Entrevista de Montse Dopico a Daniel Asorey en Praza:
“(…) – Praza (P): As mulleres da fin do mundo e Transmatria apelan, no fondo, ao mesmo: unha (trans)matria sen discriminacións nin violencias de xénero (nin binarismos obrigatorios). Foron escritos os dous libros máis ou menos ao mesmo tempo? En que sentido forman parte dun mesmo proxecto?
– Daniel Asorey (DA): Na verdade, a novela As mulleres da fin do mundo é un proxecto que comezou moito antes, aínda que ambas as dúas obras, novela e poemario, concluíron nun momento semellante no 2018. A novela levoume nove anos, pois comecei a escribila no 2010, ante determinadas cousas que estaban a acontecer, que acababan de acontecer ou que sabiamos que viñan de acontecer. Estou pensando por exemplo en wikileaks, que ese ano adquiriu repercusión mundial ao desvelar certos crimes de guerra dos EUA.
Alén diso, a crise económica incendiaba o mundo e semellaba que en calquera momento puidesen esmorecer certas cousas que ata entón se nos dicían eternas, lembremos a posible caída do euro ou frases que se atribuíron a Ben Bernanke, daquela presidente da Reserva Federal, nas que afirmaba que no 2008, coa caída de Lehman Brothers, o mundo estivera piques do inferno, facendo súa tamén aqueloutra frase allea de que “un capitalismo sen quebras é como unha cristiandade sen inferno”.
E iso fíxome reflexionar e decidir escribir unha novela coral sobre ese mundo en decadencia, sobre ese precipicio. Sobre a que talvez fose a quebra final do capitalismo. Alén diso, é verdade que nas dúas obras se soña cunha utopía, cun lugar onde se varran as discriminacións de xénero. Tamén se fala das fronteiras e se focaliza a atención en determinadas minorías sexuais ou étnicas.
En certa maneira, eu creo que ás veces certas escritoras ou escritores temos determinados temas sobre os que escribimos, talvez mesmo escribamos a mesma obra durante toda unha vida. E, neste caso, Transmatria e As mulleres da fin do mundo comparten temas e posúen puntos de vista semellantes, independentemente de seren dous xéneros literarios distintos. Para aclaralo, Transmatria foi escrita coma un berro tras a aparición do autobús transfóbico de HazteOír e as mortes que non cesan no Mediterráneo. (…)
– P: Transmatria e As mulleres da fin do mundo permiten albiscar un final “feliz”, malia ser finais abertos. Nordeste era máis pesimista…
– DA: Non imos desvelar os finais das obras. Eu son pesimista porque creo naquilo tan repetido de que un pesimista é un optimista ben informado. Talvez hai unha diferenza entre esas obras, en Nordeste pretendía fabular sobre unha República Galega nacida da Revolta Irmandiña e enfrontar ao lector coas súas posibles contradicións. En As mulleres da fin do mundo e en Transmatria, o proceso é inverso, presento esa realidade que un crítico cualificou como distopía inminente e decido chamar á revolta. Seguramente son demasiado inxenuo, pero escribir tamén é soñar.”
Arquivo da categoría: Entrevistas
Xabier Paz: “O que máis me apaixonou de Galileo foi a súa capacidade de dedicarse con brillantez a diferentes actividades”
Desde Xerais:
“Cíes Podcast emitiu unha entrevista con Xabier Paz sobre o libro: Galileo no espello da noite, publicado por Xerais na colección: Narrativa. A súa intervención pode escoitarse nesta ligazón, a partir do minuto 29″.”
Entrevista sobre Partituras con Xoán Carlos Domínguez Alberte e Mercedes Queixas
Desde o Diario Cultural da Radio Galega:
“Entrevista con Xoán Carlos Domínguez Alberte e Mercedes Queixas arredor do seu libro Partituras, publicado por Laiovento. Pode escoitarse aquí.”
Elena Gallego Abad: “Gústanme as historias intensas, con personaxes imprevisibles”
Entrevista a Francisco X. Fernández Naval, por Xosé Iglesias
Entrevista con María Reimóndez, tradutora de O meu pecado mortal, de Clara Campoamor
Desde o Diario Cultural da Radio Galega:
“A Editorial Galaxia publica en galego O meu pecado mortal. O voto feminino e mais eu, de Clara Campoamor. Neste Diario Cultural falamos coa tradutora, María Reimóndez; e con Celia Pereira, autora do prólogo. A entrevista pode escoitarse aquí.”
José Jackson Coelho Sampaio: “Precisei tornar meus os poemas de Cesáreo”
Entrevista a José Jackson Coelho Sampaio en Sermos Galiza:
“Poucas pessoas enchem tão claramente de conteúdo a palavra intelectual como o brasileiro José Jackson Coelho Sampaio, reitor da Universidade Estadual do Ceará, renovador da psiquiatria no seu país, doutor honoris causa pela Universidade de Budapest, escritor e ele próprio tradutor da obra do poeta galego Cesáreo Sánchez Iglesias. A Universidade Estadual do Ceará outorgou a Cesáreo Sánchez Iglesias a medalha do mérito artístico Alberto Nepomuceno. Quem é responsável da introdução da obra do escritor de Dadín‑Irixo no universo cultural brasileiro é José Jackson Coelho Sampaio, a quem entrevistamos via correio electrónico.
– Sermos Galiza (SG): Que significado dentro da cultura brasileira tem a medalha de mérito artístico Alberto Nepomuceno?
– José Jackson Coelho Sampaio (JJCS): A Universidade Estadual do Ceará‑UECE tem 44 anos e, hoje, agrega 13 campi, distribuídos em 10 cidades, englobando 28 mil estudantes nos 72 cursos de graduação e 42 cursos de pós‑graduação
Seja no Webometrics e no Times Higher Education‑THE, rankings internacionais, ou na classificação geral de cursos do Ministério da Educação‑MEC e no Ranking Universitário do Jornal Folha de São Paulo‑RUF, rankings nacionais, a imagem da UECE é muito boa, pois nos colocam em primeiro lugar entre as universidades públicas estaduais das regiões Centro‑Oeste, Norte e Nordeste do Brasil.
Então, o primeiro significado da medalha deriva da importância da instituição que a outorga.
O segundo significado vem da história da medalha e, neste caso, a UECE tem sido muito tímida em criar e outorgar medalhas. Já foi na minha gestão, como reitor, que, na oportunidade do sesquicentenário de nascimento de Alberto Nepomuceno, grande compositor cearense da transição entre os séculos XIX e XX, que a medalha Alberto Nepomuceno foi criada, com duas categorias: mérito artístico e mérito cultural.
O terceiro significado deve derivar do rigor com o qual a medalha seja concedida e da qualidade do outorgado. Interessante destacar que a primeira outorga foi ao poeta Cesáreo Sánchez Iglesias.
Portanto, estamos construindo essa história. O tempo dirá dos erros e acertos, de essencial ou acidental em nossas escolhas. (…)
– SG: Que valores viram na obra de Cesáreo Sánchez Iglesias para o distinguir com esta medalha?
– JJCS: Desde o início de minha vida profissional, como médico, exercendo a psiquiatria clínica, e como professor‑doutor, exercendo o ensino e a pesquisa no campo da medicina social, eu tenho produzido textos científicos, nas formas de artigos e de livros. Mas, desde a adolescência tenho escrito contos, crônicas, textos jornalísticos e poesia. A poesia tem sido para mim forma de expressão afetiva, erótica e política, sem muita preocupação técnica e sem necessidade de carreira literária. Coloquei a poesia como lugar de liberdade. Daí, eu faço anotações a partir das impressões e experiências –são mais de 800 textos com a pretensão da poesia–, mas cultivo a voracidade da leitura, o gosto por conhecer o modo como a poesia acontece em outras culturas, em outras línguas, pois entendo a poesia como aventura da linguagem, identificada com a infância e a loucura.
Já traduzi, ousadamente, sem formação técnica de tradutor, do espanhol, do italiano, do francês, do inglês e do russo. Parte dessa produção está publicada no livro Transvida, pela oportunidade de um prêmio de publicação, denominado Caetano Ximenes Aragão, da Secretaria de Cultura do Ceará.
Então o professor Jackson Renner Rodrigues, um amigo cearense/galego, numa de suas viagens ao Ceará, hoje fazendo pós‑doutorado na UECE, presenteou‑me com alguns livros do Cesáreo: Tempo Transfigurado, Evadne, O Rumor do Distante, As Bolboretas do Mekong e o Caderno do Nilo.
As identificações estéticas, éticas, políticas foram imediatas. Percebi a capacidade feliz de integrar melodia, metáfora e ideia num fluxo de sentido que revela o mundo a partir do local e o local a partir do mundo.
Uma identificação amorosa intensa aconteceu com o Caderno do Nilo. Minhas paixões históricas e mitológicas devem ter ajudado nesse processo. Mas, decisivo, foi o texto em si, sua fluência rítmica, sua evocação simultaneamente mágica e concreta, o rio Nilo carregando você pelo tempo e pela paisagem atual, pelas mãos de um ilusionista e de um pintor impressionista.
Precisei ouvi‑lo, mesmo que fosse apenas dentro de minha cabeça, em português. Precisei torná‑lo meu. Precisei torná‑lo eu.
Após análise da obra poética de Cesáreo, além de sua obra política em associações literárias e sindicato de servidores públicos; após a conclusão da tradução do Caderno do Nilo; após demanda do nosso Curso de Letras e do Núcleo de Línguas Neolatinas do Centro de Humanidades, que propunham retomar a realização da Semana da Cultura Galega que a UECE promovia no passado; após o resultado positivo para a possibilidade de encerrar este evento com um show de Uxia, gentil dama da canção galega; após a conclusão da editoração do livro Caderno do Nilo em português, por parte da Editora da UECE; surgiu a ideia de convidar o Cesáreo para o lançamento da tradução brasileira e outorgar‑lhe a medalha. O nosso Curso de Música também aderiu, ao tomarem conhecimento do livro Tempo Transfigurado, onde Cesáreo dedica um texto a cada um dos grandes compositores que ele ama, entre eles o brasileiro Villa‑Lobos. O nosso Conselho Universitário analisou e aprovou. (…)”
Entrevista con Berta Dávila arredor de Carrusel
Desde o Diario Cultural da Radio Galega:
“A novela Carrusel de Berta Dávila recibe o XXXI Premio de Novela Manuel García Barros. A entrevista pode escoitarse aquí.”
Ledicia Costas: “O libro xurdiu ao fio da actualidade, a medida que saíron casos como o da Manada”
Entrevista a Ledicia Costas na web A Movida:
“(…) – A Movida (AM): Canto tempo levas con Infamia na cabeza?
– Ledicia Costas (LC): Creo que Infamia naceu hai dez anos, cando asasinaron a Marta del Castillo. O seu caso a verdade que me traspasou porque nunca apareceron os asasinos, nunca confesaron onde estaba, eses pais que non poden soterrar a súa filla… Foi un caso que se demorou moito e eu volvía a el, unha e outra vez. Xa hai tempo que pensaba que me gustaría escribir unha historia dunha desaparición sen cadáver… esa idea quedou na cabeza carburando e ao final me atrevín cunha dobre desaparición. O libro xurdiu ao fio da actualidade, a medida que saíron casos como o da Manada.
– AM: A verdade que a trama central do libro recorda ao caso da Manada.
– LC: Si, quixen poñer ese debate sobre a mesa. E así como hai unha dobre desaparición, hai unha dobre manada, porque está a manada dos rapaces e a dos pais. E o silencio, e como o silencio te fai cómplice. Ás veces o silencio pode ser tan terrible como os propios feitos.
– AM: Estréaste cunha novela especialmente dura, que nos pon de fronte contra os nosos monstros. Escribila non debeu ser fácil.
– LC: O feito de que todos os personaxes arrastren un trauma, que na maior parte dos casos non conseguiron superar, que todos garden un segredo… Escribir sobre iso foi un exercicio de meterme na psicoloxía, na pel de cada personaxe que case me parecía que o estaba agarrando. Rematei psicolóxica e fisicamente esgotada. Porque foron moitos días ata a madrugada escribindo, o cal é un bo síntoma porque a novela atrapoume de tal maneira que precisaba escribir. Foi bonito. Duro, pero bonito. (…)”
Ledicia Costas: “Para min a literatura é unha ferramenta para intentar comprender este mundo que estamos construíndo”
Desde Xerais:
“O Telexornal – Galicia, de RTVE, emitiu unha entrevista coa escritora Ledicia Costas sobre o libro Infamia, publicado por Xerais na colección Narrativa. A noticia pode verse nesta ligazón.”