Carlos Taibo: “Para mim o Porto é, por muitos conceitos, uma vila galega”

Entrevista de Valentim Fagim a Carlos Taibo no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): O nosso Porto não é um guia para percursos pola cidade. O que é então? Vai-nos encorajar a calcorrear a cidade invicta?
– Carlos Taibo (CT): É uma interpretação pessoal da cidade que, com um pouco de ousadia, pode servir também de introdução ao que esta é. Ainda que sejam muitos os galegos que visitam o Porto cada ano, nas livrarias da Corunha, de Compostela ou de Vigo não tem sentido buscar uma monografia sobre o Porto. Com muita sorte, o que o livreiro oferecerá será um breve texto, em espanhol, que permite programar um fim de semana na cidade. Eu espero ter contribuído com um ensaio que permite compreender melhor o significado do lugar que visitamos. Creio que não é pouco.
– PGL: Entre os capítulos do livro, destacaria, pessoalmente, o desenvolvimento da cidade, a cidade contestatária, a turistificação, clima, comida e língua e a Galiza é o Porto. Este é um livro idealizado para leitoras da Galiza. Imaginas um leitor português? Como o encorajarias a ler o texto?
– CT: A tarefa é difícil, entre outras razões porque o que anotei há um momento sobre as livrarias galegas não pode dizer-se das portuguesas, e nomeadamente das portuenses. Há muitas monografias sobre a cidade. Mas, mesmo assim, o leitor, ou a leitora, português pode encontrar nas páginas do livro uma introdução ao Porto, uma visão singular no que diz respeito a algumas matérias precisas como as que mencionas e, também, e naturalmente, umas maravilhosas fotografias. (…)”

Susana Sanches Arins: “Unha das cousas máis interesantes da infancia é como lidamos cos medos”

Entrevista a Susana Sanches Arins no Zig-zag da Televisión de Galicia:
“As cinco corujas protagonistas deste libro andan a aprender a arte do voo. Adoitan estar sempre xuntas e están extremadamente atentas, cos ollos ben abertos. Unha desas Cinco corujas é a autora do libro, Susana Sanches Arins, que nos devolve a unha infancia e unha realidade que moitas vivimos. No seu caso, no Foxo, na casa do mestre. A entrevista pode verse aquí.”

Susana Sanches Arins: “As cinco corujas são cinco crianças que crescem juntas, na insignificância aparente de ser menores”

Entrevista de Xiao Somoça a Susana Sanches Arins no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Cinco corujas. Que esconde este nome, quem som estas cinco corujas?
– Susana Sanches Arins (SA): As cinco corujas são cinco crianças que crescem juntas, que competem polo alimento, que se dão calor com as penugens, umas vezes, e cotoveladas para ganhar espaço outras, arremoinhadas como estão no ninho. É a imagem que me vem à cabeça quando penso em mim e as minhas irmãs e irmãos. Somos cinco, todes seguidinhes, e botamos a infância partilhando, obrigadamente, jogos e pelejas. Essa infância em comum e numa aldeia da Galiza era o que inicialmente me apetecia narrar. Os relatos têm todos esse elemento unificador: umas raparigas a crescer na aldeia do Fojo.
As corujas são também animais observadores. Têm esses olhos enormes, que são um instrumento maravilhoso para atender ao mundo, agachadas no toco do carvalho, na insignificância aparente de ser menores. Os meus olhos são míopes e presbícicos, mas sempre gostaram de olhar o mundo e tomar notas, olhar o mundo e tomar notas.
– PGL: Nas Cinco corujas há pequenas histórias que nos contam um mundo íntimo e por momentos entranhável. Quanto de certo há da Susana Arins miúda?
– SA: Nem ideia. É provável que eu escrevesse estas estórias para tentar perceber a Susana miúda. É mais, acho que a percebo melhor, e não graças ao processo de escrita mas ao de organização do livro. Foi escolhendo os relatos, o seu lugar no volume, a sua combinação com os poemas, que cai na conta de que a imagem da coruja dava bem com a meninha que eu fui.
Acho que tanto o poema que inicia o livro (A sega) como o relato d’A Corva, a compostora de Pardemarim (Sala de espera) dão a ideia do que queria contar: as vidas de umas crianças pampas no limite entre o mundo tradicional e a aculturação da modernidade. Umas crianças que não acabam de perceber o mundo em que vivem porque lhes falta a conexão, filhas que são já do capitalismo, desertoras do arado que são (ou querem ser) as suas famílias. O que não sei é se isso é exatamente entranhável (risos). Não deixam de ser as testemunhas da desaparição de todo um mundo cultural e social. (…)”

Pontevedra: Culturgal 2023, actividades do 3 de decembro

Este é o programa do Culturgal 2023. As actividades do 3 de decembro son:

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