Entrevista a Susana Sánchez Arins sobre seique

DesdeSusana Sánchez Arins o Diario Cultural da Radio Galega:
Susana Sánchez Arins publica seique. Non é un poemario, non é unha novela, non é un ensaio, non é unha investigación histórica, porén recolle algo de todos eles. “A brutalidade da represión enténdese no privado”. A entrevista completa pode escoitarse aquí.”

Taboleiro do libro galego XXXVII (outubro 2015), por Ramón Nicolás

Desde o blogue de Ramón Nicolás, Caderno da crítica:
“Nova entrega do Taboleiro do libro galego que, nesta ocasión, se articula mercé á colaboración das seguintes once librarías: Libros para Soñar, Andel, Casa do Libro e Cartabón de Vigo; O Pontillón de Moaña, Miranda de Bueu, Biblos de Betanzos, Trama de Lugo, Sisargas e Suévia da Coruña, Pedreira de Compostela e, finalmente, Cronopios de Pontevedra, a quen lle damos a benvida.

NARRATIVA
1º-. Morena, perigosa e románica, de Pedro Feijoo, Xerais.
2º-. A praia dos afogados, de Domingo Villar, Galaxia.
3º-. Cabalos e lobos, de Fran P. Lorenzo, Xerais.
4º-. Xeixos, de Suso Lista, Embora.
5º-. Interferencias, de Manuel Seixas, Xerais.
6º-. De remate, de Héctor Cajaraville, Xerais.
7º-. Por que as sombras non teñen ollos, de Luís Manuel García Mañá, Xerais.
8º-. Ostrácia, de Teresa Moure, Através.
9º-. seique, de Susana Sánchez Arins, Através.
10º-. A morte en Venecia, de Thomas Mann (tradución de Laureano Xoaquín Araújo Cardalda), Rinoceronte.

POESÍA
. Celebración, de Gonzalo Hermo, Apiario.
2º-. A boca da terra, de Manuel Rivas, Xerais.
3º-. Bazar de traidores, de Elías Portela, PEN Club.
4º-. Unha viaxe de ruminantes, de Baia Fernández de la Torre, autoedición.
5º-. Dez anos na Porta, A porta verde do sétimo andar.

ENSAIO-TEATRO
-. As mulleres do monte, de José Antonio Gurriarán, Galaxia.
2º-. Un cesto de mazás, de Montse Fajardo, autoedición.
3º-. A utilidade do inútil, de Nuccio Ordine, tradución de Carlos Acevedo, Faktoría K.
4º-. Indecencias e corruptelas, de Manuel Monge, Corsárias.
5º-. Lembranzas do meu vivir II, de Ramón Otero Pedrayo, Galaxia.
6º-. Poesía hexágono, Apiario.

XUVENIL
-. Como unha áncora, de Iria Collazo, Galaxia.
-. Dragal IV, de Elena Gallego, Xerais.
-. Non hai luz sen escuridade, de Andrea Barreira, Urco.
-. O álbum de Garrincha, de Beatriz Maceda, Galaxia.
-. Madonna e outros contos de inverno, de Manuel Rivas, Xerais.
-. Tes ata as 10, de Francisco Castro, Galaxia.
-. Ons, de Carlos Meixide, autoedición.
-. Bicha, de Eli Ríos, Deputación de Ourense.

INFANTIL
-. Escarlatina, a cociñeira defunta, Ledicia Costas – Víctor Ribas, Xerais.
-. O valente coello que quixo soñar, de Miguel Ángel Alonso Diz – Luz Beloso, Nova Galicia Edicións.
-. O meu pesadelo favorito, de María Solar, Galaxia.
-. Once damas atrevidas, de Oli e H. Thomassen, Kalandraka.
-. O monstro de cores, de Anna Llenas, Flamboyant.

LIBROS CD-DVD
-. Alegría!, Sérgio Tannus – Luís Barbolla (ilustracións), Galaxia.
2º-. Un conto ao revés, Chuches Amil, Galaxia.
3º-. Xiqui Xoque, fiú fiú!, de Uxía, Galaxia.
4º-. Unha viaxe polo mundo, de As Maimiñas, Galaxia.
5º-. Traca-Traco, de Paco Rivas e Alfonso Otero Regal, Edicións do Cumio.

BANDA DESEÑADA
1º-. O bichero V, de Luís Davila, Edición do autor.
2º-. O papiro do César, de  René Goscinny, Albert Uderzo, Jean-Yves Ferri e Didier Conrad, (trad. de  Xavier Senín e Isabel Soto), Xerais.
3º-. Marcopola 2, de Jacobo Fernández Serrano, Xerais.

Susana Sánchez Arins: “É tal a brutalidade da repressão, que é um insulto que os repressores tenham o direito de permanecer no anonimato”

EntrevistaSusana Sánchez Arins de Montse Dopico a Susana Sánchez Arins en Praza:
seique, o novo livro de Susana Sánchez Arins, é uma história familiar. E, além disso, uma microhistória da repressão. Un relato descarnado da brutalidade franquista. Contado, por uma vez, desde o lado da família dos vitimários. Sem concessão. Com toda a dureza. seique (Através editora) reflexiona sobre o jeito em que a história se desescreve. Sobre a violência. Sobre a repressão fascista que ficou agachada por exercer-se no ámbito familiar próprio e, subretudo, contra as mulheres. E sobre a necessidade de reivindicar que quem caussou tanto dano não têm direito ao anonimato. Mesmo que seja da família de uma. Porque de nada serve o silêncio.
– Praza (P): Quando começas a ler parece só um relato de história familiar. Mas é mais do que isso. Um livro ademais muito valente, por tratar-se da tua própria família, que poderia incomodar-se, e muito.
– Susana Sánchez Arins (SSA): Poderia passar, sim. Bom, eu sou da família indireta, e nem sequer conhecim o tio Manuel, polo que não sinto essa empatia ou pudor familiar. A valentia aí não é tanta. E sim, aos descendentes diretos pode incomodá-los, suponho. Mas acho que também têm que falar as famílias dos vitimários. Não podem ficar caladas para sempre, nem guardar informações que podem ajudar às descendentes das vítimas. Porque há que dar um passo adiante e resolver o tema da memória histórica. Não pode ser que só falem as famílias das vítimas, e sempre com medo de incomodar. (…)
– P: Salientas, por outra parte, a força do agrarismo, do anarquismo, do sindicalismo em geral. A história do povo galego que lutou pelos seus direitos.
– SSA: Passara-me há anos, ao conhecer um livro que escreveu Xosé Carlos Garrido Couceiro sobre Manuel García Barros. Por esta obra soube do movimento agrarista na comarca de Taveirós. Eu tinha a ideia de que o da Estrada era um povo apoucado, de direitas, -é o que tem ler o mundo nas contas eleitorais- e dei-me conta de que na entrada do século XX lutara muito. Depois encontrei o mesmo no Salnés. A câmara municipal de Meis era também um espaço agrário fortemente sindicalizado. E havia canteiras, ademais de lavradores, o que afortalava o associacionismo operário. Agora trabalho na Arouça, e sei pelas investigações de Dionisio Pereira que o sindicalismo marinheiro era muito forte. A questão é que a repressão foi um genocídio programado contra a força enorme de um povo trabalhador que estava a lutar pelos seus direitos. Querem convencer-nos de que somos um povo dormido que preferiu emigrar que lutar. Mas não é verdade. (…)
– P: A violência vai tendo mais presença à medida que avança o livro. E, além da repressão, aponta a isso: a violência humana, que mistura as tendências individuais com as do sistema.
– SSA: Há muita violência no livro, mas a realidade foi mais brutal ainda. Está suavizada, não porque eu o decidisse mas por tê-la narrado partindo de fontes documentais, não orais. A Ramón Barreiro não lhe cortaram um dedo, como conto no livro. Cortavam-lhe um dedo cada dia, e escrevia notas para seus pais dizendo que estava vivo e que estava bem com os dedos que lhe restavam. E isto sei-no porque ainda não há dez dias que lho escutei contar à sua sobrinha Elena, que lho narra a Montse Fajardo no livro Un cesto de mazás. É tal a brutalidade da repressão, que me parece um insulto que os repressores tenham o direito de permanecer no anonimato. Eu não quis ser sádica nem exibicionista na exposição da violência, era uma cousa que me preocupava ao escrever e buscar o tom da narrativa, mas também não queria ocultar a realidade.
Penso que há condicionantes que favorecem ou apagam a violência. Há gente que tem tendência ao mal, mas depende do entorno no que se desenvolve e constrói como pessoa fomentá-lo ou impedi-lo. Por isso é muito importante que haja sistemas democráticos, com as liberdades e direitos garantidos. Porque o que fazem os sistemas autoritarios e ditatoriais é facilitar que as pessoas ruins exerçam a ruindade. E isso passou com o tio Manuel. Pôde exercer no campo político a violência que exercia já contra a sua família. Uma democracia com liberdades, direitos e justiça garantidos pode conter a violência que todas as humanas levamos dentro. O franquismo deu-lhe o poder a quem levava dentro a brutalidade e a vontade de dominar as outras. (…)”

A Sega homenaxea Mª Victoria Moreno para visibilizar as escritoras

DesdeMaría Victoria Moreno Sermos Galiza:
“O Parque dos Gafos de Pontevedra foi o escenario do acto de homenaxe da plataforma de crítica feminista A Sega á escritora María Victoria Moreno con motivo do II Día das Galegas nas Letras. O acto comezou cun paseo literario pola beira do río Gafos até Campolongo, unha metáfora dos paseos que acotío daba a escritora homenaxeada, e continuou cun xantar popular compartido. Fontes da organización salientan que o “Tendal de María Victoria” foi o que máis interese espertou, pois neste tendal expuxeron as obras da escritora e libros con dedicatorias.
Na xornada da tarde, en que se leu o manifesto da Sega, interviñeron, entre outras, Andrea Nunes, que leu un poema escrito para a ocasión para recoller os títulos das obras da homenaxeada, Carmen Penim, que musicou dúas pezas de María Vitoria e interpretou “A xustiza pola man”. Tamén participaron Laura Cuba e As Boubas. A actuación sorpresa chegou con Mercedes Peón, que asinou o final de festa.
No remate, a sección xuvenil da Sega sorteou entre as persoas participantes a boneca coa figura da escritora doada por Actante Dorado.
O obxectivo da homenaxe que tivo lugar o sábado 15 de agosto é, principalmente, reivindicar a obra das escritoras galegas. “Queremos visibilizar as autoras nas letras, xa que até o de agora a oficialidade homenaxeou 52 homes fronte tres mulleres, xa contando Rosalía”, sinala Susana Sánchez Arins, membro da organización. “Queremos reivindicar que as mulleres escritoras existen e, xa que a oficialidade non as festexa, homenaxeámolas nós”, conclúe.”

“Lambetadas na cara”, por Susana Sánchez Arins

DesdeSusana Sánchez Arins a Plataforma de Crítica Literaria A Sega:
“Em 1985 eu tinha onze anos. Lembro-me sentada nas escadas da casa, incomodada com o mundo, ou simplesmente com a minha irmã, e escoltada pola Rina e as suas lambetadas. Ela consolava a minha raiva e entendia perfeitamente (e dava-me a razão, é claro) o sozinha que podia sentirme. Bem, pode que não fosse a Rina e fosse a Cati, ou a Blanca. Não poderia dizer qual das três cadelas que acompanharam a minha neinice, mas em todo o caso eram lambetadas de cadela e olhos solidários que me acarinhavam nessa memória vaga que guardo de mim mesma.
Também era imprecisa a memória que tinha do Leonardo. Só sei que gostara dele mais que de Anagnórise, que aquele despertava um sorriso na lembraça entanto este suscitava uma suspeita. Por isso foi o escolhido para eu recensionar no ano de Mª Victoria Moreno. Porque eu era menina em 1985 e uma das leitoras primeiras de Leonardo e os fontaneiros.
A primeira surpresa, a estrutura esquecida. Leonardo e os fontaneiros propõe-nos uma leitura activa, na que podemos decidir o caminho a seguir. Eu, como já ando adultecida perdida, figem a leitura tradicional, lineal. Mas podia combinar de uma outra forma as três linhas argumentais: a amizade entre Leonardo e Antón, as andanças de Antón na escola, e as relações de Antón na casa. Foi aí que aprendim que as leitoras não temos por quê obedecer aquilo que as escritoras mandam? Que podiamos ser criativas no ato de ler?
A segunda surpresa, a poesia. Nem lembrava quem era Leonardo. O protagonista. O cadelo. Se uma cousa mantém vivo e vigente Leonardo e os Fontaneiros é o fundo lirismo que acolhe a narração da amizade entre neno e cadelo: – A que sabe a man dun can? Que se sente ao trabar nela? […/…] – Sabe a millo torrado. Os pés tamén lles cheiran a millo torrado a tódolos cans. E é peludiña, esbara entre os dentes. São sem dúvida os melhores trechos do livro, e eu pergunto-me se seria neles onde eu aprendim a entender[-me] a Rina, a Cati, a Blanca. Onde reparei que não era bom ser especista.
A outra surpresa, a escola. As aventuras dos fontaneiros (novamente deslembrava o sentido do título da narrativa) são assim tão inocentes e divertidas como podem ser as de qualquer criança de hoje. Lembro-me com os meus irmãos libertando ratinhos (meus pobres!) que mamá nos pedia matar. Igual que os fontaneiros com as ratazanas. Solidariedade animalista total. Seria aí que a aprendemos?
E a ausência de happy end. Surpresão numa narrativa para crianças. A morte tem presença na vida das protagonistas e assalta, como bandoleira, a estabilidade de Antón, a tranquilidade das pubescentes tardes, mostrando que crescer é assumir a sua companha constante. Seria aí que aprendim que a melhor amiga da vida não é outra que a morte? (…)”

Compostela: lanzamento de DdoOLer (2007-2014), con Susana Sánchez Arins

ASusana Sánchez Arins segunda feira 25 de maio, de 20:00 a 21:30 horas, na Ciranda (Rúa Travesa, 7) de Santiago de Compostela, terá lugar a presentación do libro DdoOLeR (2007-2014). 8 anos celebrando o Dia da toalha na Galiza, publicado por Através Editora, coa presenza da madrinha do DdoOleR 2015, Susana Sánchez Arins.

Cuestionario Proust: Susana Sánchez Arins

DesdeSusana Sánchez Arins o blogue de Ramón Nicolás, Caderno da crítica, este Cuestionario Proust a Susana Sánchez Arins:

“1.– Principal trazo do seu carácter?
– O humor (muitas vezes sem sentido, mas que lhe vou fazer).
2.– Que calidade aprecia máis nas persoas?
– A afabilidade.
3.– Que agarda das súas amizades?
– Que não sejam exigentes no conceito de amizade (pobre de mim, se não).
4.– A súa principal eiva?
– A nugalha.
5.– A súa ocupación favorita?
– Vista a resposta quatro: fazer nada.
6.– O seu ideal de felicidade?
– A vida que levo mas sem as ânsias das injustiças que me envoltam (impossível, ló).
7.– Cal sería a súa maior desgraza?
– Nunca sabes como vas levar os golpes da vida, mas sempre penso que qualquer acidente/doença que me dane o cérebro (dos meus órgãos, o predileto).
8.– Que lle gustaría ser?
– Prémio Nóbel de literatura (mas sou ciente de que as minhas eivas -veja-se questão 4- dificultam o caminho).
9.– En que país desexaría vivir?
– Há tempo que fez a escolha. Vivo em Arcos de Arriba.
10.– A súa cor favorita?
A lila de lilith ;)
11.– A flor que máis lle gusta?
– Houvo um tempo em que fui super-ulex, pola chorima do tojo, mas hoje tenho preferência polas gardénias e o seu ulido.
12.– O paxaro que prefire?
– A garça que pousa na bateia, indiferente ao rumo das dornas.
13.– A súa devoción na prosa?
– Como boa apóstata, não me vão as devoções: leio de todo. Agora ando com Chimamanda Ngozi Adichie.
14.– E na poesía?
– Pois na poesia não leio de todo: resiste-se-me a barroquizante. Adoro Wisława Szymborska.
15.– Un libro?
– Um só? A toupeira que não sabia quem lhe fizera aquilo na cabeça.
16.– Un heroe de ficción?
Orlando, da Virgínia Wolf (mas é homem? é mulher?).
17.– Unha heroína?
– Karana, a rapariga d’A ilha dos golfinhos azuis.
18.– A súa música favorita?
– Estes dias, Martírio.
19.– Na pintura?
– Adoro as mulheres afoutas de Artemisia Gentileschi.
20.– Un heroe ou heroína na vida real?
– Heróis? heroínas? Pessoas que defendam o direito de todas a viver com dignidade. por exemplo, N. Manimekalai.
21.– O seu nome favorito?
– Qualquer nome “feio” do que acabe gostando pola pessoa que o embelece: Ubaldina, por exemplo.
22.– Que hábito alleo non soporta?
– A intransigência com os hábitos alheios.
23.– O que máis odia?
– Assim, em geral? O tomate, e o suco das uvas. Aaahhhggg!
24.– A figura histórica que máis despreza?
– Aznar parece-me um tipo desprezável e desprezível, mas nem sequer entra na consideração de figura histórica (toma desprezo!).
25.– Un feito militar que admire?
– A deserção de Ramiro e Elias (Elías Rozas Álvarez e Ramiro Paz Correa).
26.– Que don natural lle gustaría ter?
– A boa vista (sou míope).
27.– De que maneira lle gustaría morrer?
– Passados os oitenta e cinco anos, tranquila, ciente e sem dor. Com tempo para as despedidas.
28.– Cal é o seu estado de ánimo máis habitual?
– A calma.
29.– Que defectos lle inspiran máis indulxencia?
– Os da neinice nas meninhas, os da adolescência nas adolescentes, os da adultez nas adultas e os da velhez nas velhas. Qualquer alteração na ordem vira-me intransigente.
30.– Un lema na súa vida?
– O meu corpo, a minha festa.”