Redondela: actos destacados na Feira do Libro 2021 para o 17 de xuño

O 17 de xuño comeza a Feira do Libro de Redondela (na Alameda, con horario de 11:00 a 14:00 horas, e de 17:00 a 21:00 h.), organizada pola Federación de Librarías de Galicia, cos seguintes actos literarios destacados para este día:

19:30 h. Inauguración oficial. Pregón de J. A. Xesteira.
20:00 h. J. A. Xesteira asina Cóntamo outra vez, Rick, publicado por Galaxia.

Lugo: fin de festa da I edición #EnredandoCoGalego, concerto de Verto e entrega de premios

O xoves 10 de xuño foi un día moi especial. As entidades organizadoras desta actividade, a Área e Cultura do Concello de Lugo e a AELG, acompañamos a rapazada do IES Leiras Pulpeiro e IES Muralla Romana que participou en EnRedando co galego, actividade de normalización da nosa lingua, creación literaria e afectos, cunha sorpresa moi especial que lle encantou ao alumnado: o concerto dos VertoTemazos. #Enredamos un pouco e parolamos coas rapazas e rapaces participantes canda Antonio Reigosa, e entregamos canda Fer e Verto, o tenente de alcalde Rubén Arroxo e Felipe Rivas, concelleiro de Educación, os agasallos e premios do certame. É xusto sinalar que encontramos novísimas escritoras cun futuro moi prometedor e intuímos que esta iniciativa pode ser o comezo de algo moi bo para a nosa lingua, a mocidade e tamén para Lugo, cunha actividade potente e de referencia. E debemos agradecerlle finalmente ás profesoras e profesores o seu traballo, esforzo e apoio para que todo saíse ben.

Aquí pode verse unha pequena crónica fotográfica, a cargo de Alba Díaz. Pode accederse nesta ligazón á crónica completa.

A Coruña: presentación de O reino medieval de Galicia, de Anselmo López Carreira e Xosé Miguel Andrade, e Celtas, castrexos e romanos, de Francisco Xavier González García

Afonso Becerra: “Descobri que havia toda uma imensa e rica história da dança oculta e totalmente desconhecida na Galiza”

Entrevista de Daniel Amarelo a Afonso Becerra no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Existem várias histórias da literatura, mesmo contamos com várias publicações sobre a história do teatro galego, mas tivemos que esperar até 2021 para poder usufruir de uma história da dança na Galiza. Quais foram as tuas principais motivações para escrever esta obra [História da Dança Contemporânea na Galiza] e aumentá-la progressivamente? Que nos oferece o livro ao público leitor e à cultura galega atual em geral, neste momento de crise social, cultural e económica?
– Afonso Becerra (AB): A primeira motivação é de natureza amorosa e afetiva, relativa à atração que de sempre suscitam em mim as artes do movimento e a dança. O facto de situar o corpo como sujeito e, ao mesmo tempo, objeto artístico, com todas as suas camadas de mistério e significação sensual. O jogo que a dança nos propõe através do movimento do corpo, até na sua quietude, e o desafio que coloca para quem tenta descrever, analisar ou contar a dança. Esta foi a minha primeira motivação que me levou a escrever sobre peças de dança desde há uns vinte anos.
A segunda motivação foi quando Carmen Giménez Morte, professora do Conservatório Superior de Dança de Valência, pertencente à Academia das Artes Cénicas de Espanha, decidiu, com o respaldo da Academia, publicar a primeira história da dança contemporânea da Espanha. Ela ligou para mim para pedir-me que me ocupasse dos capítulos sobre a Galiza. Esses capítulos são necessariamente breves por estarem inseridos em volumes que atendem a todas as comunidades autónomas do Estado. Além disso, também estabelecem uma espécie de hierarquia, segundo a qual Madrid, Catalunha e Valência têm mais peso e maior extensão em páginas. Ora, quando eu comecei a pesquisar, descobri que havia toda uma imensa e rica história da dança oculta e totalmente desconhecida na Galiza. Descobri que a história da dança na Galiza não é de menor nível do que a história da dança noutros lugares, apesar de um contexto muito mais adverso do que noutros lugares como a Catalunha ou Madrid. Portanto, a constatação desta injustiça fez que redobrasse os esforços para levar adiante este livro, para visibilizar uma das manifestações artísticas fundamentais da cultura de qualquer país, que no nosso estava discriminada.
Relativamente ao que oferece este livro ao público leitor e à cultura galega em geral, neste momento, há vários aspetos. Se calhar, o primeiro é a consciência de que temos uma arte que não pode continuar a ser desconhecida para qualquer pessoa que se considere culta. A consciência de que não existe uma cultura plena sem a atenção ao “discurso” dos corpos, à arte da dança.
Esta é a primeira história da dança da Galiza, portanto, o livro tenta oferecer um relato-mapa do nascimento e eclosão da dança contemporânea (aquela na qual a criação de movimento é maior) sem estabelecer hierarquias. Tentei que todas as coreógrafas e coreógrafos estivessem. Também tentei que não fosse um livro só de informação e dados, mas também sobre a arte da dança, os estilos e as questões que pode levantar.
Neste momento de crise, a história da dança na Galiza, ensina-nos a resistir e a que não há sonhos que não possam ser cumpridos, se o amor e o empenho estiverem à sua altura.
– PGL: Em que estado se acha a dança feita na Galiza atualmente? Como se costuma dizer, “qualquer tempo passado foi melhor”, ou, contrariamente, fomos aprendendo dos erros e episódios do passado?
– PGL: Na dança galega há meio cento de criadoras/es, sobretudo mulheres. Há uma grande diversidade de estilos e tendências. Começam a conviver coreógrafas de diferentes gerações, desde Amparo Martínez Paz, que foi a primeira selecionada para o primeiro Certame Coreográfico de Madrid (se calhar o festival mais significativo do Estado) em inícios dos anos 80, até Xián Martínez Miguel, um coreógrafo de 24 anos, que acabou em 2020 no Conservatório Superior de Dança de Madrid (na Galiza não temos Conservatório Superior de Dança). Como me comentava Matias Daporta, também coreógrafo, na Galiza podem observar-se duas grandes tendências no contemporâneo, por um lado um estilo mais conceitual focado no próprio movimento, como podem ser as peças do Coletivo Glovo de Lugo, formado por Ester Latorre e Hugo Pereira, e, por outro lado, a dança mais acrobática e circense, que liga esta arte com os aéreos, da qual o exemplo mais claro é o Coletivo Verticália, formado por Paula Quintas, Marta Alonso Tejada e Raquel Oitavén. Mas eu também acrescentaria uma outra linha sinuosa de dança-teatro, na qual se inscrevem a maior parte das criadoras e criadores. E ainda uma quarta linha de atualização e releitura contemporânea do tradicional. Eis os trabalhos de Nova Galega de Dança (o mais recente, intitulado Leira, é a imagem da capa do livro) ou os de uma companhia muito mais recente e que não sai no livro, mas que também devemos considerar, como é a de Fran Sieira, além do importante labor nesse campo por parte da companhia de Quique Peón.
Além da questão artística, muito diversa e rica em propostas e estilos muito singulares, a dança continua numa situação económica muito precária (relativamente às ajudas públicas e privadas e à programação nos teatros). Trata-se, dentro das artes cénicas, da mais marginada na Galiza. (…)”

A Galiza feminista, un libro para “sobrevoar os dous polos do feminismo galego”

Entrevista de Ana G. Liste a Miriam Couceiro Castro en Praza:
“″Fai falta que chegue moita xente nova ao feminismo″, defende Miriam Couceiro Castro (Ordes, 1985), que vén de publicar o libro A Galiza feminista. Tebras e alboradas na colección Feminismos da editorial Galaxia. Nel traza un relato desde a súa experiencia propia, no momento no que foi consciente dos efectos do patriarcado no seu día a día, ata unha descrición máis xeral do que é o movemento feminista desde unha perspectiva histórica, ata chegar á Galicia de hoxe. Todo cos beizos pintados de cor vermella, como a súa avoa Manolita cando lle cantaba aos anciáns da residencia na que traballaba.
″Con este libro espero sobrevoar os dous polos do feminismo galego e que haxa un punto de unión″, explica co convencemento de que o feminismo é político en si mesmo e debe apostar polos espazos de confluencia. Escritora, socióloga e doutora en Equidade e Innovación Educativa pola Universidade da Coruña. Foi precisamente a súa mudanza á cidade herculina a que lle provocou o cambio que a achegou ao feminismo desde as aulas da Facultade de Socioloxía.
″Sabía que dende nena me sentira moi rara por non seguir un canon, sabía que me incomodaba sentirme diferente, sabía que me doía non ser capaz de quererme a min mesma, incluso me atrevo a dicir que non sabía que non me quería a min mesma″, conta Miriam Couceiro no prólogo do libro. Foron estes sentimentos, e moitos outros que conta no seu podcast A Ollada Violeta, os que comezou entender cando a súa profesora de Teoría sociolóxica, Rosa Cobo, lles falou de feminismo en clase.
“Rosa foi a persoa que me abriu a cabeza ao feminismo. Empecei a ler todo o que caía nas miñas mans. Despois, cos anos, estivo no meu tribunal da tese. Para min é unha mestra, que nos dotou a todas dun aparato académico e conceptual brutal. Hai outras mulleres que berran detrás de pancartas, porque tamén hai que berrar, pero necesitamos todo tipo de feministas. Aínda que ao final, moitas veces vas evolucionando e xa non estás de acordo con todo o que di Rosa Cobo, pero a valoro e a respecto; é un referente para min″, salienta.
A discrepancia da que fala Miriam Couceiro nunca lle foi allea ao movemento feminista, mais nestes tempos asistimos a unha discusión nun marco novo: ″Eu creo que agora estamos nun momento moi delicado, as compañeiras que teñen máis idade rin porque din que delicado foi sempre, pero vexo unhas liñas vermellas que son o tema das mulleres trans, a prostitución e a invisibilidade doutras realidades, porque ás veces quedamos no noso feminismo de mulleres brancas occidentais e esquecemos que hai mulleres racializadas e outros feminismos que non están en Europa, dos cales temos moitísimo que aprender″.
Para Couceiro, a situación actual pode supoñer unha onda de crecemento moi grande para o feminismo, pero tamén pode debilitar os seus piares. ″Eu creo que hai que discrepar e facelo desde o afecto, sempre desde o respecto, e non desde unha posición de guerra. Así afastamos a moitas mulleres novas que se queren achegar ao feminismo e tamén a moitas mulleres de maior idade que se poderían achegar a través deste libro, pero que nos ven poñéndonos verdes nas redes sociais entre abolicionistas, regulacionistas, unhas que lle chaman ás outras transexcluíntes (terf)… Cando berramos algo temos que pensar en todas as posibilidades e debemos aprender a falarnos para construír xuntas″, razoa.
“Vexo moitos extremos. Están as mulleres académicas, as mulleres na política, e en partidos políticos; mulleres que xa están cansas das institucións e non queren saber nada delas, e teñen tamén certo receo cara ás que están en partidos políticos ou institucións″, sinala Couceiro, que tamén observa esa polarización a partir das referentes: ″Se nos fixamos en Rosalía de Castro e en Emilia Pardo Bazán, esta última é referencia das mulleres do centro e da dereita, mentres que todo o universo de Rosalía ten máis que ver coas mulleres que estamos máis identificadas coa esquerda e co galeguismo″. (…)”