Entrevista a Philip Krummrich en Sermos Galiza (fotografía do autor da entrevista, Xosé Mexuto):
“(…) – Sermos Galiza (SG): Como nasceu em você o interesse pela obra de Teresa Moure?
– Philip Krummrich (PK): Bom, eu sempre gostei da literatura da península em geral. Tinha muito interesse nas línguas regionais… catalã, naturalmente galego, eu queria ensinar-me a ler o galego, li algúns livros, Rosalía de Castro…, mais não tinha muitos libros, é difícil achá-los em galego. Um día tive a ideia de investigar quais eram os nomes mais interessantes da literatura galega contemporânea. Procurei na Internet e achei Teresa, a descrição de Herba Moura, uma descrição muito interessante, pedi à biblioteca, li o livro, gostei muito, achei o endereço electrónico dela, escrevi-lhe, e disse-lhe: você acharia bom se eu fizesse a tradução?, ela disse-me que sim, assim que comecei com grande entusiasmo a fazer o trabalho. Depois soube por ela da existência de Ostrácia, o seu novo romance, enviou-mo por correio, gostei também imenso e comecei a traduzi-lo.
Eu estou de semestre sabático, assim que tinha oportunidade de vir a Santiago. Achei que era boa ideia visitar Santiago e consultar Teresa para resolver as dúvidas que tinha sobre a tradução. O trabalho está completo com Herba Moura e já levo traduzido dois terços de Ostrácia. O labor de Herba Moura está feito, agora temos por diante acharmos editora [para o publicar nos EUA]. Acho que a tradução de Ostrácia estará lista a fins de Abril, mais ou menos. (…)
– SG: Que receção achas pode ter no público leitor norte-americano uma obra, Ostrácia, que toca temas atinentes ao marxismo?
– PK: Não sei, vai ser interessante. Acho que agora a hostilidade contra o marxismo é menos. O medo tem diminuído muito. Antes, há 30 anos, todos tínhamos muito medo do comunismo. Oh!!, são o inimigo, vão matar-nos!!! [ri]. Mas agora, depois das transições que temos visto, acho que os norte-americanos vão perdendo essa reação automática de hostilidade contra o marxismo e acho que seria possível que tivessem interesse num romance que tem que ver com o Lenine, embora fala de muitas outras coisas. Vamos ver. Eu noto que as editoriais norte-americanas publicam já muitos romances de todo o mundo e não sei com que critérios decidem quais publicam e quais não, mas eu espero que um critério importante seja que sejam bons romances, nesse caso vão publicar seguro, porque Ostrácia é uma obra mestra, brilhante, não digo se Ostrácia é melhor do que Herba Moura, não entro nisso, mas eu acredito na importância desses dois romances, sinceramente eu acho que o mundo que fala inglês deve conhecer a obra de Teresa, porque ela tem um talento muito especial. (…)”