Braga: XIV Congreso Internacional da Asociación de Estudos Galegos, do 17 ao 20 de abril

PROGRAMA

Compostela: Festival Alguén que respira! 2024

Arturo Casas: “González-Millán trata de promover avanços críticos em que se testasse de que modo as grandes teorizações pretensamente de alcance universal precisavam de um contraste rigoroso e de uma correção da mão do que estudou como “diferença cultural” e “diferença histórica””

Entrevista de Víctor Giadás a Arturo Casas no Portal Galega da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Como surgiu a ideia para este livro?
– Arturo Casas (AC): A ocasião para Cristina Martínez, Isaac Lourido e eu considerarmos a possibilidade de idear algo semelhante a este livro veio dada pelos vinte anos transcorridos desde o trágico acidente de trânsito que segou as vidas de Xoán González-Millán e Esperanza Caneda o 23 de novembro de 2002 preto dos Montes Catskills, no estado de Nova Iorque. Na altura, a perda foi extremamente sentida no mundo académico. Com pouco mais de 50 anos vividos, era muito o que se esperava ainda dele, da sua capacidade de iniciativa como catedrático da City University of New York, como diretor do Anuario de Estudos Literarios Galegos e noutras frentes em que invariavelmente agiu com entusiasmo e convicção. Também se sentiu de maneira entranhada a sua morte noutros âmbitos sociais e culturais, não só na Galiza.
Meses antes daquele cabodano chegou-nos da direção da Através a proposta de pensarmos um livro que não fosse uma homenagem rotineira. Procurava-se uma análise contrastada e vivaz da atualidade do seu pensamento. De como nos atinge no nosso presente, às portas do segundo quartel do século XXI. As co-editoras do volume, que no passado dedicámos uma série de publicações à produção teórica e crítica do autor, consideráramos com certeza a conveniência de que algo dessa natureza se materializasse, se calhar desde diversos ângulos ou perspectivas — inclusive desde diferentes instituições e entidades — e de preferência desde o compromisso crítico, para não acabar no socorrido expediente legitimador ou panegírico, aqui e em toda a parte comum pelas liturgias um bocado deshistorizantes às que nos foi afazendo a cultura da comemoração. Assim que o projeto foi realmente doado de assumir e compartilhar. Interpretámos que o que correspondia era darmos continuidade a achegas anteriores, promovidas entre outros agentes pela Asociación Internacional de Estudos Galegos ou desde o próprio Anuario.
Cousa bem diferente foi a concretização efetiva do projeto, que a equipa de edição quis que fosse bastante mais larga, coral e diversa do que afinal resultou. Até o ponto de que nos vimos na obriga de contribuirmos com algum capítulo da nossa própria autoria para complementar os excelentes contributos de Helena González, Álex Alonso, María Liñeira, Pablo Pesado e María do Cebreiro Rábade. Infelizmente, a resposta no espaço académico (local e global) e noutros limítrofes não foi a prevista. Cabe conjeturar que por um conjunto variado e algo decepcionante de razões, que comentámos com algum detalhe na introdução ao volume.
– PGL: O livro explora a figura poliédrica de González-Millán, as diversas pessoas que escrevem tencionam explicar esta múltipla visão. Existe uma corrente teórica digamos subterrânea do magistério de González-Millán representada nos autores do livro e noutras figuras da teoria galega. Qual é a importância de González-Millán na teoria e na Galiza?
– AC: Sem dúvida existe essa corrente, que não o é apenas de ordem epistemológica ou académica, mas também de afetos. Isto último já pela própria personalidade do autor, a sua cordialidade e a disposição para o traçado de redes colaborativas desde finais da década de 80, tanto na própria Galiza como na comunidade exterior, que ele tanto contribuiu para fortalecer em torno da conceição e fomento duns estudos galegos renovadores. Pelas próprias circunstâncias e dinâmicas universitárias nos Estados Unidos, Reino Unido e outros países, em especial os anglófonos, essa configuração académica e teórico-crítica foi de raiz muito mais aberta e autocrítica do que aqui costuma ser; por exemplo, no referido ao diálogo com as ciências sociais ou à inscrição última das tarefas investigativas na história literária e na filologia, algo notoriamente redutor do que aqui não damos saído.
Em tudo isto constatava-se um grande pulo inovador, mais esses estudos galegos que começaram a perfilar-se em Maine em diálogo com Kathleen March e aquela compreensão do que podiam dar de si a investigação e a docência sobre cultura e literatura galegas têm com tudo uma ligação bastante evidente com o programa do Seminário de Estudos Galegos.
González-Millán, acho que sempre com sossego e prudência, não estava a favor da erudição pela erudição, como também não estava a favor das inercias do positivismo, os caducos determinismos ou os sociologismos ancorados em práticas analíticas anteriores mesmo ao marxismo de Lukács. Conhecedor da tradição da teoria crítica e das sucessivas correntes antropológicas, sociológicas, económicas e teórico-literárias, também dos grandes debates da teoria e da filosofia políticas — com o necessário regresso a pensarmos a hegemonia e as diversas formas da dominação —, a ideia de González-Millán consistiu em tratar de promover avanços críticos em que se testasse de que modo as grandes teorizações pretensamente de alcance universal precisavam de um contraste rigoroso e de uma correção da mão do que estudou como “diferença cultural” e “diferença histórica”. Isto introduz de facto, entre outras cousas, o questionamento de uma compreensão simples do eixe centro-periferia e contribui ao desenho — do caso galego — de um modelo outro, complementário dos estudos pós-coloniais, para entender o acontecido historicamente com as culturas nacionais submetidas a minoração desde a fortaleza de um Estado que nega essa diferença. O qual complica-se no caso galego pelo extraordinário poder e projeção históricos do império espanhol — também do português, com certeza. Outro elemento fulcral da sua compreensão do mundo considero que foi a presença, dignidade e representatividade do exílio republicano.
Acredito que esse justamente é o seu maior legado para o século XXI. Útil mesmo, com limitações, como no nosso livro se constata, para uma leitura feminista da realidade histórico-cultural e dos próprios saberes e convenções académicos. E eu diria que isso tudo — incluído o convite a exercer permanentemente uma reflexividade crítica e emancipadora, uma avaliação do que se está a fazer e dos seus condicionantes e heteronomia — está de uma ou doutra forma em numerosas investigadoras que hoje continuam a ampliar os estudos galegos, tanto na Galiza como noutros espaços académicos. Neste sentido, a importância de González-Millán é máxima. Ainda não se sabe ver bem, precisamente pelo peso e densidade do fator que acabo de introduzir, um grau de autonomia (também de pensamento e análise) insuficiente em muitos sentidos para os desafios que temos à vista.
Cousa diferente a tudo o anterior seria a pergunta (pertinente) sobre a existência de uma continuidade do seu pensamento em forma de escola, corrente, discípulos que mantêm a sua compreensão do mundo, da academia, da história… Sobre isto serei categórico: não creio que haja nada nesse sentido a dia de hoje em nenhum lugar.
Para rematar, no quadro da teoria literária e cultural internacional o reconhecimento da sua produção é limitado e foi seriamente condicionado por um paradoxo: González-Millán publicou muito pouco em inglês. E já se sabe quais as consequências a esse respeito. (…)”

Premios da Crítica de Galicia 2023

Os premios Follas Novas do Libro Galego 2023 anuncian os seus finalistas

Os premios Follas Novas do Libro Galego, que valoran a produción literaria e editorial en Galicia durante o ano 2022, escolleron os seus finalistas para esta oitava edición que suman trinta e nove candidatos/as entre títulos, iniciativas, proxectos e profesionais. As gañadoras dos premios Follas Novas 2023 daranse a coñecer na gala a celebrar o vindeiro 22 de abril no Teatro Principal de Compostela. Os premios están organizados pola Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega, a Asociación Galega de Editoras e a Federación de Librarías de Galicia. Contan co apoio da Deputación da Coruña, Concello de Santiago, CEDRO (Centro Español de Dereitos Reprográficos) e a Xunta de Galicia.

As trinta e nove obras finalistas desta edición dos premios Follas Novas son o resultado dun proceso de selección de catro fases e que supón unha lectura e valoración completa de toda a produción editorial galega. O proceso supón unha primeira escolla con propostas das tres entidades organizadoras que supuxo a selección dun cento de títulos entre os publicados ao longo de 2022. Dese conxunto de obras, o xurado desta edición fixo unha primeira escolma da que resultaron escollidas as candidatas en cada categoría. A terceira fase de selección é a actual, na que o xurado escolleu as obras finalistas por cada categoría. O proceso terá o seu cumio o sábado, 22 de abril de 2023, co anuncio das obras, iniciativas e profesionais gañadoras. Nese día celebrarase no Teatro Principal de Santiago de Compostela a xa tradicional gala de entrega de premios Follas Novas do Libro Galego.

PREMIO Á OBRA DE ENSAIO E INVESTIGACIÓN
A defunción dos sexos. Disidentes sexuais na Galiza contemporánea. Daniela Ferrández Pérez. Edicións Xerais de Galicia
A música das palabrasDarío Xohán Cabana. Edicións Xerais de Galicia
Maternidades virtuosas. Unha crítica aos modelos profesionais de crianzaMaría do Cebreiro. Editorial Galaxia

PREMIO Á OBRA DE DIVULGACIÓN
Juana de Vega. A muller que desafiou o seu tempoMarilar Aleixandre e Emma Pedreira. Editorial Galaxia
O libro negro da lingua galegaCarlos Callón. Edicións Xerais de Galicia
Memoria diversaEva Mejuto. Deputación da Coruña

PREMIO Á OBRA DE NARRATIVA
Non penses nun elefante rosaAntía Yáñez. Edicións Xerais de Galicia
O tradutor de sombras. Moncha Fuentes. Edicións Xerais de Galicia
Os seres queridosBerta Dávila. Edicións Xerais de Galicia

PREMIO Á OBRA INFANTIL
Animalario de ler a diarioEduard Velasco (autor), Nuria Díaz (ilustradora). Edicións Xerais de Galicia
O gran libro da nosa horta. Blanca Millán. Edicións do Cumio
O neno de lumeLedicia Costas (autora), Iván R. (Ilustrador). Edicións Xerais de Galicia

PREMIO Á OBRA XUVENIL
A ladroa da biblioteca de Meirás. Eva Mejuto. Edicións Xerais de Galicia
A lebre mecánica. Ledicia Costas. Edicións Xerais de Galicia
Que me pare o corazón se te esquezoAndrea Maceiras. Edicións Xerais de Galicia

PREMIO AO LIBRO ILUSTRADO
Cando leo. Bea Gregores, (autora, Eva Mejuto). Edicións Xerais de Galicia
Verme. Federico Fernández. Germán González. Kalandraka Editora
Violeta Parapluie e outras historias de xente pouco correnteRamón D. Veiga (autor), Iván R. (ilustrador). Edicións Embora

PREMIO AO LIBRO DE BANDA DESEÑADA, GRÁFICO E HUMOR
Miñoca e pega. Iván R., Ramón D. Veiga. Edicións Xerais de Galicia
Pequena historia de Vigo. Pedro Feijoó, Xosé Tomás. Edicións Embora
Roxín Roxal. A daga do conde. Manel Cráneo e Brais Fierro. Demo Editorial

PREMIO Á INICIATIVA BIBLIOGRÁFICA
Así fala Penélope (Unha antoloxía de xénero). VV. AA. Edición de Marta Dacosta. Chan da Pólvora Editora
Chévere 1987-2022. Trinta e cinco anos de axitación cultural. Chévere. Kalandraka Editora
Entre leiras e labores (antoloxía verbo-visual de autoras galegas). VV. AA. Edición de Inma Doval Porto. Editora Urutau

PREMIO Á OBRA TRADUCIDA
Carol. Patricia Highsmith / Traducido por María Alonso Seisdedos. Kalandraka Editora.
Léxico familiar. Natalia Ginzburg/ Traducido por María Alonso Seisdedos. Editorial Laiovento
O verán en que miña nai tivo os ollos verdes. Tatiana Țîbuleac / Traducido por Andreea Birsanu. Rinoceronte Editora

PREMIO AO LIBRO DE POESÍA
BarrocoAntía Otero. Apiario
MateriaYolanda Castaño. Edicións Xerais de Galicia
Montaña Ioga. Lupe Gómez. Edicións Espiral Maior

PREMIO AO LIBRO DE TEATRO
As alumnasPaula Carballeira. Editorial Galaxia
Chévere (1987-2022).Trinta e cinco anos de axitación cultural. Chévere. Kalandraka Editora
Estrela… fugaz? Carlos Labraña. Editorial Galaxia

PREMIO AO LIBRO MELLOR EDITADO
Barroco. Antía Otero. Apiario
Chévere (1987-2022), Trinta e cinco anos de axitación cultural. Chévere. Kalandraka Editora
CriptografíasPepe Cáccamo e Baldo Ramos. Alvarellos Editora

PREMIO PROMOCIÓN DA LECTURA
Canle de Youtube de Neeumatiko
Surfeando libros
Traballadoras das Bibliotecas Municipais da Coruña

“Decálogo da crítica literaria”, por María do Cebreiro

Desde Euseino?:
“A ensaísta e poeta María do Cebreiro escribe sobre a crítica literaria en tempos de estrañeza. As obras manteñen a súa presenza mesmo nun mundo no que os textos pretenden asoballalas. Un texto non é necesariamente unha obra. Igual ca quen escribe non é forzosamente unha persoa escritora; a escritora éo cando “vivir significou escribir, e escribir unicamente foi dicir con sinceridade, case reflectir nun espello, o pulo da súa fantasía e os traballos do seu pensamento”. Así o describiu o filósofo Giorgio Colli, editor da obra completa de Nietzsche. Mais o estadio do espello quedou atrás, a obra non precisa de suxeito, independízase da tea de araña da sopeita pois a obra mesma está feita de tecido, de letras, de literalidade. A morte da crítica realmente o que reflicte é a morte do autor e da autora como principio de razón. O principio da obra é a irrazón da súa existencia. Iso abonda. Nada de relación filiativa, todo é afiliativo. Non hai creación porque ninguén crea, a literalidade está no mundo como tal cousa. O escepticismo da autora de Maternidades virtuosas responde quizais a esa estrañeza perante a obra sen razón, a obra non escrita para un público, a obra sen público. A obra sen esencia. Cousa non substancial que está fóra de si, que está no mundo.

Sección coordinada e editada por Iván García Campos.

Entre o arquivo e o mapa
1) Renacenza. Non é doado escribir sobre a crítica literaria nun mundo no que tanto a literatura como a crítica perderon definitivamente a súa función. Neste contexto, a única proposta optimista é desexar que a crítica literaria morra dunha vez para que, con fortuna, poida nacer de novo.
2) Fado. Velaquí o fado da crítica literaria hoxe: a suxeición ao sistema de medios de comunicación, dependente á súa vez das dinámicas gobernamentais e dos intereses comerciais. Fronte a tal servidume, a crítica literaria será soberana ou non será. (…)”

María do Cebreiro: “Parece incrible que para algo que leva estando aí dende que o mundo é mundo tamén vaiamos necesitar o algoritmo”

Entrevista de Ana González Liste a María do Cebreiro en Praza:
“(…) – Praza (P): Por que decide xogar coa ironía no título?
– María do Cebreiro (MC): Eu creo que o humor é un recurso non demasiado explorado no pensamento crítico pero moi valioso. De feito, creo que na totalidade do libro o é. Quizais non a ironía e o sarcasmo, que si se ven no título, pero si outros tipos de humor, a parodia, para buscar a complicidade dos lectores a través deses guiños porque creo que o libro lle pedía bastante aos lectores a nivel de uso dun determinado aparato conceptual, dunha tentativa de rigor analítico… Entón, eu quería que ese modelo de crítica que está moi presente ao longo de todo o ensaio, ao mesmo tempo se vira acompañado desa outra lixeireza que son como cambios de ton, que diría que axudan tamén a facer máis amena a lectura e a non plantealo todo desde o enfado. Porque a nosa época tende moito a iso, dá a sensación de que todo o mundo está enfadado todo o tempo. Para min o sorriso é totalmente compatible coa filosofía, co pensamento, aínda que moitas veces non se vexa así.
– P: Avanza no limiar por que apostou polo ensaio en lugar da auto-ficción para abordar a maternidade e coa lectura do libro parece que en gran medida foi para fuxir deses “excesos retóricos do sentimentalismo” que tamén apunta.
– MC: Totalmente. Penso que no libro hai dúas dimensións: unha de crítica aos modelos maternofiliais no neoliberalismo impostos un pouco por esta sociedade de consumo, que é realmente o núcleo duro, pero logo hai outro tipo de reflexións que son máis poéticas e máis a futuro porque a min tamén me preocupaba moito escribir unha crítica na que non houbera esperanza. Eu penso que cando un fai unha crítica tamén está case obrigado –ou invitado, polo menos– a propoñer outro mundo posible, creo moito niso e dende que son nai, máis. Creo que para moitas mulleres seren nais é como un brinde ao futuro, un amor ao que a vida pode chegar a ser, máis alá do que o mundo é; case como unha tensión entre o mundo e a vida. Unha amiga miña que non é nai dicíame que non sabía por que traemos fillos ao mundo e eu contesteille: traémolos á vida, non os traemos ao mundo. Se os quixésemos traer ao mundo non os quereríamos traer porque non somos parvos ninguén, sabemos como son as cousas, pero ao final no desexo maternal hai un elemento tamén de confianza e esperanza.
Entón, esa outra dimensión do libro, a máis esperanzada, expresouse dunha maneira máis poética e menos analítica e, polo tanto, máis confesional. Pero, dado que creo que no libro predomina máis a parte analítica, creo que é así porque faltaba. Eu creo que faltaba un discurso sobre a maternidade a favor da maternidade, non en contra, feito dunha maneira rigorosa e analítica, case científica en certo sentido. É certo que nos últimos hai tanto moitos libros celebratorios da maternidade escritos dunha maneira máis confesional, moitos deles feministas e moi interesantes; como tamén hai moitos libros científicos e académicos cuestionadores da maternidade. Quixen buscar un xeito de falar desde o rigor a favor da maternidade. Por suposto, en contra de moitas realidades que a rodean, pero a favor dese compromiso coa vida que implica a maternidade.
– P: No libro dálle voltas a que existe un “xiro discursivo” sobre a maternidade, relacionado intimamente co sistema capitalista no que vivimos, onde entran tamén as redes sociais. Cando decide se quere formar parte dese “xiro discursivo” ou non e como o enfoca para poder contalo?
– MC: Eu vía que había unha produción verbal extensísima pouco coidadosa coas palabras e coa propia vida. Pensaba que un fenómeno como o da maternidade, que é tan marabilloso, que nos transforma tantísimo e que moitas das que o habitamos xa non concibimos a nosa vida sen ser nais, como vén acompañado de tan mala produción discursiva? Hai moito lixo e molestábame pola súa carga ideolóxica, non é unha cuestión elitista de valor –hai literatura boa e literatura mala– senón de lixo mental. Un lixo ideolóxico que contamina moito a percepción que a xente ten dese proceso, e que o contaminan dun xeito moi tendencioso para meter medo, asustar, manipular… Ou ao mellor sen ningunha desas intencións, pero o resultado é moi pobre como debate e como produción intelectual. Falo en xeral, pois eu tamén saquei cousas moi valiosas dos foros de nais e de pais, por iso tamén me metín.
Utilicei a maternidade para pensar sobre certas tendencias discursivas do noso mundo. Creo que isto non é privativo da maternidade, o que pasa é que isto é unha experiencia tan forte e que afecta a tantas persoas dunha maneira tan intensa que todo se ve moi potenciado. Para min foi un campo de probas para unha exploración case sociolóxica na que era investigadora e participante, e na que atopei moitos indicios para entender en que tipo de sociedade estamos e o xeito tan pouco amoroso e sensible no que usamos ás veces as palabras. Porque as palabras poden servir para unirnos, pero tamén para censurar, para xulgar, para meter medo… (…)”