Entrevista a Carlos Callón no Zig-zag da Televisión de Galicia:
“Dicía Vicente Risco: “Semella miragre que o galego resistira a unha hostilidade tan ensañada combatido na casa, na escola, na eirexa, no xornal….”. Neste ensaio O libro negro da lingua galega editado por Xerais Carlos Callón documental gran parte das aldraxes que sufriu a nosa lingua dende o século XV ata a actualidade. Un tratado incontestable sobre a historia e o presente do galego. A entrevista pode verse aquí.”
Arquivo da categoría: Entrevistas
Entrevista a Vicente Araguas na revista Aí
Xandra R. Grey e Igor Lugris: “Haroldo dos Santos deixara a Antologia muito bem estruturada e organizada, mas não completamente fechada”
Entrevista a Xandra R. Grey e Igor Lugris no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Essa é uma das questões fulcrais deste livro. Quanto dos fragmentos publicados é obra das suas respetivas autoras e autores e quanto é criação, ou transcriação, de Haroldo?
– Xandra R. Grey (XRG): Não há uma resposta simples para essa pergunta. Haroldo sempre procurou ser muito respeitoso e honrado com as autoras e autores a traduzir e, especialmente, com os seus textos. O dicionário diz que o respeito é o sentimento que nos impede de fazer ou dizer cousas desagradáveis a alguém, e a honra é o sentimento do dever da dignidade de da justiça. E, com certeza, essas foram sempre ideias-força, palavras de ordem poderíamos dizer, que Haroldo sempre teve presentes, em todas as facetas da sua vida. Antes de iniciar um trabalho de tradução, e quando a autora ou autor estava ainda vivo, ou estavam ainda vivas as pessoas mais próximas que os conheceram, sempre procurou falar com elas e explicar como era que ele entendia o processo de tradução. E nunca, que nós saibamos, teve um desencontro, uma discussão nem uma polémica com elas por esse trabalho. Certo que em ocasiões houve críticos ou académicos que discordavam do seu trabalho, ou mostravam publicamente o seu desacordo com alguma das suas traduções; mas isto Haroldo sempre o entendeu como uma questão natural e normal, mesmo positiva em algum momento. Dito isto, é que podemos dizer com claridade que no trabalho de Haroldo o texto original e o texto traduzido sempre são um mesmo texto e dous textos diferentes. Ele levava até as últimas consequências a convicção, recolhida de Alberte Fabri (como explicamos na introdução do livro), de que as obras artísticas não significam, mas são.
– Igor Lugris (IL): Com efeito. Haroldo defende que é impossível na literatura separar significado e significante, continente e conteúdo, pois são completamente independentes e absolutamente dependentes. A informação estética, dirá em vários dos seus textos teóricos, é na obra literária igual de importante e primordial que a informação semântica, e, insiste, a informação estética é intraduzível: unicamente é que pode ser transcriada. A transcriação é para Haroldo um exercício que deixa fora elementos chave na criação, como pode ser a procura da originalidade ou as marcas (léxicas, sintáticas, mesmo semânticas) que refletem uma voz pessoal e distinguível. Marcava uma fina pero sólida linha entre a criação e a transcriação: nos seus textos próprios, procurava a sua voz, o seu estilo, mas nos trabalhos de transcriação procurava “ser” um outro autor, o mais próximo possível do autor ou autora original. Em mais de uma oportunidade explicou que a sua pretensão era “ocupar” a personalidade do autor original, mas transmutado em falante de português. Não sempre lhe resultou fácil. Olhemos para o fragmento de Pierre Menard recolhido na Antologia: “A originalidade é impossível / e só possível por ser / com certeza / mentira”. Toda uma declaração de intenções por parte de Haroldo.
– XRG: Podemo-lo ver, por exemplo, com um dos textos da Antologia. O texto de Anne Mary Morrisson (que Haroldo traduz em 1977), é deliberadamente confuso e incompreensível no original inglês. A estrofe final é especialmente obscura, e Haroldo, que não gostava especialmente do hermetismo ininteligível, opta por manter essa dificuldade: qual é a diferença entre ser incompreendido e ser não compreendido? O poema original vai oscilando entre “misinterpret” e “misunderstood” e Haroldo decide complicar deliberadamente o texto, para achegar-se à pretensão da autora. A tradução final foi aplaudida pola própria Anne Mary Morrison, que uns anos mais tarde modificará o seu texto para recolher em parte a interpretação de Haroldo.
– PGL: Qual é a vossa opinião sobre o resultado da Antologia? Achades que Haroldo estaria satisfeito com o Livro alheio?
– IL: Eu penso que sim, estou convencido. Todo o tempo que Xandra e eu dedicamos a esta edição serviu para conhecermos em profundidade a Haroldo: como tradutor, como autor, como artista, como pessoa… Em algum momento de todo este processo, mesmo fazíamos piadas sobre que realmente estávamos a nos converter em uma só pessoa: por momentos, parecia que Haroldo, Xandra e eu éramos um só, uma pessoa diferente, independente e consciente da sua existência. E isso foi porque conseguimos introduzir-nos dentro da obra de Haroldo. Mesmo poderíamos dizer que dentro de Haroldo. Chegamos a reproduzir a sua técnica de trabalho e realmente, como ele fazia, “ocupamos” a sua personalidade.
– XRG: Estou convencida de que tanto Igor como eu tivemos realmente problemas em algum momento para distinguir as nossas personalidades: é por isso mesmo que decidimos assinar o trabalho conjuntamente e não distinguir a parte de um da parte da outra. Todo foi feito em conjunto, revisado, repassado, corrigido, modificado… até chegarmos a ser uma única voz com quatro mãos. Direi mais: até chegar a ser uma única voz com seis mãos, de contarmos também com as de Haroldo. É por isso que fechamos assim a nossa introdução, convencidos de ter elaborado entre os três um livro de livros, um poema de poemas, uma voz de vozes. (…)”
Antonio García Teijeiro: “Tendo a facer unha poesía máis espida”
Xosé Iglesias: “O amor sempre toca, é universal”
Entrevista de Patricia Blanco a Xosé Iglesias en La Voz de Galicia:
“(…) – La Voz de Galicia (LVG): Que nos trae desta volta?
– Xosé Iglesias (XI): Atlántico Norte é o meu terceiro poemario. O último era do 2016, A relixión do mar, este quizais é máis pensado ou meditado. Rompe a estrutura dos outros dous: aqueles falaban do mar con moitos vocábulos técnicos, pero este é un poemario moi sinxelo. Falo de amor e soidade, o que sentimos mariñeiros, mariños ou navegantes solitarios cando deixamos terra e nos adentramos no mar, quedando pola popa todo o que queremos.
– LVG: Unha soidade que senten no océano entendible dende terra?
– XI: Si, porque o amor é universal.
– LVG: Responde a algo en concreto?
– XI: Atopei unha carta das que lle escribín á miña exmuller cando estaba embarcado no Gran Sol, onde botei catro anos antes de mercar o meu barco, co que levo 18. Iso sería no 2000. Non había Whatsapp a bordo, as chamadas eran carísimas… A mensaxería que tiñamos era pecharte no camarote, coller unha folla en branco e enviar Whatsapps imaxinarios. Chegaban ao seu destinatario en forma de carta, que enviabamos cando pisabamos terra: iamos moitas veces a Irlanda. Decidín trasladar eses sentimentos, que poden ser os de calquera mariñeiro, a este libro, que ademais de ser poemario de amor e soidade, tamén o é de cetáceos. De aí o título. Chamádeme Ismael é unha das grandes frases da literatura universal, en moitos idiomas. Así comeza Moby Dick, a novela de Herman Melville. Falo dalgunha balea perdida no mar, como a 52 hercios, ou outros cetáceos que atopamos navegando… (…)”
Entrevista de Juana Carrera a Lois Pérez en Cope Ribadeo. A gruta da torre
Montse Fajardo: “A literatura foi a máis fiel das compañeiras”
Entrevista de César Lorenzo Gil a Montse Fajardo en BiosBardia:
“(…) – BiosBardia (B): Que novela a reconciliou coa literatura?
– Montse Fajardo (MF): Nunca tiven a necesidade de reconciliarme. A literatura foi a máis leal das compañeiras. (…)
– B: Leva vostede un diario ou un dietario?
– MF: Non, fíxeno de nena pero xa non. Teño un bloc para apuntar cousas boas que me pasan no día a dia e así acudir a elas nos días tristes… pero case sempre esquezo escribir nel. Un desastre
– B: Escribirá as súas memorias?
– MF: Nin de broma!
– B: Que autor/a considera vostede responsable de que vostede se dedique á literatura?
– MF: Non é unha autora, é un lugar: a imprenta Celta, que rexentaba a familia do meu tío en Vilagarcía. Crieime aí, entre libros, e iso foi clave non só na escrita: en todo o devir da miña vida… (…)”
Eduardo Estévez: “Na poesía hai que deixar espazos, o lector ten que atopar o seu propio abandono”
Entrevista a Eduardo Estévez na Televisión de Galicia:
“Veu unha pandemia e baleirou o mundo, pero a Venecia abandonada do poeta Eduardo Estevez non é unha cidade con xente pechada na casa, senón unha cidade en que os habitantes decidiron marchar. Falamos co autor deste poemario que acaba de publicar Positivas. A entrevista pode verse aquí.”
Falan as mestres galegos do terror infantil: «É brutal ver a nenos querer sacarte a ombros dun colexio de Santiago por un conto de medo»
Desde La Voz de Galicia:
“Admite que de nena era medorenta. «Tiña receo a estar soa, á escuridade, ao que podía haber debaixo da cama e non me atrevía a mirar, pero encantábame ler historias coas que sentía pequenos arrepíos», confesa Paula Carballeira, unha das escritoras e narradoras orais que máis contribúen a sumar adeptos á corrente dos libros infantís de medo, un xénero no que Galicia fala con voz propia e incorpora, non só no Samaín, títulos calorosamente recibidos.
«O medo é un sentimento que esperta aos rapaces, ponos en alerta e dálles curiosidade. Queren que llelo provoque para ver como poden vencelo. A súa enorme imaxinación agranda todo o que contas», defende a recoñecida autora, que este ano asinou dous libros sobre a temática. No álbum poético A pantasma da illa de Cortegada (Triqueta Verde), logra a complicidade dos primeiros lectores con Maruxa a Brava, unha muller que aposta unha empanada a cambio de pasar unha noite nunha illa onde se di que viron bailar a unha pantasma. En Trece avisos. Contos para ler pola noite (Xerais), explora, para mozos, medos atemporais, como soños premonitorios, cuartos perigosos ou chamadas por teléfono aterradoras. «Nesta obra hai unha serie de avisos que indican que algo extraordinario vai suceder, pero se se teñen en conta, se se bota man do coñecemento, non vai pasar nada. A miña gran motivación para tratar o xénero, máis alá de buscar o efecto, a risa ou o susto, foi axudar aos rapaces a enfrontarse ao medo; tranquilizalos coa ficción», remarca a escritora, que acompaña cada historia dese libro con citas ou testemuños reais. «Varios son de estudantes dunha escola de Leganés, a onde me convidaron. Cando cheguei, os alumnos agardábanme cun ataúde de cartón no que quixeron compartir ideas ou vivencias. Os contos de medo falan de situacións que a xente debe crer», resalta.
«O máis incrible que me aconteceu pasou nun centro de Santiago. Eu fun falar dun libro, pero os rapaces, de dez anos, insistiron en que lles contase unha historia. Optei por unha que ten un sobresalto final. Asustáronse moitísimo. Houbo un berro, despois quedaron calados e, inmediatamente, chegou a risa e un aplauso final. Esa mañá tiña máis encontros no colexio, pero eses nenos non paraban de seguirme, preguntando pola historia. Ata querían sacarme a ombros do centro. Nunca me sucedera iso. Foi brutal verlles gozar así cun conto de medo, querer agradecermo», subliña, razoando ese tirón. (…)
Tamén feliz ante unha comuñón cos lectores que non cesa, declárase Ledicia Costas, a autora viguesa que axudou no 2014, a partir do éxito de Escarlatina, a cociñeira defunta —unha suculenta novela sobre unha chef que prepara receitas de vivos e mortos—, a que a corrente de medo se estendese por Galicia. «Cando chego a un colexio, nenos que a leron lévanse unha sorpresa ao non entender que eu estea viva. Pensan que, se sei tantas cousas do inframundo, debo estar morta», explica divertida. «Durante moito tempo os profesores presentábanme como Escarlatina en vez de como Ledicia ante a forza do personaxe», engade aínda marabillada polo eco dun libro xa traducido a idiomas como o coreano e que rematará o ano falando checo. «Moitos rapaces din que na súa casa non se trataba a morte e que co libro a comprenderon mellor. Agradéceno, sobre todo ao abordarse de forma lúdica, desmitificadora», sostén a autora, que insiste en que foi ese tabú, xunto a súa paixón polo gótico, o que a centrou no eido.
No 2020, nun ano complicado, conquistou de novo aos rapaces con Vampira de biblioteca (Xerais), unha divertida historia sobre unha vampira vegana e uns morcegos que adoecen polo xamón. Unha obra de moito humor —«a iso non renuncio, ao ser o motor que me permite tratar todos os temas»— na que interpela ao lector para que anote os seus medos. «Foi unha aprendizaxe ver que os temores dos pequenos son cotiáns, semellantes aos dos adultos, como o receo á soidade, ao abandono ou á perda dun ser querido», resalta. (…)”
Marilar Aleixandre: “Se Juana de Vega fose inglesa tería unha cantidade enorme de películas sobre a súa vida”
Entrevista de Laura Veiga a Marilar Aleixandre en Nós Diario:
“(…) – Nós Diario (ND): Como xorde Juana de Vega. A muller que desafiou o seu tempo?
– Marilar Aleixandre (MA): Eu sempre digo que todo o que escribimos parte do mesmo texto. As malas mulleres é unha novela que ten base histórica na que aparece Concepción Arenal como visitadora de prisións. Eu sei do cárcere da Galera, situado na Coruña, por primeira vez pola súa biografía e é un traballo que ela fai con Juana de Vega. Querendo ler máis cousas sobre esta muller chego ás súas memorias, que están en internet na Biblioteca Nacional.
Pareceume unha personaxe fascinante porque desde os trece anos xa anda metida nas revolucións liberais que hai no século XIX, acaba sendo exiliada e sufrindo a represión…
Na súa casa é onde se organiza a revolución de 1846 que despois dá lugar aos mártires de Carral. Este ano será o 150 aniversario da súa morte e por iso propúxenlle a Emma Pedreira facer este libro.
Non é unha biografía como tal, esta publicarase en novembro da man do investigador Xosé Ramón Veiga. Aquí hai partes biográficas e cousas recreadas. Emma tamén tivo a idea de falar das cidades e, se ben nun principio queriamos que se visen as costuras, ao final foi un remexido porque as dúas metemos man no da outra. Tamén nos pareceu moi importante incluír documentos da época, traducidos do castelán, porque hai xente que ten a idea de que Juana de Vega era unha beata e non é certo.
– ND: Hai que entender as persoas no seu contexto, non?
– MA: Nesa época non podías ir por aí dicindo que eras agnóstica, mais ela nas súas memorias critica de forma moi dura a moitos cregos. Estas sociedades que ela organiza son creadas porque era a única forma de participación das mulleres, entón é evidente que ela era unha muller moi política. Inclusive, falando da revolución de 1846, o capitán xeneral di que ela é precursora e directora da sublevación e pide en varias ocasións que a desterren. Pois dalgún modo houbo persoas que entenderon que ela era oposta a esta rebelión e inclusive que era oposta ao galego.
Os pais é certo que fixeran cartos en Cuba, mais viñan dunha orixe humilde e ambos falaban galego, e ela tamén; iso é o que di o biógrafo. Nese momento a xente escribe en castelán, inclusive Murguía, mais non se pode negar a boa predisposición. E cando se di que ela era unha aristócrata, por favor: recibe o título cando morre Espoz y Mina, mais deixa dito que na súa tumba non se poña ningún título.
Por que se xulga tan distinto aos homes e ás mulleres? Porque é certo que o seu título de condesa permítelle facer cousas que outra xente non podería, mais tamén axudou nos hospitais cando o cólera e a xente fuxía da cidade. Sen que se me entenda mal, porque eu son admiradora da súa poesía, Pondal viña dunha familia que fixera moitos cartos tamén e viviu toda a súa vida de rendas: tivo suficientes cartos como para dedicarse só a escribir; mais non vexo que sempre ao falar de Pondal se diga isto.
– ND: A dobre vara de medir.
– MA: Eu creo que no século XIX houbo catro mulleres excepcionais: Juana de Vega, Concepción Arenal, Rosalía de Castro e Emilia Pardo Bazán. E Juana de Vega, tal e como o vemos Emma e eu, non é tan coñecida como debería. Se Juana de Vega fose inglesa tería unha cantidade enorme de series e películas sobre a súa vida porque é interesantísima. Forma parte da nosa historia e a xente ten que saber todo o que as mulleres achegaron neste século.
Hai moitas outras impresionantes como Nicolasa Añón, unha poeta analfabeta da que conservamos textos porque un mestre os recolleu, ou a mesma Pepa a Loba, da que aínda hai quen di que é unha figura mítica, mais eu pregúntome: que tería pasado se algunha destas catro mulleres tivese irmáns varóns?”