Celia Díaz Núñez: “Este libro adícoo á memoria de meu pai, que era xastre”

Entrevista a Celia Díaz Núñez en La Región:
“(…) – La Región (LR): Que ten en común coser e escribir?
– Celia Díaz Núñez (CDN): Escribir é un oficio que require moita dedicación. García Márquez comentaba que a tarefa de escritor era moi parecida á de carpinteiro, porque había que poñer moitos cravos. Como son filla de xastre, fixen as similitudes coa costura: para facer traxe necesitas unha tea bonita, na literatura un argumento interesante. O xastre utiliza moitas puntadas e o escritor é un artesán das palabras. A palabra relato ten moito que ver con retallo. Pequeniños textos, pequeniños detalles. Este libro [Corte e confección] adícoo á memoria de meu pai, que era xastre.
– LR: Son relatos de temas cotiáns?
– CDN: Son relatos de temas moi variados e actuais: violencia de xénero, explotación sexual das mulleres, soidade dos anciáns, abandono do rural, a beleza da paisaxe rural fronte á carencia de servizos…
– LR: É un libro pausado, de buscar as palabras exactas?
– CDN: Eu é que son moi lenta escribindo! Procuro traballar moito as palabras. As puntadas. Son relatos fáciles de ler, algúns deles moi curtos. É a primeira vez que publico relatos, sempre escribín novela ou teatro.
– LR: Sendo docente, inflúe tocar os temas actuais que menciona?
– CDN: Cando escribo para rapaces escribo de temas interesantes para eles. O último que escribín é un libro sobre os nenos migrantes, teñen que estar informados. Nos anteriores libros, temas máis fantásticos. Agora interésanme os temas dos que falas con eles en clase, coma estes, dos que teñen a súa opinión. (…)”

Tiago Alves Costa: “Espero que este livro seja acima de tudo uma proposta de revolução”

Entrevista de Daniel Amarelo a Tiago Alves Costa no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Ao longo de todo o livro [Žižek vai ao ginásio] parece que a forma ganha a batalha contra o conteúdo. Lemos e importamo-nos mais com como se sente e como se passam as cousas do que com o que se sente e o que se passa. Achas que nestes tempos de desmaterialização – do trabalho, dos relacionamentos, até do corpo – a poesia vai sair prejudicada ou fortalecida? Qual o papel da poesia na nossa contemporaneidade?
– Tiago Alves Costa (TAC): A poesia será sempre um meio de revigorar uma época, seja ela qual for. Neste momento e mais que nunca a poesia é uma urgência. Sob o limiar da falência das palavras, neste espetáculo diário de humilhação, expostos aos olhares dos outros à procura da melhor pose, a poesia é uma linha de fuga contra o delírio dos nossos dias. Ainda sem distinguir se somos personagens ou pessoas – nós somos os protagonistas, dizem os lemas publicitários – a poesia surge como um elemento transfigurador deste tempo narcísico, onde o Eu se assume numa clara posição de centralidade não dando espaço ao “outro”, aos outros, à diferença, ao estranho; daí surgem também os discursos xenófobos, que aliás, já pendem sob as nossas cabeças.
– PGL: Qualquer leitora deste livro terá reparado, no fim, em que é até certo ponto uma obra meta-literária, que brinca com muito humor com o próprio papel do poeta, o seu lugar no mundo, o seu habitus. Que relação tens com o poema? Como surgiram estes aqui presentes, que conformam o Žižek?
– TAC: Tenho uma relação com o poema que vai do desejo à rejeição. A maioria das vezes não nos damos bem, ou, talvez, façamos de conta que não nos conhecemos, como se fossemos duas pessoas que se cruzam na rua e se olham, conheço-te de algum lado. Eu fico a olhar para ele, ele fica a olhar para mim, há uma tentativa de aproximação, imaginamos que qualquer coisa de singular poderá acontecer, e, de repente, afastamo-nos. Os poemas de Žižek vai ao ginásio seguem um fio condutor de Mecanismo de Emergência, são fruto da investigação que tenho desenvolvido nos últimos cinco anos e que se traduziram nestes dois livros que a Através Editora teve a enorme coragem de publicar; é um processo que passa por escavar na própria imprevisibilidade das coisas, no quotidiano, nos fenómenos comuns, farejando a vida numa tentativa de demolir-me a mim mesmo e revolucionar silenciosamente o meu modo de ver o mundo. (…)
– PGL: Aquilo que se impõe à (imagem de) liberdade parece percorrer sibilinamente o corpo deste livro-sistema nervoso. Qual é o fundamento político último desta tua obra?
– TAC: Gosto muito dessa tua definição de livro-sistema-nervoso. Quanto a esta questão, a Agustina Bessa-Luís tinha uma frase que me tem acompanhado ultimamente: Um país fabricado em miséria, é um país condenado à política. A poesia é uma forma de expressão cultural, sendo perfeitamente concebível o uso de uma estética poética para traduzir um conjunto de inquietudes políticas que invariavelmente marcam a minha obra. Espero que este livro seja acima de tudo uma proposta de revolução, ou até mesmo um último reduto de liberdade.
– PGL: Afirma-se no prólogo, após citar um dos poemas mais brilhantes do livro, que “as palavras contêm tudo: a denúncia e a citação, o relato e as suas feridas”. Escreve-se contra a linguagem, através da linguagem ou apesar da linguagem?
– TAC: Escreve-se sobretudo contra as amarras da linguagem. A própria leitura de poesia pode convocar um deliberado mal-entendido ou potenciar um conflito na linguagem ou mesmo ações que estourem com a domesticação da palavra que vive ao serviço do poder, seja ele qual for. Pensar a poesia também é mudar de posição relativamente à própria linguagem, ou como diria Gaston Bachelard, não olhar sempre da mesma maneira para as palavras; apesar da linguagem.”

Susana Sanches Arins: “Só a partir do teu eu mais eu podes chegar aos eus de qualquer outro lugar”

Entrevista a Susana Sanches Arins en aRi[t]mar:
“(…) – aRi[t]mar: Como valoras a situaçom atual da poesia galega?
– Susana Sanches Arins (SA): Acho que se numa cousa somos boas as galegas é na poesia. É um tópico e uma realidade a um tempo. Às vezes eu fago a piada de que na Galiza, se levantas uma laje, sai-che nom uma lagarta, mas uma poeta. Contamos com uma enorme variedade de vozes, de estilos diversos, com trajetórias longevas e experimentadas a combinar-se com novos talentos, das quais a seleçom do aRi(t)mar é um bom exemplo: aparece a merecidíssima Prémio Nacional (sic) de Poesia Pilar Pallarés a carom de Carlos Lixó, voz novíssima entre as novas, ou Celso F. Sanmartín, a voz nascida da tradiçom oral, a carom de Lucía Aldao, que traz o mundo urbano nos seus poemas.
Há uma figura retórica a que lhe dizem sobrepujamento. Consiste em falar muito bem das contrincantes para elevar o teu próprio valor. Pode parecer que é o que estou a fazer eu agora e nom há detrás essa intençom, mas a de manifestar o meu orgulho por fazer parte de um sistema tam produtivo e rico e diverso.
– A: Que fortalezas encontras no uso do idioma galego como escritora?
– SA: A de utilizar a ferramenta que melhor domino e que mais me liga com o mundo, pois é a minha língua. Nom pensei nunca em termos de fortaleza e debilidade, que é algo que se deduz da pergunta. Nom fiz uma análise DAFO antes de decidir que língua usar para a escrita. Uso a minha língua de vida, a do meu quotidiano, aquela com me relaciono com o meu entorno.
Sei que também há implicaçons políticas, pois ao ser utente também do castelhano, há uma escolha, um posicionamento, mas essas reflexons vêm depois da passagem natural de escrever na língua com que leio e apreendo a vida. A fortaleza? Nom há melhor maneira de fundir o pessoal com o global: só a partir do teu eu mais eu (e isso inclui a língua) podes chegar aos eus de qualquer outro lugar.
– A: Que transmitirias à gente que está a começar na poesia?
– SA: Que escreva. Muito. Que leia. Muito também. Mas que, sobretodo, atenda ao mundo. Que observe. Que abra olhos, orelhas, boca e pele. Porque é no quotidiano mais aparentemente banal onde se aparecem os melhores versos. (…)”

“Literatura en galego, por que non hai máis lectores na nosa lingua?”

Artigo de Moncho Mariño en Galicia Confidencial:
“Catro autores mostran o seu parecer sobre a escritura en galego, sobre a escasa presenza do libro en galego entre a xente máis nova e algúns motivos sobre este fenómeno. Apuntan que o descenso de falantes está incidindo non só na lectura no noso idioma, senón que algúns tópicos sobre a literatura galega pesan moito no momento de ler autores na nosa lingua.
A creación escrita en galego viu aumentar o seu número de autores e autoras nos últimos decenios. Con todo, o fenómeno é inverso en canto á receptividade da súa obra entre o público potencial a quen van dirixidas as súas obras. O número de lectores e lectoras en galego diminúe fronte a unha cantidade de títulos que sobordan a capacidade de “absorción” de lectura en Galicia.
Marica Campo, autora de narrativa e poesía analiza a situación desde unha perspectiva de volume. “Se se fai unha estatística a base de vendas, pode parecer que as cousas van moi ben, e iso é porque nos institutos e colexios se poñen libros de lectura obrigatoria”. O que dimensionaría a aceptación do libro en galego sería que “a xente mercase libros por propia vontade, mais isto lle pasa tanto ao libro galego como en español”. Mais tamén considera a autora do Incio que “agora predominan as novas tecnoloxías que, se se usasen ben, mesmo darían un novo xeito de ler”.
O escritor e teórico Mario Regueira vai á cuestión das lecturas dentro do ensino obrigatorio e no secundario, apuntando que “non estou a favor da obrigatoriedade sobre determinadas lecturas, ofrecería un abano de posibilidades para que os estudantes escollan”. Regueira apunta ademais que “a relación entre literatura e pedagoxía foi unha moeda de dúas caras, puido predeterminar a algunhas persoas a non leren en galego de adulto”.
Carlos Meixide, autor entre outras de títulos como Cans, Ons e Inge e Robbie, pon o acento en que “o libro en galego pode dar valor e limitar, mais o idioma non é condicionante para a xente nova se é que lle gusta o tema”. O que desde logo ten claro Meixide é que “o idioma non é limitante, o que si é limitante é o acceso a competir co castelán”. Samuel Solleiro, tradutor, novelista e poeta ten claro que a obrigatoriedade das lecturas no ensino “non é o que fai que haxa menos lectores”.
“As editoras en galego case fan traballo de ONGs porque expoñen moito do que teñen case de maneira voluntarista, mais hai algúns matices como que as editoras máis pequenas apostan por xente nova, as maiores quizais son as que apostan máis polos autores máis coñecidos” di Marica Campo sobre as empresas editoras. Sobre o número de títulos e lectores, Campo cre que se debera facer unha simple análise “a literatura debera ir paralela á lingua, porque se analizamos, cantos galegos somos?, cantos galegos len?, e cantos galegos len en galego?”. Quizais isto fixo que a publicación en galego sufra un fenómeno de “elefantiase”.
Unha alternativa é a autoedición en caso de non poder chegar cos escritos propios ás editoras convencionais. Este é o caso de Carlos Meixide que decidiu apostar por unha fórmula que “é homologable á edición máis tradicional”. Aínda así, Meixide recoñece que “é complicado mais é a miña principal ocupación”. Onde reside a fortaleza para a edición propia? Segundo Meixide “en manter unha periodicidade, de primeiras editara traballos que tiña gardados, agora toca traballar máis, por tanto, esixe unha certa capacidade de produción”.
Actualmente o abano de títulos e autores que aparecen en Galicia, a posibilidade de aparecer entre rostros tanto consagrados como recentes, pode parecer unha misión case imposible. “Claro que animo a escribir, mais tamén digo que non é doado vivir da escrita, mesmo autores xa consagrados en galego dicían cando comezaban que xa tiñan claro que non poderían vivir da literatura”, di Marica Campo.
“Hai casos en que non se fideliza o autor” di Mario Regueira, que engade “o abandono da lectura en galego por parte de adultos puido deberse tamén a que a crítica literaria en galego decepcionou a moitas persoas”. Nese sentido lembra que a literatura galega “sempre foi relacionada con temas identitarios e con imaxinarios xa superados”. É por iso que Regueira ve necesario fomentar novos autores e xéneros como a novela negra.
“Se é por unha cuestión económica de non ser que o combines con outros traballos, pois é difícil, mais non é o meu caso, teño outros traballos e non pensei en vivir da creación” di Samuel Solleiro. Sobre como é a experiencia de ver o teu traballo editado, Solleiro declara que “nunha editora minoritaria o trato é bo, coas grandes entras xa noutra maneira de facer as cousas”. “Realmente non penso se terá saída, escribo por darme ese gusto”.
Non obstante, para algúns creadores, como Carlos Meixide, existe unha certa ignorancia sobre autores e autoras galegas porque “os medios galegos non teñen sensibilidade cara os autores en galego”. “As preferencias son as dos autores e autoras consagradas xa en castelán”.
A edición e publicación para autores e autoras en galego está polo de agora nun momento complicado segundo os mesmos creadores. A aposta por novos xéneros, mellorar o acceso á creación e o fomento da lectura en galego sen que estea vinculada á obrigatoriedade curricular, poderían ser fórmulas atractivas a novas e novos lectores.”

Jorge Emilio Bóveda somérxenos nun western galego en Deserto García

Entrevista a Jorge Emilio Bóveda no Zig-zag da Televisión de Galicia:
Deserto García é a nova novela do escritor Jorge Emilio Bóveda. É un western galego cheo de violencia dunha sociedade embrutecida. O protagonista, un garda civil retirado, foxe do seu pasado mudándose a unha aldea. A entrevista pode verse aquí.”

Anselmo López Carreira: “A presenza da Galicia medieval quedou marxinada”

Entrevista de Irene Pin a Anselmo López Carreira en Sermos Galiza:
“(…) – Sermos Galiza (SG): É posíbel unha consideración e categorización axeitada da nosa produción cultural medieval sen ter en conta a existencia do reino da Galiza?
– Anselmo López Carreira (ALC): Evidentemente, non. Ese é quizais o aspecto máis importante do traballo que se acaba de publicar. Máis que sentar teses estilísticas acerca de cal tipo de arte había, ou renomear a letra –aínda que á visigótica non ten sentido chamarlle así–, a reflexión que fago de base é que desde o momento en que se centra a nosa historia en nós mesmos e se recupera a existencia dun reino da Galicia, todo o que se move ao seu redor, no que se inclúe a produción cultural, hai que observalo desde ese punto de vista. Polo tanto, cómpre recuperar a nosa entidade e, unha vez feito iso, recolocar todo o demais, é dicir, cambiarlle as coordenadas.
– SG: A que se debe daquela a resistencia da historiografía oficial a asumir Galiza como unha realidade política diferenciada durante a Idade Media?
– ALC: Xustamente estamos un colega e mais eu reflexionando sobre ese asunto neste momento. Eu creo que á hora de buscar as causas faise bastante complicado, porque non podemos caer na simplificación de que desde fóra nos maltratan. Desde logo, se tivésemos producido de maneira continuada unha historiografía potente, teriamos os elementos de defensa da nosa propia historia. Hai un proceso en conexión dialéctica, por iso é moi difícil saber que é antes. Ao longo dun período, Galicia entra nunha situación de dependencia que se manifesta a todos os niveis: político, económico e, naturalmente, tamén cultural e historiográfico. Porén, a razón pola que se produce ese fenómeno é unha interacción entre fenómenos externos e internos. Desde Castela, expoñámolo desta maneira, que ademais é correcta, hai a partir do século XV un proceso de expansión do Estado coa lingua como compañeira do imperio, e na Galicia vai haber unha serie de sectores hexemónicos que se acoplan a esa situación de dominio. Á hora de repartir responsabilidades e identificar causas temos entón que mirar dentro e fóra. A min paréceme determinante o feito de que na Galicia non tivese existido desde a Baixa Idade Media (séculos XIV‑XV) un grupo ou clase social –primeiro nobreza, despois burguesía–, que fose capaz de asumir un proxecto de país. No entanto, pregáronse a unha nova organización na que a Galicia quedaba nunha situación dependente. Houbo unha fidalguía que se adaptou e unha burguesía que despois reclamou o poder proteccionista do Estado español, e ningunha delas foi quen de producir unha cultura e unha historiografía propias. Ao contrario, son as grandes receptoras dos modelos culturais importados.
– SG: E esta dinámica mantense na actualidade?
– ALC: Si, continuamos até hoxe. Inclusive cos medios de comunicación masivos, nos que se percibe moi ben na actualidade que aquí hai unha gran maioría da poboación que vive arredor desa mensaxe cultural, ou moitas veces infracultural, importada e dominante. (…)”

Berta Dávila: “Gustaríame ter un alter ego para poder falar de Carrusel

Entrevista a Berta Dávila no Zig-zag da Televisión de Galicia:
“Berta Dávila gañou o XXXI Premio Manuel García Barros con Carrusel, unha novela de autoficción sobre unha escritora que atravesa unha crise narrativa.
A matemática, a lóxica, a música, a obsesión e a enfermidade mental son temas que afronta Carrusel. A entrevista pode verse aquí.”