Arquivo da categoría: Poesía
Compostela: Lembrando a Samuel Eiján. A poesía relixiosa galega
Compostela: Polvorín de versos. Deflagrar (6)
Igor Lugris: “É reconfortante não fazer parte desse grupelho, ou facção, sem o qual a literatura correria o perigo de morrer”
Entrevista de Montse Dopico a Igor Lugris en Praza:
“(…) – Praza (P): A literatura é um modo de “interpretar o mundo. Não acho que sirva para transformá-lo, mas sim para clarificá-lo, e isso pode ser a base para mudá-lo. Acho que a poesia não deve procurar a beleza, mas a verdade. Mas não tudo é compromisso. Também tem que ter uma parte atrativa, evocadora, que te anime a seguir”. Isto me comentavas numa entrevista feita há já anos, em 2008. Continuas a pensar o mesmo?
– Igor Lugris (L): Continuo a pensar o mesmo, e estou ainda mais convencido do que antes. A literatura não transforma o mundo: são as pessoas quem o fam. A prova é a quantidade enorme de todo o tipo de textos (manifestos, poemas, romances, obras de teatro, ensaios, reportagens…) que chamam a transformar o mundo e o fato de que o mundo ainda não foi transformado; ou não foi transformado para melhor.
É possível estabelecer um paralelismo com o que se passa com as redes sociais a dia de hoje: ser muito ativo nas redes sociais, publicando em Twitter, Facebook, Instagram ou qualquer outra rede, centos de comentários, textos, fotografias e memes de índole pretensamente revolucionária, não vão conseguir transformar o mundo. Com certeza, é necessário é útil fazer isso, faz parte das úteis atividades de agitação e propaganda, mas sabendo que sem o imprescindível trabalho prático, diário, real e não virtual, essa atividade não tem nenhum percorrido.
Com a literatura, e as artes em geral, ocorre o mesmo. São uteis, importantes e necessárias para a transformação social, mas sempre que fagam parte dum projeto maior, no que também esteja presente o ativismo. Cada quem, cada autora e autor, cada artista com vontade de comprometer-se e pôr a sua obra ao serviço do bem comum por um mundo melhor e mais justo, terá que procurar o seu caminho e decidir como percorrê-lo. Não há um único caminho, mas recorrer o caminho continua a ser preciso. E assumo ao dizer isto a minha incoerência, dado que atualmente não participo da vida ativa e militante de nenhuma organização social, sindical ou política. Se calhar também isso tem qualquer cousa a ver com o fato de praticamente não publicar nada desde há mais de dous anos, e que com toda probabilidade assim continue.
São muitos os livros de texto e estudos críticos que, ao falarem em literatura, falam em “autores imprescindíveis” (aliás, por regra geral, homens: escritoros homens). É reconfortante não fazer parte desse grupo, grupelho, ou facção, sem os quais a literatura (se calhar mesmo a literatura universal, seja isso o que for) correria o perigo de morrer, desaparecer ou ver-se terrivelmente emagrecida. Saber que não fago parte da categoria de autor@s imprescindíveis faz com que escrever, ou deixar de escrever, resulte mais fácil, agradável e reconfortante: as palavras ditas, ou a sua ausência, não vão modificar o curso do universo, a história do país ou a vida de ninguém. Ser prescindível é uma grande tranquilidade, acho.
Quanto à procura da beleza, é possível que com o passo do tempo tenha modificado parcialmente aquela ideia. A poesia deve procurar, também, a beleza. Mas entendo hoje (se calhar não há dez anos), que a beleza é muito mais que certo prazer estético que nos produz a contemplação, a leitura ou a audição de um fato artístico.
– P: O título e a estrutura de Curso de Linguística Geral (Através), o teu último livro editado em papel, joga -com muita ironia- com a referência à obra do mesmo título assinada por Ferdinand de Saussure. Por que decidiste criticar, questionar, o que são as grandes certezas, os grandes princípios da Linguística?
– IL: Acho que finalmente o poemario não questiona os princípios da Linguística, mas faz uma releitura dos mesmos, com um importante papel dos elementos lúdicos e transgressores, ruturistas e mesmo provocadores. A pretensão ao ir escrevendo os textos que conformam o livro não era tanto pôr em questão a Linguística como demostrar que era possível, inclusive necessário, reler alguns conceitos, algumas ideias, algumas supostas verdades científicas, para ver que havia (se havia qualquer cousa) mais alá delas.
Uma das ideias com as que mais tenho trabalhado é com a dessacralização de formas discursivas (científicas, mas também em ocasiões religiosas, e sem dúvida também as políticas) anquilosadas e rituais. A linguística, e desde logo um dos seus livros fundacionais, permitia-me amalgamar o texto literário com o metalinguístico e o científico para achegar uma visão diferente, irreverente ou provocadora, mas também amena e macia ao tempo que honesta e metódica. Finalmente, a ciência não é sempre assim tão científica. E esse espaço é o que me interessava: o lugar que está mais aló do limite da literatura, mas não é ciência, mais aló do ensaio sem ser ficção, mais aló da poesia sem ser um livro de texto.
Nos atos de apresentação do livro eu explicava que existe a teoria científica de que da realidade que nos rodeia, do conjunto de todo o universo e também do mundo no que vivemos e a galáxia na que vivemos, nem vemos nem conhecemos mais que um 20%, aproximadamente, e que o 80% restante é uma ainda ignorada matéria escura, da que desconhecemos –por resumir– absolutamente todo. (…)”
A Coruña: palestra “Os Pinos. O Himno da Nazón de Breogán”, por Fernando López-Acuña
Outeiro de Rei: proxección de Vértice de versos, de Carlos Lorenzo
O Grove: Gala Lueiro 2018
Compostela: presentación de spleen en catro tempos, de Arancha Nogueira
O Simposio María Victoria Moreno retrata o carácter pioneiro da autora e homenaxea a súa faceta poética
Desde a Real Academia Galega:
“O Simposio María Victoria Moreno foi inaugurado polo presidente da Real Academia Galega, Víctor F. Freixanes, e as organizadoras do programa, as académicas Fina Casalderrey e Marilar Aleixandre, na sede da Academia. A tarde do 27 de novembro arrincou cun percorrido pola historia da literatura infantil e xuvenil galega para situar a María Victoria Moreno no “lugar de honra” que lle corresponde, indica a especialista neste eido da Universidade de Santiago de Compostela Blanca Ana Roig Rechou. “Moitas das obras que conforman a produción da autora, pouco extensa pero intensa, foron fundamentais para a consolidación da LIX galega, de aí que María Victoria Moreno sexa recoñecida como unha pioneira na constitución dese sistema literario e unha impulsora da educación literaria, ben planificada, a partir da boa literatura co obxectivo de axudar á conformación de lectores competentes”, expresa. (…)
A poesía de María Victoria Moreno
Antonio García Teijeiro ofreceu deseguido unha análise crítica da poesía infantil de María Victoria Moreno, centrada nos dous poemarios que dedicou á rapazada: E haberá un tirón de orellas? (1997) e Eu conto, ti cantas… (2005). “A proposta poética destes dous libros é marcadamente narrativa e está chea de musicalidade e xogos verbais, ademais de tratar temas como o amor e o respecto polos animais, a natureza como lugar de vida ou a propia creación literaria” (…)
Amigo da escritora desde os anos compartidos na codirección de Árbore -a colección de LIX de Galaxia que puxeron a andar xunto a David Otero-, Antonio García Teijeiro tamén debuxou un retrato íntimo da autora e da súa visión da poesía que, advirte, envolve todos os seus títulos. “As súas obras en prosa posúen unhas tinguiduras líricas que se poden apalpar a pouco que un entre no seu discurso literario. E están dun xeito delicado, coma sen querer molestar a prosa que escribe, pero que aniña no corazón do lectorado dun xeito morno”, define. A paixón por narrar e a paixón por crear poemas mestúranse na súa poesía infantil, que fai dubidar ao escritor se María Victoria Moreno “escribe un conto en verso ou sente a necesidade de poetizar e, a través dunha historia, escribir poesía”.
María Victoria Moreno tamén deixou escritos poemas para o público adulto, publicados postumamente en Elexías de luz (2006), nos que se detivo o condutor do recital, o escritor Xesús Rábade Paredes, quen coñeceu a María Victoria Moreno no instituto lugués, onde foi alumno dela. “Neste volume caben outros libros que se soñaron e acaso se plasmaron, mais de momento fáltannos os textos. Unha actitude lírico-subxectiva de saudades determina o conxunto desta obra”, valorou.
“Daquelas que contan”: o protagonismo das mulleres
A escritora Mercedes Queixas dedicou a súa intervención, titulada “Daquelas que contan”, a unha “moi significativa” marca autoral da narrativa de María Victoria Moreno: a presenza de mulleres como protagonistas, mulleres “que sofren o resultado da educación patriarcal á par doutras mozas e mulleres que son quen de a cuestionar en conciencia e de promover solucións liberadoras”. Un claro exemplo son os relatos compilados este ano no volume Nosoutras, no que todos os relatos están protagonizados por mulleres de distintas idades e estratos sociais, “desde prostitutas a labregas, libres ou sometidas, mais todas elas cun papel narrativo activo, mulleres afoutas, determinadas, resolutivas ante o infortunio, cuestionadoras de roles sociais”, analizou.
Nosoutras arrinca co manifesto do mesmo nome que María Victoria Moreno escribiu no nome de Úrsula Heinze, Palmira G. Boullosa, Helena Villar Janeiro, Ana María Fernández e ela mesma a finais dos anos 80. Este texto é “toda unha contundente e severa declaración de principios para se afirmar na continuidade do legado rosaliano, mais non como unha efeméride eventista, puntual e anacrónica, senón como herdeiras en eterna e progresiva renovación para afrontar vellos discursos que cada tempo novo semella recuperar”, advertiu a relatora, que tamén repasou desde a perspectiva de xénero a primeira novela da autora, Onde o aire non era brisa, escrita nos anos 60 e publicada postumamente en galego, e na que xa se “amosa un protagonismo feminino que impregnará a vocación literaria da autora; así como Anagnórise, protagonizada por outra profesora afouta; e Guedellas de seda e liño, “trazada desde o protagonismo feminino en clave refractaria das vidas reais diferentes”.”
Discurso literario
Isabel Soto, coautora da biografía María Victoria Moreno. Sementadora de futuro, profundou nalgunhas claves do discurso literario da escritora. Partindo das súas propias declaracións, analizou a súa concepción da escrita como desafogo, a súa relación cos libros e coa lectura, a vocación docente que sempre confesou, o compromiso coa lingua galega e as estratexias discursivas recorrentes nos seus textos.
Por máis que afirmase que escribía como un impulso e sen planificación, a lectura crítica das obras de María Victoria Moreno “pon de relevo estruturas planificadas e un sobresaliente manexo dos recursos narrativos”. “Non cabe dúbida de que, como boa filóloga, crítica e lectora, lles concede grande importancia aos aspectos formais que configuran o discurso (…). A habelencia construtiva de María Victoria Moreno deriva sempre en textos cos que desafía o lector potencial e cos que claramente innovou na literatura galega”, expresa Isabel Soto. A modo de exemplo, referiuse á estrutura de Leonardo e os fontaneiros, a do libro-xogo que lle permite a quen o le distintos camiños para a lectura, unha fórmula empregada noutras tradicións literarias nos relatos de aventuras pero que ela aplicou nun “relato realista no que a aventura non é externa senón íntima”.
O académico Andrés Torres Queiruga abordou finalmente a transcendencia no Diario da luz e a sombra (2004) nunha mesa moderada polo académico correspondente Xoán Babarro e compartida con Mercedes Queixas e Isabel Soto. (…)”