Artigo de Susana Sánchez Arins na Sega:
“É mui complicado ser superoína. No quotidiano dos dias caminhas as ruas, as praças, as grandes avenidas, com todos os teus poderes aí, à vista para quem saiba ver, mas invisíveis para a maioria. E tanto melhor, porque muita gente não percebe e teme aquilo que ignora. É complicado chegar ao parque, sentar na randeeira, no alto da escorregadoira, e fazer o simulacro de brincar como criança para não estontear ao mundo com a nossa melhor cara de velocidade.
É mui complicado ser poeta. No quotidiano dos dias caminhas as ruas, as praças, as grandes avenidas, com todas as tuas metáforas aí, à vista para quem saiba ver, mas invisíveis para a maioria. E tanto melhor, porque muita gente não percebe e teme aquilo que ignora. É complicado chegar ao parque, sentar na randeeira, no alto da escorregadoira, e fazer o simulacro de vigiar como adulta para não estontear ao mundo com a nossa melhor cara de velocidade.
Mas quando és poeta e superoína a um tempo, é singelo explicar ao mundo, para que perceba e deixe de temer, as superoínas, a poesia.
Isso faz Marga Tojo num preciosista volume, maravilhosamente acompanhado dos desenhos de María Hergueta.
Cara de velocidade é a que pomos as superoínas, mesmo as poetas, para andar polo mundo. Podemos acompanhar com capa e pijama de dinossauros, aí ao gosto de cadaquém, mas o importante é que ao mudarmos a maneira de olhar, damos com esses pormenores que nos acompanham na rotina dos dias e que fazem destes uma aventura. (…)”