Teresa Moure: “Uma autora que abandona a literatura oficial para se situar nas margens não é amável”

EntrevistaTeresa Moure 2015 a Teresa Moure no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Não é habitual a génese da história ser parte da própria história. Porque este recurso em Ostrácia?
– Teresa Moure (TM): A cápsula do romance histórico está superada, acho. Que alguém sente a escrever sobre a vida e milagres de gentes do passado, embora calme a angústia do presente, tem um ar hagiográfico perigoso. Cada ano publicam-se centos de romances históricos que se, ademais, versam sobre mulheres apagadas da história, têm o público assegurado. Mas essa revisão pode ser mesmo reacionária; serve para deslocar-nos do presente, que é o que temos a obrigação ética de mudar. Por isso, à hora de escrever sobre personagens «reais», e com alto valor simbólico, pensei que havia que romper o subgénero do romance histórico e deixar entrar as dúvidas de quem se está a documentar. Como há muita incerteza e falta de concordância entre as biografias de Inessa Armand e de Lenine, como é impossível, aliás, saber o que realmente aconteceu na sua intimidade, uma maneira de evitar que o romance exigisse uma erudita leitura historiográfica era introduzir no relato os próprios problemas que teria uma autora à hora de empreender o seu trabalho. Isso evita a ótica omnisciente e concede profundidade ao assunto da receção, porque eu sabia que um romance sobre leninismo afastaria muit@s hipotétic@s leitor@s da Ostrácia. O leninismo não é amável. Uma autora que abandona a literatura oficial para se situar nas margens também não é. Sabendo que Ostrácia ia ser recebida e interpretada nesse contexto, pensei que estava obrigada a ter a coragem de contar tudo isso. E introduzi uma personagem parcialmente autobiográfica –em parte um piscar de olhos a quem conhece a autora– para assim situar-me à mesma altura de Lenine e Armand. Se eu ia farejar na sua intimidade, o qual é delicado, exibir umas supostas vulnerabilidades minhas era o único exercício eticamente coerente.
– PGL: Ostrácia é um «ajuste de contas» com a história que apaga ou, no mínimo, assombra a figura de Inessa Armand, mas também ajusta outras dívidas…
– TM: Sempre que um ser humano é interpretado como personagem, por intranscendente que for essa condição de personagem, passa por uma etiquetagem. As etiquetagens são preconceitos e, portanto, negativas. É bastante evidente que a Inessa Armand, com um pouco que se pesquise sobre ela, era uma mulher adiantada ao seu tempo. Após ter casado com um homem de certa posição social e ter quatro filhos com ele, após ter fundado algumas sociedades protofeministas, um dia deixa que a casa vá pelo ar simplesmente porque namora… do seu cunhado, treze anos mais jovem do que ela. E vai embora com ele, mantendo os filhos e filhas consigo e conservando sempre uma magnífica amizade e cumplicidade com quem fora o seu marido. Mas torna-se numa mulher de péssima reputação, ao conviver com Volódia, numa relação que se manterá até a morte dele. Nessa época entra a fazer parte do partido Social-Democrata e tem uma atividade política de escassa intensidade, do ponto de vista revolucionário –na sua casa imprimia-se propaganda marxista e organizavam-se reuniões anti-czaristas, não muito mais–. Porém, isto é suficiente para a Okhrana, a polícia czarista, a enviar quatro anos para Mezem, como desterrada, como presa política. Só depois de todos estes episódios é que conhece Lenine e inicia essa relação que se narra em Ostrácia. Embora desempenhe importantes cargos na cúpula bolchevique e no governo revolucionário, Inessa Armand apenas vai ser conhecida, e pouco, como «a amante de Lenine». Não se trata, então, de que eu pretendesse fazer uma leitura em chave feminista, onde se revisasse a sua importância na história da revolução russa; a sua condição de deliberadamente esquecida está fora de dúvida. Foi apagada conscientemente no período estalinista para não sujar a imagem de Lenine. Mas ao narrar e atrever-me a romper a cápsula do género de que falávamos antes, saíam algumas conexões engraçadas entre a Inessa e eu, biográficas e psicológicas, e eu notava essa identificação. Inessa teria desejado uma segunda oportunidade, teria desejado, acho, que não só lhe correspondesse fazer os trabalhos sujos da política, e também que Lenine rompesse com a Nádia por ela. E a autora inevitavelmente via-se obrigada, à medida que reconstruia o relato histórico, a pensar em si própria como autora que estava a dar uma segunda oportunidade ao romance histórico com protagonista feminino e tinha, para ser tão coerente como a Inessa, que explicar a sua posição frente a algum texto que escrevera, de que não renegava em absoluto, mas que fora incorretamente etiquetado como «narrativa histórica feminina».
Eu escrevi Herba Moura e continuo a identificar-me com esse texto. Mas também tenho que enfrentar a realidade: nunca me será permitido nesta sociedade escrever outro texto que seja considerado «tão bom como» Herba Moura. Por ser reintegracionista, evidentemente, percebo como o que escrevo agora tem muitas mais dificuldades para se abrir passagem. Agora a minha escrita pertence a uma dissidência política que já tem nome. Está bem: era algo que assumi quando decidi vir para o lado escuro das normativas ortográficas. Não posso concorrer a prémios porque cometo o delito de escrever com «nh», que é um delito coletivo de todo o reintegracionismo, mas no meu caso tem o agravante de ter renunciado a uma certa consideração oficial. Não é assim tão fácil agora ser traduzida nem participar dos saraus da cultura, embora também não estou a chorar: o movimento reintegracionista há de conseguir a sua visibilidade em pouco tempo. Mas provavelmente sucederia igual se não tivesse dado esse passo. Para além de Herba Moura, publiquei outras 20 obras, por isso é estranho para mim quando chego a um sítio e sou mencionada como a autora desse romance, como se o texto me tivesse devorado… É que todo o pessoal gosta de romances histórico-feministas? Estranho! Outros textos mais elaborados, traduzidos também a outras línguas, não são mencionados nunca. Não gosto, por recato, de expor este tipo de dados mas é possível que o reintegracionismo precise fazer análises detalhadas e agora que o Mário Herrero está a ser tão valente, vou tentar apoiar a sua reivindicação sem falso pudor. Sou a autora de Herba Moura, mesmo se publiquei em todos os géneros literários, se me dediquei por duas vezes a um género tão pouco tratado por autoras femininas como o teatro, se uma obra de teatro minha para além de vários prémios, conseguiu ter toda uma temporada de representações continuadas em muitas vilas galegas a cargo duma companhia prestigiosa como Teatro do Atlántico ou se escrevi seis ensaios, dois deles ganhadores do único prémio de ensaio em galego. Se esse apagamento do resto do que estou a escrever fosse por um assunto de qualidade, ficaria descansada. Mas é que Herba Moura gostou porque recebeu uma leitura domesticada, como se fosse politicamente correto aceitar alguma vez um romance alternativo em chave moderadamente feminista, quando a meu ver as distintas edições, não necessariamente a de Xerais, foram acusando uma castração que pode comprovar-se no desenho da capa, no título ou na mutilação parcial do texto nas diferentes traduções; algo que a crítica, superficial, contribuiu a acrescentar. Havia razões para revistar o meu ponto de vista que alerta contra as censuras do nosso sistema literário e contra as suas manipulações. Finalmente, tentar que seja aceite o próprio ponto de vista é uma tática leninista. Há uns dias saiu uma crítica de Ostrácia onde o caro Mário Regueira declarava que eu tentava impor a minha leitura sobre a tensão da receção. Era atinado. Mas surpreendia-me que Regueira não advertisse o jogo: se escreves sobre Leninismo, tens que procurar essa hegemonia: erradicar os mencheviques. Não ficava outra possibilidade; fazia parte do projeto como jogo literário. (…)”

VI Certame Curtas para Rosalía

BASES DO VI CERTAME CURTAS PARA ROSALÍA

1.- ORGANIZACIÓN
OVI-CERTAME-DE-CURTAS-700x400 Certame de curtametraxes “Curtas para Rosalía” é un evento organizado e xestionado pola Asociación Socio-Pedagóxica Galega. Con tal motivo a AS-PG designará unha Comisión Organizadora encargada de recepcionar as obras, avaliar a súa adecuación ás bases, promocionar o certame e organizar as galas de entrega de premios e, se for o caso, resolver e decidir sobre calquera outro aspecto non previsto nas presentes bases. Así mesmo, a AS-PG designará un Xurado que estará formado por persoas relevantes do mundo da cultura galega e do audiovisual. Tanto a composición da Comisión Organizadora como a do Xurado faranse públicos no enderezo web: http://bitaculas.as-pg.gal na entrada Curtas para Rosalía. Nin os membros do xurado nin da Comisión organizadora poderán participar no Certame. Nesta VI edición o Certame Curtas para Rosalía conta coa colaboración do Concello da Coruña.
2.- TEMÁTICA
A primeira edición deste certame tivo como motivo central a figura de Rosalía de Castro no 125 aniversario do seu falecemento. No 2013 celebramos o 150 aniversario da publicación de Cantares Gallegos (Vigo 1863), obra fundacional do Rexurdimento das letras galegas.
Resulta evidente que as potencialidades que se agochan na obra de Rosalía deben seguir sendo descubertas xa que o mundo rosaliano é aínda un mundo revelador e con propostas clarificadoras para hoxe. Sendo Rosalía de Castro a figura máis representativa da Literatura Galega, desde a organización deste certame entendemos que homenaxear a Rosalía é homenaxear e divulgar a Literatura Galega. Polo tanto aquelas persoas que queiran presentar obras a este certame poderán facelo atendendo a un dos seguintes criterios:
1.- Obras cuxa temática xeral sexa a persoa de Rosalía de Castro, as súas obras ou algún elemento que destaque a súa vida, traballo ou calquera outro punto de interese da escritora como tal ou do seu contorno.
2.-. Tamén se poderán presentar a este Certame curtas cuxa temática se centre, interprete ou explore calquera texto de calquera época da Literatura Galega ou da súa tradición oral.
3º NORMAS DE PARTICIPACIÓN
1. Poderán optar aos premios os traballos rodados en calquera sistema de gravación (cine, vídeo, outros).
2. As obras presentadas terán que ser presentadas en soporte DVD e recepcionadas antes das 14 horas do día 31 de marzo no local da AS-PG, enderezo postal que figura no apartado 4 destas bases, acompañadas da documentación que neste mesmo apartado 4 se solicita.
3. A duración non excederá en ningún caso os 30 minutos, créditos incluídos.
4. O idioma (audio e texto) das obras presentadas será o Galego, non admitíndose ningún outro agás para a incorporación de textos de Rosalía. Neste caso poderá incorporarse no idioma en que foron redixidos.
5. Cada participante poderá presentar un máximo de tres obras.
6. As obras presentadas deberán ir acompañadas da súa correspondente ficha de inscrición (anexo 1), xunto co fotocopia de DNI da persoa de representación da curtametraxe e fotocopia de DNI do realizador ou realizadora ou director ou directora da obra.
7. No web da AS-PG, concretamente no espazo: http://bitaculas.as-pg.com serán publicados os títulos e a ficha técnica das curtas admitidas a concurso. Así mesmo, serán publicadas as obras finalistas en cada categoría. As obras admitidas poderán ser emitidas naqueles actos organizados para a promoción do festival, sempre sen ánimo de lucro. As curtas finalistas serán proxectadas na Gala de Entrega de Premios.
8. Coincide esta VI edición de Curtas para Rosalía con dous feitos de relevancia, o nomeamento do escritor Manuel María como autor ao que se lle dedica o día das Letras Galegas 2016, colaborador habitual da AS-PG participou nas actividades de formación da Asociación ao longo de vinte e sete anos consecutivos de forma desinteresada e en todas as convocatorias e actividades que tiñan a ver coa normalización do idioma, e o centenario da fundación das Irmandades da Fala, feito decisivo na historia político-social e literaria do país.
Desde a AS-PG pretendemos que tamén o Certame CURTAS PARA ROSALÍA contribúa a esta dupla celebración establecendo os seguintes categorías nos premios:
a) Premio á mellor Curta da VI edición.
b) Premio á mellor Curtametraxe cuxa temática se centre, interprete ou explore a obra do escritor Manuel María.
c) Premio á mellor curta cuxa temática sexan as Irmandades da Fala ou se centre nalgún dos seus membros, tendo que abordar necesariamente a práctica literaria do idioma, obxectivo prioritario no ideario das Irmandades e base central deste Certame.
O xurado designará un máximo de tres obras finalistas en cada unha das categoría. Entre eses finalistas estará a gañadora de cada categoría.
O premio á mellor curta da VI edición pode ser acumulativo co premio á mellor curta de calquera das outras dúas categorías.
9. As obras gañadoras daranse a coñecer na Gala de entrega de premios que terá lugar no Teatro Rosalía de Castro da Coruña, en data que se publicará na páxina web da AS-PG (Finais de abril). Nesta gala é obrigada a presenza, en representación das obras, dalgún dos membros das curtas finalistas. A non presentación será motivo da perda do importe económico do premio (no caso de a obra resultar premiada), mais non do premio en si.
10. Responsabilidades legais. O/a concursante será único responsable da súa curtametraxe. A organización do certame declina toda a responsabilidade da curta e o seu contido sobre o/a participante.
11. O material enviado ao inscribirse non será devolto.
4º INSCRICIÓN
A inscrición será realizada polo director, directora, produtor, produtora ou calquera membro responsábel da obra que pretenda concursar e constará de dúas fases:
1.- Na primeira fase o director/a, produtor/a ou calquera membro responsábel da obra, enviará un correo electrónico informacion@as-pg.com no que constará nome e apelidos e unha forma de contacto, preferibelmente correo electrónico, e manifestará a intención de participar no certame. Esta preinscrición, que é gratuíta, haberá de se facer antes do día 7 de marzo de 2016, ten como finalidade poder comunicar calquera modificación, ampliación ou variación dalgún dos conceptos que aparecen nestas bases, tal e como se recolle na base 7.
2.- Na inscrición e recepción definitiva, até as 14 horas do día 31 de marzo de 2016, os/as participantes deberán enviar a seguinte documentación:
* DVD (en formato dvd_vídeo, .mov, ou mp4) con copia do filme ou filmes que optan ao certame.
* Ficha de inscrición (Anexo 1) con todos os campos cubertos. No caso de presentar máis dunha obra deberá enviar tantas fichas como obras.
* Fotocopia do DNI da persoa que representa a obra
* Fotocopia do DNI do realizador ou realizadora ou director ou directora da obra
Os traballos deberán enviarse ou presentarse no seguinte enderezo:
Asociación Socio-­Pedagóxica Galega
VI Certame Curtas para Rosalía
Rúa Laracha, 9 ­baixo
15.010 A Coruña
Os gastos de envío das obras presentadas correrán a cargo dos participantes.
5º. XURADO
A AS-PG, como entidade organizadora deste evento, nomeará un xurado encargado de valorar as obras. O xurado estará composto por persoas de recoñecido prestixio no mundo da cultura e do audiovisual. No seu momento publicarase na páxina web da asociación a relación de membros do xurado. O ditame do xurado será inapelable.
6º PREMIOS
A organización do VI Certame Curtas para Rosalía establece tres categorías:
1. Premio á mellor curta da VI edición de Curtas para Rosalía dotado de 1.000€ + Diploma.
2. Premio á mellor curta Manuel María dotado de 1.000€ + Diploma.
3. Premio á mellor curta Irmandades da Fala dotado de 1.000€ + Diploma.
Os premios serán entregados na Gala de Clausura.
7º RESPONSABILIDADE
A participación neste certame supón a aceptación plena destas bases por parte de cada participante. Calquera cuestión referida á interpretación e aclaración das bases corresponde á Organización, non cabendo contra ela ningunha reclamación.

A Coruña, 2 de decembro de 2015″

Xa está dispoñible a Axenda Feminista 2016 do Observatorio da Mariña pola Igualdade dedicada ás científicas galegas

Comotapa axenda feminista 2016 vén sendo habitual por estas datas, o Observatorio da Mariña pola Igualdade ven de editar a Axenda Feminista 2016 que xa está dispoñible en diferentes puntos de venta.
Non podía faltar este clásico do Observatorio que xa vai pola súa sexta edición e que, un ano máis, escolle a 12 mulleres para protagonizala. Se en anos anteriores a Axenda Feminista se centrou máis en ámbitos cultuais e se dedicou ás músicas, escritoras, teatreiras ou poetas galegas, para este 2016 que está a piques de comezar o Observatorio quere valorar e visibilizar o traballo de 12 científicas, unha por cada mes do ano. Mulleres galegas ou mulleres vencelladas a Galiza, que dende os seus proxectos de investigación contribúen día a día a mellorar as nosas vidas.
Ben poucas áreas de traballo levan contribuído tanto ao avance da sociedade como a ciencia e a tecnoloxía e, se moitas veces eses cambios sociais non adoitan recibir o recoñecemento social que se merecen, a invisibilización é moito maior cando se trata de mulleres. Moitas delas acadaron grandes logros que non sempre foron recoñecidos na súa xusta medida, e é por iso que desde o Observatorio da Mariña pola Igualdade queremos render a nosa pequena homenaxe a todas esas mulleres, ás pioneiras que abriron o camiño como María Sklodowska Curie, Lise Meitner ou Rosalind Elsie Franklin, como ás que seguiron.
Para o Observatorio da Mariña pola Igualdade é unha honra contar cos textos que escribiron expresamente para a Axenda Feminista 2016 de Vanessa Valedeiglesias García (Toxicoloxía Xenética), Josefina Ling Ling (Astronomía e Astrofísica), Aida Fernández Ríos (Bioloxía Mariña), África González Fernández (Inmunoloxía), Sonia Villapol Salgado (Neuroloxía), Alicia Estévez Toranzo (Microbioloxía e Parasitoloxía), Mª Isabel Fernández García (Química Inorgánica), Gloria Revilla López (Fisioloxía Vexetal), Elena Vázquez Abal (Xeometría e Topoloxía), Susana Martínez Conde (Neuroloxía), Ana Mª González Noya (Química Inorgánica) e Mª Isabel Loza García (Farmacoloxía). Son Elas na ciencia e acompañarannos no 2016, cada unha na súa especialidade, cada mes do ano. Sigue lendo

O poeta galego Alexandre Brea Rodríguez, entre as persoas gañadoras do Concurso para poetas de 18 a 30 anos para participar na antoloxía Emergente – Novos Poetas Lusófonos

“Foram Emergenteanunciados esta sexta-feira os vencedores do concurso para a antologia Emergente – Novos Poetas Lusófonos, uma iniciativa de promoção à publicação de novos autores de poesia lusófona, idealizada pelo escritor Samuel Pimenta e organizada em parceria com a editora Livros de Ontem.
“Nesta primeira edição do concurso, tivemos mais de 100 participações, oriundas de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique e Cabo Verde”, explica Samuel Pimenta, presidente de júri. “Para uma primeira edição, o balanço de participações é muito bom, uma vez que, nos dois meses de convocatória, contámos com o apoio de diversas instituições lusófonas, que nos ajudaram com a divulgação do concurso. Na segunda edição, queremos que o nível de adesão seja superior. Afinal, somos mais de 244 milhões a falar português e as oportunidades de publicação para novos autores não são muito abundantes. A Emergente procura preencher essa lacuna”, acrescenta.
Da selecção do júri, saíram vencedores 12 jovens poetas: Alexandre Brea Rodríguez, da Galiza; Ana Cunha, Ariana Rupp, David Erlich, Diogo Godinho, Eduarda Barata, Iago Vendrell, João Paulo Coelho e Margarida Gordon, de Portugal; Rodrigo Domit e Vanessa C. Rodrigues, do Brasil; e Kussu Kappo, de Angola. Além de Samuel Pimenta, constituíram o júri, nesta edição, João Batista, editor da Livros de Ontem, e Ana Paula Tavares, escritora angolana que, nos últimos anos, tem integrado, também, o júri que atribui o Prémio José Saramago.
“Esperamos que, para os 12 vencedores, esta oportunidade seja uma alavanca para se afirmarem no meio literário lusófono. Procurámos que as nossas escolhas reflectissem a diversidade com que se escreve poesia em português. E as novas gerações estão a escrever muito bem”, diz João Batista, editor da Livros de Ontem.
A publicação da antologia Emergente – Novos Poetas Lusófonos está agendada para Fevereiro de 2016, onde se fará a sessão pública de apresentação dos novos poetas.
Até lá, pode apoiar ou saber mais sobre o projecto aqui.”

Manuel Rivas: “A literatura está na xente: sei de campesiñas que falan como personaxes de Homero”

EntrevistaManuel Rivas a Manuel Rivas en La Opinión:
“(…) – La Opinión (LO): Como arranca o libro [O último día de Terranova]?
– Manuel Rivas (MR): No outono do 2014, co narrador e propietario da librería, ante un ultimato por desafiuzamento. Esta novela é unha rebelión das palabras para que se escriba a historia. As palabras rebélanselle dentro e empeza a historia de Terranova, que vén ser a historia dunha Odisea: hai continuos naufraxios e atrancos para que non chegue ao lugar da memoria. O pai do narrador, un dos fundadores da librería, era un catedrático de Grego na República que foi depurado, o home que máis sabía de Ulises do mundo.
– LO: A librería chámase Terranova, un nome moi simbólico.
– MR: A fonte económica que fai posible abrir a librería na posguerra son os aforros dun un pescador, o avó do narrador, un dos pioneiros en Terranova e con moi boa man para arrincar o fígado ao bacallau.
– LO: Repítese na súa obra a ollada ao esforzo dos devanceiros.
– MR: Claro. Non é tanto unha ollada ao pasado, senón que o rescate desa xente que protagonizou e encarnou a esperanza é necesario para seguir respirando. Tamén está moi presente a idea de saudade. O pai do narrador é máis racionalista e di que a saudade é unha carallada. E o tío do narrador encarna a marxinación, defínese como surrealista saudosista, porque para el a saudade é o desexo do que non tes aínda.
– LO: A librería é só unha tenda ou un espazo de reunión social, de protección da cultura, de refuxio para os inquedos politicamente?
– MR: Ese é o trazo fundamental de Terranova. Na ditadura é un espazo de refuxio da cultura. Hai un personaxe que semella invención, pero o que semella máis inventado é o máis real: o capitán Canzani, un marino mercante arxentino, poeta e moi amigo dos exiliados galegos que traía libros aquí, camuflados. Terranova é un refuxio que sobrevive a moitos naufraxios de diferente tipo. O que constitúe unha cidade e lle dá personalidade son os lugares, as librerías, as tabernas, as asociacións de veciños, unha coral, onde exista emoción, memoria e o contacto presencial entre iguais. Iso tivo a importancia cun réxime totalitario e segue a tela hoxe cando están a desaparecer os lugares porque estamos metidos nunha especie de gran mall, de superficie comercial. Avanza pola cidade un baleiro. (…)
– LO: Son moi importantes os lugares mentais?
– MR: Para min, a novela é unha mestura do real e o imaxinario. Esta é unha obra bastante tranxenérica, bastante queer, cunha historia de serie negra… Toda a xente ten varias caras, como na vida; todos os personaxes son tamén uns como dobres dos outros, complementarios. Tamén é un encontro coa cultura oral, popular. Hai tamén un espazo rural que se converte noutro refuxio. Só sabe que existe a aldea a xente que vive alí (ri).
– LO: A literatura sérvelle para interpretar a vida?
– MR: Totalmente. Escoito conversas no mercado ou no bus e paréceme que están falando Vladimir e Estragón de Becket. Coñezo a mulleres campesiñas que falan como os personaxes de Homero ou Shakespeare. A boca da literatura está nos libros pero tamén na xente que pelexa coa historia, as voces baixas, a xente que non quere dominar. A memoria está nos libros pero tamén na imaxinación popular. Hoxe un estudante pode chegar ao final do Bacharelato e non ter unha relación verdadeira coa literatura. Isto é algo dramático, porque é a ferramenta que nos ensina a pensar, sentir e ver, e non hai outra que a sustitúa. O ensino non debe ser acumular coñecementos, iso faino un software, senón aprender a pensar e sentir.”

Helena Villar Janeiro nomeada Socia de Honra de GÁLIX

ReunidaHelena Villar en Santiago de Compostela, a xunta directiva de GÁLIX decidiu por unanimidade nomear Socia de Honra 2015 á escritora Helena Villar Janeiro.
A entrega do galardón terá lugar o día 9 de decembro ás 13:30 h. nun acto escolar aberto ao público no IES Xelmírez I de Santiago de Compostela, centro no que a homenaxeada exerceu a docencia.
A escritora María Solar realizará a correspondente laudatio. Despois, o alumnado do centro participará coa lectura de textos de Helena Villar Janeiro e manterá con ela un diálogo sobre a súa obra e vivencias no centro escolar. Logo da resposta da homenaxeada á laudatio, o presidente de GÁLIX fará entrega da escultura, deseño de Noemí López, que acredita o nomeamento.
En anteriores edicións, foron declarados Socios de Honra os autores de literatura infantil e xuvenil Xavier Senín, Xosé Neira Vilas, Agustín Fernández Paz, Fina Casalderrey e Xoán Babarro.

Santiago de Compostela, 19 de novembro de 2015

Eva Moreda: “Unha das grandezas da literatura é que dá cabida á contradición”

EntrevistaEva Moreda de Carlos Loureiro a Eva Moreda en Noticieiro Galego:
“(…) – Noticieiro Galego (NG): Dende moi nova a emigración formou parte da túa vida… ti mesma escribiches verbo deste feito… Que supuxo para a túa literatura esta realidade persoal?
– Eva Moreda (EM): A emigración foi o mellor que me pasou na miña vida adulta. Transformou para ben a miña vida e a min mesma ata uns extremos que non podía nin soñar. Pero penso na literatura e, a primeira vista, o balance semella ser máis ambiguo. Anos en que a penas escribín ao comezo da miña experiencia migratoria; agora ando na aventura de escribir nunha lingua estranxeira e imaxino que iso tardará tempo en dar os seus froitos, se os dá. Espero, que a longo prazo, o resultado sexa tan positivo e transformador coma o foi sobre o resto de aspectos da miña vida. (…)
– NG: E, de novo, a voz feminina, a visión feminina… Compromiso feminista?
– EM: Considérome feminista pero non sei ata que punto a miña literatura o é, supoño que na medida en que reflicte preocupacións de meu. A Veiga foi, con Organoloxía, o meu intento máis obvio de escribir unha historia declaradamente feminista, pero creo que cansei axiña diso. Para min, unha das grandezas da literatura é que dá cabida á contradición dun xeito que o ensaio non o fai, e isto, penso eu, non casa ben con facer literatura de tese. Por exemplo, hai pouco decateime de que nos últimos tempos teño escrito varias pezas sobre mulleres de dereitas, e non foi algo deliberado, pero, a posteriori, ten moita lóxica, porque me permite verme de fronte coas miñas contradiccións e as de outros e mirar atentamente unha parte do mundo, unha parte da sociedade, á que se cadra non podería mirar con tanta atención fóra da literatura. (…)
– NG: Na literatura cobran peso a imaxinación e loxicamente a propia vida… Que é máis importante para ti á hora de escribires, a propia vida, a sociedade da que te ves rodeada, ou a imaxinación que poida dar cobertura a esta realidade narrada?
– EM: As tres, e non sabería dicir cal é máis importante. A sociedade percibímola na nosa propia experiencia e o noso propio corpo, e a imaxinación literaria é o único que pode transformar esta experiencia en literatura. Gústame deixar esta imaxinación literaria libre, non actuar moito sobre ela, permitir que me sorprenda. (…)”