Desde
Sermos Galiza:
“O I Premio Platta de Teatro Breve-Portugal foi para o autor Xacobe García, gañador do galardón coa obra A importância de chamar-se António. Este título será publicado na colección Platta (Plataforma Transfronteiriza de Teatro Amador) en tres linguas: galego, castelán e portugués e empregarase nas lecturas dramatizadas tamén nesas tres linguas que terán lugar en Viana do Castelo no vindeiro mes de setembro organizadas pola mesma plataforma.
O xurado formouno Lois Soaxe Piñeiro, Rosa María Estévez Gantes e José Da Silva Paredes, actuando de secretario con voz e sen voto Pedro Pablo Riobó pola revista galega de teatro Erregueté.
Riobó valorou especialmente “a fluidez da trama ben estruturada e a sucesión de accións perfectamente articuladas que conducen inexorábelmente a un final kafkiano, sempre á sombra da comedia absurda”.
O galardoado Xacobe García estudou Administración e Dirección de Empresas na Universidade de Vigo, enfocando a súa carreira profesional cara ao ámbito do comercio internacional. Neste campo puido desenvolver o grande interese que sempre tivo polos idiomas, levándoo a vivir en São Paulo, no Brasil, entre 2005 e 2009. En 2015 incorporouse ao grupo de teatro afeccionado Eu.experimento do Instituto Camões en Vigo, onde tivo o seu primeiro contacto co mundo da dramaturxia.
O Premio Platta de Teatro Breve en tres linguas nace en 2019 co obxectivo de estimular a escrita teatral e promover tanto a súa tradución como a súa difusión nos diferentes territorios que configuran Plataforma Transfronteiriza de Teatro Amador, e que xunta a Federación galega de teatro afeccionado, a Federación de grupos afeccionados de teatro de Castela e León, o Teatro do noroeste – Centro dramático de Viana, e erregueté – Revista Galega de Teatro).
O premio estrutúrase ao longo do ano en tres certames que se corresponden coa lingua do territorio que acolle cada un dos festivais transfronteirizos: I Premio Platta de Teatro Breve de Castela e León, en castelán; o I Premio Platta de Teatro Breve – Galicia, en galego; e o I Prémio Platta de Peças Curtas de Teatro – Portugal, en portugués. Este texto será o terceiro da colección Platta de teatro breve editada pola Revista Galega de Teatro.”
Arquivos da etiqueta: Sermos Galiza
José Jackson Coelho Sampaio: “Precisei tornar meus os poemas de Cesáreo”
Entrevista
a José Jackson Coelho Sampaio en Sermos Galiza:
“Poucas pessoas enchem tão claramente de conteúdo a palavra intelectual como o brasileiro José Jackson Coelho Sampaio, reitor da Universidade Estadual do Ceará, renovador da psiquiatria no seu país, doutor honoris causa pela Universidade de Budapest, escritor e ele próprio tradutor da obra do poeta galego Cesáreo Sánchez Iglesias. A Universidade Estadual do Ceará outorgou a Cesáreo Sánchez Iglesias a medalha do mérito artístico Alberto Nepomuceno. Quem é responsável da introdução da obra do escritor de Dadín‑Irixo no universo cultural brasileiro é José Jackson Coelho Sampaio, a quem entrevistamos via correio electrónico.
– Sermos Galiza (SG): Que significado dentro da cultura brasileira tem a medalha de mérito artístico Alberto Nepomuceno?
– José Jackson Coelho Sampaio (JJCS): A Universidade Estadual do Ceará‑UECE tem 44 anos e, hoje, agrega 13 campi, distribuídos em 10 cidades, englobando 28 mil estudantes nos 72 cursos de graduação e 42 cursos de pós‑graduação
Seja no Webometrics e no Times Higher Education‑THE, rankings internacionais, ou na classificação geral de cursos do Ministério da Educação‑MEC e no Ranking Universitário do Jornal Folha de São Paulo‑RUF, rankings nacionais, a imagem da UECE é muito boa, pois nos colocam em primeiro lugar entre as universidades públicas estaduais das regiões Centro‑Oeste, Norte e Nordeste do Brasil.
Então, o primeiro significado da medalha deriva da importância da instituição que a outorga.
O segundo significado vem da história da medalha e, neste caso, a UECE tem sido muito tímida em criar e outorgar medalhas. Já foi na minha gestão, como reitor, que, na oportunidade do sesquicentenário de nascimento de Alberto Nepomuceno, grande compositor cearense da transição entre os séculos XIX e XX, que a medalha Alberto Nepomuceno foi criada, com duas categorias: mérito artístico e mérito cultural.
O terceiro significado deve derivar do rigor com o qual a medalha seja concedida e da qualidade do outorgado. Interessante destacar que a primeira outorga foi ao poeta Cesáreo Sánchez Iglesias.
Portanto, estamos construindo essa história. O tempo dirá dos erros e acertos, de essencial ou acidental em nossas escolhas. (…)
– SG: Que valores viram na obra de Cesáreo Sánchez Iglesias para o distinguir com esta medalha?
– JJCS: Desde o início de minha vida profissional, como médico, exercendo a psiquiatria clínica, e como professor‑doutor, exercendo o ensino e a pesquisa no campo da medicina social, eu tenho produzido textos científicos, nas formas de artigos e de livros. Mas, desde a adolescência tenho escrito contos, crônicas, textos jornalísticos e poesia. A poesia tem sido para mim forma de expressão afetiva, erótica e política, sem muita preocupação técnica e sem necessidade de carreira literária. Coloquei a poesia como lugar de liberdade. Daí, eu faço anotações a partir das impressões e experiências –são mais de 800 textos com a pretensão da poesia–, mas cultivo a voracidade da leitura, o gosto por conhecer o modo como a poesia acontece em outras culturas, em outras línguas, pois entendo a poesia como aventura da linguagem, identificada com a infância e a loucura.
Já traduzi, ousadamente, sem formação técnica de tradutor, do espanhol, do italiano, do francês, do inglês e do russo. Parte dessa produção está publicada no livro Transvida, pela oportunidade de um prêmio de publicação, denominado Caetano Ximenes Aragão, da Secretaria de Cultura do Ceará.
Então o professor Jackson Renner Rodrigues, um amigo cearense/galego, numa de suas viagens ao Ceará, hoje fazendo pós‑doutorado na UECE, presenteou‑me com alguns livros do Cesáreo: Tempo Transfigurado, Evadne, O Rumor do Distante, As Bolboretas do Mekong e o Caderno do Nilo.
As identificações estéticas, éticas, políticas foram imediatas. Percebi a capacidade feliz de integrar melodia, metáfora e ideia num fluxo de sentido que revela o mundo a partir do local e o local a partir do mundo.
Uma identificação amorosa intensa aconteceu com o Caderno do Nilo. Minhas paixões históricas e mitológicas devem ter ajudado nesse processo. Mas, decisivo, foi o texto em si, sua fluência rítmica, sua evocação simultaneamente mágica e concreta, o rio Nilo carregando você pelo tempo e pela paisagem atual, pelas mãos de um ilusionista e de um pintor impressionista.
Precisei ouvi‑lo, mesmo que fosse apenas dentro de minha cabeça, em português. Precisei torná‑lo meu. Precisei torná‑lo eu.
Após análise da obra poética de Cesáreo, além de sua obra política em associações literárias e sindicato de servidores públicos; após a conclusão da tradução do Caderno do Nilo; após demanda do nosso Curso de Letras e do Núcleo de Línguas Neolatinas do Centro de Humanidades, que propunham retomar a realização da Semana da Cultura Galega que a UECE promovia no passado; após o resultado positivo para a possibilidade de encerrar este evento com um show de Uxia, gentil dama da canção galega; após a conclusão da editoração do livro Caderno do Nilo em português, por parte da Editora da UECE; surgiu a ideia de convidar o Cesáreo para o lançamento da tradução brasileira e outorgar‑lhe a medalha. O nosso Curso de Música também aderiu, ao tomarem conhecimento do livro Tempo Transfigurado, onde Cesáreo dedica um texto a cada um dos grandes compositores que ele ama, entre eles o brasileiro Villa‑Lobos. O nosso Conselho Universitário analisou e aprovou. (…)”
Baños de Cos gaña o Abrente de Textos Teatrais con Asfixia
Desde
Sermos Galiza:
“Asfixia, de José Luis Baños de Cos, é o texto gañador da 14 edición do Premio Abrente de Textos Teatrais, convocado pola MIT Ribadavia. O xurado, presidido polo director do festival, Roberto Pascual e composto pola dramaturga e actriz Avelina Pérez, polo actor Roberto Leal e polo director Álex Sampayo, decidiron por unanimidade conceder o premio a este texto.
O xurado destaca que o texto propón un interesante xogo teatral onde o aparentemente trivial e absurdo se vai transformando e crecendo eficazmente ata levar á persoa lectora a un tránsito por diferentes sensacións que tocan as convencións e o letargo rutineiro.
Agradece o xurado, igualmente, a ausencia dunha única mensaxe ideolóxica. “Amósase así unha peza que non é panfletaria e que permite a viaxe mental propia da persoa lectora sen que a voz autorial se poña nun nivel superior, coma se fose unha guía nunha única dirección”.
Atopa o xurado, por último, unha gama rica de posibilidades de posta en escena aberta, que estimula a un teatro actual e conectado co hoxe.”
“Reivindicar a historia de noso desde o Pico Sagro”
Desde
Sermos Galiza (foto de David Otero):
“O 19 de xullo de 1924, durante a ditadura de Primo de Rivera, Castelao, acompañado doutros membros das Irmandades da Fala, ascendía ao Pico Sagro, fonte de numerosas lendas e contos populares, para regresar, simbolicamente, cando, exiliado en Bos Aires, escribiu o necesario discurso Alba de Gloria.
Desde 2011, a Federación Galiza Cultura e as asociacións culturais O Galo, de Compostela, e Vagalumes, da Estrada, organizan unha subida ao Pico Sagro para resgatar o espírito daquel ascenso. Nesta ocasión, foi a escritora Marta Dacosta quen pronunciou a intervención principal, de marcado carácter poético, na aba do monte, “obxecto de culto do pobo que por dereito habitaba estas terras antes da primeira colonización coñecida e da cristianización forzosa que quixo ocultar a súa existencia”, lembrou.
Desde o “altar da terra nai”, salientou, parafraseando a Castelao, aludiu a “aqueles homes” que “estaban pescudando a terra que alimenta as nosas raíces, facéndose fortes nelas”. Algo, engadiu, que “nós debemos manter e seguir a practicar: coñecer e sentir orgullo do que somos”.
Nesta liña, Marta Dacosta insistiu na necesidade de sacar á luz e visibilizar “as abas da nosa historia como realmente foron, para así sabermos se acadamos o cume ou aínda temos que percorrer un traxecto necesario e convocar o noso pobo para que comprobe de que elementos estamos feitos. E se, coma este monte, estamos feitos de cuarzo, somos duros e transparentes, como Castelao foi”.
A escritora reivindicou a imaxinación como un elemento imprescindíbel para recoñecérmonos. Precisamente, Castelao advertía no Alba de Gloria ese “evocar algo irreal, algo puramente imaxinario, que co seu simbolismo nos deixe ver o pasado para proveito do futuro”. “A imaxinación é hoxe o fío co que cosemos os anacos de nós que imos recuperando”, afirmou, para se debruzar, a continuación, por Lupa.
“Os silencios que se estenden entre os retallos que nacen abeirados aos topónimos que gardan a súa memoria, poñen en marcha a engrenaxe que acaba por se traducir en palabra poética, versos que non esquecen a imaxe da escultura que retratou o seu somentemento á igrexa, case a única imaxe que chega a nós”, pronunciou Dacosta, que advertiu que a historia de Lupa “foi sempre utilizada como elemento negativo na construción do relato da vinculación do apóstolo Santiago con Compostela”. “Retallos á sombra da historia que outros nos dixeron real: a xangada de pedra portadora de ósos sagrados na loita pola construción dun pasado cristián que dese poder e riqueza ás terras recuperadas. Un relato que se repite en diferentes latitudes e que, se o lemos ben, fala de loitas de poder. Lendas de poder que aínda hoxe prevalecen e nos impoñen unha forma de mirar á historia”, agregou a escritora.
Nesa denuncia pola manipulación e ocultación da historia galega, Marta Dacosta tirou de Carvalho Calero, quen nunha entrevista publicada en A Nosa Terra, sinalaba, “mentres non decidamos suicidarnos como pobo temos que confiar na posibilidade de rectificar a historia e a historia, por suposto, ten que ser rectificada”. E esa rectificación da historia levou máis dun cento de persoas a ascender na mañá do sábado ao Pico Sagro.
A intervención de Dacosta insistiu no puramente imaxinario como “como cemento necesario para edificar a casa de noso”. “Nese lugar creamos, ás veces, as poetas, procurando construír a rede que nos sosteña, o cobertor que nos abrigue”.
“Como galega, é dicir, muller nacida nesta terra, consciente da miña identidade, da miña clase e de que esta sociedade precisa ser transformada, poño ao dispor de cantos me acompañades o pouco que sei facer, enfiar palabras coas que nomear a emoción. Con esa vontade, deixeime levar un día polo galopar das eguas entre a néboa e corporeicei a raíña pagá que foi sepultada baixa as palabras oficiais, para que das súas cinzas nacese a nosa vida. É o meu particular xeito de “ver o pasado para proveito do futuro”, concluíu a escritora.
A xornada da mañá completouse coa lectura de poemas por parte do obradoiro de declamación da Asociación Veciñal e Cultural Agra do Orzán, da Coruña, co izado da bandeira, coa lectura de Alba de Gloria, da que tamén participou a Agrupación Cultural Alexandre Bóveda, da Coruña, e coa visita ás covas do Pico Sagro.
Após o xantar, amenizado polo grupo musical Maraxe, a poeta Iolanda Aldrei guiou as persoas participantes polo mosteiro de Camanzo, onde se conservan pinturas do século XVI. Após visitar o templo, realizarase unha visita guiada, a cargo do director do Museo da Minaría de Volframio, polo poboado mineiro de Fontao.”
O Macbeth de Manuel Lourenzo
Artigo
de Xoán Costa en Sermos Galiza:
“Foi Manuel Lourenzo o primeiro en optar por unha representación galega de Macbeth, en Ribadavia en 1975 e na Coruña. A tradución, feita polo propio Manuel Lourenzo, non se publicou mais consérvase na Biblioteca Arquivo Francisco Pillado Mayor da UDC.
A representación da Coruña contou cun cartaz de Luís Seone en impresión de Moret. A representación correu a cargo do Teatro Circo, o primeiro grupo galego de teatro independente.
Antes disto Galiza coñeceu Macbeth noutros formatos. Primeiro, en maio de 1857, a través da ópera de Verdi. Cóntao El Iris de Galicia en breve anuncio que tamén indica que é a primeira vez que se representa en Galiza esta peza que se estreara dez anos antes en Florenza.
Con máis atraso aínda chegou a Galiza o Macbeth de Orson Welles. O filme, do ano 48, non foi referenciado na prensa da Galiza até 1963 e non entra na carteleira até 1970.
Si tivo moita repercusión na prensa galega a noticia, procedente de Lisboa, do incendio que arrasou o Teatro Nacional en decembro de 1964 durante unha representación de Macbeth, acentuando así un certo ar de maldición, fatalidade e supersticións teatrais asociadas desde o século XVII á obra. Nen a elas foi alleo Manuel Lourenzo.”
“A cultura de base galega convive e comparte ao pé dunha das paisaxes máis queridas de Manuel María”
Desde
Sermos Galiza:
“A choiva non quixo faltar ao Convivio da Cultura Galega. A VI edición deste encontro que organiza a Casa-Museo Manuel María reuniu en Outeiro de Rei xentes do activismo cultural de base de toda Galiza. O mal tempo obrigou suspender as actividades da tarde.
Activistas da cultura de base procedentes de diferentes lugares da Galiza citáronse este sábado en Outeiro de Rei, ao acubillo dun dos entornos máis queridos por Manuel María. Un encontro para convivir e para compartir experiencias e proxectos, para celebrar a cultura da Galiza, que é a cerna do Convivio da Cultura Galega, que este ano celebraba a súa VI edición.
Unha cita á que non quixo faltar a choiva, que se ben perdoou pola mañá, o que permitiu que se desenvolveran as actividades programadas para antes do xantar, xa quixo estar presente na comida campestre na carballeira e obrigou suspender a foliada da tarde.
A xornada comezou coa tradicional acollida das persoas participantes na horta da Casa-Museo Manuel María e co coro da asociación cultural e musical Solfa poñendo a banda sonora. Momento de encontros e reencontros. Desde alí, desprazamento para a ofrenda floral a Manuel María no cemiterio de Outeiro, onde o arqueólogo e dinamizador cultural Felipe Senén tomou a palabra. O concerto da Banda Municipal de Música Sons e Soños de Rábade-Begonte-Outeiro na carballeira de Santa Isabel puxo a previa ao xantar campestre.
O que si se desenvolveu foi, no Auditorio da Casa-Museo, o encontro das entidades que fan parte da Federación Galiza Cultura e que compartiron experiencias e puxeron en común proxectos e retos.
“O obxectivo do programa é propiciar unha xornada de amizade e compañeirismo a través dunha festa galega e popular”, afirmana Alberte Ansede, secretario da Fundación Manuel María, nunha entrevista esta semana en Sermos Galiza. “Iniciamos o convivio hai seis anos sen estar moi certos do éxito de convocatoria, mais a traxectoria demostrou que si hai espazo e necesidade dunha celebración como esta”.”
María del Rosario López Sánchez gañou o Premio de Poesía Cidade de Ourense
Desde
Sermos Galiza:
“A autora María del Rosario López Sánchez gañou o Premio de Poesía Cidade de Ourense. O xurado, que se reuniu na sexta feira 5 de xullo, elixiu o seu poemario como gañador de entre os 49 apresentador por participantes de toda a Galiza e Portugal.
O poemario de López Sánchez titúlase Álbum e foi enxalzado polas valoracións do xurado pola súa claridade nítida. A obra, engadiu, ofrece unha estética clara e coherente onde na súa lectura, a lectora ou lector vaise imaxinando as imaxes que recrea.
Sobre os temas tratados na obra, o xurado salientou o autocuestionamento moi sincero da propia vida e da ética.
A decisión foi unánime e ademais, as e os membros do xurado valoraron moi positivamente a calidade de todas as persoas participantes. Precisamente, o xurado estivo composto polo alaricán Carlos da Aira, gañador da pasada edición; Celia Pereira, activista cultural; Rochi Nóvoa, poeta ourensá, e Mónica F. Valencia, Técnica de Normalización Lingüística do concello de Ourense.
O premio ten unha dotación económica de 6.000 euros e a publicación do libro. (…)”
Adela Figueroa Panisse: “Aprendendo contos em galego cria-se a ligação afetiva com a nossa cultura e a nossa língua”
Entrevista
a Adela Figueroa Panisse en Sermos Galiza:
“A escritora e ativista ecologista Adela Figueroa participou em Cabo Verde no IX Encontro de Escritores de Língua Portuguesa representando a Galiza e deu a palestra ‘A literatura infanto Juvenil na Galiza. Uma necessidade Cultural’ na que advogou pelo conto galego como ferramenta para a criação duma ligação com a cultura e língua nas crianças.
A edição do IX Encontro de Escritores de Língua Portuguesa decorreu do 20 ao 22 de junho na Cidade da Praia, Cabo Verde, sob o título ‘A literatura infantojuvenil’. Nele participou a escritora e ativista ecologista Adela Figueroa Panisse representando a Galiza ao ser Santiago membro da União de Cidades Capitais de Língua Portuguesa.
Adela Figueroa (…) advogou pelo conto galego como ferramenta para a criação duma ligação com a cultura e a língua nas crianças. Sermos Galiza conversa com a autora arredor da importância do conto no nosso país e o que significa a participação de escritoras galegas neste encontro internacional ao lado de autores e autoras da própria Galiza, de Cabo Verde, Angola, Guiné, São Tomé, Brasil e Portugal. Tanto Figueroa como a ilustradora galega Celsa Sánchez foram recebidas pelo presidente da República a quem obsequiaram o libro Galiza Cabo Verde, Abraço Poético, no que escrevem pessoas de ambos os dois países.
– Sermos Galiza (SG): Começou o seu relatório em Cabo Verde afirmando que somos “seres conta contos”. A que se refere?
– Adela Figueroa Panisse (AFP): Na cova de Eirós (Triacastela) encontrou-se os restos de uma fogueira de mais de 180.000 anos. Imagino as estóriase lendas que lá seriam contadas ao calor do lume por homens do Neanderthal e muitos milheiros de anos depois pelos chamados de Homo Sapiens sapiens (Cromagnon).
Os seres humanos necessitamos viver em sociedade e para manter esta é necessário normas de comportamento em comum. Também somos seres com sentido de transcendência que supera o que chamamos tempo presente. Por isso precisamos sabermos a história da tribo, e imaginarmos o futuro. A previdência é a faculdade de elaborar estratégias sobre situações possíveis, imaginadas. Os contos ajudam nessa função. Ainda, há muitos perigos lá fora. As crianças têm de apreenderem a superarem essas ameaças, e necessitam saber tudo acerca da natureza que nos fornece de alimento, perigos e segurança. Os contos tratam disso. Aprendemos brincando e escutando.
– SG: Na sua palestra fez referência à falta, há anos, de difusão de contos tradicionais galegos, o que obrigava a recorrer daquela a contos originários doutras culturas e noutros idiomas. Considera que hoje o conto tradicional galego está recuperado e goza de difusão?
– AFP: A transmissão cultural mudou. De ser feita ao pé da lareira para as escolas e através de outros meios como TV, radio, etc. Mas, na Galiza, existem muitas ações que favorecem a cultura oral. Temos em Lugo, por exemplo, a Galicia Encantada que coordena António Reigosa e que organiza um congresso todos os anos de cultura oral. Na Eira da Xoana (Fundación Eira, Ramil, Agolada) realizam-se atividades de conta contos tradicionais relativas às diferentes etapas do ano, por citar apenas um par de exemplos, mas há muitos mais casos.
Literatura escrita agora há muita, mas do ponto de vista histórico este fenómeno é recente. Por isso eu referia que os contos que me liam de criança não eram contos galegos. Mas eu sim que escutei contos tradicionais galegos. Hoje a literatura infanto juvenil em galego tem importância. Há muito publicado. Não tanto difundido. Eu nisto coloco muita responsabilidade nas escolas para alem das famílias. Falei com muitas pessoas (mestras e livreiras) para fazer a minha palestra e, em geral, podemos concluir que o papel das mestras é muito importante puxando pelos livros escritos em galego. Na falta duma verdadeira política de promoção do galego estas têm a responsabilidade de fomentar o idioma e favorecer a leitura em galego. Pelo que diz a respeito da vitalidade da nossa língua esta está em declive. Mas temos que falarmos de direitos linguísticos, direitos do povo e não somente de direitos particulares.
É a nossa comunidade galega quem tem a responsabilidade de conservar, praticar, defender e não perder o património comum que representa a língua. A primeira a ser escrita na península ibérica independente do latim, e que viajou polo mundo da mão de Portugal para ser hoje falada por mais de 200.000.000 de pessoas no mundo. Mas, ainda que só falássemos nós, temos a obriga de defende-la, porque é a nossa. Foi-nos entregue por milheiros de pessoas que a guardaram para nós, cultivando-a e crescendo-a. Seria traição deixá-la ir. Cito, na minha palestra as Escolas Semente que tanto fazem pela normalização da nossa língua: o galego. (…)”
María Xosé Porteiro: “En Cuba os galegos fixemos cousas que aquí non podiamos: saber quen somos”
Entrevista
de Daniel Salgado a María Xosé Porteiro en Sermos Galiza:
““A emigración é unha parte fundamental da nosa historia para comprendermos como chegamos aquí”, explica Porteiro a Sermos Galiza, “desde o século XIX e en boa parte do XX fomos un pobo que se baleirou e axudou a construír outras sociedades, sen rachar o vínculo coa casa”. Como o irlandés, como o italiano, como o xudeu, sinala, antes de se confesar “froito desa situación”.
Filla de pai galego simpatizante revolucionario e nai asturiana, viviu desde o seu interior os acontecementos decisivos do século XX. E relata que a súa ollada é “peculiar, distinta da doutros galegos emigrados en Cuba que se sentiron desposuídos pola Revolución”. Subxace no texto de Sándalo, case 400 páxinas cuxos episodios suceden entre 1823 e 2015 en contextos históricos reais.
“A mirada sobre a emigración galega pode ser sociolóxica ou podemos incorporala ao noso relato histórico normal”, entende, “se facemos socioloxía, estamos facendo chacinaría, despezando a historia. E, ao cabo, a bisbarra máis próxima a Galiza por occidente son as Antillas, como polo sur é Portugal”. En Sándalo, Galiza e Cuba entretécense sen solución de continuidade, adiante e atrás na axitada historia dos dous países.
“O meu coñecemento directo de Cuba -o primeiro que aprendín na miña vida-, e o de Galiza -que adquirín a partir dos 14 anos”, di, “servíronme para aprender que a historia de Galiza escribiuse moitas veces en Cuba. Os galegos estivemos alí facendo cousas que aquí non podiamos facer: por exemplo saber quen somos, dotarnos de bandeira, de himno, explicar por que nos consideramos patria”. (…)”
Electra, Premio do Público na Mostra de Teatro de Cangas
Desde
Sermos Galiza:
“Electra é a gañadora do Premio do Público da XXXVI edición da Mostra Internacional de Teatro Cómico e Festivo de Cangas. Dirixida por Jose Carlos García e Cláudia Nóvoa, narra a historia da filla preferida do rei Agamenón, que consumará a vinganza polo asasinato do seu pai coa axuda do seu irmán Orestes, matando a súa propia nai e o seu tío Existo, que usurpou a coroa. Todo este baño de sangue familiar decorre co estilo cómico de Chapitô.
Con 36 creacións orixinais ás súas costas desde o ano 1996, a compañía portuguesa elabora un enxeñoso espectáculo de actualización, coherencia estilística e traballo físico. Para conseguir este resultado, só precisan catro intérpretes e unha escenografía a base de culleres para traer até a actualidade o mito de Sófocles en clave humorística, mais sen perder a súa natureza tráxica.
Chapitô comunícase principalmente a través do xesto e da imaxe, rompendo as barreiras lingüísticas e poñendo de relevo a súa vocación universal.
Quico Cadaval e Generación Why
A segunda obra máis votada polo público foi Vacas, guerras, porcos e cregos, da compañía galega Producións Teatrais Excéntricas. Co dramaturgo e actor Quico Cadaval sobre o escenario, o monólogo foi puntuado polos espectadores cun 4,74 sobre 5. Cadaval, que este ano tamén fixo o pregón da 36 Mostra, actuou no Singlot Festival (dirixido por André Buenafuente) de Sant Feliu de Guíxols (Girona), en virtude da irmandade entre os dous festivais de humor.
Generación Why, de Teatro en Vilo, foi a terceira obra máis votada polo público, cunha puntuación de 4,67 sobre 5. Nesta obra, tres actrices procedentes de España, Reino Unido e Italia, enfróntanse sobre o escenario a unha pregunta: Que queres para o teu futuro?”