Camilo Nogueira: “É evidente que o galego nom vai desaparecer”

Entrevista a Camilo Nogueira no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Qual foi a melhor iniciativa nestes quarenta anos para melhorar o status do galego?
– Camilo Nogueira (CN): Nom há nada que melhorar, melhor refere-te a fala-lo. A luta que temos que dar é ir contra a ideia de o galego ser umha cousa pequerrechinha. O galego nom é pequerrechinho. Fala-se na Galiza, sabe fala-lo a maioria da populaçom galega, e ademais é internacional. A mim, estando num táxi no Brasil, perguntou-me o chofer: “e você, de que parte do Brasil é?”
O galego nom está potenciado, mas nom é que a gente decida nom falar galego. A mesma gente que nom o fala, entende-o perfeitamente, e a maioria, definitivamente, fala galego, ainda que nom seja habitualmente.
– PGL: Se pudesses recuar no tempo, que mudarias para que a situação na atualidade fosse melhor?
– CN: No franquismo a maioria dos galegos falavam galego. Sempre. Franco fodia-nos, mas a gente falava galego. Agora como algumhas crianças nom estudam galego na escola e isto nom vai mais alá… pois claro, o decreto do ensino é insuficiente, o galego deveria ser a língua veicular, como já é em muitos centros. Nom há que ficar centrado em que as crianças aqui som obrigadas a falarem em castelhano. O galego é mui falado.
Eu penso que se fala mais galego que castelhano. Em Compostela fala-se em galego, e em Ponte Vedra e em Vigo… E no Brasil também.
– PGL: Que haveria que mudar a partir de agora para tentar minimizar e reverter a perda de falantes?
– CN: Eu nom colocaria nesses termos a questom, aqui as crianças nascem falando já galego e castelhano, e essa é a melhor forma para aprenderem a falar inglês e francês. A chave é que se fale galego, e que haja umha identificaçom com o português e o brasileiro. A gente que está interessada polo galego nom tem umha dimensom real do que é, é evidente que o galego nom vai desaparecer. (…)”