Crónica fotográfica da sesión final do Obradoiro de creación literaria, con Eva Mejuto: Escrita ilustrada

O Obradoiro de creación literaria, con Eva Mejuto: Escrita ilustrada foi unha iniciativa da Escola de Escritoras-es da AELG, coa colaboración do Pazo da Cultura e o patrocinio e colaboración do Concello de Pontevedra.

A derradeira sesión foi un fin de festa lúdico e literario, recitando contos e versos na Taberna do Jazz. Aquí deixamos algunhas das fotografías:

Susana Sánchez Arins: “Som ciente do lugar que ocupo e sei que não sou mainstream”

Entrevista de Mario Regueira a Susana Sánchez Arins en Sermos Galiza:
“(…) – Sermos Galiza (SG): Publicas [de]construçom no 2009 depois de ganhar com ele o Premio Nacional de Poesía Xosemaría Pérez Parallé. Como lembras aquele momento com a perspetiva duma década?
– Susana Sánchez Arins (SA): O Pérez Parallé para mim supôs poder publicar, eu que era inédita em todos os sentidos e nem sequer publicara em revistas. E foi muito importante poder começar assim, com um prémio prestigioso e numa editora da relevância de Espiral Maior. E é curioso porque desde aquela nunca mais precisei de recorrer a certames para poder publicar os meus livros, algo que para mim diz muito do próprio prémio e também do carinho que lhe tenho.
– SG: O facto de não publicares antes tem algo a ver com a norma ortográfica que escolheste para escrever?
– SA: Está relacionado, mas no meu caso também funcionou muito a auto-censura: “Não vou enviar nada porque da forma na que escrevo não o vão querer”. Também chegara a apresentar-me a outro certame antes com um outro livro transliterando o texto, mudando nh por ñ e assim. Não ganhei e fiquei tranquila por poder dizer: “Não é a norma, é que falta trabalhar os poemários, dar-lhes madurez”. O seguinte foi o livro com o que ganhei o Parallé e já o enviei com a atitude vital que mantenho hoje: “Vai na minha norma e se me querem que me queiram, e se não, eles o perdem”. Nesse sentido o Parallé quitou-me o medo, serviu-me para ver que se podia publicar, ainda que haja portas nas que nunca petei e sei que seguramente não se me abririam.
– SG: Como valoras a dia de hoje o estado da questão normativa do galego?
– SA: Penso que vamos polo bom caminho. Formo parte da AGAL, que agora aposta polo bi-normativismo, e ponho muitas vezes de exemplo a minha plaquette Carne da minha carne publicada há uns meses por Apiario. Tenho que dizer que com Apiario o tema da norma nem sequera veio à conversa, eu enviei assim e assim o publicaram. Outras editoras como Chan da Pólvora ou Laiovento também acolhem propostas assim e penso que só faltam as grandes casas editoriais galegas. E mesmo nestas há atitudes que mudaram nos últimos anos: como a parceria de Xerais com Através nos volumes Bolcheviques/Bolxeviques. Penso que esse é o caminho, pouco a pouco iram caindo os preconceitos, o panorama irá-se abrindo e também acabará por eliminar-se a regra da maior parte dos prémios literários que exige apresentar as obras em norma ILG-RAG. Bem podia ir mais rápido, mas acho que estamos nesse processo. E é certo que nos últimos dez anos avançamos muito. No 2009 foi notícia que [de]construçom estivesse em reintegrado, acho que era o primeiro livro do Pérez Parallé com o que acontecia e perguntavam por isso em todas as entrevistas. Porém, hoje já não é notícia que Carne da minha carne seja o primeiro livro que Apiario saca noutra norma, e isso é algo que me alegra. O caminho é que haja liberdade de escolha.
– SG: Nesse sentido, penso que tiveste uma experiência particular com o teu livro Seique.
– SA: Sim, é um livro que ultrapassou muito o âmbito do reintegracionismo e chegou a muitas pessoas, rompendo essa barreira do público restrito e militante. Fui com ele a clubes de leitura de adultos, de adolescentes, entrou em centros como leitura do alunado… tive muitos encontros sobre o livro. E o último que te perguntam as pessoas leitoras é por que há um lh no canto dum ll. De facto, houve quem me disse que, à hora de ler, tinha mais problemas com a escrita sem maiúsculas que com a norma ortográfica. Experiências que te fazem pensar na verdadeira dimensão da questão normativa.”

Miguel Anxo Mato Fondo: “Escribir é coñecer. Non rematas de coñecer algo da túa vida ata que o escribes”

Entrevista a Miguel Anxo Mato Fondo en La Opinión:
“(…) – La Opinión (LO): Define Adeus, capitán Walton coma unha escrita poética. É difusa para vostede a liña entre prosa e poesía?
– Miguel Anxo Mato Fondo (MAMF): Está moi difusa pola propia historia da literatura. Non vou dicir que o concepto de xénero estea superado, pero ás veces ten zonas intermareais onde se confunde a lírica coa prosa ou incluso coas formas teatrais. Eu escribo, e a miña escrita é fundamentalmente poética nas personaxes, nas descricións?
– LO: O seu cultivo dos xénero comparte ademais un fondo pouso autobiográfico. A literatura é un espello?
– MAMF: Si. Cada unha das personaxes deste libro son eu. E moitas veces me inspirei en paisaxes da miña infancia. Os xuncais, a vexetación? Ou Adeus, capitán Walton, un pub de Ponteceso, onde sempre escribo e presento libros.
– LO: Precisamente ata alí retrocede na obra, ao Ponteceso dos anos 60. Foi aquel período tan crucial como semella?
– MAMF: Si, porque foi o nacemento de min mesmo como lector. Eu recordo un Ponteceso de inverno, no que ás veces faltaba a luz. E logo están os xuncais, sobre os que está creado o meu imaxinario. É onde me identifico máis, porque o levo desde a infancia. (…)
– LO: No fondo deles, agóchase unha defensa da profesión literaria. Cal é o sentido de escribir hoxe para Miguel Mato?
– MAMF: Escribes porque tes que escribir. A escrita para min é consubstancial coa vida, é unha forma de vida como amar. Escribir ante todo é coñecer. Non rematas de coñecer algo da túa vida ata que o escribes. E logo tamén é a procura da fermosura. Por iso detrás disto hai unha defensa da literatura como beleza.”