Entrevistas a Marcos Abalde e Lina Pérez en Praza

Entrevista de Montse Dopico a Marcos Abalde e Lina Pérez en Praza:
“Umha instantânea deste tempo: um sistema económico que nos conduze à morte social -com o desemprego- e à morte física -com a exploraçom laboral-. Deste jeito define, em poucas palavras, o dramaturgo e poeta Marcos Abalde a peça com a que ganhou o XI Premio Diario Cultural de Teatro Radiofónico, Psicofonias. A dramaturga Lina Pérez levou o premio do Público, escolhido pelos ouvintes, por Alianzas. Mas, além da coincidência no reconhecimento, ambos autores comfluem na sua opção por um tipo de teatro, o que Abalde chama “teatro-sabotagem”. Que se nega a ser amável com a opressão.
– Praza (P): Escreveste Psicofonias já para apresentar ao prêmio, adaptaste algo que tinhas feito…?
– Marcos Abalde (MA): Escrevim-na pensando nas condiçons do prémio e também na audiência da rádio.
– P: O texto é uma conversa de um casal. Vai frio. Ela volta ao trabalho antes de recuperar-se de algo que lhe aconteceu. Ele está no desemprego. Nada mais começar a ler, sabemos que fala de violência, da do mundo laboral: que exclui a uns e que trata a outros coma objectos, coma peças de uma máquina que só pode funcionar engolindo-os. Era o teu objectivo falar desse tipo de violência? Por que? Por que o frio?
– MA: A friagem da exclusom. A violência que arrepia. O mundo é bem hostil para as pessoas que vendemos a nossa força de trabalho. A peça está inspirada numha história real que aconteceu no hospital da Corunha em julho de 2012. Umha trabalhadora, obrigada a incorporar-se dumha baixa, acabou tirando-se do noveno andar.
– P: Ele dedica-se às psicofonías. Por momentos, poderia parecer até cómico. -As psicofonías de Pondal em São Amaro, por exemplo-. Mas não o é. É como um ponto absurdo que sublinha o absurdo de uma situação social -e política-. Era o objectivo? É dizer, por que o das psicofonias?
– MA: Umha noite no programa da Rádio Galega que trata destes assuntos puxerom umhas psicofonias realizadas no castelo de Doiras, em Cervantes. De maneira surpreendente os defuntinhos falavam espanhol. Sonho com o dia em que, em vez de dedicar programas de rádio e televisom ao mundo do paranormal, lho dediquem a divulgar os clássicos da emancipaçom: Marx, Luise Michel, Kropotkine, Simone de Beauvoir, Lenine, Angela Davis, Frantz Fanon, Silvia Federici ou Castelao. Talvez as nossas filhas vejam como as livrarias substituem a seçom de Autoajuda pela de Ajuda mútua. (…)
Acho que sempre falo do mesmo no meu trabalho: do absurdo ao fim e ao cabo, da falta de sentido. Dou-lhe tão pouco valor a esse lugar social, valorado pela maioria, que está presente em tudo o que escrevo”. Isso diz Lina Pérez ao fio desta conversa sobre Alianza, a peça com a que ganhou o prémio do público do certame Diario Cultural de Teatro Radiofónico. Um texto sobre os espelhos que nos devolvem a realidade que não queremos ver. Sobre a incomunicação no espaço relacional.
– P: Primeiro, perguntar-te em que andaste a trabalhar nos últimos meses, ademais de escrever esta peça. Estavas com Os cans non comprenden a Kandinsky. Como foi de funções?
– Lina Pérez (LP): Desde a estreia dediquei-me, sobretudo, a escrever. Estou a trabalhar noutra peça. Também estive com os “retoques” de Honey Rose, -com direcção e dramaturxia minha- que se estreou em junho, e agora estou a iniciar um processo de trabalho que busca um diálogo entre teatro e poesia, com Cinta Adhesiva. A poesia cénica de Silvia Penas sempre me resultou muito atraente e nisso andamos. Tenho alguma coisa mais iniciada, mas ainda não posso falar porque está nos primeiros momentos.
Os cans non comprenden a Kandinsky deu-me muitas satisfações. Não é uma peça fácil de mover porque não é o seu lugar ideal um teatro à italiana e porque a sua linguagem cénica tem esta consideração de “alternativa” -cada vez gosto menos destas palavras, a verdade. Pergunto-me, alternativa, a que? Como se tivermos que ter um centro de referência constantemente. E mesmo assim foi estreada no Teatro Ensalle , que considero um bocadinho “fogar” para mim, e passou pela Mostra de Cangas, pelo FITO de Ourense, pela Sala Montiel e pela Sala Ingrávida. E não só isso, senão que com estas funções teve muita repercussão nos médios. Pode parecer frivolidade falar de repercussão mas não é tal, para mim como teatreira é importante a visibilidade. Também foi publicado o texto na Erregueté. Enfim, muito contente. (…)”

Compostela: presentación de Alma. Un sopro de aire fresco, de José Lorenzo Tomé

A quinta feira 1 de febreiro, ás 20:00 horas, en Numax (Concepción Arenal, 9), en Santiago de Compostela, José Lorenzo Tomé presenta Alma. Un sopro de aire fresco, publicado por Baía Edicións. No acto, o autor estará acompañado por Alberto Sucasas.

A Coruña: Encontro c@s amig@s arredor de Luísa Villalta, en novembro de 2017

“Como peche do ciclo de actividades As chaves do tempo, arredor de Luísa Villalta, que organizaron a agrupación cultural Alexandre Bóveda e a Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega, entre o 19 e o 27 de novembro, celebrouse este encontro presentado por Xurxo Souto e Teruca Queiro. Interviron Pilar García Negro, Pancho Pillado, Ánxeles Penas, Blanca Silva, Ana Pillado, Maribel Longueira e Cesáreo Sánchez, ademais da familia de Luísa Villalta.”

Margarita Ledo Andión: “Galiza é un país subexposto, moi censurado”

Entrevista de Daniel Salgado a Margarita Ledo Andión en Sermos Galiza:
“(…) – Sermos Galiza (SG): O premio Otero Pedrayo é oficialista…
– Margarita Ledo (ML): Si, moi oficialista.
– SG: …como se evita que este tipo de recoñecementos domestiquen a cultura?
– ML: Esta é unha cultura tan anómala que está ateigada de premios. En troques de haber eses premios nacionais a algo que en determinado momento che fai avanzar, hai toda esta sucesión de recoñecementos. Eu fiquei sorprendida. Porque non é un mapa que teña na cabeza. Cando me chama Carmela Silva, a presidenta da Deputación que convocaba este ano, sorprendeume. Despois o nome, Otero Pedrayo, fíxome sentir a gusto. Logo dígome que son a primeira muller e obrígome a saber por que. Ten a ver co rol da muller no terreo da proxección cultural. Logo descubro que, para alén das entidades convocantes, hai un xurado máis amplo, de 20 persoas. Pero podemos darlle a volta e, en honor a Junqueras, dicir “hai que recuperar as institucións”. Calquera sociedade se dota de instrumentos institucionais, que son xusto ese mundo de relación entre o diferente: diferentes intereses, diferentes tácticas, diferentes prioridades. Aquilo que é urxente para que unha sociedade non desapareza, que é o noso risco: que desapareza aquilo que Otero representa para converternos en reclamo turístico. Esa función como única posíbel. Nunha situación normal, nas institucións entrarían os recoñecementos. Na nosa, creo que hai unha sobreexposición dos premios.
– SG: Esa é a sensación.
– ML: E ao tempo hai aspectos da cultura absolutamente abandonados. Agora traballamos nun programa europeo de subtitulado en linguas non hexemónicas. Traballamos con diferentes países europeos e con Catalunya e Euskadi. Galiza é o único país que non ten política de subtitulado. Hai áreas absolutamente abandonadas e outras sobreexpostas. Galiza é un país subexposto, moi censurado. Para a visibilización da cultura galega é necesaria unha institución como o Ramón Llull catalán ou como o Etxepare vasco. Hai subexposición nalgun Hai subexposición nalgunhas cousas e sobreexposición noutras. E seguramente o mundo dos premios está sobreexposto.”

Xosé Manuel Sánchez Rei recompila máis de 400 cantares tradicionais galegos

Desde o Diario Cultural da Radio Galega:
Xosé Manuel Sánchez Rei recompila no volume Cantar na Coruña. Cancioneiro coruñés dos séculos XVIII e XIX máis de 400 cantares tradicionais galegos. Pode escoitarse a entrevista aquí.”