
Arquivo da categoría: Edición
Compostela: XXII Simposio O Libro e a Lectura. A distribución do libro galego, o 18 de setembro
As Histórias do Futuro de Machado de Assis | Os Livros Falam
Crear porvir. 75 anos de Editorial Galaxia | Documentario
Alva Martínez Teixeiro e Carlos Paulo Martínez Pereiro publicam coletânea de Machado de Assis na Através Editora
Entrevista de Luigi Cavaliere Martínez a Alva Martínez Teixeiro e Carlos Paulo Martínez Pereiro no Portal Galego da Língua:
“(…) As histórias do futuro de Machado de Assis. Uma novela e vinte e quatro contos que contam é o título do último livro editado na Através. Uma proposta especial, que inaugura a coleção Através do Brasil. Esta coleção inaugura-se com um clássico e referência da literatura brasileira, numa coletânea cuja seleção, edição e estudo ficaram a cargo da professora Alva Martínez Teixeiro e do professor Carlos Paulo Martínez Pereiro. Falamos com Alva e com Carlos Paulo.
– Portal Galego da Língua (PGL): Primeiramente, gostaria de saber como se deu o primeiro contato de vocês com a obra de Machado de Assis.
– Carlos Paulo Martínez Pereiro (CPMP): Foi fruto do acaso. Na adolescência, na década de 1970, um vizinho que voltou de Cuba, facilitou-me uma tradução latino-americana das Memórias póstumas de Brás Cubas e fiquei fascinado. Daí para a frente, foram 50 anos de tirar do extraordinário fio machadiano, a começar pelo Humanitismo da delirante figura de Quincas Borba e da sua filosofia, sintetizada no desvairado lema darwinista “Ao vencedor, as batatas”.
– Alva Martínez Teixeiro (AMT): No meu caso, foi uma descoberta na biblioteca familiar, mais ou menos, na mesma altura (na adolescência, mas nos últimos anos do século XX): primeiro, das Memórias póstumas de Brás Cubas e, a pouco e pouco, das obras menos (genialmente) irónicas de Machado de Assis. Foi uma descoberta e um encantamento com o Machado satirista, a poética da subtileza do excesso de teor swiftiano e a sua extraordinária criatura, o cínico Brás: ele é tão, tão, egoísta que todos identificamos nele defeitos dos outros, mas ninguém se pode identificar com ele.
– PGL: Machado de Assis é amplamente reconhecido por seus romances, como Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. No entanto, sua produção literária é muito mais extensa e diversificada. Para aqueles que ainda não conhecem sua obra, por que começar pelos contos seria uma boa escolha?
– AMT e CPMP: Em especial, consideramos que seria uma boa escolha porque estimulam qualquer prazer da leitura. Além disso, gostaríamos de destacar também que os contos foram, para Machado de Assis, uma espécie de laboratório textual, onde foi testando – com enorme sucesso – o experimentalismo narrativo, as possibilidades das modulações do cómico – do satírico ao irónico – e a capacidade reflexiva do texto literário a respeito da condição social e existencial do ser humano. Portanto, os contos são uma boa ‘porta de entrada’ para os textos mais extensos e conhecidos de Machado, pois condensam em excelência todas as suas virtudes da sua maior e melhor escrita.
– PGL: É possível identificar diferentes fases na trajetória literária de Machado de Assis: uma primeira, de caráter mais romântico e menos conhecida, e uma segunda, marcada pelo realismo e naturalismo. Os contos e a novela incluídos nesta edição pertencem, cronologicamente, a qual momento da vida e da produção do autor?
– AMT e CPMP: Todos eles, tanto O Alienista, quanto os contos, integram-se na fase de maturidade de Machado de Assis, ‘pós-Brás Cubas’. Propositadamente, selecionamos apenas textos desse período, em que a escrita de Machado se distancia dos princípios ‘de escola’ para se tornar expressão de um grande pensador heterodoxo, cómico, mas ‘com rabugens de pessimismo’. É interessante pensar que até hoje os historiadores e estudiosos da literatura experimentam um certo desconforto e dificuldade ao tentar classificar essa escrita ‘pouco ortodoxa’, que acordaram denominar ‘realismo machadiano’, isto é, um realismo-outro, evoluído, porque, Machado, na verdade, se serve das convenções do Realismo para subvertê-las e sugerir que a complexidade do real não pode ser ‘fechada’ num texto acabado, perfeito e com ‘lição moral’. (…)”
Allariz: IV Festival Literario de Allariz
Branca Trigo: “A Residencia Mariñán permitiume sentirme poeta e non autónoma”
Entrevista a Branca Trigo Cabaleiro na revista A Movida:
“(…) – A Movida (AM): Que cres que achegan estas residencias ao tecido cultural galego?
– Branca Trigo (BT): Achegan comunidade, algo moi difícil de conseguir hoxe en día. Cremos que vivimos conectadas grazas ás redes, pero non é o mesmo que a convivencia persoal. Tamén achegan circunstancias materiais; por exemplo, non tiven que pensar en cociñar ou facer facturas. Deixas de lado as pequenas tarefas que quitan tempo da creación e sénteste realmente poeta e non autónoma.
– AM: Empezaches a escribir moi nova e gañaches o teu primeiro premio con só doce anos. Cando soubeches que querías dedicarte á poesía e como foron eses primeiros pasos?
– BT: Sempre souben que quería facer algún tipo de arte, pero que sería a poesía sóubeno hai catro ou cinco anos. Crecín nunha familia artística: o meu pai é ilustrador e pintor, a miña nai era encadernadora artesanal; a min tocábame ser escritora. De feito, con sete anos escribín o contiño La cosa negra que pasó por mi ventana —aí aínda era castelanfalante—, o meu pai ilustrouno e publicouno unha editorial. Na adolescencia escribín pouco, inclineime máis pola música, e volvín escribir ao entrar na carreira de Ciencias da Linguaxe. Realmente a falta de recursos económicos para elixir outra universidade tivo moito que ver na escolla. De vivir en Pontevedra, probablemente agora estaría pintando cadros. (…)
– AM: Es coeditora, xunto a Alfredo Vázquez, do selo independente Malafera. Cal é a súa filosofía?
– BT: Malafera naceu para autoeditar Coñecemento do Medo, o meu primeiro poemario, porque tiña moi clara a estética que quería darlle e prefería ilustralo e editalo eu mesma. Son bastante maniática co deseño gráfico e as tipografías dos libros. Tamén era consciente de que había moitas persoas escribindo cousas que non encaixaban no sistema tradicional e gustounos a idea de ser «casa» para quen o precise e queiramos ver en papel. Levamos desde 2021 e temos só oito libros publicados. Creo que en Galicia ás veces se publica demasiado, desde logo máis do que se le, e presúmese do número de títulos, non da calidade. Nós non vivimos de Malafera, polo que non temos metas de produtividade. (…)”