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“Um livro reivindica a oratória de Carvalho”
Artigo de Irene Pin en Nós Diario:
“O Parlamento da Galiza une-se aos atos de homenagem a Ricardo Carvalho Calero com a publicação de Ricardo Carvalho Calero, orador. Discursos e leccións. A obra foi apresentada o 1 de outubro na sede da instituição, que acolhe também uma exposição da obra bibliográfica do autor, cuja biblioteca e legado foi depositado nessa entidade.
A filha do autor, María Victoria Carvalho-Calero Ramos, declarou que desde que o presidente da câmara, Miguel Santalices, lhe propôs a edição teve claro quem devia ser a pessoa encarregada da antologia: María Pilar García Negro. Foi ela, em qualidade de investigadora e coordenadora da exposição, a primeira em tomar a palavra no ato de apresentação. A representante da família, para além da escolma, agradeceu-lhe a contextualização da introdução e as notas a rodapé, “tão esclarecedoras como imprescindíveis”.
A professora explicou que Ricardo Carvalho Calero, orador. Discursos e leccións trata-se dum livro “singular” que “nasceu no inverno passado e invernou na primavera”. Assim, chega já no outono para reivindicar o “ora et labora incessante” que define a trajetória do ferrolão, num afão constante de outorgar-lhe significado à nossa língua e literatura.
Segundo explicava García Negro, era a dimensão “que o perfilava como orador” a que melhor acaía a esta achega. Do mesmo modo, insistiu Valentín García, secretário geral de Política Linguística, no rol central da palavra vencelhado ao labor que desenvolve a câmara, ideia que resumiu também Carvalho-Calero Ramos: “Se o Parlamento deve ser a casa da palavra, é lógico que se saliente esta faceta dum autor especialmente douto no eido”, resumiu.
García Negro debulhou também os critérios para a seleção dos contidos. Em primeiro lugar, desde um ponto de vista cronológico, vai de 1930 a 1988, “toda uma vida”, destacou. Desde uma perspetiva temática, o livro inclui a abordagem de figuras como Rosalía de Castro, Ramón Cabanillas ou Otero Pedrayo, a quem o catedrático dedicou ampla parte dos seus estudos. No estilístico, Negro salientou desde o carácter mais cuidado dos discursos a aqueles mais improvisados, ambos os dous como representação do domínio da oratória.
É esta antologia uma obra de “interesse histórico salferido de notas autobiográficas” que levaram a pessoa leitora a acompanhar Carvalho de Ribadávia a Londres, de Compostela a Cambados, ao longo das 16 peças que a compõem. Trata-se duma parte “muito pequena em número e muito grande em qualidade”, proclamou Negro.
Vítor Freixanes, presidente da Real Academia Galega, reconheceu que o livro está “muito bem editado, com a pulcritude que os contidos merecem” e celebrou a escolha duma fotografia que racha com a seriedade associada ao mestre, em favor dum “dom Ricardo pícaro, cheio de cumplicidade”, comentou. Igualmente, resumiu a enorme relevância dos discursos nas suas “achegas à crónica do século XX, uma viagem pelo galeguismo da época” que vai desde o entusiasmo à resistência em tempos escuros, por mor do devir histórico.
Contou García Negro que também um 1 de outubro, mas de 1930, no paraninfo da Universidade de Santiago, o próprio Carvalho inaugurava o curso proclamando com valentia: “Galiza existe”. Desde o anedótico lembrava o inegável compromisso ao longo duma brilhante carreira que se via truncada pelo estalido da Guerra Civil espanhola.
Com um repasso vital que se ergue na gabança das diversas façanhas de Calero numa biografia entregada à causa da Galiza, a investigadora chamou a não esquecermos o valor artístico da obra do homenageado, ainda em grande parte por estudar desde o mesmo rigor que el dedicou às achegas literárias de outras e outros. García Negro fez igualmente finca-pé no seu fundo labor em colaboração com o associacionismo, em múltiplas entidades como a Asociación Socio-Pedagóxica Galega (AS-PG), a Associaçom Galega da Língua (AGAL), a Aula Castelao ou a Mesa pola Normalización Lingüística, por tirar alguns exemplos. A antóloga concluiu com o presente de dous adjetivos bem escolhidos, ainda que semelhem em aparência contraditórios: “amor pelo sujeito estudado e objetividade no seu tratamento”.
Freixanes mencionou na sua intervenção que a RAG era ciente de estar a “abrir um debate” com a escolha de Carvalho Calero como homenageado em 2020, que pode continuar mesmo se o seu ano remata simbolicamente o 31 de dezembro. Parecia assim reconhecer que as próximas Letras Galegas se dedicarão a outra pessoa, em resposta ao comunicado feito pela Federación de Asociacións Culturais Galiza Cultura a passada quarta feira, que interpelava direitamente a RAG a alongar o reconhecimento durante 2021, dadas as especiais circunstâncias que marcaram este ano. “Mas as reflexões e o diálogo seguem abertos”, concluiu Freixanes.
Carvalho-Calero Ramos também fez especial lembrança do trabalho do seu pai a prol da presença do galego na “matriz do português”, que transformou a sua figura em bandeira pela sua constante insistência na aspiração de que “a fortuna histórica do galego mudasse ou fosse restaurada”.”
Compostela: presentación de Nós, xs inadaptadxs
Compostela: presentación de Eles e máis eu. Compostelaneando, de Xosé Luís Bernal López (Farruco)
Isaac Alonso Estraviz: “Díaz Pardo afirmou infinidade de vezes que galego e português eram a mesma língua”
Entrevista a Isaac Alonso Estraviz no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Esse livro [Isaac Díaz Pardo e a Língua] foi em grande medida uma cousa tua. A sua gestão começou a fins do 2007. De quando vem a tua amizade com Diaz Pardo?
– Isaac Alonso Estraviz (IAE): O meu primeiro encontro com Isaac Diaz Pardo foi no ano 1960 ao adquirir em Buenos Aires o seu livro Midas. O ángulo de pedra (1957) que depois iria comigo a França, Sória, Alemanha, Navarra, Albacete…. Pessoalmente conheci-o em 1970 na Galeria Sargadelos de Madrid. Foi um encontro gratificante com uma pessoa inteligente, amável, respeitosa com todos. Surgiu entre ambos um carinho e uma admiração mútua. Depois foi em O Castro, Sargadelos e no Instituto de Información bastantes vezes. E várias em Santa Marinha de Águas Santas. Mesmo nos publicou em Edicions do Castro vários livros sobre o relacionamento entre galegos e portugueses. Não se atreveu com o Dicionário Galego polo voluminoso que era e porque supunha muito dinheiro que ele tinha medo em fracassar. Teve uma enorme alegria ao ver que a obra saíra a lume.
– PGL: Díaz Pardo pertencia a tradição galeguista na que se formara nos anos 30 do século passado, para a qual galego é português era a mesma língua.
– IAE: Que galego e português eram a mesma língua afirmou-o infinidade de vezes, como se pode comprovar no livro homenagem que lhe fez a AGAL e do qual eu fui o coordenador. Pode atualmente consultar-se na publicação digital também disponível no PGL. Esse livro consta de uma primeira parte na que intervêm: José Maria Casariego Guerreiro, Isaac Alonso Estraviz, José Paz Rodríguez, Alexandre Banhos (naquela altura Presidente da AGAL) e José-Martinho Montero Santalha. E uma segunda, com trabalhos dele sobre a língua galega e a sua unidade com a variante portuguesa.
– PGL: Isso não era incompatível com escrever à castelhana, infelizmente a única forma que se conhecia.
– IAE: Escrevia-se à castelhana na tradição galeguista que afirmava a unidade da língua, porque era o único jeito que se sabia escrever, diria mais o único que aliás podia se conhecer, mas existia a vontade de mudar as cousas, que o franquismo e a sua eficaz guerra e ditadura decepou. Castelão o expressou muito bem, ao dizer que aspirava a que o galego se confundisse com o português. Diaz Pardo sempre defendeu a unidade, um bom exemplo é o seu livro em castelhano em Ruedo Ibérico, Galicia Hoy, uma pequena maravilha que destinava a todos, tendo em conta os destinatários e a finalidade que se propunha. (…)”
Vídeo da presentación de Os torques ártabros, de Lois Ladra
Aurora Marco: “Habería que dedicar outro Día das Letras a Carvalho Calero”
Tabela dos libros. Setembro de 2020
Desde o blogue Criticalia, de Armando Requeixo:
“Inasequible a calquera coronavirus, o equipo crítico da Tabela dos Libros. (Francisco Martínez Bouzas, Inma Otero Varela, Mario Regueira, Montse Pena Presas e eu) comeza o curso escolmando os títulos máis recomendables entre os publicados nas últimas semanas. E velaí.”
Compostela: rolda de prensa e presentación de Cartografías da narrativa galega contemporánea, de Xaquín Núñez Sabarís
Feira do Libro da Coruña 2020: actividades destacadas do 10 de agosto
O 10 de agosto finaliza a Feira do Libro da Coruña (nos Xardíns de Méndez Núñez, s/n.), organizada pola Federación de Librarías de Galicia, con horarios de 11:00 a 14:00 h. e de 18:00 a 22:00 h., cos seguintes actos literarios destacados dentro do seu programa para este día:
– 19:00 h. Teresa Moure asina Sopas New Campbell, publicado por Cuarto de Inverno.
– 20:00 h. Pedro Feijoo asina Un lume azul, publicado por Xerais, e o resto da súa obra.
– 20:00 h. Nacho Carretero asina Fariña, publicado por Xerais.