Compostela: Encontro Galeusca 2025

Destacado

O Encontro Galeusca 2025, organizado pola AELG, coa participación da AELC e da EIE, conta co apoio de CEDRO, a Deputación da Coruña e o Concello de Santiago.

Fundada formalmente en 2008, e con precedentes de encontros anuais históricos celebrados desde 1984, a Federación Galeusca está formada pola Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega (AELG), a Euskal Idazleen Elkartea (EIE) e a Associació d’Escriptors en Llengua Catalana (AELC). Representa 2800 autoras e autores, tanto escritoras/es como tradutoras/es.

Neste espazo de diálogo póñense en común perspectivas sobre a creación escrita nos nosos tres sistemas literarios recuperando e ampliando, deste xeito, os vínculos e as reflexións conxuntas levadas a cabo en anteriores encontros, centrándose, neste caso, en aspectos como o impacto da Intelixencia Artificial desde a perspectiva das linguas e literaturas minorizadas ou a literatura de tradición oral.

O programa previsto é o seguinte:

Venres, sexta feira, 19 de setembro de 2025
– Pola tarde. Chegada das persoas participantes a Santiago de Compostela.
– 19:15 h. Recepción na Alcaldía de Santiago, por Goretti Sanmartín.
– 20:30 h. Roteiro por Compostela, principalmente para as delegacións participantes, guiado por Daniel Asorey. O punto de saída será a Praza do Obradoiro.

Sábado, 20 de setembro de 2025
Entrada libre até completar a capacidade do espazo.

Museo do Pobo Galego (Sala de actividades da ala sur do Museo) (Google Maps) Pola mañá.
– 11:05 h. Apertura por representantes das tres asociacións.
– 11:20 h. Relatorio inaugural sobre a traxectoria de Galeusca a cargo de Goizalde Landabaso, acompañada por Sebastià Portell (presidente da AELC) e Cesáreo Sánchez Iglesias (presidente da AELG).
– 11:40 h. Acto aberto de reflexión sobre Galeusca con representantes das tres entidades, moderado por Marta Dacosta.
– 12:45 h. Diálogo sobre Intelixencia Artificial desde a perspectiva das linguas e literaturas minorizadas, con Rubén Cela, Ania González Castiñeira e Sebastià Portell.

Museo do Pobo Galego. Pola tarde.
– De 16:30 a 17:30 h. Mesa redonda sobre literatura de tradición oral, coordinada por Antonio Reigosa. Con Oihana Arana e Amaia Elizagoien (Euskadi), Joan Borja (Països Catalans), Alba María (Galiza) e Rita Sineiro (Portugal).
– De 17:30 a 17:50 h. Lectura pública das conclusións do Galeusca 2025, por parte das tres asociacións.

Igrexa de San Domingos de Bonaval.
– 18:00 h. Lectura da Declaración de Compostela-Bonaval.
– De 18:30 a 20:00 h. Acto de clausura coordinado por Lois Pérez, con improvisación entre regueifeiras (Alba María e Lupe Blanco), bertsolariak (Oihana Arana e Amaia Elizagoien) e glosadors (Miquel Àngel Adrover e Berta Llos). Peche musical con Ugia Pedreira.

A Coruña: exposición fotográfica Ser-tão, de Marcos Vieira

A segunda feira, luns, 8 de setembro, ás 19.30 h, inaugúrase no local da Agrupación Cultural Alexandre Bóveda da Coruña (Rúa Santo André, 36, 1º), a exposición fotográfica Ser-tão, de Marcos Vieira, actividade na que tamén participa a AELG.

Ser-tão desvela as nuances ocultas nas paisagens, faces, olhares, texturas, sabores, lugares e sentimentos do estado do Ceará, joia do nordeste brasileiro. Cada fotografia é um portal para a riqueza velada de uma região frequentemente reduzida à aridez e à luta pela sobrevivência. A mostra propõe uma imersão no âmago do ser, onde o frenesi da vida moderna dança com a serenidade dos cenários naturais.
Os rostos retratados são telas vivas, pintadas com histórias de resiliência e esperança, enquanto os olhares capturam o oceano das emoções humanas, onde risos e lágrimas se misturam como água e sal. As texturas revelam a dureza e a beleza da terra, cada ruga e fissura um verso do poema telúrico que o sertão escreve diariamente. Os sabores, evocados através das imagens, são sinfonias gustativas que trazem à tona a culinária rica e tradicional, nutriente de corpo e alma.
Ser-tão é uma ode ao ser, em toda sua complexidade e simplicidade. É um mergulho nas águas profundas das dualidades e na essência do existir, onde o tempo tece seu próprio ritmo e a vida se desenrola em uma dança harmoniosa com a natureza.

(Texto de Andrea Melo Vieira; Curadoría de Jakson Renner Rodrigues Soares)

No acto participará musicalmente a intérprete brasileira Euterpe.

Chantada: Simposio-Homenaxe Xosé Lois García. 80 anos de Cultura e Vida, o sábado 6 de setembro

A Coruña: actividades do 9 de agosto na Feira do Libro 2025

AGLP aproba novas académicas correspondentes

Desde a Academia Galega da Língua Portuguesa:
“Inez Andrade Paes, Humberta Brites Dias Jerónimo Araújo, Maria Rosário Fernandes Velho, Blanca García Fernández-Albalat, Alfredo Ferreiro Salgueiro, José Gorís Cuinha, Noemi Vázquez Nogueiras e Irene Veiga Durán foram eleitos como académicas e académicos correspondentes da Academia Galega da Língua Portuguesa. Assim foi decido na reunião plenária celebrada na Casa da Língua Comum, em Santiago de Compostela, no passado sábado dia 12 de julho. A AGLP enriquece-se assim com a incorporação de oito especialistas, em língua galega e portuguesa, em literatura galega, na defesa linguística, na dinamização social e cultural e nas artes da imagem, bem como em outras disciplinas.”

Alva Martínez Teixeiro e Carlos Paulo Martínez Pereiro publicam coletânea de Machado de Assis na Através Editora

Entrevista de Luigi Cavaliere Martínez a Alva Martínez Teixeiro e Carlos Paulo Martínez Pereiro no Portal Galego da Língua:
“(…) As histórias do futuro de Machado de Assis. Uma novela e vinte e quatro contos que contam é o título do último livro editado na Através. Uma proposta especial, que inaugura a coleção Através do Brasil. Esta coleção inaugura-se com um clássico e referência da literatura brasileira, numa coletânea cuja seleção, edição e estudo ficaram a cargo da professora Alva Martínez Teixeiro e do professor Carlos Paulo Martínez Pereiro. Falamos com Alva e com Carlos Paulo.
– Portal Galego da Língua (PGL): Primeiramente, gostaria de saber como se deu o primeiro contato de vocês com a obra de Machado de Assis.
– Carlos Paulo Martínez Pereiro (CPMP): Foi fruto do acaso. Na adolescência, na década de 1970, um vizinho que voltou de Cuba, facilitou-me uma tradução latino-americana das Memórias póstumas de Brás Cubas e fiquei fascinado. Daí para a frente, foram 50 anos de tirar do extraordinário fio machadiano, a começar pelo Humanitismo da delirante figura de Quincas Borba e da sua filosofia, sintetizada no desvairado lema darwinista “Ao vencedor, as batatas”.
– Alva Martínez Teixeiro (AMT): No meu caso, foi uma descoberta na biblioteca familiar, mais ou menos, na mesma altura (na adolescência, mas nos últimos anos do século XX): primeiro, das Memórias póstumas de Brás Cubas e, a pouco e pouco, das obras menos (genialmente) irónicas de Machado de Assis. Foi uma descoberta e um encantamento com o Machado satirista, a poética da subtileza do excesso de teor swiftiano e a sua extraordinária criatura, o cínico Brás: ele é tão, tão, egoísta que todos identificamos nele defeitos dos outros, mas ninguém se pode identificar com ele.
– PGL: Machado de Assis é amplamente reconhecido por seus romances, como Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. No entanto, sua produção literária é muito mais extensa e diversificada. Para aqueles que ainda não conhecem sua obra, por que começar pelos contos seria uma boa escolha?
– AMT e CPMP: Em especial, consideramos que seria uma boa escolha porque estimulam qualquer prazer da leitura. Além disso, gostaríamos de destacar também que os contos foram, para Machado de Assis, uma espécie de laboratório textual, onde foi testando – com enorme sucesso – o experimentalismo narrativo, as possibilidades das modulações do cómico – do satírico ao irónico – e a capacidade reflexiva do texto literário a respeito da condição social e existencial do ser humano. Portanto, os contos são uma boa ‘porta de entrada’ para os textos mais extensos e conhecidos de Machado, pois condensam em excelência todas as suas virtudes da sua maior e melhor escrita.
– PGL: É possível identificar diferentes fases na trajetória literária de Machado de Assis: uma primeira, de caráter mais romântico e menos conhecida, e uma segunda, marcada pelo realismo e naturalismo. Os contos e a novela incluídos nesta edição pertencem, cronologicamente, a qual momento da vida e da produção do autor?
– AMT e CPMP: Todos eles, tanto O Alienista, quanto os contos, integram-se na fase de maturidade de Machado de Assis, ‘pós-Brás Cubas’. Propositadamente, selecionamos apenas textos desse período, em que a escrita de Machado se distancia dos princípios ‘de escola’ para se tornar expressão de um grande pensador heterodoxo, cómico, mas ‘com rabugens de pessimismo’. É interessante pensar que até hoje os historiadores e estudiosos da literatura experimentam um certo desconforto e dificuldade ao tentar classificar essa escrita ‘pouco ortodoxa’, que acordaram denominar ‘realismo machadiano’, isto é, um realismo-outro, evoluído, porque, Machado, na verdade, se serve das convenções do Realismo para subvertê-las e sugerir que a complexidade do real não pode ser ‘fechada’ num texto acabado, perfeito e com ‘lição moral’. (…)”