Óscar Senra Gómez: “André é uma história independente que cria espaços diferenciados e atrai novas personagens”

Entrevista de Tiago Alves Costa a Óscar Senra Gómez en Quiasmo:
“(…) – Quiasmo (Q): Como surgiu a ideia para o romance André e quais foram as motivações que te levaram a escrevê-lo?
– Óscar Senra Gómez (OSG): Por um lado, nasce como o final de uma trilogia, dá continuidade a algumas das histórias de Sete dias com Elisa e 1928 km, ao mesmo tempo é uma história independente que cria espaços diferenciados e atrai novas personagens. Ainda que com ele dou por finalizada esta espécie de saga, André não chegou para resolver as dúvidas que deixaram no ar os anteriores livros. Acho que contribui com novas tribulações, em vez de certezas. Por outro lado, esta que intitulei de ‘Trilogia de Vedra’, surgiu da necessidade de afastar-me da minha zona de conforto e de indagar sobre assuntos que me interessam, como a masculinidade hegemónica ou o idadismo.
– Q: A história decorre em locais tão diferentes como Vedra e Oslo. Como conseguiste integrar esses ambientes de forma coesa na narrativa?
– OSG: Ainda que afetam, os locais são secundários no desenvolvimento da história. Ao focar a atenção nas pessoas, é mais fácil moverem-se de um lugar para o outro sem por isso causar estranheza. De facto, no livro aparecem também Adina, paróquia de São Genjo de onde é Elisa, a protagonista principal da trilogia, Ålesund, de onde era Simen, o seu companheiro, ou Santiago de Compostela, onde conviveram durante décadas antes de decidirem viver em Vedra. No anterior romance, 1928 km, acontecia algo similar, Vedra partilhava protagonismo com Bruxelas. Não procuro um contraste cidade-rural. Esses espaços tão diversos são também um reflexo da realidade de muitas pessoas.
– Q: André aborda uma acusação grave ocorrida há cinquenta anos atrás, que agitou a família Fredberg. Qual a mensagem que pretendes transmitir aos leitores ao explorar temas como justiça e memória?
– OSG: Vejo este livro como uma indagação que não finaliza com um juízo que feche a história e faça mais agradável a leitura. São de poucas certezas. Em parte queria evitar julgar as personagens, também não condicionar a quem lê dirigindo-o para uma solução. Não quero dizer com isso que justifique a quem é acusado. Nem sequer é esse o fundo da questão. Justiça e memória são duas das palavras que acompanham a trilogia toda, mas como um questionamento, como fazia Elisa no primeiro romance, Sete dias com Elisa, perseguindo o significado da felicidade. (…)”

Óscar Senra: “Ainda que Vedra é o lugar comum nos três livros, daí o nome da trilogia, em André a Noruega será um cenário fundamental da narração”

Entrevista de Xiao Somoça a Óscar Senra Gómez no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Antes de começar, é importante assinalar para quem se achega por primeira vez à Trilogia de Vedra, que cada livro incluído na mesma pode ser lido de maneira independente. Como se complementam os três livros entre si? Deve ficar temeroso quem chegue ao André sem ler previamente os títulos anteriores?
– Óscar Senra (OS): Ainda que os três livros seguem uma sequência cronológica, cada um deles gira ao redor de uma história principal que se resolve de forma independente aos outros livros. No entanto, é claro que partilham personagens, espaços e fios narrativos que os convertem numa trilogia, e que a leitura dos três dá maior sentido à história comum que há de fundo.
Se o primeiro livro em cair nas tuas mãos é André, comprovarás o que comentei antes, que contém uma história principal que se abre e fecha no próprio livro, sem necessidade de ter lido os anteriores. De facto, mesmo se leste os anteriores, descobrirás que várias das personagens principais não apareceram nunca, como André ou Lilja, ou não tiveram tanto protagonismo, caso de Sabela e Enar. Além disso, ainda que Vedra é o lugar comum nos três livros, daí o nome da trilogia, em André a Noruega será um cenário fundamental da narração.
– PGL: Achas que pode ser mesmo curioso ler a Trilogia em ordem diferente, na que se brinque com os tempos, os lugares e as personagens?
– OS: Pode! Romper a ordem cronológica talvez ofereça novas hipóteses a quem lê. É uma trilogia onde as certezas partilham lugar com as dúvidas e as possíveis mentiras. Não há, portanto, uma sucessão unívoca dos acontecimentos que desvelem uma verdade ou desemboquem numa solução a nada. Quanto mais penso em André, mais o imagino como uma lanterna que se acende para atrás, derramando luz sobre os livros anteriores. Assim sendo, começar por ele faria sentido. Mas esta trilogia tem muito de viagens e aventura, e, à vista disso, principiar pola viagem narrada em 1928 km, teria também certa lógica. Por não falar, é claro, do acertado que seria encetar a leitura por Sete dias com Elisa. Deixo melhor a decisão nas vossas mãos. (…)”

Compostela: SELIC 2021. Festival da Lectura

Vigo: actos destacados na Feira do Libro 2021 para os 3 e 4 de xullo

O 4 de xullo continúa a Feira do Libro de Vigo (na Rúa do Príncipe, con horario de 11:00 a 14:00 horas e de 17:00 a 21:00 h.), organizada pola Federación de Librarías de Galicia, cos seguintes actos literarios destacados para estes días:

Sábado 3
12:00 h. Estefanía Padullés asina Leopoldo, o pequeno monstro, publicado por Hércules, e Un mundo para Maruxa, publicado por Belagua.
12:00 h. Óscar Senra Sete dias com Elisa, publicado por Através.
18:00 h. Paco Nogueiras e Marc Taeger asinan Extra!, publicado por Kalandraka.
19:00 h. Bea Gregores asina Emilia Pardo Bazán. Unha mente poderosa, obra de María Canosa, da que é ilustradora, publicada por Bululú.
20:00 h. Rexina Vega asina O estado intermedio, publicado por Galaxia.
20:00 h. Carlos Méixome asina Catas na memoria, publicado por Laiovento.

Domingo 4
18:00 h. Victoria García (autora) e Laura Cortés (ilustradora) asinan As formiguiñas filandeiras, publicado por Hércules.
18:00 h. Xulia María Barros asina A árbore dos vagalumes, publicado por Belagua.
19:00 h. Antonio Tizón asina Os incurábeis, publicado por Xerais.
19:00 h. Raquel Miragaia asina Tempo Tardade, publicado por Através.
20:00 h. Manel Monteagudo asina De mariño a poeta, publicado por Medulia.

Baleiro, de Gabriel Gómez Estévez, faise coa terceira edición do Premio Selic

Desde Nós Diario:
“A concelleira de Acción Cultural do Concello de Compostela, Mercedes Rosón, fixo o anuncio da obra gañadora da terceira edición dos Premios Selic (Semana do Libro de Compostela), que recaeu en Baleiro, de Gabriel Gómez Estévez. Outras dúas pezas, O novelo, de Óscar Senra e Partida salvada, de Fernando Epelde, foron merecedoras de cadanseu accésit.
De Baleiro o xurado quixo destacar a súa orixinalidade, pois Gabriel Gómez propón un futuro distópico no que se debuxa un cambio na situación política da Galiza e tamén unha historia persoal. “A proposta supón unha novidade argumental”, explican, “no panorama da narrativa actual, na que a crítica e o tratamento irónico do cotián están moi presentes”.
No referido ás novelas galardoadas con accésit, O novelo e Partida salvada, o xurado destaca da primeira “o retrato da cidade de Compostela elaborado desde diferentes perspectivas e personaxes diversos mediante o xénero policial”.
Unha narración que o autor, Óscar Senra, explicou, en rolda de prensa, que non define como novela, senón como unha serie por capítulos.
“Unha obra que vén a completar o universo das outras que publiquei, moi centrada no presente, escrita no confinamento”, que define “como me sentía no momento”, conclúe.
En Partida salvada, peza de teatro de Fernando Epelde, o xurado valorou a combinación de historias xeracionais e historias persoais, ao tempo que achega unha reflexión sobre os usos da lingua.
Segundo Mercedes Rosón, a esta edición dos premios presentáronse 34 obras: 18 de poesía, nove de narrativa, seis de teatro e unha de ensaio, incorporada este ano á convocatoria. Ademais a contía dos galardóns incrementouse, sendo de 6.000 euros para a obra gañadora e de 1.500 para cada accésit.”