Ponte Vedra: IV Jornada de Estudo Clara Corbelhe, o 4 de outubro: “Culturas políticas no contexto galego: mudanças, limites, contradições”

“As culturas políticas não apenas refletem a realidade política, mas também a constituem e limitam as transformações possíveis dentro dela. Ao moldarem os horizontes de possibilidade e estruturarem os valores, crenças e percepções coletivas sobre o que é considerado legítimo, desejável ou sequer pensável, as culturas políticas também condicionam as práticas políticas, podendo chegar a reproduzir determinadas estruturas de poder.
A IV Jornada de Estudo Clara Corbelhe estará dedicada ao conceito de «culturas políticas» em relação a diversos movimentos emancipatórios na Galiza, com especial atenção aos seus limites e contradições. Entre os objetivos do encontro está o de fomentar um debate crítico e interdisciplinar sobre vários eixos centrais, profundamente interligados. Entre estes, destacamos as culturas de politização entre as pessoas jovens na Galiza dos oitenta e noventa até hoje; as estratégias para manter vivas as culturas de confronto contra as múltiplas formas de violência capitalista e assimilação cultural; o arquivo e transformações relacionados com os cenários e práticas de politização; e as mudanças nas culturas políticas no entorno rural. Ao explorar essas dimensões de forma integrada (embora intuitiva ou experiencial neste primeiro encontro), a IV Jornada de Estudo Clara Corbelhe visa contribuir para uma compreensão mais profunda das dinâmicas políticas galegas contemporâneas e das possibilidades — e tensões — que se abrem no campo da emancipação social e nacional.

PROGRAMA

10:00 Boas-vindas: “Culturas políticas galegas: transmissão, valores e saber-fazer”
Relator: Antom Santos
10:30-12:00 Conferência inaugural: “Culturas políticas e minorias nacionalistas galegas do final do século XX: Uma aproximação historiográfica”
Relator: Mario San Martín Alonso
12:00-12:30 Café
12:30-14:00 Sessão 1: “Esperança movimentista, Nova Política e culturas de combate: experiências galegas no primeiro quarto do século XXI”
Relatoras: David Rodríguez, Maria Osório (intervenção escrita em colaboração com Maria Frá Bagaria e Charo Lopes)
Moderadora: Élia Lago
14:00-15:00 Jantar
16:00-17:30 Sessão 2: “Cenários e práticas de politização: festivais, música, desporto”
Relatores: Xián Naia, Xavier Sánchez Pazos
Moderadora: Carolina Cunqueiro
17:30-18:00 Café
18:00-19:30 Leitura guiada de “El problema agrário de Galicia: otro proceso de cambio por derribo” (1981) de José Antonio Durán
Relator: Bruno Esperante”

Toda a informação aqui.”

Iria Morgade Valcárcel, historiadora: “O activismo pola memoria cuestiona o sistema político, que non foi de ruptura”

Entrevista de Xacobe Ferreiro a Iria Morgade Valcárcel en Nós Diario:
“(…) – Nós Diario: Como foi o proceso de recuperación de memoria democrática após a morte de Franco e que a actividades se desenvolveron nese sentido?
– Iria Morgade: A investigación amosa, en contra do relato dominante, que afirma que tras a morte de Franco se desenvolveu un consenso sobre o esquecemento ou do discurso sobre o pacto de silencio, que si existiu memoria. En definitiva, ambas as lecturas da transición negaron a existencia da memoria traumática no espazo público, tras a morte do ditador. O traballo certifica que nos primeiros 10 anos posteriores á morte de Franco desenvolvéronse accións memorialísticas. Neste sentido, a investigación arroxou o coñecemento dun rico ecosistema de accións da memoria cun rexistro de máis de 300 iniciativas, o que constata a existencia dun desexo de recordo nun tempo definido como o do esquecemento e do silencio. O que negou o relato do esquecemento foi a existencia de memoria. Parecía que non había nada, pero isto non era así. Os que fixeron memoria actuaron nunhas circunstancias moi complicadas, porque estaban cuestionando o relato dominante e porque a memoria cuestiona un sistema político que non foi de ruptura.
A represión contra o movemento da memoria foi moi dura neses anos, chegando a prohibirse a homenaxe a Bóveda en 1976. (…)”