O ángulo de pedra (1957) que depois iria comigo a França, Sória, Alemanha, Navarra, Albacete…. Pessoalmente conheci-o em 1970 na Galeria Sargadelos de Madrid. Foi um encontro gratificante com uma pessoa inteligente, amável, respeitosa com todos. Surgiu entre ambos um carinho e uma admiração mútua. Depois foi em O Castro, Sargadelos e no Instituto de Información bastantes vezes. E várias em Santa Marinha de Águas Santas. Mesmo nos publicou em Edicions do Castro vários livros sobre o relacionamento entre galegos e portugueses. Não se atreveu com o Dicionário Galego polo voluminoso que era e porque supunha muito dinheiro que ele tinha medo em fracassar. Teve uma enorme alegria ao ver que a obra saíra a lume.
– PGL: Díaz Pardo pertencia a tradição galeguista na que se formara nos anos 30 do século passado, para a qual galego é português era a mesma língua.
– IAE: Que galego e português eram a mesma língua afirmou-o infinidade de vezes, como se pode comprovar no livro homenagem que lhe fez a AGAL e do qual eu fui o coordenador. Pode atualmente consultar-se na publicação digital também disponível no PGL. Esse livro consta de uma primeira parte na que intervêm: José Maria Casariego Guerreiro, Isaac Alonso Estraviz, José Paz Rodríguez, Alexandre Banhos (naquela altura Presidente da AGAL) e José-Martinho Montero Santalha. E uma segunda, com trabalhos dele sobre a língua galega e a sua unidade com a variante portuguesa.
– PGL: Isso não era incompatível com escrever à castelhana, infelizmente a única forma que se conhecia.
– IAE: Escrevia-se à castelhana na tradição galeguista que afirmava a unidade da língua, porque era o único jeito que se sabia escrever, diria mais o único que aliás podia se conhecer, mas existia a vontade de mudar as cousas, que o franquismo e a sua eficaz guerra e ditadura decepou. Castelão o expressou muito bem, ao dizer que aspirava a que o galego se confundisse com o português. Diaz Pardo sempre defendeu a unidade, um bom exemplo é o seu livro em castelhano em Ruedo Ibérico, Galicia Hoy, uma pequena maravilha que destinava a todos, tendo em conta os destinatários e a finalidade que se propunha. (…)”

Irimia (Meira): VII Festa da Afirmación e Dignidade, o 21 de setembro

“Nacho Taibo, o Ulises galego”

Entrevista a Nacho Taibo en La Opinión:
“Nacho Taibo conserva intactas no corazón as ilusións, as utopías, a inxenuidade e a fantasía da nenez que tantos perden ao medrar. Ainda soña cunha máquina do tempo que o leve á idade dos gregos e os romanos. Un dos seus libros, Informe Bestiario, tiña un protagonista inspirado no Ulises de Homero, que podería ser un trasunto do autor, un heroe que tras anos viaxando e vivindo aventuras polo mundo mantendo incólume a integridade e a fidelidade a sí mesmo regresa á súa terra e é recoñecido. Se hai unhas semanas era homenaxeado pola comunidade escolar do instituto Neira Vilas de Perillo en Oleiros, onde deu clase de Lingua e Literatura Galega dende que se puxo en marcha o centro e ata a súa xubilación en 2014, un cuarto de século, o vindeiro sábado será honrado pola Asociación de Escritores e Escritoras en Lingua Galega.
“É moi de agradecer”, di con sinxeleza Taibo, que lembra a emoción que lle causou que lle puxesen o seu nome a unha aula do instituto. Unha desas historias que pechan un círculo de vida dase no feito de que a persoa que fará a laudatio na homenaxe, Inmaculada Otero, ademais de escritora e a profesora que o substituiu no Neira Vilas cando se xubilou, foi alumna súa. “Éncheme de orgullo, satisfacción e responsabilidade”, apunta. O autor era fillo de emigrantes e naceu en Madrid e alí viviu case trinta anos. Falaba castelán. Pero nunca se sentiu madrileño, levaba Galiza no corazón. Pasaba os verán na Coruña e en Oleiros e elixiu falar e escribir en galego.
“En Madrid coñecín a Celso Emilio Ferreiro, do que eu era fan absoluto. Estaba a traballar en Antibióticos S. A. Levoume Isaac Alonso a coñecelo, eu era un rapaz que compraba todos os libros del. Era encantador, nada engreído”.
Taibo comezou a estudar enxeñaría naval pero despois fixo Socioloxía. Traballou tres anos nun banco. “Sumábamos cantidades que xa sumara un departamento e despois de nós outro departamento as sumaba. Alí tiñas que botar a imaxinación a voar porque non tiñas outra saída”. Cando deixou o banco fixo, como sociólogo, as enquisas para as primeiras eleccións democráticas e constatou “a enorme diferenza de actitude, de comportamento, entre a xente da costa e a do interior, máis retraída”.
Deixou Madrid e veu a Galiza e comezou a impartir clase en varios centros educativos. En Oleiros viviu gran parte da súa vida e no Neira Vilas deixou unha fonda pegada. Compaxinou o seu labor docente coa súa paixón pola escritura, que o levou a publicar o primeiro libro en 1975, Os inmortais. A súa obra foi lectura obrigada nos centros educativos e foi Premio da Crítica Española no 78. A Ponliña Irlandesa, A Semancia, Homes de ningures, son outros dos arredor de vinte títulos deste mestre. A súa última obra publicada foi Os tres de nunca en 2016.
Este narrador, que le varios libros en distintos idiomas ao mesmo tempo, garda moitas historias inéditas, listas para que as colla unha editorial. Entre elas unha novela de amor, a primera que escrebe. Recoñece que o seu compromiso co galego e a súa escrita non comercial non o axudou á hora de difundiar a súa obra.
“Eu sigo escribindo case todos os días, necesito escribir porque o paso ben. Alguén dixo que escribimos porque non somos felices, pero eu agora son feliz e teño que escribir. Agora tendo a simplificar o estilo, antes era máis rebuscado. Non era nada ou pouco comercial. Eu non pensaba no lector nunca, a miña visión é que cando escribo quero ser eu”, explica.
O compromiso coa lingua é un piar na vida de Nacho Taibo e ve con pena un “panorama moi negro” en Galiza. Conta de amigos que se pasaron ao castelán. “Hai un declive continuado. As autoridades galegas teñen un discurso triunfalista pero ocultan deliberadamente que cada vez se fala menos. E se edita menos porque non se subvenciona. O meu último libro non entendo como Xerais mo aceptou porque era un risco. Até o bipartito había subvencións á edición en galego, a Xunta compraba o 10% da edición, pero quitáronse. Falta unha aposta decidida pola cultura galega escrita. Curiosamente, eu de novo en Madrid oía chistes sobre os galegos e o seu acento, e agora alí din que o clima é estupendo, que a xente é encantadora, que xa o era antes, que o galego é marabilloso, que en Galiza se vive de marabilla. Non sei a que se debe este cambio”.
O escritor destaca o mérito das editorais por publicar en galego a pesares de todos os atrancos. E quítase importancia ao falar do mérito de xente que partindo do castelán elixe o galego para sempre. “Antes eu tiña a visión de que vou escribir para cambiar o mundo. Agora, que cos meus escritos estou axudando á lingua, non poría a man no lume. Quizais mellora a lingua dos que len, pero que axuda a consolidar o galego, en pleno declive, dubido”.
O sábado será o Día de Nacho Taibo. Ás 11.30 en Santa Cruz descubrirase un monolito e plantarase un carballo na súa honra e despois no castelo recibirá a Letra E da Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega. Haberá discursos do autor, do alcalde e de responsables da asociación, antes dun xantar de confraternidade na terra do Ulises galego.”