“Como escrever ao galope” por Susana S. Arins

Artigo de Susana Sánchez Arins na Plataforma de Crítica Literaria A Sega:
“(…) María Xosé Queizán decide contar-nos aquilo que considera importante e necessário na sua vida em mais de 800 páginas. Afirmar que não escreve é inútil. Escreveu, e muito.
Mas, deveria? Parece que não, porque escreve coisas que só a ela mesma interessam. Fala de pessoas que já estão mortas, e não devera. Conta intimidades que não deveriam ser contadas, que tanto tem que acedesse a pílula anti-conceptiva ou que fosse objeto de um poema de escárnio ou que deixasse as crianças com a avó para estudar em Santiago? Afirma Joanna Russ que o que antes era considerado imoral, indecente, foi substituído pola ideia de confessional. Sylvia Plath não é poeta de verdade, porque aquilo que escreve são intimidades que a ninguém interessam.
Mas a nosoutras interessa-nos: interessa-nos porque outra estratégia do sistema para que não escrevamos é a de deixar-nos sem referentes, sem modelos a seguir. Que María Xosé Queizán narre a sua trajetória, com as dificuldades e obstáculos e sucessos e acertos e erros serve-nos de guia e estímulo às que hoje andamos na escrita.
A sua origem é importante. É contextualizadora. Não. Não vas ser a mesma nascendo em Vigo, numa família bem vinda a menos, que nascendo em Santiago filha de solteira. E a autora leva-nos da mão por esse Vigo industrial e trabalhador da posguerra no que aprendeu a mover-se em liberdade e traz a nós o tato do ferro para o fazer nosso. Não vás ser a mesma acedendo a uma biblioteca republicana que educando-te entre as estantes de uma sacristia. E sabemos das suas primeiras leituras e da sua educação literária. Não marca isso o seu futuro de escritora? Não vas ser a mesma entrando na adolescência como num cárcere que passando a adolescência num cárcere. (…)”

Susana Sánchez Arins: “Som ciente do lugar que ocupo e sei que não sou mainstream”

Entrevista de Mario Regueira a Susana Sánchez Arins en Sermos Galiza:
“(…) – Sermos Galiza (SG): Publicas [de]construçom no 2009 depois de ganhar com ele o Premio Nacional de Poesía Xosemaría Pérez Parallé. Como lembras aquele momento com a perspetiva duma década?
– Susana Sánchez Arins (SA): O Pérez Parallé para mim supôs poder publicar, eu que era inédita em todos os sentidos e nem sequer publicara em revistas. E foi muito importante poder começar assim, com um prémio prestigioso e numa editora da relevância de Espiral Maior. E é curioso porque desde aquela nunca mais precisei de recorrer a certames para poder publicar os meus livros, algo que para mim diz muito do próprio prémio e também do carinho que lhe tenho.
– SG: O facto de não publicares antes tem algo a ver com a norma ortográfica que escolheste para escrever?
– SA: Está relacionado, mas no meu caso também funcionou muito a auto-censura: “Não vou enviar nada porque da forma na que escrevo não o vão querer”. Também chegara a apresentar-me a outro certame antes com um outro livro transliterando o texto, mudando nh por ñ e assim. Não ganhei e fiquei tranquila por poder dizer: “Não é a norma, é que falta trabalhar os poemários, dar-lhes madurez”. O seguinte foi o livro com o que ganhei o Parallé e já o enviei com a atitude vital que mantenho hoje: “Vai na minha norma e se me querem que me queiram, e se não, eles o perdem”. Nesse sentido o Parallé quitou-me o medo, serviu-me para ver que se podia publicar, ainda que haja portas nas que nunca petei e sei que seguramente não se me abririam.
– SG: Como valoras a dia de hoje o estado da questão normativa do galego?
– SA: Penso que vamos polo bom caminho. Formo parte da AGAL, que agora aposta polo bi-normativismo, e ponho muitas vezes de exemplo a minha plaquette Carne da minha carne publicada há uns meses por Apiario. Tenho que dizer que com Apiario o tema da norma nem sequera veio à conversa, eu enviei assim e assim o publicaram. Outras editoras como Chan da Pólvora ou Laiovento também acolhem propostas assim e penso que só faltam as grandes casas editoriais galegas. E mesmo nestas há atitudes que mudaram nos últimos anos: como a parceria de Xerais com Através nos volumes Bolcheviques/Bolxeviques. Penso que esse é o caminho, pouco a pouco iram caindo os preconceitos, o panorama irá-se abrindo e também acabará por eliminar-se a regra da maior parte dos prémios literários que exige apresentar as obras em norma ILG-RAG. Bem podia ir mais rápido, mas acho que estamos nesse processo. E é certo que nos últimos dez anos avançamos muito. No 2009 foi notícia que [de]construçom estivesse em reintegrado, acho que era o primeiro livro do Pérez Parallé com o que acontecia e perguntavam por isso em todas as entrevistas. Porém, hoje já não é notícia que Carne da minha carne seja o primeiro livro que Apiario saca noutra norma, e isso é algo que me alegra. O caminho é que haja liberdade de escolha.
– SG: Nesse sentido, penso que tiveste uma experiência particular com o teu livro Seique.
– SA: Sim, é um livro que ultrapassou muito o âmbito do reintegracionismo e chegou a muitas pessoas, rompendo essa barreira do público restrito e militante. Fui com ele a clubes de leitura de adultos, de adolescentes, entrou em centros como leitura do alunado… tive muitos encontros sobre o livro. E o último que te perguntam as pessoas leitoras é por que há um lh no canto dum ll. De facto, houve quem me disse que, à hora de ler, tinha mais problemas com a escrita sem maiúsculas que com a norma ortográfica. Experiências que te fazem pensar na verdadeira dimensão da questão normativa.”

“Da simbiose entre as margens”, por Susana S. Arins

Artigo de Susana Sánchez Arins na Sega:
“(…) Feminismos e literatura infantil e xuvenil en Galicia é um resumo/síntese da tese de doutoramento de Montse Pena Presas. O objetivo do seu trabalho é revisar a crítica feminista à LIJ e comprovar se esta deixou pegadas no sistema literario galego. A autora faz un recorrido desde os inícios na Galiza dos dous campos: o dos estudos feministas e o da produção de literatura infantil e juvenil, analisando se há ou não influências e relações entre esses dous espaços. Para isso recorre à clássica periodização cronológica, estabelecendo etapas desde a década de 20 do século passado até a atualidade.
Montse Pena estuda dous mundos marginais, não heterodoxos, nos seus respetivos campos: o feminismo entre as ideologias e a LIJ no sistema literário. E no recorrido que faz para nós, vemos como essa marginalidade fica refletida na ausência de visibilidade, mesmo no ocultamento, das suas respetivas achegas à cultura galega.
Na primeira parte do livro, na que para a analisar a existência de crítica literária infantil desde os movimentos feministas, damos com duas mostras deste silenciamento: a ausência de bibliografia sobre o tema, de materiais críticos, e de corpus de obras sobre as que trabalhar. Trabalho que deve fazer a autora se quer pesquisar, pois (quase) nada antes. Porque o movimento feminista houve de mover-se nas margens, fora dos espaços académicos e, só por isso, pode parecer que não existiu. Mas rastrejando as suas pegadas nas revistas da época, transcende a existência, sim, de grupos de mestras a trabalhar por boa parte do território na elaboração de materiais coeducativos e mesmo de materiais literários.
E vem aí a segunda mostra: as mulheres escrevemos literatura bem antes do que as academias e as histórias literárias oficiais marcam, só que estas unicamente atendem a literatura adulta, esquecendo a pensada para crianças que, igual que as mulheres1, entra dentro do campo da não-literatura. E assim, Montse Pena recupera os nomes das pioneiras e adianta anos o aparecimento de autorAs no sistema galego. Onde as histórias literárias académicas dão espaço às mulheres nos inícios do século XXI, Pena Presas coloca-nos o Pericles e a balea de Xohana Torres como título pioneiro, e dá conta da entrada doutras mulheres no sistema (Sabela Álvarez, Gloria Sánchez, María Victoria Moreno, Fina Casalderrey…). (…)”

Tabela dos libros. Decembro de 2018

Desde o blogue Criticalia, de Armando Requeixo:
“Velaquí a última Tabela dos Libros do 2018, que ofrece a lista de títulos que Francisco Martínez Bouzas, Inma Otero Varela, Mario Regueira, Montse Pena Presas e eu estimamos como os máis recomendables entre os publicados nas últimas semanas. ¡Boas lecturas e felices festas!”

Nota bene: Os máis recomendados obtivéronse a partir da suma dos votos de cada crític@ aplicando o seguinte baremo: 1º posto = 5 puntos, 2º posto = 4 puntos, 3º posto = 3 puntos e así sucesivamente.

Culturgal 2018, Pontevedra: actividades literarias destacadas do domingo 2 de decembro

Do 30 de novembro ao 2 de decembro, no Pazo da Cultura de Pontevedra, terá lugar o Culturgal 2018.

As actividades literarias destacadas do programa para o domingo 2 de decembro son:
11:00 h. Espazo Libro. Presentacion de As Pessoas do Drama, con Helder Gomes Cancela, vencedor do Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores/Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas. Camões – Centro Cultural Português em Vigo.
11:30 h. Espazo Foro. Mesa redonda: «A conveniencia das coleccións de literatura infantil con perspectiva de xénero» e presentación das obras gañadoras do I Premio Fina Casalderrey de literatura infantil pola igualdade. Baía Edicións. Con Ana Luísa Bouza e Montse Pena Presas, representando o xurado, as autoras gañadoras Antía Yáñez con A reconquista e Sabela Losada con Vermella, así como Belén López Vázquez como editora convocante.
12:00 h. Espazo Foro. Presentación do libro-disco A comuna del Barruzo. aCentral Folque. Presentan: Ugia Pedreira, voz, pandeireta, Abel Pérez, acordeón, Pierrot Rougier, frauta, cordofones.
12:00 h. Auditorio Pazo da Cultura. Concerto de Oviravai: Paio e o poder da música. Editorial Galaxia. O teixugo máis querido volve con novas aventuras. Con Suso Feixón, Xacob Welicki, Verónica Santalices, Carlos Gil, Erika Welicki, Federico Welicki, Iván Davila e Noa Covelo. Espectáculo especial: prezo 5,50€. Entradas en www.ticketea.com
12:30 h. Espazo Libro. Conversa sobre a tradución de A cámara do sangue e outros relatos de Angela Carter coa tradutora María Reimóndez, a escritora e prologuista desta edición, Emma Pedreira e a editora de Urco, Andrea Jamardo. Ao acabar, xs escritorxs e ilustradorxs estarán nos stand de Urco Editora asinando exemplares dos seus libros.
12:30 h. Espazo Foro. Galaicos, un pobo entre dous mundos. Alvarellos Editora con Deputación de Pontevedra.
13:00 h. Espazo Libro. Presentación do libro infantil O tempo meteorolóxico. A Mesa pola Normalización Lingüística. Con Miguel Robledo, autor e
ilustrador, e Mónica Pazos, coordinadora.
13:30 h. Espazo Libro. A cama de meu avó e Carne da minha carne. Apiario . Conversa-recital entre Celso Fernández Sanmartín e Susana Sánchez Arins ao redor dos novos títulos.
13:30 h. Espazo Foro. «O proceso da tradución literaria». AGPTI.
13:30 h. Espazo Infantil Deleite. Presentación do álbum ilustrado Puff! Vaia peido. Editorial Galaxia. Seres sorprendentes con nomes ben ocorrentes de Luísa Martínez Lorenzo.
16:00 h. Stand Galaxia. Sinatura con Raquel Castro. A formiga fóra do carreiro.
16:30 h. Espazo Foro. Entrega do Premio Meiga Moira a Ánxela Gracián, por As voces da auga e Pere Tobaruela por Auga e Lume. Baía Edicións.
16:30 h. Espazo Libro. Lanzamento de Tu contas e eu conto, de Susana Sánchez Arins. Através Editora.
16:30 h. Salón de Actos. Versogramas. Un documental de videopoesía. Presentan Belén Montero, directora, e Celia Parra, produtora executiva.
16:30 h. Espazo Carpa. Chuches Amil en concerto: novo libro-cd Monstros con ou sen consentimento. Editorial Galaxia.
17:00 h. Espazo Foro. Presentación de Kalandraka TV, canle de televisión dixital sobre literatura infantil e xuvenil. Kalandraka Editora. Con Xosé Ballesteros, director de Kalandraka, José Miguel Sagüillo e Bea Campos, realizador e presentadora da canle.
17:00 h. Espazo Libro. Conversa con Iolanda Zúñiga e Antón Lopo
sobre as súas novelas Natura e Extraordinario (Premio Repsol 2018). Editorial Galaxia.
17:00 h. Espazo Ate Contemporánea. Contar por amor á arte. 25 aniversario do Centro Galego de Arte Contemporánea (CGAC). Contacontos con Celso Fernández Sanmartín. Recomendado para persoas adultas.
17:00 h. Stand de Edicións Fervenza. Héitor Picallo asina exemplares de No medievo, castañas e castiñeiros como recursos económicos.
17:15 h. Espazo Infantil Deleite. Guendufe o anano. Edicións Fervenza. Con Juan Andrés Fernández, Luís Reimóndez, Gabriel Iglesias, Rosa Costas e Valentín García.
17:30 h. Espazo Foro. Presentación do acto sobre a recuperación do Pazo de Meirás. Deputación da Coruña. Con Goretti Sanmartín e Artur Trillo.
17:30 h. Espazo Libro. Presentación do novo número da revista Contos Estraños, da novela Manuel de medo, noxo, vicio e morte, de Tomás González Ahola e da novela O secuestro de Brigantia, de Xurxo Esquío. Asociación Cultural Contos Estraños Editora. Con Xosé Duncan, responsable da revista, Fernando M. Cimadevila, editor, e Tomás González Ahola, autor.
17:30 h. Espazo Carpa. Cintaadhesiva. Con Jesús Andrés Tejada,
música, Silvia Penas Estévez, voz, textos.
18:00 h. Stand Xerais. Sinatura de Paseniño, paseniño de Antonio García Teijeiro e Marcos Viso.
18:00 h. Espazo Arte Contemporánea. Presentación do libro Baila comigo ata o final do amor, de Antón Sobral.
18:00 h. Espazo Libro. Presentación de A Torre e da Colección Vitamina N. Con Antonio Sandoval, autor, e Ramón Rozas, crítico literario.
18:00 h. Auditorio Pazo da Cultura. Concerto de Xoán Curiel e a Banda do Verán: A Casa do Terror. Editorial Galaxia. Esta casa está chea de monstros e pantasmas que te sacarán a bailar e te farán rir e desfrutar. Ten coidado porque non desexarás saír desta aventura. Espectáculo especial: prezo 5,50€. Entradas en www.ticketea.com
18:15 h. Espazo Foro. Presentacion das gañadoras dos premios de dramaturxia Álvaro Cunqueiro e Manuel María. AGADIC-Xunta de Galicia. Con Avelina Pérez, gañadora do XXIV Premio Álvaro Cunqueiro para textos teatrais coa obra Ás oito da tarde, cando morren as nais e Paula Carballeira, gañadora do X Manuel María de literatura dramática infantil coa peza Somos os monstros. As dramaturgas estarán en Culturgalpara recibir os seus galardóns, nun acto no que participarán a presidenta do tribunal, Laura Tato Fontaíña, e o director da Agadic, Jacobo Sutil.
18:30 h. Espazo Libro. Presentación da Biblioteca feminista. Editorial Galaxia. Coas autoras Amada Traba, Carme Adán e Inma López Silva.
18:30 h Mercedes Queixas e as ilustradoras Paula Pereira e María Montes asinarán exemplares dos seus libros: Xandra, a landra que quería voar, e A brétema, de María Victoria Moreno.
18:30 h. Stand Kalandraka. Antonio Sandoval asina exemplares de A Torre e A árbore da escola.
18:45 h. Espazo Foro. Entrega do Premio do Público Culturgal 2018.
18:45 h. Espazo Infantil Deleite. Viaxe no tempo con As mulleres e os homes. Catro Ventos Editora. Contacontos ao redor do libro do equipo Plantel e a ilustradora Luci Gutiérrez. Con Silvia Penas, narradora.
19:00 h. Espazo Libro. Premios Xerais 2018. Conversa de Ramón Rozas con Emma Pedreira, autora de Besta do seu sangue, Premio Xerais de Novela 2018; Héctor Cajaraville, autor de Kusuma, Premio Merlín de Literatura Infantil 2018 e Carlos Negro, autor de Aplicación instantánea, Premio Jules Verne 2018. Ao remate, sinatura no stand de Xerais.
19:15 h. Espazo Foro. Presentación do manual Bailegramas, de Sergio Cobos. aCentral Folque.
19:30 h. Espazo Infantil Deleite. Presentación de Macedonia de versos e de Pim Pam Pum. Aira Editorial. Con Concha Blanco, autora, Lidia Nokonoko, ilustradora, Pablo Otero, autor, e César Lorenzo, editor.
19:45 h. Espazo Foro. Lectura de Rosalía Fernández Rial arredor de Bonus Track. Editorial Galaxia.
19:45 h. Espazo Libro. Conversa entre Francisco Castro, autor de
Iridium, e Elisabeth Oliveira. Editorial Galaxia.