Entrevista a Isaac Alonso Estraviz no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Esse livro [Isaac Díaz Pardo e a Língua] foi em grande medida uma cousa tua. A sua gestão começou a fins do 2007. De quando vem a tua amizade com Diaz Pardo?
– Isaac Alonso Estraviz (IAE): O meu primeiro encontro com Isaac Diaz Pardo foi no ano 1960 ao adquirir em Buenos Aires o seu livro Midas. O ángulo de pedra (1957) que depois iria comigo a França, Sória, Alemanha, Navarra, Albacete…. Pessoalmente conheci-o em 1970 na Galeria Sargadelos de Madrid. Foi um encontro gratificante com uma pessoa inteligente, amável, respeitosa com todos. Surgiu entre ambos um carinho e uma admiração mútua. Depois foi em O Castro, Sargadelos e no Instituto de Información bastantes vezes. E várias em Santa Marinha de Águas Santas. Mesmo nos publicou em Edicions do Castro vários livros sobre o relacionamento entre galegos e portugueses. Não se atreveu com o Dicionário Galego polo voluminoso que era e porque supunha muito dinheiro que ele tinha medo em fracassar. Teve uma enorme alegria ao ver que a obra saíra a lume.
– PGL: Díaz Pardo pertencia a tradição galeguista na que se formara nos anos 30 do século passado, para a qual galego é português era a mesma língua.
– IAE: Que galego e português eram a mesma língua afirmou-o infinidade de vezes, como se pode comprovar no livro homenagem que lhe fez a AGAL e do qual eu fui o coordenador. Pode atualmente consultar-se na publicação digital também disponível no PGL. Esse livro consta de uma primeira parte na que intervêm: José Maria Casariego Guerreiro, Isaac Alonso Estraviz, José Paz Rodríguez, Alexandre Banhos (naquela altura Presidente da AGAL) e José-Martinho Montero Santalha. E uma segunda, com trabalhos dele sobre a língua galega e a sua unidade com a variante portuguesa.
– PGL: Isso não era incompatível com escrever à castelhana, infelizmente a única forma que se conhecia.
– IAE: Escrevia-se à castelhana na tradição galeguista que afirmava a unidade da língua, porque era o único jeito que se sabia escrever, diria mais o único que aliás podia se conhecer, mas existia a vontade de mudar as cousas, que o franquismo e a sua eficaz guerra e ditadura decepou. Castelão o expressou muito bem, ao dizer que aspirava a que o galego se confundisse com o português. Diaz Pardo sempre defendeu a unidade, um bom exemplo é o seu livro em castelhano em Ruedo Ibérico, Galicia Hoy, uma pequena maravilha que destinava a todos, tendo em conta os destinatários e a finalidade que se propunha. (…)”