Festigal 2024

A Coruña: presentación de Cantos de dor e liberdade, voces galegas por Palestina, o 1 de xullo

O 1 de xullo, ás 19:30 horas, na A. C. Alexandre Bóveda (Rúa Santo André, 36, 1º), na Coruña, preséntase o libro Cantos de dor e liberdade, voces galegas por Palestina, publicado por Tempo Galiza Editora. Participan nesta presentación o profesor Carlos Aymerich Cano, autor do prólogo; Iván Prado, de Pallasos en Rebeldía; Marga do Val, Igor Lugrís, Xulio López Valcárcel, Celso Álvarez Cáccamo, Julia Aguiar, Mensi Cortizas, Sabela Losada e Estíbaliz Espinosa. As persoas interesadas poden inscribirse aquí.

Xandra R. Grey e Igor Lugris: “Haroldo dos Santos deixara a Antologia muito bem estruturada e organizada, mas não completamente fechada”

Entrevista a Xandra R. Grey e Igor Lugris no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Essa é uma das questões fulcrais deste livro. Quanto dos fragmentos publicados é obra das suas respetivas autoras e autores e quanto é criação, ou transcriação, de Haroldo?
– Xandra R. Grey (XRG): Não há uma resposta simples para essa pergunta. Haroldo sempre procurou ser muito respeitoso e honrado com as autoras e autores a traduzir e, especialmente, com os seus textos. O dicionário diz que o respeito é o sentimento que nos impede de fazer ou dizer cousas desagradáveis a alguém, e a honra é o sentimento do dever da dignidade de da justiça. E, com certeza, essas foram sempre ideias-força, palavras de ordem poderíamos dizer, que Haroldo sempre teve presentes, em todas as facetas da sua vida. Antes de iniciar um trabalho de tradução, e quando a autora ou autor estava ainda vivo, ou estavam ainda vivas as pessoas mais próximas que os conheceram, sempre procurou falar com elas e explicar como era que ele entendia o processo de tradução. E nunca, que nós saibamos, teve um desencontro, uma discussão nem uma polémica com elas por esse trabalho. Certo que em ocasiões houve críticos ou académicos que discordavam do seu trabalho, ou mostravam publicamente o seu desacordo com alguma das suas traduções; mas isto Haroldo sempre o entendeu como uma questão natural e normal, mesmo positiva em algum momento. Dito isto, é que podemos dizer com claridade que no trabalho de Haroldo o texto original e o texto traduzido sempre são um mesmo texto e dous textos diferentes. Ele levava até as últimas consequências a convicção, recolhida de Alberte Fabri (como explicamos na introdução do livro), de que as obras artísticas não significam, mas são.
– Igor Lugris (IL): Com efeito. Haroldo defende que é impossível na literatura separar significado e significante, continente e conteúdo, pois são completamente independentes e absolutamente dependentes. A informação estética, dirá em vários dos seus textos teóricos, é na obra literária igual de importante e primordial que a informação semântica, e, insiste, a informação estética é intraduzível: unicamente é que pode ser transcriada. A transcriação é para Haroldo um exercício que deixa fora elementos chave na criação, como pode ser a procura da originalidade ou as marcas (léxicas, sintáticas, mesmo semânticas) que refletem uma voz pessoal e distinguível. Marcava uma fina pero sólida linha entre a criação e a transcriação: nos seus textos próprios, procurava a sua voz, o seu estilo, mas nos trabalhos de transcriação procurava “ser” um outro autor, o mais próximo possível do autor ou autora original. Em mais de uma oportunidade explicou que a sua pretensão era “ocupar” a personalidade do autor original, mas transmutado em falante de português. Não sempre lhe resultou fácil. Olhemos para o fragmento de Pierre Menard recolhido na Antologia: “A originalidade é impossível / e só possível por ser / com certeza / mentira”. Toda uma declaração de intenções por parte de Haroldo.
– XRG: Podemo-lo ver, por exemplo, com um dos textos da Antologia. O texto de Anne Mary Morrisson (que Haroldo traduz em 1977), é deliberadamente confuso e incompreensível no original inglês. A estrofe final é especialmente obscura, e Haroldo, que não gostava especialmente do hermetismo ininteligível, opta por manter essa dificuldade: qual é a diferença entre ser incompreendido e ser não compreendido? O poema original vai oscilando entre “misinterpret” e “misunderstood” e Haroldo decide complicar deliberadamente o texto, para achegar-se à pretensão da autora. A tradução final foi aplaudida pola própria Anne Mary Morrison, que uns anos mais tarde modificará o seu texto para recolher em parte a interpretação de Haroldo.
– PGL: Qual é a vossa opinião sobre o resultado da Antologia? Achades que Haroldo estaria satisfeito com o Livro alheio?
– IL: Eu penso que sim, estou convencido. Todo o tempo que Xandra e eu dedicamos a esta edição serviu para conhecermos em profundidade a Haroldo: como tradutor, como autor, como artista, como pessoa… Em algum momento de todo este processo, mesmo fazíamos piadas sobre que realmente estávamos a nos converter em uma só pessoa: por momentos, parecia que Haroldo, Xandra e eu éramos um só, uma pessoa diferente, independente e consciente da sua existência. E isso foi porque conseguimos introduzir-nos dentro da obra de Haroldo. Mesmo poderíamos dizer que dentro de Haroldo. Chegamos a reproduzir a sua técnica de trabalho e realmente, como ele fazia, “ocupamos” a sua personalidade.
– XRG: Estou convencida de que tanto Igor como eu tivemos realmente problemas em algum momento para distinguir as nossas personalidades: é por isso mesmo que decidimos assinar o trabalho conjuntamente e não distinguir a parte de um da parte da outra. Todo foi feito em conjunto, revisado, repassado, corrigido, modificado… até chegarmos a ser uma única voz com quatro mãos. Direi mais: até chegar a ser uma única voz com seis mãos, de contarmos também com as de Haroldo. É por isso que fechamos assim a nossa introdução, convencidos de ter elaborado entre os três um livro de livros, um poema de poemas, uma voz de vozes. (…)”

Igor Lugris: “É reconfortante não fazer parte desse grupelho, ou facção, sem o qual a literatura correria o perigo de morrer”

Entrevista de Montse Dopico a Igor Lugris en Praza:
“(…) – Praza (P): A literatura é um modo de “interpretar o mundo. Não acho que sirva para transformá-lo, mas sim para clarificá-lo, e isso pode ser a base para mudá-lo. Acho que a poesia não deve procurar a beleza, mas a verdade. Mas não tudo é compromisso. Também tem que ter uma parte atrativa, evocadora, que te anime a seguir”. Isto me comentavas numa entrevista feita há já anos, em 2008. Continuas a pensar o mesmo?
– Igor Lugris (L): Continuo a pensar o mesmo, e estou ainda mais convencido do que antes. A literatura não transforma o mundo: são as pessoas quem o fam. A prova é a quantidade enorme de todo o tipo de textos (manifestos, poemas, romances, obras de teatro, ensaios, reportagens…) que chamam a transformar o mundo e o fato de que o mundo ainda não foi transformado; ou não foi transformado para melhor.
É possível estabelecer um paralelismo com o que se passa com as redes sociais a dia de hoje: ser muito ativo nas redes sociais, publicando em Twitter, Facebook, Instagram ou qualquer outra rede, centos de comentários, textos, fotografias e memes de índole pretensamente revolucionária, não vão conseguir transformar o mundo. Com certeza, é necessário é útil fazer isso, faz parte das úteis atividades de agitação e propaganda, mas sabendo que sem o imprescindível trabalho prático, diário, real e não virtual, essa atividade não tem nenhum percorrido.
Com a literatura, e as artes em geral, ocorre o mesmo. São uteis, importantes e necessárias para a transformação social, mas sempre que fagam parte dum projeto maior, no que também esteja presente o ativismo. Cada quem, cada autora e autor, cada artista com vontade de comprometer-se e pôr a sua obra ao serviço do bem comum por um mundo melhor e mais justo, terá que procurar o seu caminho e decidir como percorrê-lo. Não há um único caminho, mas recorrer o caminho continua a ser preciso. E assumo ao dizer isto a minha incoerência, dado que atualmente não participo da vida ativa e militante de nenhuma organização social, sindical ou política. Se calhar também isso tem qualquer cousa a ver com o fato de praticamente não publicar nada desde há mais de dous anos, e que com toda probabilidade assim continue.
São muitos os livros de texto e estudos críticos que, ao falarem em literatura, falam em “autores imprescindíveis” (aliás, por regra geral, homens: escritoros homens). É reconfortante não fazer parte desse grupo, grupelho, ou facção, sem os quais a literatura (se calhar mesmo a literatura universal, seja isso o que for) correria o perigo de morrer, desaparecer ou ver-se terrivelmente emagrecida. Saber que não fago parte da categoria de autor@s imprescindíveis faz com que escrever, ou deixar de escrever, resulte mais fácil, agradável e reconfortante: as palavras ditas, ou a sua ausência, não vão modificar o curso do universo, a história do país ou a vida de ninguém. Ser prescindível é uma grande tranquilidade, acho.
Quanto à procura da beleza, é possível que com o passo do tempo tenha modificado parcialmente aquela ideia. A poesia deve procurar, também, a beleza. Mas entendo hoje (se calhar não há dez anos), que a beleza é muito mais que certo prazer estético que nos produz a contemplação, a leitura ou a audição de um fato artístico.
– P: O título e a estrutura de Curso de Linguística Geral (Através), o teu último livro editado em papel, joga -com muita ironia- com a referência à obra do mesmo título assinada por Ferdinand de Saussure. Por que decidiste criticar, questionar, o que são as grandes certezas, os grandes princípios da Linguística?
– IL: Acho que finalmente o poemario não questiona os princípios da Linguística, mas faz uma releitura dos mesmos, com um importante papel dos elementos lúdicos e transgressores, ruturistas e mesmo provocadores. A pretensão ao ir escrevendo os textos que conformam o livro não era tanto pôr em questão a Linguística como demostrar que era possível, inclusive necessário, reler alguns conceitos, algumas ideias, algumas supostas verdades científicas, para ver que havia (se havia qualquer cousa) mais alá delas.
Uma das ideias com as que mais tenho trabalhado é com a dessacralização de formas discursivas (científicas, mas também em ocasiões religiosas, e sem dúvida também as políticas) anquilosadas e rituais. A linguística, e desde logo um dos seus livros fundacionais, permitia-me amalgamar o texto literário com o metalinguístico e o científico para achegar uma visão diferente, irreverente ou provocadora, mas também amena e macia ao tempo que honesta e metódica. Finalmente, a ciência não é sempre assim tão científica. E esse espaço é o que me interessava: o lugar que está mais aló do limite da literatura, mas não é ciência, mais aló do ensaio sem ser ficção, mais aló da poesia sem ser um livro de texto.
Nos atos de apresentação do livro eu explicava que existe a teoria científica de que da realidade que nos rodeia, do conjunto de todo o universo e também do mundo no que vivemos e a galáxia na que vivemos, nem vemos nem conhecemos mais que um 20%, aproximadamente, e que o 80% restante é uma ainda ignorada matéria escura, da que desconhecemos –por resumir– absolutamente todo. (…)”

Antonio Fernández Morales, escritor berciano. Bicentenario do seu nacemento (1817-2017)

O sábado 17 de xuño, en Cacabelos, terá lugar un acto en homenaxe o autor berciano Antonio Fernández Morales, organizado polo Grupo As Médulas para a Lingua e Cultura galegas do Bierzo, coa colaboración da Xunta de Galicia, Concello de Cacabelos, Consello Comarcal do Bierzo, Instituto de Estudios Bercianos e La Moncloa.

– PRESENTACIÓN E LECTURAS NA RÚA SANTA MARÍA, A CARÓN DA CASA DO ESCRITOR. Ás 11:30 horas, na rúa Santa María, 16.
– Presentación a cargo de Manuel González Prieto, membro do Grupo As Médulas para a Lingua e Cultura galegas do Bierzo.
Participarán no acto Valentín García, secretario xeral de Política Lingüística da Xunta de Galicia, Luis Alberto Arias e Gerardo Álvarez, en representación do Consello Comarcal do Bierzo, e representantes do Concello de Cacabelos.
Lectura de poemas a cargo de Eduardo Campelo Nieto, estudante de primaria en Vilafranca do Bierzo, estudantes de bacharelato do IES Bérgidum Flávium, Cacabelos, Ana Carballo, vicepresidenta do Instituto de Estudios Bercianos e Felipe Lubián, académico correspondente da Real Academia Galega polas Portelas.
Discurso a cargo do escritor Xosé Luís Méndez Ferrín.
Musicando os poemas do escritor berciano o grupo 2naFronteira.

– INAUGURACIÓN DA EXPOSICIÓN “FERNÁNDEZ MORALES HOXE: CREACIÓNS E RECREACIÓNS” E PRESENTACIÓN DA OBRA ANTONIO FERNÁNDEZ MORALES, AUTOR BERCIANO. BICENTENARIO DO SEU NACEMENTO (1817-2017). Ás 12.30 horas, en La Moncloa
Presentación do libro e exposición.
Coa presenza de:
Héctor Silveiro, académico correspondente da Real Academia Galega polo Bierzo.
Xosé Henrique Costas, académico correspondente da Real Academia Galega.
Anxo Angueira, escritor e presidente da Fundación Rosalía de Castro.

– EXPOSICIÓN “FERNÁNDEZ MORALES HOXE: CREACIÓNS E RECREACIÓNS”
A través da creación libre e co obxectivo de divulgar a obra literaria do escritor SirAntonio Fernández Morales, no bicentenario do seu nacemento (1817-2017), o Grupo As Médulas para a Lingua e Cultura galegas do Bierzo convidou a crear unha caricatura, haiku, poema, fotografía, deseño gráfico, canción,.. a partir dun verso, dous versos, máximo unha, dunha serie de poemas do autor e recollidos na obra Ensaios poéticos en dialecto berciano, 1861. Os poemas seleccionados foron os seguintes: O fiandón da aldea, A Ponferrada, Villafranca i a vendima, Os magostos, O Entroido e Na volta da sega e As rogativas a San Crispín.
A exposición recolle un total de 16 traballos:
Caricatura de Siro López.
Fotografías de Xurxo Lobato e Víctor Miguel Villar López.
Debuxo de Carlos López.
Acuarela de Jose Luis Almajano Esteras.
Alalá cantado por Carmen Penim, grupo 2naFronteira.
Deseño gráfico de Diego Jiménez Merayo.
Haiku de Mercedes Queixas Zas.
Poemas de Noelia Estévez Rionegro, Marco Paone, Rosa Enríquez, Raúl Gómez Pato, Suso Díaz, Romina Bal, Igor Lugris e Manuel González Prieto.

– PRESENTACIÓN DA OBRA ANTONIO FERNÁNDEZ MORALES, AUTOR BERCIANO. BICENTENARIO DO SEU NACEMENTO (1817-2017)
Publica Edicións Fervenza, maio de 2017. Coordinada polo Grupo As Médulas para a Lingua e Cultura Galegas do Bierzo, e ao coidado de Manuel González Prieto, membro do Grupo As Médulas para a Lingua e Cultura galegas do Bierzo. Colabora a Xunta de Galicia.
A obra Antonio Fernández Morales, autor berciano. Bicentenario do seu nacemento (1817-2017) conta coas seguintes achegas:
“Un xardín que chaman Bierzo”, limiar de Valentín García Gómez, secretario xeral de Política Lingüística da Xunta de Galicia.
“Antonio Fernández Morales, autor berciano”. Unha serie de apuntes sobre a vida de Antonio Fernández Morales.
“Selección de poemas”. Unha selección de poemas do autor, debidamente revisados: O fiandón da aldea, A Ponferrada, Villafranca y a vendima, Os magostos, O San Roque en Paradela, O Entroido, Na volta da sega e As rogativas a San Crispín.
“Fernández Morales hoxe: creacións e recreacións”. Traballos de Siro López, Xurxo Lobato e Victor Miguel Villar López, Carlos López, Jose Luis Almajano Esteras, Carmen Penim, Diego Jiménez Merayo, Mercedes Queixas Zas, Noelia Estévez Rionegro, Marco Paone, Rosa Enríquez, Raúl Gómez Pato, Suso Díaz, Romina Bal, Igor Lugris e Manuel González Prieto.