Artigo de Susana Sánchez Arins para A Sega:
“O livro da diagnose. As mestras que não acabais de saber que é a poesia ou como trabalhá-la, ou se tem utilidade na escola ou cumpre os estándares de avaliação e os níveis competenciais, encontrareis na Poesía Hexágono uma doutora dessas que cantam as verdades do barqueiro, e que vos dirá aquilo que não fazeis bem: que poesia vai aprender outrem quem nunca lê poesia… E como boa doutora prescreverá como tratamento umas pílulas de pensamento poético maravilhosas: se não queres ser como elas, lê.
O livro das cartografias. Não sabes onde é que está a poesia. Ignoras os seus hábitos alimentícios ou os covis em que hiberna. Este é o teu livro: contém um cento de taxonômicas descrições e concretas categorizações, todas elas contraditórias, daquilo que é o feito poético. Para que escolhas a que prefiras (ou todas) e podas descobrir a poesia que habita na tua volta, no teu corpo, na tua janela. Em todos os mapas.
O livro das receitas. Para as mestras que sempre acabais com um sim sim, tudo mui bom, mas diz-me algo exato e particular que eu poda aplicar na sala de aulas. Sim, se és dessas mestras fartas de discursos riquinhos sem propostas concretas, desses brindes ao sol que não valem para dias anuviados, neste livrinho encontrarás receitas singelas, das que precisam de poucos ingredientes e nada exóticos, para fazer chegar a poesia e a reflexão poética ao alunado (e às mestras também). Como essa de Carlos Negro com um paráguas preto e um outro de cores. Passeia os corredores do centro com eles e pensa a diferença. Queres receitas? Tem receitas! (…)
O livro que não é para mestras. Porque nos serve a todas. Às que imos pola vida de peotas, as que não ledes poesia mas quereis, às que fazeis cinema e música e grafittis, às que quereis escrever mas onde, como, às que tendes que estudar poetas e para que, as que não conseguis curar-vos a curiosidade, as que acreditais sentir-vos no mundo errado. E às mestras. Copulativamente.”