Teresa Moure: “O Amor escreve-se em maiúsculas e o amor é entrega”

EntrevistaTeresa Moure de Xosé Mexuto a Teresa Moure en Sermos Galiza:
“(…) – Sermos Galiza: Por que o teu interesse pela figura de Lenine e os seus avatares sentimentais?
– Teresa Moure: Não me interesso pela figura de Lenine e, aliás, parece-me perigoso que se possa fazer essa leitura. Eu interesso-me pela figura de Inessa Armand que é uma bolchevique que passa à história infelizmente apenas como a amante de Lenine. Foi muito maltratada pela historiografia oficial, também pela marxista. Mas como acontece tantas vezes, quando narras a vida duma mulher importante na história, aparece aí um homem e todas as olhadas se concitam para vê-lo a ele.
Eu sabia que havia essa dificuldade, mais acho que Inessa vale tanto a pena que mesmo vou correr o risco de que se calhar os leitores não se sintam convocados por Ostrácia porque invoca o leninismo, a Lenine e por tanto o leninismo. E vou-no correr porque ela merece uma restituição histórica. E, bom, há uma série de circunstâncias pessoais que me levaram a me interessar por Inessa Armand que já estão relatadas no próprio romance. (…)”