Celanova: presentación de O libro cero, de Jorge Emilio Bóveda
Conferencia on line “A adulteración da educación en tempos de capitalismo cognitivo”, de Jurjo Torres Santomé
Compostela: presentación de En canto a Fraga, de Alfredo Conde
Redondela: actos destacados na Feira do Libro 2021 para o 17 de xuño
O 17 de xuño comeza a Feira do Libro de Redondela (na Alameda, con horario de 11:00 a 14:00 horas, e de 17:00 a 21:00 h.), organizada pola Federación de Librarías de Galicia, cos seguintes actos literarios destacados para este día:
– 19:30 h. Inauguración oficial. Pregón de J. A. Xesteira.
– 20:00 h. J. A. Xesteira asina Cóntamo outra vez, Rick, publicado por Galaxia.
Lugo: fin de festa da I edición #EnredandoCoGalego, concerto de Verto e entrega de premios
O xoves 10 de xuño foi un día moi especial. As entidades organizadoras desta actividade, a Área e Cultura do Concello de Lugo e a AELG, acompañamos a rapazada do IES Leiras Pulpeiro e IES Muralla Romana que participou en EnRedando co galego, actividade de normalización da nosa lingua, creación literaria e afectos, cunha sorpresa moi especial que lle encantou ao alumnado: o concerto dos VertoTemazos. #Enredamos un pouco e parolamos coas rapazas e rapaces participantes canda Antonio Reigosa, e entregamos canda Fer e Verto, o tenente de alcalde Rubén Arroxo e Felipe Rivas, concelleiro de Educación, os agasallos e premios do certame. É xusto sinalar que encontramos novísimas escritoras cun futuro moi prometedor e intuímos que esta iniciativa pode ser o comezo de algo moi bo para a nosa lingua, a mocidade e tamén para Lugo, cunha actividade potente e de referencia. E debemos agradecerlle finalmente ás profesoras e profesores o seu traballo, esforzo e apoio para que todo saíse ben.
Aquí pode verse unha pequena crónica fotográfica, a cargo de Alba Díaz. Pode accederse nesta ligazón á crónica completa.
A Coruña: presentación de O reino medieval de Galicia, de Anselmo López Carreira e Xosé Miguel Andrade, e Celtas, castrexos e romanos, de Francisco Xavier González García
Afonso Becerra: “Descobri que havia toda uma imensa e rica história da dança oculta e totalmente desconhecida na Galiza”
Entrevista de Daniel Amarelo a Afonso Becerra no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Existem várias histórias da literatura, mesmo contamos com várias publicações sobre a história do teatro galego, mas tivemos que esperar até 2021 para poder usufruir de uma história da dança na Galiza. Quais foram as tuas principais motivações para escrever esta obra [História da Dança Contemporânea na Galiza] e aumentá-la progressivamente? Que nos oferece o livro ao público leitor e à cultura galega atual em geral, neste momento de crise social, cultural e económica?
– Afonso Becerra (AB): A primeira motivação é de natureza amorosa e afetiva, relativa à atração que de sempre suscitam em mim as artes do movimento e a dança. O facto de situar o corpo como sujeito e, ao mesmo tempo, objeto artístico, com todas as suas camadas de mistério e significação sensual. O jogo que a dança nos propõe através do movimento do corpo, até na sua quietude, e o desafio que coloca para quem tenta descrever, analisar ou contar a dança. Esta foi a minha primeira motivação que me levou a escrever sobre peças de dança desde há uns vinte anos.
A segunda motivação foi quando Carmen Giménez Morte, professora do Conservatório Superior de Dança de Valência, pertencente à Academia das Artes Cénicas de Espanha, decidiu, com o respaldo da Academia, publicar a primeira história da dança contemporânea da Espanha. Ela ligou para mim para pedir-me que me ocupasse dos capítulos sobre a Galiza. Esses capítulos são necessariamente breves por estarem inseridos em volumes que atendem a todas as comunidades autónomas do Estado. Além disso, também estabelecem uma espécie de hierarquia, segundo a qual Madrid, Catalunha e Valência têm mais peso e maior extensão em páginas. Ora, quando eu comecei a pesquisar, descobri que havia toda uma imensa e rica história da dança oculta e totalmente desconhecida na Galiza. Descobri que a história da dança na Galiza não é de menor nível do que a história da dança noutros lugares, apesar de um contexto muito mais adverso do que noutros lugares como a Catalunha ou Madrid. Portanto, a constatação desta injustiça fez que redobrasse os esforços para levar adiante este livro, para visibilizar uma das manifestações artísticas fundamentais da cultura de qualquer país, que no nosso estava discriminada.
Relativamente ao que oferece este livro ao público leitor e à cultura galega em geral, neste momento, há vários aspetos. Se calhar, o primeiro é a consciência de que temos uma arte que não pode continuar a ser desconhecida para qualquer pessoa que se considere culta. A consciência de que não existe uma cultura plena sem a atenção ao “discurso” dos corpos, à arte da dança.
Esta é a primeira história da dança da Galiza, portanto, o livro tenta oferecer um relato-mapa do nascimento e eclosão da dança contemporânea (aquela na qual a criação de movimento é maior) sem estabelecer hierarquias. Tentei que todas as coreógrafas e coreógrafos estivessem. Também tentei que não fosse um livro só de informação e dados, mas também sobre a arte da dança, os estilos e as questões que pode levantar.
Neste momento de crise, a história da dança na Galiza, ensina-nos a resistir e a que não há sonhos que não possam ser cumpridos, se o amor e o empenho estiverem à sua altura.
– PGL: Em que estado se acha a dança feita na Galiza atualmente? Como se costuma dizer, “qualquer tempo passado foi melhor”, ou, contrariamente, fomos aprendendo dos erros e episódios do passado?
– PGL: Na dança galega há meio cento de criadoras/es, sobretudo mulheres. Há uma grande diversidade de estilos e tendências. Começam a conviver coreógrafas de diferentes gerações, desde Amparo Martínez Paz, que foi a primeira selecionada para o primeiro Certame Coreográfico de Madrid (se calhar o festival mais significativo do Estado) em inícios dos anos 80, até Xián Martínez Miguel, um coreógrafo de 24 anos, que acabou em 2020 no Conservatório Superior de Dança de Madrid (na Galiza não temos Conservatório Superior de Dança). Como me comentava Matias Daporta, também coreógrafo, na Galiza podem observar-se duas grandes tendências no contemporâneo, por um lado um estilo mais conceitual focado no próprio movimento, como podem ser as peças do Coletivo Glovo de Lugo, formado por Ester Latorre e Hugo Pereira, e, por outro lado, a dança mais acrobática e circense, que liga esta arte com os aéreos, da qual o exemplo mais claro é o Coletivo Verticália, formado por Paula Quintas, Marta Alonso Tejada e Raquel Oitavén. Mas eu também acrescentaria uma outra linha sinuosa de dança-teatro, na qual se inscrevem a maior parte das criadoras e criadores. E ainda uma quarta linha de atualização e releitura contemporânea do tradicional. Eis os trabalhos de Nova Galega de Dança (o mais recente, intitulado Leira, é a imagem da capa do livro) ou os de uma companhia muito mais recente e que não sai no livro, mas que também devemos considerar, como é a de Fran Sieira, além do importante labor nesse campo por parte da companhia de Quique Peón.
Além da questão artística, muito diversa e rica em propostas e estilos muito singulares, a dança continua numa situação económica muito precária (relativamente às ajudas públicas e privadas e à programação nos teatros). Trata-se, dentro das artes cénicas, da mais marginada na Galiza. (…)”