Entrevista a Susana Sánchez Arins no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Várias escritoras impulsastes um espaço de crítica na rede, A Sega, onde conviveis autoras que tendes diversos pontos de vista sobre língua. Que tal está ser a experiência?
– Susana Sánchez Arins (SSA): A experiência d’A Sega é para mim definível com duas palavras: aprendizagem e alegria. Somos críticas literárias que partimos de dous pontos em comum: a galeguidade e o feminismo. E mesmo nessas partilhas somos mui diferentes, como bem indicas, ainda que eu não considero que tenhamos diversos posicionamentos linguísticos mas diferentes estratégias normalizadoras.
O grupo, que funciona de maneira virtual, em vez de viver essa diversidade como uma problemática, vive-o como riqueza. Aprendemos muitíssimo umas das outras. E passamo-lo mui bem. Quando abro a conta do gmail, fago-o com um sorriso e pensando a ver se alguma segadora escreveu algo… Assim é um gosto! Temos experiências, vitais, formativas, profissionais, mui diversas e cada vez que temos que fazer alguma cousa entre todas, de maneira colaborativa, nascem matizes, facetas e brilhos que nenguma das nossas individualidades poderia aportar sozinha. Num espaço assim, a diversidade linguística também não é vivida como problema. Levamos um ano de funcionamento e eu só sei que me sinto mais sábia e melhor acompanhada que antes. (…)
– PGL: És uma mulher de interior, mas conheces excecionalmente bem a cultura marinheira. Considerando a tua experiência, tens a impressão de que existem duas Galizas, uma, ou muitas?
– SSA: Que conheço mui bem a cultura marinheira duvido… Admito que sou curiosa e gosto de fazer parte dos lugares onde vivo. E habitar uns anos a Arousa deu-me possibilidade de aprender muito das minhas vizinhas. Descobrim uma parte da minha língua e da minha cultura que me eram desconhecidas, mas em que pudem entrar sem problema porque contava com as chaves que me dava a minha rural galeguidade. Uma das minhas amizades carcamãs vem de fazer a viagem inversa e também não encontrou problemas. Obtém a mesma felicidade entre as abelhas da Terra de Montes que entre as bateias do Salnês. Por isto não acredito que haja duas Galizas, penso que há quase tantas como paróquias. E isso é uma maravilha. Temos uma cultura enormíssima e dá gosto pensar que sempre, algures, resta algo por aprendermos de nós mesmas. (…)”