Susana Sánchez Arins: “Se as mulheres tenhem país…”

Artigo de Susana Sánchez Arins en A Sega:
“De as mulheres termos país, existiriam leis que nos protegessem, educação que nos libertasse, estimação que nos figesse felizes. Porém, vista a realidade que nos envolve, é provável que este não seja país para mulheres.
Esta é a reflexão de Mary Wollstonecraft na sua novela Maria. Cumpre com ela uma necessidade perentória: oferecer às mulheres que serão uma experiência que a ela nenguma outra lhe legou. Não porque conhecimentos coma os dela não os tenha havido ou não os houvera no seu tempo, mas porque as canles de comunicação entre mulheres estavam cegadas pola lama da dominação patriarcal.
Mary Wollstonecraft foi atacada polo mesmo vírus que tem infectado outras mulheres: a urgência de evitar-lhe a uma futurível filha a cegueira própria, exercer a sororidade antes que a maternidade.
Na novela, a protagonista homônima convida às leitoras a conhecer as circunstâncias que figeram acabar a sua vida como louca num manicómio. Porém, há uma narratária concreta: a filha sequestrada polo pãe. A autora, para estender o abano social (Maria é de classe acomodada vinda a menos) dá oportunidade a outras vozes, mulheres com as que a protagonista encontra nas suas peripécias, de elas contar as suas diversas e tão parecidas circunstâncias. (…)”