Tabela dos Libros de marzo de 2016, por Armando Requeixo

Desde o blogue Criticalia, de Armando Requeixo:
“Como cada primeiro luns de mes, a Tabela dos Libros ofrece a lista de títulos que Francisco Martínez Bouzas, Inmaculada Otero Varela, Mario Regueira, Montse Pena Presas e eu estimamos como os máis recomendables entre os publicados nas últimas semanas.”

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Entrevista a Igor Lugris

EntrevistaIgor Lugris Curso de Linguística Geral a Igor Lugris en Palavra Comum:
“(…) – Palavra Comum (P): Que é para ti a literatura?
– Igor Lugris (IL): Fundamentalmente, para mim a literatura é uma ferramenta para, no mínimo, intentar descobrir, compreender e entender a realidade. Tanto quando escrevo como quando leio, essa é a finalidade que procuro. A literatura é linguagem, e essa é a finalidade principal da linguagem: não comunicar-se, mas, antes de tudo, compreender(-se).
Entendo a literatura como um elemento imprescindível não só para compreender o mundo, mas para compreendermo-nos a nós própri@s. Com certeza, quando um@ autor@ escreve a sua motivação principal é explicar e explicar-se, refletir sobre algum fato, alguma ideia, algum assunto que lhe parece necessário entender e, ao mesmo tempo, clarificar. Mas também quando lemos qualquer leitor@ está a procurar o mesmo: as motivações podem não ser tão evidentes, mesmo muitas vezes podemos querer negar que exista essa motivação, mas tod@s abrimos um livro (qualquer livro, seja literário, científico, divulgativo, escolar,…) para procurar respostas, para que nos ajude a entender-nos, a compreender o mundo e a realidade na que vivemos. Estou convencido disto.
Não concebo que poda existir outra explicação para que sigam a existir leitor@s, e para que sigam a existir escritor@s. Lembro que quando estava no liceu tinha um professor de literatura que nos insistia na ideia de que já “os gregos” (os clássicos) escreveram tudo e sobre todas as coisas, e que a partir deles o único que existe é uma reescrita continua e infinita. Acredito em que isso tenha parte de verdade, e por isso mesmo entendo que a única explicação de que a literatura exista e persista ao longo dos séculos, nas diferentes culturas e realidade, nas mais variadas condições políticas, sociais, culturais, demográficas… , em todas as geografias reais e imaginarias, é essa necessidade de procurar respostas para as perguntas que nos acompanham e, ao mesmo tempo, perguntas para as respostas que já temos.
A literatura acompanha-nos, como seres humanos, desde o primeiro momento de aparição da linguagem, e tem evoluido com ela. Faz parte de nós mesm@s. Não é só que não exista nenhuma civilização conhecida na que não tenha existido, duma maneira ou outra, a literatura (e outras muitas artes), é que também não existem exemplos de civilizações ou culturas imaginadas, inventadas, ficcionalizadas, onde a literatura não esteja presente, mesmo que seja para persegui-la ou proibi-la. (…)
– P: Que opinião tens sobre o a língua e literatura galegas a dia de hoje?
. IL: (…) Quanto à literatura galega, a dia de hoje é uma realidade ampla, plural e diversa. Devo reconhecer que há autor@s que me interessam, e muito, junto a outr@s pelos que não sinto o mais mínimo interesse. Podo sentir-me mais perto de autor@s portugues@s, brasileir@s, ou angolan@s, mas também catalães, basc@s, argentin@s, frances@s, ou mesmo espanhóis, que de algum@s autor@s galeg@s.
Também na literatura, considero que um dos grandes debates pendentes é a questão normativa, e a aceitação da pluralidade e diversidade neste terreno. Não compreendo que ainda a dia de hoje haja autor@s que não podamos participar em determinadas atividades (atos, certames, jornadas,…) devido à nossa escolha ortográfica, tendo mesmo pechadas as portas duma grande parte das editoras e das publicações existentes. Há quem pensa que negando a realidade esta se modifica ou deixa de existir. Mas, por sorte, existem cada vez mais pessoas, organizações de todo o tipo e coletivos que apostam pela democracia e a liberdade, permitindo que exista um debate aberto, sincero e plural sobre a ainda nunca solucionada “questione della lingua”.”

Cuestionario Proust: Ígor Lugris

DesdeIgor Lugris o blogue de Ramón Nicolás, Caderno da crítica, este Cuestionario Proust a Ígor Lugris:

“1.– Principal trazo do seu carácter?
– O pessimismo tático e o otimismo estratégico.
2.– Que calidade aprecia máis nas persoas?
– A honestidade.
3.– Que agarda das súas amizades?
– Que sejam amig@s, e que, com certeza, não sejam inimig@s nem fals@s amigos.
4.– A súa principal eiva?
– A tranqüilidade nervosa. Ou a nervosidade tranqüila. Ou as duas. Ou nenhuma das três.
5.– A súa ocupación favorita?
– As normas sociais burguesas da cortesia, o bom gosto e a prudência recomendam-me não explicitar qual é minha ocupação favorita. Depois dessa, também estaria ler, ouvir falar a algumas pessoas, passear, a música, escrever,…
6.– O seu ideal de felicidade?
– Um mundo de fraternidade e sororidade entre pessoas livres e iguais. Vaia, o comunismo.
7.– Cal sería a súa maior desgraza?
– Ser derrotado e dizer que não, que a vitória era isso.
8.– Que lle gustaría ser?
– Letrista dum grupo de música punk. Preferentemente, nos anos 90 do século passado e/ou nos anos 20 do atual.
9.– En que país desexaría vivir?
– Em qualquer um da lusofonia, agás na Galiza, que, não por acaso, é o mais frio. (De maior, não me importaria ser embaixador, ou quando menos cônsul, da Galiza em Angola, Moçambique ou Cabo Verde, por exemplo; mas também aceitaria o Brasil ou Timor Lorosae; e Portugal, com certeza).
10.– A súa cor favorita?
– Negra. Tod@s somos negr@s. E devemos de estar orgulhos@s.
11.– A flor que máis lle gusta?
– O cravo vermelho no fuzil do militare.
12.– O paxaro que prefire?
– Não, lamento: por preferir prefiro um mamífero. Por exemplo, os golfinhos: vivem em grupos, são animais sociáveis (entre eles e com outras espécies), possuem uma grande e brilhante inteligência, são brincalhões, têm um grande número de comportamentos não ligados diretamente a necessidades biológicas básicas, a sua comunicação excede a de praticamente todos os demais animais do planeta (se calhar também à do próprio ser humano), e se não possuem uma língua parece evidente que possuem uma linguagem,… e obrigad@s polos peixes!
13.– A súa devoción na prosa?
– Incontáveis, mas nos primeiros postos Dostoiévski, Cortázar, Saramago e Simone de Beauvoir.
14.– E na poesía?
– Incontáveis, mas nos primeiros postos o 85% de toda a que levo lida. Nesse 15% que não, está o 85% de toda a que tive que ler na carreira.
15.– Un libro?
– Muitos, muitos, muitos… Entre eles, a dúzia e meia que tenho agora na mesa. Também, Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski, A mulher habitada, de Gioconda Belli, Rayuela, de Julio Cortazar, e Curso de Lingüística Geral, de Ferdinand de Saussure.
16.– Un heroe de ficción?
– Não gosto muito de heróis ou heroínas, também não na ficção, mas de ter que escolher, diria Jack Weil ou Robert Kincaid.
17.– Unha heroína?
– E, polo mesmo motivo que na resposta anterior, Roberta Duran ou Francesca Johnson.
18.– A súa música favorita?
– Punk + Ska + Rock + Reggae + Jazz + músicas diversas (incluindo Fados, Tangos, Coplas e Muinheiras) bem mescladas e servidas com muito Swing e pouco Pop.
19.– Na pintura?
– Urbano Lugris, aproveitando para reclamar uma maior atenção (em todos os sentidos) para a sua obra.
20.– Un heroe ou heroína na vida real?
– A heroína tem feito muito dano na vida real. A maior parte dos heróis, muito mais.
21.– O seu nome favorito?
– Estela. Fouce. Martelo.
22.– Que hábito alleo non soporta?
– A hipocrisia. Hipokrisiari Stop!!!
23.– O que máis odia?
– A prepotência da ignorância consciente.
24.– A figura histórica que máis despreza?
– Sou capaz, como todo ser humano, de odiar muito e a muit@s. Mas ponhamos que a todas as figuras, figurinhas e figurões do imperialismo, em todas e em qualquer época.
25.– Un feito militar que admire?
– Agora estaria muito na moda se dissesse que aborreço os exércitos e não sinto admiração por eles; mas isso só seria certo para os exércitos burgueses, imperialistas e capitalistas. Como esquecer, por exemplo, a batalha antiimperialista em Alger, a revolução socialista em Cuba, o esforço do Che Guevara no Congo ou Bolívia, a utopia feita temporalmente realidade da revolução dos cravos, o triunfo sandinista em Nicarágua, a valentia do Farabundo Martí n’O Salvador, o orgulho zapatista em Chiapas, a fortaleza e dignidade das FARC na Colómbia, a razão histórica que acompanha à Frente Polisario, a luita pola sobrevivência na Palestina, a guerrilha revolucionária kurda e tantos outros… E, com certeza, o exemplo de valentia, coragem e orgulho que significaram, individual e coletivamente, as experiências independentistas revolucionárias na Galiza.
26.– Que don natural lle gustaría ter?
– Tenho muitas e sérias dúvidas de que existam os dons naturais e que a sua defesa não seja mais que palavrearia e superstição, como os “sobrenaturais”.
27.– De que maneira lle gustaría morrer?
– De nenhuma em particular, mas em todo caso deixando de estar vivo.
28.– Cal é o seu estado de ánimo máis habitual?
– A dúvida?
29.– Que defectos lle inspiran máis indulxencia?
– A boa educação burguesa; não podo evitá-lo.
30.– Un lema na súa vida?
– Todo o poder para os soviets!”

Compostela: presentación de Uma Mãe tão Punk, de Teresa Moure

ATeresa Moure cuarta feira 20 de maio, ás 20:00 horas, na Ciranda (Rúa Travesa, 7, baixo), en Santiago de Compostela, preséntase Uma Mãe tão Punk, de Teresa Moure, publicada por Chiado Editora. No acto participan, xunto á autora, Eva Xanín, Rosa Enríquez, Ígor Lugris e Xurxo Nóvoa Martins.

#EuSonRosalía: Igor Lugris

CoEuSonRosalia___(1) cancelo #EuSonRosalía a Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega propón celebrar o Día de Rosalía de Castro 2015 convidando os centros escolares, institucións, movemento asociativo, persoeiros da cultura galega e a todos os particulares que se quixeren sumar, a realizaren actividades encamiñadas a afondar na diversidade temática da obra rosaliana, de modo que cada persoa descubra con cal das múltiples sensibilidades da autora se sente máis identificada, e así poder comunicárnolo gravando en vídeo unha frase que comezaría por “Eu son Rosalía porque/cando/para…”
A idea é que os lugares nos que se filme esa breve declaración, de contido libre e persoal, sexan escenarios da vida cotiá, de ser posíbel, especialmente os ámbitos laborais, en conexión con boa parte da poesía rosaliana, vinculada ao traballo e á vida diaria.
Envíanos o teu vídeo ou a ligazón ao mesmo a oficina@aelg.org!

Este é o vídeo de Igor Lugris.

Fanny + Alexander volven poñer música aos novos poetas galegos

alfaiasOs composteláns Fanny + Alexander están de volta co seu terceiro disco, Alfaias, de novo editado baixo licenza Creative Commons tanto en formato físico a traves de A Regueifa Discos coma en formato mp3 no netlabel A Regueifa Plataforma. Ao longo de once novos temas o duo percorre as distintas aristas do poliédrico Pop contemporáneo, indo dende o pop indietrónico de temas coma Setecentos e Espida de credo até o pop acústico e canónico de músicas coma Tardes de domingo e Na febre dos incendios, sen renunciar nunca á atitude experimentadora e permanente vontade de penetrar en estilos aínda inéditos na nosa lingua, coa firme vocación de levar o pop galego aos sons do século XXI.

Continuando coa liña dos seus dous primeiros traballos, as letras de todos os temas son adaptacións de textos de autores galegos da súa xeración (Mario Regueira, Emma Couceiro, Diego Ameixeiras, Lara Dopazo Ruibal, Xiana Arias, Igor Lugris, Pedro Lamas, Yolanda Castaño, Estibaliz Espinosa, Daniel Salgado e Alberte Momán), e contan ademais coa colaboración das voces de Carlos Valcárcel de Projecto Mourente en Artefacto Burbur, Martin Wu de The Homens en Toda esa enerxia escura, Alex Charlón de Ataque Escampe en Vigo ou Berlin e o hammond de Banin de Los Planetas en Tardes de domingo.

Descargar disco completo: arquivo zip 84 MB.