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A AELG manifesta o seu profundo pesar polo pasamento do escritor Carlos Durão, socio desta entidade
Carlos Durão, narrador, poeta e ensaísta, faleceu este 8 de setembro.
Na web da AELG pode consultarse información diversa sobre a súa obra.
Nasceu em Madrid, de família galega com tradição emigrante (Brasil, Catalunha, Cuba, Venezuela), com a que morou nos primeiros anos em diversas localidades galegas (Escudeiros, Ferrol, a Granha, Guimarei, Riba d’Ávia, Tevra, Vigo, Víncios), o que lhe forneceu clara perspetiva da variedade das falas galegas. Estudou en Vigo (bacharelato), Santiago (começo de estudos universitários) e Madrid (licenciatura de Filosofia e Letras, ramo de germânicas), donde partiu para Londres, em regime de intercâmbio universitário por dous anos, e em situação de exílio até à morte do general Franco. Foi professor de idiomas em colégios ingleses, redator radiofónico no Serviço Espanhol e Português da BBC, e tradutor técnico em organismos britânicos e do sistema da ONU.
Em Londres participou em diversos movimentos dos anos 60, com bascos, catalães, galegos e portugueses; manteve contatos com o derradeiro cônsul da República española, com membros do Conselho de Galiza e com outros exilados.
Em 1970 foi cofundador do Grupo de Trabalho Galego de Londres, que publicava um Boletim para familiarizar os mestres rurais galegos com a primeira Lei do Ensino: ao seu Suplemento contribuíram os professores portugueses Agostinho da Silva e Rodrigues Lapa, e nele fizeram-se uns primeiros ensaios de adaptação de textos galegos à ortografia internacional. O Grupo de Trabalho Galego de Londres publicou um Plano Pedagógico Galego (1971).
Com Guerra da Cal teve uma relação assídua quando este residiu em Londres nos anos 90. Também durante muitos anos com o galeguismo do interior em geral, e mais tarde particularmente com o reintegracionismo.
Como membro do Comité de Cultura do Centro Galego de Londres, organizou durante muitos anos atividades como o Dia das Letras Galegas, o Dia da Pátria Galega, a biblioteca e a revista do Centro, participando também em revistas da emigração, conferências, etc. E deslocou-se para atividades similares a otros centros da emigração galega na Europa (Amesterdão, Genebra, Groninga, Munique). Representou o CGL na IV Reunião da Federação Mundial de Sociedades Galegas da Emigração (Santiago, 1984), no Comité Britânico pró Jacobeu (Londres e Santiago, 1993), e na 1st Oxford Conference on Galician Studies (1991).
Foi correspondente/colaborador das publicações Grial, Teima, A Nosa Terra, Agália, O Ensino, NÓS, Cadernos do Povo, Hífen, membro das Irmandades da Fala, da Associação de Amizade Galiza-Portugal, da Associaçom Galega da Língua, da AELG, e académico da Academia Galega da Língua Portuguesa.
Entre as suas publicações principais: A teima (novela) (1973); Galegos de Londres (romance) (1978); O internado (relato, premiado no 1° concurso “Pedrón de Ouro”, 1975) (1977); O silencio, nós (novela) (1988); Poemas do não (1987); Focagens/Fogagens, sob chancela das IF, 1991; Paralaxes, id., 1994; Prontuário Ortográfico das IF (autor e redator principal) (1984), que introduziu no movimento reintegracionista grafias como “Castelão”, e que forneceu duas palavras específicas galegas para incorporar no Acordo da Ortografia Unificada, de Lisboa, 1990.
Valentim Paz-Andrade, pioneiro do reintegracionismo e do Acordo Ortográfico
Artigo de Carlos Durão no Portal Galego da Língua:
“No percurso recente do reintegracionismo galego e do apoio ao Acordo Ortográfico, o vulto galego Valentim Paz-Andrade (1898-1987), homenageado este ano no Dia das Letras Galegas, foi pioneiro e encorajador, para além das outras facetas da sua personalidade realmente multifacetada: jornalista, empresário, ensaísta, poeta, narrador, economista, advogado, político republicano, exilado.
Algumas destas facetas são salientadas repetidamente em meios informativos e institucionais galegos, mas, via de regra, não o seu importante papel no reintegracionismo contemporâneo e o seu impulso ao Acordo Ortográfico, hoje vigorado nos países lusófonos. (…)”
Entrevista Guerra da Cal a Carlos Durão
Desde o Portal Galego da Língua:
“Continuando com as entrevistas sobre Guerra da Cal realizadas o 11 de outubro de 2011, durante o Colóquio homenagem a Ernesto Guerra da Cal, o Prof. Carlos Durão, depois de proferir a palestra intitulada Guerra da Cal entre nós contou-nos como chegou a conhecer o autor de Futuro Imemorial e a manter com ele uma boa amizade em Londres. Carlos Durão, que participa ativamente na elaboração do Léxico da Galiza para a inclusão no Vocabulário Ortográfico Comum da língua portuguesa, explicou também outros aspectos da vida londrina como emigrante galego, como eram as emissões da BBC em galego e o Grupo de Trabalho Galego de Londres. Também deu a sua visão do silenciamento de Guerra da Cal nos meios oficiais da Galiza, e falou da importância da sua obra como impulsora do reintegracionismo atual. (…)”. A entrevista completa pode ser visualizada aqui.
Santiago: I Colóquio Guerra da Cal
A Academia Galega da Língua Portuguesa organiza o I Colóquio Guerra da Cal dentro dos atos do centenário do nascimento do professor ferrolano. O evento terá lugar os dias 11 e 12 de outubro em Santiago de Compostela, na Fundação Caixa Galicia com a participação de 20 oradores da Galiza, Portugal e Brasil. O Colóquio inclui-se no programa do centenário de homenagem ao professor ferrolano. As inscrições, gratuítas, podem realizar-se no endereço secretaria@academiagalega.org indicando nome, profissão, correio-e, endereço de contato e telefone. O programa é o seguinte:
3ª feira, 11 de outubro
1ª Sessão
– 10:00 h. Abertura do secretariado e entrega de materiais
– 10:30 h. Abertura do colóquio. José-Martinho Montero Santalha, Presidente da Academia Galega da Língua Portuguesa.
– 10:30-11:15 h. Orador 1: Joel Gomes: A amizade de Ernesto Guerra da Cal com Federico Garcia Lorca e os Seis Poemas Galegos. Debate posterior.
– 11:30-12:15 h. Orador 2: Carlos Durão: Guerra da Cal entre nós. Debate posterior.
– 13:00-13:45 h. Orador 3: Enric Ucelay-Da Cal: Uma lembrança em três episódios. Debate posterior.
2ª Sessão
– 17:00-17:45 h. Orador 4: Maria do Carmo Henríquez Salido: Ernesto Guerra da Cal ao longe. Debate posterior.
– 18:00-18:45 h. Orador 5: Xosé Luís Franco Grande: A poesia de Guerra da Cal. Debate posterior.
– 19:00-19:45 h. Orador 6: José Luís Do Pico Orjais: Ernesto Guerra da Cal e a Música. Debate posterior.
– 20:00 h. Encerramento da Sessão.
4ª feira, 12 de outubro
3ª Sessão (III Seminário de Lexicologia)
– 10:00 h. Abertura do secretariado.
– 10:30-11:45 h. Orador 7: José-Martinho Montero Santalha: Problemática do léxico galego. Debate posterior.
– 11:30-12:15 h. Orador 8: Evanildo Bechara: Acordo Ortográfico: O interior e o exterior. Debate posterior.
– 13:00-13:45 h. Orador 9: João Malaca Casteleiro: A norma galega do português e a Lusofonia. Debate posterior.
4ª Sessão (III Seminário de Lexicologia)
– 16:15-17:00 h. Orador 10: José Pedro Ferreira: O Vocabulário Ortográfico do Português: critérios, ferramentas e resultados. Debate posterior.
– 17:15-18:00 h. Mesa redonda 1: Léxico da Galiza, Dicionário Estraviz, Perspetivas da Norma Galega do Português. Participantes: Isaac Alonso Estraviz, Carlos Durão, António Gil Hernández. Debate posterior.
– 18:15-19:15 h. Mesa redonda 2: Apresentação do Arquivo Digital da AGLP. Lançamento de publicações da Coleção Clássicos da Galiza: Queixumes dos Pinhos, edição de Ângelo Brea e Cantos Lusófonos, edição de José Luís do Pico Orjais; Boletim da AGLP, n.º 4. Participantes: Ângelo Brea, Ernesto V. Souza, Vítor Lourenço, Celso Álvarez Cáccamo. Debate posterior.
– 19:30 h. Encerramento do colóquio.
Reseña posterior de Carlos Durão aquí (agradecemos ao autor o envío da información).