Entrevista de Montse Dopico a Igor Lugris en Praza:
“(…) – Praza (P): A literatura é um modo de “interpretar o mundo. Não acho que sirva para transformá-lo, mas sim para clarificá-lo, e isso pode ser a base para mudá-lo. Acho que a poesia não deve procurar a beleza, mas a verdade. Mas não tudo é compromisso. Também tem que ter uma parte atrativa, evocadora, que te anime a seguir”. Isto me comentavas numa entrevista feita há já anos, em 2008. Continuas a pensar o mesmo?
– Igor Lugris (L): Continuo a pensar o mesmo, e estou ainda mais convencido do que antes. A literatura não transforma o mundo: são as pessoas quem o fam. A prova é a quantidade enorme de todo o tipo de textos (manifestos, poemas, romances, obras de teatro, ensaios, reportagens…) que chamam a transformar o mundo e o fato de que o mundo ainda não foi transformado; ou não foi transformado para melhor.
É possível estabelecer um paralelismo com o que se passa com as redes sociais a dia de hoje: ser muito ativo nas redes sociais, publicando em Twitter, Facebook, Instagram ou qualquer outra rede, centos de comentários, textos, fotografias e memes de índole pretensamente revolucionária, não vão conseguir transformar o mundo. Com certeza, é necessário é útil fazer isso, faz parte das úteis atividades de agitação e propaganda, mas sabendo que sem o imprescindível trabalho prático, diário, real e não virtual, essa atividade não tem nenhum percorrido.
Com a literatura, e as artes em geral, ocorre o mesmo. São uteis, importantes e necessárias para a transformação social, mas sempre que fagam parte dum projeto maior, no que também esteja presente o ativismo. Cada quem, cada autora e autor, cada artista com vontade de comprometer-se e pôr a sua obra ao serviço do bem comum por um mundo melhor e mais justo, terá que procurar o seu caminho e decidir como percorrê-lo. Não há um único caminho, mas recorrer o caminho continua a ser preciso. E assumo ao dizer isto a minha incoerência, dado que atualmente não participo da vida ativa e militante de nenhuma organização social, sindical ou política. Se calhar também isso tem qualquer cousa a ver com o fato de praticamente não publicar nada desde há mais de dous anos, e que com toda probabilidade assim continue.
São muitos os livros de texto e estudos críticos que, ao falarem em literatura, falam em “autores imprescindíveis” (aliás, por regra geral, homens: escritoros homens). É reconfortante não fazer parte desse grupo, grupelho, ou facção, sem os quais a literatura (se calhar mesmo a literatura universal, seja isso o que for) correria o perigo de morrer, desaparecer ou ver-se terrivelmente emagrecida. Saber que não fago parte da categoria de autor@s imprescindíveis faz com que escrever, ou deixar de escrever, resulte mais fácil, agradável e reconfortante: as palavras ditas, ou a sua ausência, não vão modificar o curso do universo, a história do país ou a vida de ninguém. Ser prescindível é uma grande tranquilidade, acho.
Quanto à procura da beleza, é possível que com o passo do tempo tenha modificado parcialmente aquela ideia. A poesia deve procurar, também, a beleza. Mas entendo hoje (se calhar não há dez anos), que a beleza é muito mais que certo prazer estético que nos produz a contemplação, a leitura ou a audição de um fato artístico.
– P: O título e a estrutura de Curso de Linguística Geral (Através), o teu último livro editado em papel, joga -com muita ironia- com a referência à obra do mesmo título assinada por Ferdinand de Saussure. Por que decidiste criticar, questionar, o que são as grandes certezas, os grandes princípios da Linguística?
– IL: Acho que finalmente o poemario não questiona os princípios da Linguística, mas faz uma releitura dos mesmos, com um importante papel dos elementos lúdicos e transgressores, ruturistas e mesmo provocadores. A pretensão ao ir escrevendo os textos que conformam o livro não era tanto pôr em questão a Linguística como demostrar que era possível, inclusive necessário, reler alguns conceitos, algumas ideias, algumas supostas verdades científicas, para ver que havia (se havia qualquer cousa) mais alá delas.
Uma das ideias com as que mais tenho trabalhado é com a dessacralização de formas discursivas (científicas, mas também em ocasiões religiosas, e sem dúvida também as políticas) anquilosadas e rituais. A linguística, e desde logo um dos seus livros fundacionais, permitia-me amalgamar o texto literário com o metalinguístico e o científico para achegar uma visão diferente, irreverente ou provocadora, mas também amena e macia ao tempo que honesta e metódica. Finalmente, a ciência não é sempre assim tão científica. E esse espaço é o que me interessava: o lugar que está mais aló do limite da literatura, mas não é ciência, mais aló do ensaio sem ser ficção, mais aló da poesia sem ser um livro de texto.
Nos atos de apresentação do livro eu explicava que existe a teoria científica de que da realidade que nos rodeia, do conjunto de todo o universo e também do mundo no que vivemos e a galáxia na que vivemos, nem vemos nem conhecemos mais que um 20%, aproximadamente, e que o 80% restante é uma ainda ignorada matéria escura, da que desconhecemos –por resumir– absolutamente todo. (…)”
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Antonio Fernández Morales, escritor berciano. Bicentenario do seu nacemento (1817-2017)
O sábado 17 de xuño, en Cacabelos, terá lugar un acto en homenaxe o autor berciano Antonio Fernández Morales, organizado polo Grupo As Médulas para a Lingua e Cultura galegas do Bierzo, coa colaboración da Xunta de Galicia, Concello de Cacabelos, Consello Comarcal do Bierzo, Instituto de Estudios Bercianos e La Moncloa.
– PRESENTACIÓN E LECTURAS NA RÚA SANTA MARÍA, A CARÓN DA CASA DO ESCRITOR. Ás 11:30 horas, na rúa Santa María, 16.
– Presentación a cargo de Manuel González Prieto, membro do Grupo As Médulas para a Lingua e Cultura galegas do Bierzo.
Participarán no acto Valentín García, secretario xeral de Política Lingüística da Xunta de Galicia, Luis Alberto Arias e Gerardo Álvarez, en representación do Consello Comarcal do Bierzo, e representantes do Concello de Cacabelos.
Lectura de poemas a cargo de Eduardo Campelo Nieto, estudante de primaria en Vilafranca do Bierzo, estudantes de bacharelato do IES Bérgidum Flávium, Cacabelos, Ana Carballo, vicepresidenta do Instituto de Estudios Bercianos e Felipe Lubián, académico correspondente da Real Academia Galega polas Portelas.
Discurso a cargo do escritor Xosé Luís Méndez Ferrín.
Musicando os poemas do escritor berciano o grupo 2naFronteira.
– INAUGURACIÓN DA EXPOSICIÓN “FERNÁNDEZ MORALES HOXE: CREACIÓNS E RECREACIÓNS” E PRESENTACIÓN DA OBRA ANTONIO FERNÁNDEZ MORALES, AUTOR BERCIANO. BICENTENARIO DO SEU NACEMENTO (1817-2017). Ás 12.30 horas, en La Moncloa
Presentación do libro e exposición.
Coa presenza de:
Héctor Silveiro, académico correspondente da Real Academia Galega polo Bierzo.
Xosé Henrique Costas, académico correspondente da Real Academia Galega.
Anxo Angueira, escritor e presidente da Fundación Rosalía de Castro.
– EXPOSICIÓN “FERNÁNDEZ MORALES HOXE: CREACIÓNS E RECREACIÓNS”
A través da creación libre e co obxectivo de divulgar a obra literaria do escritor SirAntonio Fernández Morales, no bicentenario do seu nacemento (1817-2017), o Grupo As Médulas para a Lingua e Cultura galegas do Bierzo convidou a crear unha caricatura, haiku, poema, fotografía, deseño gráfico, canción,.. a partir dun verso, dous versos, máximo unha, dunha serie de poemas do autor e recollidos na obra Ensaios poéticos en dialecto berciano, 1861. Os poemas seleccionados foron os seguintes: O fiandón da aldea, A Ponferrada, Villafranca i a vendima, Os magostos, O Entroido e Na volta da sega e As rogativas a San Crispín.
A exposición recolle un total de 16 traballos:
Caricatura de Siro López.
Fotografías de Xurxo Lobato e Víctor Miguel Villar López.
Debuxo de Carlos López.
Acuarela de Jose Luis Almajano Esteras.
Alalá cantado por Carmen Penim, grupo 2naFronteira.
Deseño gráfico de Diego Jiménez Merayo.
Haiku de Mercedes Queixas Zas.
Poemas de Noelia Estévez Rionegro, Marco Paone, Rosa Enríquez, Raúl Gómez Pato, Suso Díaz, Romina Bal, Igor Lugris e Manuel González Prieto.
– PRESENTACIÓN DA OBRA ANTONIO FERNÁNDEZ MORALES, AUTOR BERCIANO. BICENTENARIO DO SEU NACEMENTO (1817-2017)
Publica Edicións Fervenza, maio de 2017. Coordinada polo Grupo As Médulas para a Lingua e Cultura Galegas do Bierzo, e ao coidado de Manuel González Prieto, membro do Grupo As Médulas para a Lingua e Cultura galegas do Bierzo. Colabora a Xunta de Galicia.
A obra Antonio Fernández Morales, autor berciano. Bicentenario do seu nacemento (1817-2017) conta coas seguintes achegas:
“Un xardín que chaman Bierzo”, limiar de Valentín García Gómez, secretario xeral de Política Lingüística da Xunta de Galicia.
“Antonio Fernández Morales, autor berciano”. Unha serie de apuntes sobre a vida de Antonio Fernández Morales.
“Selección de poemas”. Unha selección de poemas do autor, debidamente revisados: O fiandón da aldea, A Ponferrada, Villafranca y a vendima, Os magostos, O San Roque en Paradela, O Entroido, Na volta da sega e As rogativas a San Crispín.
“Fernández Morales hoxe: creacións e recreacións”. Traballos de Siro López, Xurxo Lobato e Victor Miguel Villar López, Carlos López, Jose Luis Almajano Esteras, Carmen Penim, Diego Jiménez Merayo, Mercedes Queixas Zas, Noelia Estévez Rionegro, Marco Paone, Rosa Enríquez, Raúl Gómez Pato, Suso Díaz, Romina Bal, Igor Lugris e Manuel González Prieto.
Cadáveres exquisitos, artigo de Armando Requeixo
Desde Criticalia, blogue de Armando Requeixo:
“(…) Para o caso galego o antecedente histórico máis notorio é o telúrico “Poema a tres voces”, escrito por María Mariño, Uxío Novoneyra e mais Ramón Regueira na Casa Grande de Parada do Courel o 26 de novembro de 1966 e hoxe publicado nas páxinas da revista A trabe de ouro, un texto do que se cumpre agora medio século da súa creación. Con posterioridade, practicaron abondosamente este xénero os poetas de Rompente, quen asinaron numerosos textos colectivos nos seus libros grupais.
Alén diso, pode considerarse unha iniciativa parella a levada adiante por Camilo Franco en Por conto alleo, libro no que recolleu medio cento de relatos que a fins de 1999 escribira baixo a proposta en cada caso dun tándem de palabras que os internautas suxeriron ao autor para que as fose incluíndo en cada conto.
A última gran proposta nesta liña veu da man do poeta Igor Lugris, quen tamén a través da Rede convidou á participación nun cadáver exquisito cibernético que dende a primavera do 2007 se multiplicou ata chegar a máis de medio cento de versións, que foron recitadas e amosadas nun Expo-Cadáver celebrado en Ponferrada. Naquel cibercadáver exquisito participaron, entre moitos outros, poetas galegos como Elvira Ribeiro, Xavier Queipo, Emma Pedreira, Antía Otero, Daniel Salgado, Alberto Lema, Séchu Sende, Celso Álvarez Cáccamo, Mario Regueira, Oriana Méndez ou Estíbaliz Espinosa. Ningunha proba mellor para demostrar que o cadáver está moi vivo e segue a ser un exquisito artefacto literario.”
A Coruña: presentación de Curso de Linguística Geral, de Igor Lugris
A cuarta feira, 16 de novembro, ás 20:00 horas, en Linda Rama (Rúa Porta de Aires, 4), na Coruña, Igor Lugris presenta o poemario Curso de Linguística Geral, publicado por Através Editora. No acto estará acompañado por Estíbaliz Espinosa.
Igor Lugris: “Para que vale hoje a poesia? Vale, como o resto das artes, para interpretar o mundo”
Entrevista a Igor Lugris no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Toda a tua obra tem um sentido de intervenção mas também é marcadamente metaliterária. É um conjunto que se retro-alimenta: es um poeta crítico e um crítico poético… que valor tem para ti a poesia?
– Igor Lugris (IL): Neste sentido, sigo considerando válida a resposta que em 2001 dava à pergunta que me formulava um jornalista com motivo da apresentação de Mongólia:
Para que vale hoje a poesia? Vale, como o resto das artes, para interpretar o mundo. Para a sua transformação há outras possibilidades. A literatura deve valer para explicar as coisas que, num mundo capitalista, não são o que parecem, e parecem ser o que não são.
Disso é do que continuo a falar. Intentando explicar, intentando compreender, o mundo: este mundo no que vivemos, e que, estou convencido, deve ser transformado.
– PGL: O Curso de Linguística Geral. Que sentido tem o livro, como foi a recepção, da gente, da crítica?
– IL: O livro saiu publicado em Fevereiro deste ano, e o acaso fez que coincidisse com o 100 aniversário da publicação do Curso de Linguística Geral de Ferdinand de Saussure, que como todo o mundo sabe é um livro que ele não escreveu, mas que foi escrito polos seus alunos e publicado com o seu nome a partir dos apontamentos das suas aulas.
Estou satisfeito da acolhida que tivo o livro e da sua repercussão. Surpreendem-me positivamente algumas das críticas ou comentários recebidos polas pessoas que o foram lendo durante todo este tempo, e ainda há um par de semanas num curso sobre a literatura galega do século XXI foi citado por uma das ponentes indicando que o empregaria nas suas aulas de secundaria para introduzir alguns temas de linguística, concretamente o achegamento à fonologia.
Durante o mes de Novembro, estão previstos diversos atos de lançamento e promoção do livro por curso-dediversas pontos do país (Trasancos, A Corunha, Ourense,…) que se sumarão aos já realizados (em Compostela, Lugo, Ponferrada,…) (…)”
Ourense: presentación de Curso de Linguística Geral, de Ígor Lugris
Ferrol: presentación de Curso de Linguística Geral, de Ígor Lugris
A sexta feira 4 de novembro, ás 20:00 horas, na Fundaçom Artábria (Travesa dos Batallóns, 7 – Esteiro), en Ferrol, terá lugar a presentación do libro de poema de Ígor Lugris Curso de Linguística Geral, publicado por Através. No acto, o autor estará acompañado por Susana Sánchez Arins.
Ponferrada: presentación de Curso de Linguística Geral, de Igor Lugris, no marco das Letras Galegas 2016
Igor Lugris e Pedro Casteleiro, finalistas no Glória de Sant’Anna
Desde o Portal Galego da Língua:
“Continuando a “tradição” desde que o certame foi aberto a galegos e africanos, Igor Lugris e Pedro Casteleiro estão entre os 8 finalistas do certame literário Glória de Sant’Anna 2016. O autor ganhador será anunciado próximo 11 de maio.
Igor Lugris é um dos finalistas com a sua última obra, Curso de Linguística Geral, publicada no passado mês de janeiro pola Através Editora. Comparte candidatura com o também galego Pedro Casteleiro com a obra Sefer Sefarad, publicada por Azeta Edicións.
A notícia chega um ano depois de Mário Herrero ter ganhado o certame de 2015 com a obra Da vida conclusa, editada por O Figurante Edicións. (…)”