Irimia (Meira): VII Festa da Afirmación e Dignidade, o 21 de setembro

Vítor Vaqueiro: “A repressão no 68 não era uma cousa branda, senão um dispositivo que se ia avultando na mesma medida que cresciam os movimentos de protesta”

Entrevista de Montse Dopico a Vítor Vaqueiro en Praza:
“(…) – Praza (P): No limiar de 1968, Álvarez Cáccamo ressalta que a principal novidade deste livro, na tua trajetória poética, é o registro da verbalização da intimidade. Concordas com esta idéia? Em que medida?
– Vítor Vaqueiro (VV): Não é fácil, do meu ponto de vista, que um autor, ou autora, opine sobre o seu próprio trabalho e, no meu caso, especialmente. Dito isto, e tentando dar resposta à tua pergunta direi que é possível que Cáccamo tenha razão. Acho que, à hora de julgar a minha poesia, existiu sempre um ponto de vista da crítica —com exceções, como é lógico— segundo a qual a minha escrita poética se caracterizava pola presença do elemento mítico, pola frieza e pola opacidade. Não vou negar que eu faça uma proposta que —para além das suas bondades ou maldades literárias— tem o seu grau de dificuldade. Tudo neste mundo é difícil, lembra-nos J. L. Borges e eu escrevo como escrevo, não sei fazê-lo doutra forma. Mas também penso que essa escrita, na que acredito, colhida no seu conjunto, é, também, profundamente autobiográfica, materialista, no bom sentido do termo, e ancorada no mundo real.
Provavelmente o que acontece em 1968 é que todo o texto, sem exceção, procede da experiência direta vivida. Foi vivido, em primeira pessoa, o acontecimento que para mim supus o processo da universidade naqueles anos, como o foi a guerra do Vietnã, que marcou fortemente uma parte, infelizmente escassa, das pessoas que vivemos essa época, as fotografias, que lembro, do Che Guevara morto, o seu cartaz feito desde uma foto de Alberto Korda, a da miúda vietnamita nua queimada polo napalm, de Nick Ut, a do assassinato dum guerrilheiro Vietcong, de Eddie Adams, o festival de Woodstock cujo filme vi, se mal não lembro, no Salão Teatro, a audição, uma e outra vez, da Shosholoza de Pete Seeger, num piso da rua da Rosa, os graffitis, que ainda tenho fotografados, de Franco del Carro, o medo pessoal, o abandono amoroso, as visitas ao cemitério de Bonaval, a mulher serpente das festas da Ascensão, a música dos Creedence, de John Lee Hooker, de Zeca Afonso e de Quilapayun, escutadas centos de vezes, a feira na carvalheira de Santa Susana, o recital de Voces Ceibes no Capitol e muitas cousas mais. Esse é o material do que está composto 1968, texto que tenta refletir esse caráter, como che dizia, de acontecimento, entendido este termo no seu sentido forte, no de circunstância que interrompe o devir quotidiano, que interrompe a política e gera um novo rumo, uma nova perspectiva das cousas. (…)
– P: O livro tem muito de retrato do Terror, e em geral da violência, da época. Mas de certa forma também se conecta com a atual violência das “democracias” capitalistas. Em que sentido este livro também fala da violência presente?
– VV: Claro, porque a época era violenta e essa violência, bem como o medo que a violência gerava, está refletida, ainda que muitas vezes seja de maneira indireta, através da peneira literária, nas páginas do texto. Não sei se dizer que a violência está inserida no gênero humano até a raiz, mas acredito que qualquer sociedade arranjada em camadas e categorizada em função da classe social à que cada quem pertence, gera inevitavelmente desigualdade. Essa desigualdade gera, pola sua vez, protestos nos setores sociais mais desfavorecidos e nos mais conscientes que, por vezes, não são precisamente os mais desfavorecidos.
O poder, em geral o Estado, que se atribui gratuitamente o monopólio da violência, em troca de reagir escutando esses protestos, analisando o que neles há de justiça, reage com violência, o qual agrava o problema, gera mais frustração e afasta a solução. Neste sentido, as atuais democracias, que eu prefiro chamar “sistemas de liberdades formais”, com “formais” sublinhado, respondem perfeitamente a este esquema, utilizando intermitentemente, quando se precisar, a violência física e de maneira ininterrupta o que poderíamos qualificar, usando a nomenclatura do poder, “violência de baixa intensidade”, concretizada na pressão constante dos “meios de dominação”, não de comunicação, porque o que se diz comunicar, pouco comunicam, limitando-se, em qualquer caso e atendendo à sua própria definição, a porem em circulação o que é comum.
Além da constante construção de “relatos” antidemocráticos, os meios de dominação de massas falsificam a realidade com manipulações, mentiras e após-verdades. Neste sentido a série “A voz mais alta / The loudest voice”, reflete magnificamente, através da análise da figura de Roger Ailes, que foi agressor sexual e diretor de Fox News —cárregos que desenvolvia simultaneamente com grande solvência— o processo posto em marcha pola direita “democrática” norte-americana para se perpetuar no poder e torcer as vontades, como demonstra paradigmaticamente hoje o presidente Donald Trump. (…)”

Xosé Miguel Barrera Vázquez gaña o XLV Certame Literario do Concello de Vilalba

Desde o Certame de Vilalba:
“O Concello de Vilalba vén de anunciar o gañador do XLV Certame Literario de Poesía despois de que o xurado emitise na tarde do 19 de agosto o fallo. Lidos os 36 libros presentados a este Premio dotado con 7.000 euros, flor natural e diploma, acordouse por unanimidade proclamar gañador o poemario presentado co título Poema da rúa das aves, do autor Xosé Miguel Barrera Vázquez.
O xurado, presidido pola alcaldesa de Vilalba, Elba Veleiro, estivo formado por expertos no eido literario: Darío Villanueva, membro da Real Academia Española; Ramón Villares, Catedrático de Historia; Fidel Fernán, director do Grupo de Radio Principal e Xulio Xiz, xornalista.
Xosé Miguel Barrera é natural de Vilalba, aínda que actualmente reside na vila madrileña de Torrelaguna, sendo membro do Grupo Bilbao de escritores afincados en Madrid e colaborador da revista de poesía OLGA. Na súa actividade literaria figuran publicacións en galego e castelán, como os libros de poesía Loita de Silencio, Árbore do Desespero e Poemas do Tempo Silenciado. Tamén ten colaborado en diversas publicacións colectivas como a revista Xistral.
Tamén ten publicacións en diversas revistas colectivas de escrita castelá como La Espadaña, Cartapacio ou Piedra Lisa. Entre algúns dos recoñecementos do autor destacan a de finalista do concurso de guión do proxecto Una Tela en Blanco polo texto “Una tarde en el parque” e no concurso poético Chozas de la Sierra, na súa VIII edición, acadou a Mención de Honor polo poema “Lamento por la muerte de un amigo”.”

A IX edición do certame Inspiraciencia de relatos de inspiración científica xa ten gañadoras-es

A IX edición do certame Inspiraciencia de relatos de inspiración científica xa ten gañadoras-es.
O Aquarium de Donosti en colaboración co Centro de Física de Materiais CSIC/EHU acolleu o 6 de setembro de 2019 o acto de entrega de premios do xurado e do público, cun total de 377 relatos que participaron na presente edición do concurso.
​A AELG colabora habilitando prazas para as persoas gañadoras nos Obradoiros da súa Escola de Escritoras e Escritores; así mesmo, propuxo unha persoa para o xurado, Pura Salceda.

Estes foron os relatos nas categorías xuvenil e adulto en galego, resultando gañadores e finalistas os seguintes:

Xuvenil
Relato gañador: “(Pa)ciencia”, de Carlota Díez Herrero.
Relato finalista: “A fantástica formación da Lúa”, de Sandra Rodríguez Macía.

Adulto
Relato gañador: “Gedankenexperiment”, de Agustín Agra Barreiro.
Relato finalista: “A linguaxe secreta dos xardíns”, de Puri Covelo Abeleira.

Máis información, aquí.
Vexa aquí a galería fotográfica do acto de entrega de premios.

Inspiraciencia é un concurso de relatos de inspiración científica, unha invitación á cidadanía para pensar e imaxinar a ciencia desde a creación literaria. O seu obxectivo é fomentar o achegamento ao pensamento científico a través da escritura.
Inspiraciencia non é só os relatos. Máis aló do concurso, organízanse charlas, talleres, exposicións, propostas para a aula, lecturas, etcétera, para profundar nas variadísimas relacións e hibridacións entre ciencia e literatura.