O feminismo é uma ilha, por Susana Sánchez Arins

DesdeSusana Sánchez Arins AELG A Sega:
“A situação de partida é a mesma: homem diz a mulher marcho, deixo-te por outra, acabou. E no entanto os contos são tão diferentes que nem sei porque partilham este espaço, se o único em comum é esse marcho, deixo-te por outra, acabou. (…)
Carla, a protagonista de Amor é unha palabra como outra calquera, não foge, mas agacha-se. Fica na mesma casa na que viveu um matrimónio de quinze anos. No seu caso, a mudança vai acontecer sem se deslocar do seu espaço vital, do seu bairro. (…)
Em realidade, estamos perante um claro caso de narrador mansplainer, categoria que se não está inventada, para algo estamos nós. Explicitando-se de gênero masculino, bota toda a narrativa dando lições às leitoras, explicitamente femininas também, daquilo que é sermos vítimas do amor romântico, a má educação e o machismo. Desta maneira acabamos por ler uma protagonista parva que um senhor tem que salvar da queda no abismo sentimental. Mansplaining total! (…)”