Desde Sermos Galiza:
“Se alguém perguntava nestas últimas décadas por um grande poeta brasileiro a resposta quase invariável era Ferreira Gullar, autor do lendário Poema Sujo (1976). A sua voz apagou-se este domingo no Rio do Janeiro, aos seus 86 anos.
Ferreira Gullar era um escritor total -até foi roteirista de novelas para a televisão-, mas foi na poesia onde alcançou o maior reconhecimento com uma obra que abriu novas fronteiras na lírica brasileira de finais dos 50, ao fronte do chamado movimento neo-concretista. Estava na vanguarda literária e também na política, desde a sua militância comunista no confronto coa ditadura militar. Precisamente a sua obra mestra, o Poema Sujo, escreveu-a durante o seu exílio na Argentina.
Em 2010 foi distinguido com o Prémio Camões, o maior da literatura em língua portuguesa. Também obteve os galardões da Associação Paulista dos Críticos de Arte (1976) e Machado de Assis (2005). (…)”