Carlos Taibo: “Para mim o Porto é, por muitos conceitos, uma vila galega”

Entrevista de Valentim Fagim a Carlos Taibo no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): O nosso Porto não é um guia para percursos pola cidade. O que é então? Vai-nos encorajar a calcorrear a cidade invicta?
– Carlos Taibo (CT): É uma interpretação pessoal da cidade que, com um pouco de ousadia, pode servir também de introdução ao que esta é. Ainda que sejam muitos os galegos que visitam o Porto cada ano, nas livrarias da Corunha, de Compostela ou de Vigo não tem sentido buscar uma monografia sobre o Porto. Com muita sorte, o que o livreiro oferecerá será um breve texto, em espanhol, que permite programar um fim de semana na cidade. Eu espero ter contribuído com um ensaio que permite compreender melhor o significado do lugar que visitamos. Creio que não é pouco.
– PGL: Entre os capítulos do livro, destacaria, pessoalmente, o desenvolvimento da cidade, a cidade contestatária, a turistificação, clima, comida e língua e a Galiza é o Porto. Este é um livro idealizado para leitoras da Galiza. Imaginas um leitor português? Como o encorajarias a ler o texto?
– CT: A tarefa é difícil, entre outras razões porque o que anotei há um momento sobre as livrarias galegas não pode dizer-se das portuguesas, e nomeadamente das portuenses. Há muitas monografias sobre a cidade. Mas, mesmo assim, o leitor, ou a leitora, português pode encontrar nas páginas do livro uma introdução ao Porto, uma visão singular no que diz respeito a algumas matérias precisas como as que mencionas e, também, e naturalmente, umas maravilhosas fotografias. (…)”

Entrevista a Victorino Pérez Prieto no Portal Galego da Língua

Entrevista de Valentim Fagim a Victorino Pérez Prieto no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): O teu processo para te tornares galego-falante está vinculado ao bacharelato e, sobretudo, com a tua decisão de te tornares sacerdote.
– Victorino Pérez Prieto (VP): Aos dez anos fui a Compostela para fazer o Bacharelato no seminário de Belvis. Ali vivi menos essa repressão do galego na escola; fui aprendendo-o mais, escutando os amigos fora das aulas e lendo os primeiros textos na nossa língua. Ao concluir, depois dum entusiasmante COU experimental, onde comecei a tomar gosto ao estudo, fui a Valladolid para estudar Arquitetura, onde o galego estivo totalmente ausente. Pero num verão, após uma profunda conversão religiosa, deixei esses estudos e entrei no Seminário de San Martinho Pinario, para fazer os estudos eclesiásticos de Filosofia e Teologia.
De novo em Compostela, mudou a minha perspetiva. Deixei a minha vida burguesa, e, no compromisso com a causa libertadora de Jesus de Nazaré e do Evangelho, cheguei à realidade da Galiza como um povo com uma língua e uma identidade própria. Compreendi que, se eu queria servir esse povo, tinha que defender a sua língua e a sua identidade e comprometer-me no seu desenvolvimento sociopolítico. Por isso, desde o começo tomei a decisão de falar sempre em galego, sobretudo em publico. Era uma postura fundamentalmente ética; e nela fui mais consequente e radical que mesmo os meus companheiros que falavam galego de nascimento. Esta postura alimentou-se com a leitura de Castelao, Otero Pedrayo e outros velhos galeguistas; e ao mesmo tempo com os meus contactos com o nacionalismo, sobretudo com os estudantes da ERGA. (…)
– PGL: Na hora de criar textos em galego, o português servia como referente? Em geral, que relação havia com a sociedade portuguesa e com o português nos movimentos cristãos mais galeguistas?
– VP: Nos começos não, os textos para a liturgia que fazíamos e as revistas em que publicávamos –o semanário Irimia, da qual fui doze anos diretor, e a revista bimensal Encrucillada– fazíamo-lo no galego normativo, como as colaborações que tinha noutras publicações como o semanário A Nosa Terra e outros, e diários como El Progreso.
Os textos para a liturgia começaram a fazer-se em galego-português com Martinho Montero Santalha, companheiro na diocese de Mondonhedo-Ferrol; foi uma opção que não muitos compreenderam, sobretudo pela dificuldade para ler que supunha para as pessoas. A relação dos cristãos galeguistas com o reitegracionismo era, em geral, escassa e tirante; alguns amigos temos debatido arduamente sobre isto em Encrucillada defendendo publicar textos em reintegrado e mesmo em português. No meu livro Galegos e cristiáns (Vigo 1995) falei de Martinho e do que chamei carinhosamente “O outro galeguismo cristián”: Isaac Alonso Estraviz (que já publicara nessa ortografia o livro dos Salmos e outros textos), Joám Trilho, Antom Gil Hernández, Maria do Carmo Henríquez Salido, Joam José Santamaria, etc. Com eles começamos a relação com o português, ainda que eu já tivera relação com a Igreja portuguesa em encontros anos atrás. (…)”

Compostela: actividades literarias destacadas no Festigal 2022

Na Galería das Letras do Festigal 2022, que se celebrará no Campus Universitario Sur de Santiago de Compostela, terán lugar as seguintes actividades literarias destacadas o 25 de xullo:

16:30 h. Presentación de Teño dereitos. Edita: Esculca. Observatorio para a Defensa dos Dereitos e Liberdades. Participa: Lucía Barros, Presidenta de Esculca.
17:15 h. A obra de Manuel María para públicos novos. Presentación de novos materiais divulgativos, didácticos e lúdicos, dirixidos para as crianzas, mocidade, familias e profesorado, sobre a poesía e a narrativa infanto-xuvenil de Manuel María. Edita: Casa – Museo Manuel María. Participan: Pepe Carreiro, autor, e Alberte Ansede, Secretario da Fundación Manuel María.
18:00 h. Presentación do audiovisual Setembro do 82: o nacemento da unidade nacionalista. Proxección dun avanzo do documental e palestra 40 aniversario da Asemblea de Riazor, sobre a asemblea fundacional do Bloque Nacionalista Galego. Edita: Fundación Galiza Sempre. Participan: Francisco Rodríguez, Encarna Otero e Mario López Rico. Modera: Carme Vidal.
18:45 h. Presentación do audiovisual A semente de 1972. Proxección dun avanzo do documental e palestra A semente de 1972. 50 aniversario. Nación. Clase. A loita continúa, sobre os sucesos de Ferrol e Vigo dese ano, a conflitividade laboral do ano 1972 na Galiza, a importancia destas loitas do movemento obreiro galego na ditadura franquista e a súa influencia no nacemento do sindicalismo nacionalista galego. Edita: Fundación Moncho Reboiras. Participan: Elvira Souto, Xesús Chaves, Suso Seixo, Presidente da Fundación Moncho Reboiras.
19:30 h. Presentación conxunta dos libros O libro negro da lingua galega, de Carlos Callón, e Lingua, poder e adolescencia, de Miguel Rodríguez Carnota. Edita: Xerais. Participan: Pepa Baamonde, Séchu Sende, Cibrán Arxibai, Miguel Carnota e Carlos Callón.
20:30 h. Presentación de Porque caiu a Galiza?, de José Manuel Barbosa. Edita: Através Editora. Participan: José Manuel Barbosa e Valentim Fagim, codirector de Através Editora.

ESPAZO DE ENCONTRO CON AUTORAS E AUTORES
17:00 a 18:00 horas:
Unha etapa estelar e conflitiva de Galiza. A segunda metade do século XIV.
Edita: AS-PG, 2022.
Participa: Francisco Rodríguez, autor.
Memoria diversa.
Edita: Deputación da Coruña, 2022.
Participa: Eva Mejuto, autora.

18:00 a 19:00 horas:
A nación dos mil viños.
Edita: Laiovento, 2022.
Participan: Martiño Santos, Xosé Gontá, Toño Núñez (autores).

Actividades da Semana do Libro de Compostela (SELIC) 2020

Rianxo: Curso de verán da USC. Galego, porta aberta para o mundo 2