Feira do Libro da Coruña 2021: actividades destacadas do 3 de agosto

O 3 de agosto continúa a Feira do Libro da Coruña (nos Xardíns de Méndez Núñez, s/n.), organizada pola Federación de Librarías de Galicia, con horarios de 11:00 a 14:00 h. e de 18:00 a 22:00 h., cos seguintes actos literarios destacados dentro do seu programa para este día:

18:00 h. Contacontos e sinatura de As formiguiñas fiandeiras, de Victoria García e Laura Cortés, publicado por Hércules.
18:30 h. Presentación conxunta de E continuaremos a contar, de Paula Carballeira, e Guitarra Galega, de Isabel Rei Samartim, publicados por Através. Con Tiago Alves Costa.
19:30 h. Presentación cruzada de Os corpos invisibles, de Emma Pedreira e santoamaro, de Antonio M. Fraga, publicados por Xerais.
19:30 h. Paula Carballeira e Isabel Rei Samartim asinan exemplares das súas obras.
19:30 h. Pilar García Rego asina Humanario, publicado por Galaxia.
20:30 h. Sinatura de obras de Antonio M. Fraga e Emma Pedreira.
20:30 h. Presentación de Un ano no carballal. Dende a vida tradicional aos novos tempos no Courel, de Sonia María García, acompañada por Pablo Quintana, da Editorial Canela.

Paula Carballeira: “Somos umha sociedade que fala muito, narra pouco e escuta menos”

Entrevista de Lara Rozados a Paula Carballeira no Portal Galego da Língua:
“Paula Carballeira é umha das mais ativas narradoras orais da Galiza na atualidade. Além disso, é poeta, romancista, dramaturga, atriz e membro desde a sua formaçom da companhia Berrobambán. Recentemente publicou na Através Editora o seu ensaio, tam certeiro para os tempos em que vivemos, E continuaremos a contar. A narrativa oral como ato de visibilidade e sobrevivência. Sobre ele falamos nesta conversa.
– Portal Galego da Língua (PGL): De que doenças pode curar-nos continuarmos a contar? Da falta de escuta, por exemplo?
– Paula Carballeira (PC): A doença fundamental que cura continuar contando é o esquecimento. Para mim, umha das doenças mais perigosas. O esquecimento apaga a identidade, as lembranças, o aprendido, as alegrias e as tristezas. Contar oferece-nos um espaço de liberdade para que se ouça o que temos a dizer, as ficçons que criamos sobre a realidade que nos rodeia, o nosso ponto de vista, único e individual, umha ponte com a comunidade, com o imaginário coletivo. Contar afasta a soidade.
A escuta é um ato de rebeldia contra um ritmo marcado, o ritmo do consumo rápido do tempo, com a produtividade mal compreendida. Quando alguém ouve umha história, pára o relógio, rompe os limites, tam delimitados, das possibilidades que som factíveis apenas por imaginá-las. A escuta dá valor a quem fala, a quem cria, a quem brinca com as palavras, faz-nos sentir responsáveis polo que dizemos e para quem o dizemos. Ouvir demonstra respeito.
– PGL: Como é contar em tempos de pandemia? Quais som os grandes reptos?
– PC: Contar em tempos de pandemia é recuperar um espaço intangível, seguro e confortável onde esconjurar os medos. A comunicaçom direta, a presença da narradora ou narrador que cria umha história olhando nos olhos do público, fai-nos recuperar a capacidade de evocar, a ilusom. Cada vez que fago umha sessom de contos, recebo um enorme agradecimento, em voz alta ou no sentir.
As máscaras cobrem o rosto, escondem esses matizes gestuais que ajudam a conformar a informaçom de se a história é bem recebida, se há algumha interferência. Da perspetiva da narradora ou narrador, o “feedback”, a resposta, fica um pouco mais escura. A distância pode-se salvar amplificando a voz, favorecendo umha boa visibilidade. O poder sugestivo dos contos vence sem problemas os dois metros ou três da distância de segurança e as palavras tocam igual, com a sutileza de um sopro de ar. Porém, quando se conta com máscara, empobrece-se a transmissom oral. O facto de nom ver os lábios dificulta a compreensom e duplica o esforço de quem narra. É fundamental poder jogar com as pausas, os silêncios, os volumes, os gestos.
– PGL: Há algum conto / história / personagem que seja para ti como um talismam, que sintas que traz sorte? Ou “palavras mágicas”?
– PC: Os contos tradicionais tenhem para mim um forte componente simbólico. Uso-os para poder recriá-los segundo os meus interesses. Por diversos motivos, o conto do Capuchinho Vermelho acompanhou toda a minha vida e a história de Barbazul, nas suas diferentes versons, representa para mim o triunfo da inteligência sobre a brutalidade. As palavras mágicas só as uso em sessons com público infantil ou familiar, para expressar a importância dessa entrada no mundo das possibilidades infinitas.
– PGL: “É importante poder transmitir ficçons que nos resgatem da nossa luta contra os medos”, dis. Necessitamos contar para fazermos frente a todos estes discursos de medo em que vivemos na atualidade? E o discurso do esquecimento, também…
– PC: Acho que nesta sociedade em que vivemos o medo está a ganhar força, precisamente porque nom nos atrevemos a falar, a contar, a dar-lhe forma.
A partir do momento em que assumimos discursos alheios, nos quais nom nos fazemos perguntas, nos que simplesmente assentimos com a cabeça e procuramos proteger-nos sem saber de quê, adotamos umha postura defensiva. Do meu ponto de vista, a narraçom oral oferece umha postura construtiva. Distanciamo-nos dos medos, pomos-lhe nome e assim volvem-se abarcáveis.
Procurar as nossas palavras para os medos resgata-nos do anonimato e, ao mesmo tempo, oferece-nos respostas para as grandes perguntas, prováveis e improváveis.
Contando recriamos. Contando fazemos-nos ouvir, damos valor à nossa voz, nom deixamos que ninguém nos silencie. Contando procuramos um caminho alternativo.
– PGL: Somos umha sociedade que escuta?
– PC: Somos umha sociedade que fala muito, narra pouco e escuta menos.”

Vigo: actos destacados na Feira do Libro 2021 para o 5 de xullo

O 5 de xullo continúa a Feira do Libro de Vigo (na Rúa do Príncipe, con horario de 11:00 a 14:00 horas e de 17:00 a 21:00 h.), organizada pola Federación de Librarías de Galicia, cos seguintes actos literarios destacados para este día:

13:00 h. Paula Carballeira asina E continuaremos a contar, publicado por Através, e Pan con chocolate, publicado por Xerais.
18:00 h. Álex Alonso asina Granito, publicados por Xerais.
19:00 h. Moncho Iglesias asina Cheira, publicado por Através.
19:00 h. Aser Álvarez asina Anacos do rural, publicado por Arraianos.
20:00 h. Amadeo Cobas asina Só nin se ri nin se chora, publicado por Elvira.
20:00 h. Suso Bahamonde asina Instrucións para matar un oso, publicado por Belagua.

Tabela dos libros. Xuño de 2021

Desde o blogue Criticalia, de Armando Requeixo:
“Velaquí a nova Tabela dos Libros, que ofrece a lista de títulos que Francisco Martínez Bouzas, Inma Otero Varela, Mario Regueira, Montse Pena Presas e eu estimamos como máis recomendables entre os publicados nas últimas semanas.”

Paula Carballeira, autora de E continuaremos a contar:”Ser sincera é fundamental para unha narradora”

Entrevista a Paula Carballeira en Zig-zag:
E continuaremos a contar, de Através Editora, é un libro de lembranzas e reflexións sobre a narración oral. O ensaio estrutúrase capítulos curtos nos que a autora fala da súa experiencia como narradora oral desde 1992. A entrevista pode verse aquí.”