“O galego Carlos Quiroga foi um dos autores convidados para participar num número comemorativo do 32º aniversário do Jornal de Letras, publicaçom lusófona distribuída por todo o mundo. Devido à língua portuguesa ser umha das principais razões de ser da publicaçom, esta decidiu assinalar a efeméride com 32 declarações de amor ao português. «Foi isso que pedimos a criadores de todo o vasto espaço do idioma comum», indicam do JL. Este é o texto:
‘Eu canto caetanamente o gosto de te sentir na boca a roçar a língua de Luís de Camões. E muita Galiza comigo canta porque ainda gosta de ser e de estar. É a Galiza que tem querido se dedicar a criar confusões de grafias e uma profusão de paródias que encurtem dores e furtem cores como camaleões. Confusões para os espanholistas. Paródias das tretas deles. As dores, essas, são do estares sufocada, a esconderem-te do orgulho de seres grande. As cores, novas, são da diversidade do andares mundo com o nome de Portuguesa ainda que nesta esquina nascesses e cá ainda estejas. Pois cantamos nós com os lábios grossos da ancestralidade de todas as mães que te pariram. Pois se uma Língua guarda a alma de um Povo ao saborear-te nós revigoramos o alento da grei. Deixa portanto os portugais chamarem de sua, tanto se nos dá Lusofonia como Galeguia, o que temos a perder contigo é alma. Sim, a pátria é a nossa língua e nós não temos pátria, temos mátria e queremos frátria. Essa dos que também aqui te cantam de amor em cartas de sentimentos esdrúxulos. Repara que esquivar seria vocábulo agudo, e até grave, mas sermos chamados só um júbilo porque te amamos narcisos –e ainda que só a nós e para nós caiba suster-te esdrúxula na Galiza, é de aconchego notar família. Por isso que bom este convite. Por isso, Língua, como se fosses a gente que és, volta os olhos de letra e admira-te desta nossa intensidade de amor: tem o sorriso louco das mães do Helder, colado à boca que te roça em Camões.'” Vía Portal Galego da Língua.