Chaves-Verín: Ponte Escrita. 2º Encontro Luso-Galaico de Escritores/as

Reseña sobre os actos sobre O Crânio de Castelao en Portugal

Por Montse Dopico en Magazine Cultural Galego:
“(…) Foi na apresentação em Lisboa deste folhetim policial, publicado pela Através. Lá estavam, além do Quico e de Ricardo Duarte, o representante da editora, Miguel R. Penas, e o coordenador do livro, Carlos Quiroga. Depois, o tour do Crânio de Castelao, -que Quiroga leva com ele num saquinho de veludo- continuou em Braga. E o dia 12 de março tem ainda mais uma viagem até a cooperativa livraria UNICEPE no Porto.
O custódio do caveira, Carlos Quiroga, foi o pai da ideia do folhetim. Há já muitos anos, em 1999, o então vereador em Compostela, Manuel Portas, solicitou ao departamento de português da Universidade de Santiago que elaborasse um evento cultural para a Capitalidade Europea da cultura de Santiago no ano 2000. Assim nasceu o Encontro Galego no Mundo Latim em Pó que, apesar das tentativas de boicote iniciais, chegou a celebrar-se e levou até a capital galega mais de 200 criadores e criadoras desde diferentes pontos da geografia da língua galego-portuguesa.
O entendimento e a amizade assim surgidos logo deu frutos. Os músicos programaram fazer um grande concerto juntos -antecipo do que depois foi o Cantos na Maré-. Os do teatro conceberam uma representação compartilhada. E Carlos estava ciumento. Por isso começou a pensar num livro colectivo. Naqueles meses, nos meios de comunicação social havia muitas notícias que faziam referência a um crescente mercado negro de ‘memorabilia corporea’, de contrabando de restos de pessoas que tinham sido famosas ou relevantes em vida. E qual o morto mais importante para os galegos e galegas que Afonso Daniel Castelao? E assim que começou a escrever uma história, a do roubo da caveira do próprio Castelao. (…)
O objectivo era que o folhetim se publicasse por entregas num jornal da Galiza, outro de Brasil e outro de Portugal. Mas volveram as censuras pela questão normativa e foi impossível. O projeto ficou na gaveta. Até que Bernardo Ajzenberg publicou um artigo na Folha de São Paulo em que reclamava a publicação do livro. Quiroga retomou o tema, e enviou um original com os relatos a Miguel Penas para testar se a AGAL e a Através teriam interesse em editar a obra. Entre ambos coordenaram o volume com a cumplicidade Marta Macias -também da editora- para transformar em livro os textos dos próprios Carlos Quiroga, Quico Cadaval, Miguel Miranda e Bernardo Ajzenberg, e também dos galegos Antón Lopo, Suso de Toro, Xavier Queipo e Xurxo Souto, do português Possidónio Cachapa, do cabo-verdiano Germano Almeida e do timorense Luís Cardoso. (…)”

Homenagem da literatura portuguesa a Rosalía. Rosa a rosa

Desde Sermos Galiza:
“A primeira obra literária da nossa Renascença viu a luz há um século e meio. Nela o povo galego viu-se no espelho com as suas festas e desgraças, paisagem e alma. Cantares Gallegos foi um extraordinário exercício linguístico e literário que desconhecendo o passado não só tratou de converter o galego em língua poética e reivindicar o seu uso, tremendo esforço para a época e realizado por uma mulher num contexto de intensa subalternidade feminina. Mas excedeu ainda a gesta com uma defesa do ser galego diante das províncias castelhanas, na redescoberta da nossa própria identidade.
Não admira, pois, que os versos de Rosalia de Castro, a filha ilegítima nascida na madrugada de 23 para 24 de Fevereiro de 1837, corressem de boca em boca, primeiro na Galiza e na Argentina, depois por toda a parte onde havia galegos, ficando como a primeira enciclopédia dos nossos sentimentos e modos de ser. Também não admira que neste 2013 em todas as escolas do país houvesse lembranças. E homenagens mais solenes. Outras diferentes ou inesperadas. Como a promovida durante o maior encontro de escritor@s de Expressão Ibérica de Portugal, as Correntes d’Escritas da Póvoa de Varzim, no dia 23 de Fevereiro e em paralelo à clausura. Manuel Jorge Marmelo, Rui Sousa, Ivo Machado, Maria do Rosário Pedreira, Luís Carlos Patraquim, Michael Kegler, Sara Figueiredo, Cláudia Ribeiro, Hélia Correia, Manuela Ribeiro, Possidónio Cachapa e João Tordo, foram ler dois versos cada, da parte IV do conhecido poema A Gaita Galega, a convite de Carlos Quiroga, que os gravou à hora do café e durante a tarde. Montou depois neste vídeo de dois minutos e 20 segundos, com música de gaita e cenas da manifestação compostelana do dia 3 –a condizer com o texto.”