Compostela: Festival Alguén que respira 2023

Entrevista de Diego Rivadulla a Lorena López López arredor de Ainda invisíveis

Desde New Books Network:
“Un dos fenómenos destacados de maneira recorrente pola crítica a respecto do campo literario galego do século XXI é a crecente visibilidade das mulleres narradoras. En Ainda invisíveis? Narradoras e margens na literatura galega contemporânea (Através Editora, 2022), a filóloga e poeta Lorena López López pon en cuestión esta diagnose e coloca o foco en catro escritoras que, por motivos diversos, ficaron nas marxes dese boom da “literatura feminina” ou “literatura feminista”. As propostas de Margarida Ledo Andión, Patricia Janeiro, Cris Pavón e Teresa Moure, segundo este libro analiza, non só foxen das anteditas etiquetas, senón que xeraron tensións no campo cultural galego ao proporen modelos narrativos alternativos que cuestionaban o discurso hexemónico sobre a narrativa das autoras, pola incorporación ben de repertorios temáticos incómodos, ben de estéticas vangardistas ou ben de xéneros minoritarios como o gótico e a ficción científica dura. Este ensaio bota luz sobre os “puntos cegos” da interacción entre o discurso feminista e o discurso nacional xurdida das obras das mencionadas narradoras e pon de manifesto algunhas dinámicas conformadoras do sistema literario galego, ao tempo que propón unha profunda reflexión sobre os mecanismos de canonización ou de subalternidade. A entrevista pode escoitarse aquí.”

Escritora Galega Universal 2023: Lydia Cacho

(Lydia Cacho (autoría da fotografía: Eneas MX, Wikipedia). A Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega aprobou o nomeamento de Lydia Cacho, xornalista mexicana, con raíces galegas, activista feminista e defensora dos dereitos humanos, como Escritora Galega Universal en 2023, desde o profundo respecto e afecto á súa persoa e a valoración da altísima calidade da súa obra.

Durante a década de 1990 e principios dos 2000, a autora informou amplamente sobre o feminicidio en Ciudad Juárez. En 2000 cofundou o Centro de Atención Integral á Muller, un centro especializado na atención a mulleres, nenos e nenas vítimas de violencia doméstica e de violencia sexual.
En 2005 foi detida en Cancún, Quintana Roo, por axentes da policía xudicial de Puebla, por causas derivadas da publicación do seu libro Os demos do Edén, unha investigación que recolle os relatos testemuñais de sobreviventes dunha rede de prostitución infantil, dirixida por políticos e empresarios. O Comité de Dereitos Humanos da Organización das Nacións Unidas recoñeceu este suceso como unha vulneración dos dereitos humanos, especialmente das mulleres, no sistema de xustiza, ao tempo que solicitou ao Estado mexicano a reparación do delito de difamación causado á xornalista.
Forma parte da Rede Internacional de Xornalistas con Visión de Xénero.

Lydia Cacho ten escrito máis dunha ducia de 14 libros derivados dos seus coñecementos e experiencias, desde a poesía até a ficción, un manual para previr o maltrato infantil, ensaios sobre temas de amor e xénero con gran repercusión internacional sobre tráfico sexual, escravitude e pornografía infantil. A súa obra foi traducida xa a diferentes idiomas: francés, inglés, alemán, portugués, italiano, holandés, croata, sueco e turco, tendo sido publicados en México, Estados Unidos, Estado Español e países centroamericanos. Ten conseguido unha gran cantidade de premios e recoñecementos por todo o seu traballo.

Nas anteriores edicións recibiron este nomeamento as escritoras e escritores Mahmud Darwix, Pepetela, Nancy Morejón, Elena Poniatowska, Juan Gelman, Antonio Gamoneda, José Luis Sampedro, Lídia Jorge, Bernardo Atxaga, Luiz Ruffato, Pere Gimferrer, Hélia Correia, Isabel-Clara Simó, María Teresa Horta, Mariasun Landa, José Luandino Vieira e Ana Luísa Amaral.

A autora recollerá o seu Premio honorífico como Escritora Galega Universal, no marco da Gala dos Premios Follas Novas do Libro Galego 2023, que terá lugar o sábado 22 de abril, a partir das 19:00 horas, no Teatro Principal de Santiago de Compostela.

Previamente, o propio sábado 22 de abril, a partir das 12:15 horas, na Libraría Lila de Lilith de Santiago de Compostela (Rúa Travesa, 7, baixo), terá lugar un coloquio coa presenza de Lydia Cacho, acompañada por Cesáreo Sánchez Iglesias, presidente da AELG, e Margarita Ledo Andión, escritora e membro da Real Academia Galega. O acto será de entrada libre até completar capacidade.

Manuel Rivas, Xavier R. Madriñán, A cova de Eirós, Ugia Pedreira, Mónica Alonso, Chévere, Atalante e María Varela, Premios da Crítica de Galicia 2022

Varsovia: XIII Congreso da Asociación Internacional de Estudos Galegos, do 21 ao 24 de setembro de 2022

Compostela: Xornada “Perante a nova Lei do Audiovisual: Análise e perspectivas”

Lorena López: “Cumpre não só repararmos na questão da visibilidade, mas em como se visibiliza, que se salienta, que se esquece ou que achegas ficam ocultas e por que”

Entrevista de Daniel Amarelo a Lorena López no Portal Galego da Língua:
“(…) – Portal Galego da Língua (PGL): Este trabalho nasce da tua tese de doutoramento na Universidade de Bangor, no País de Gales. Como surgiu a ideia, o tema e a focagem da investigação? Que te levou a indagar nesta questão? Ajudou esse contexto diaspórico a desenhar a tua proposta ensaística?
– Lorena López (LL): Os estudos literários com perspetiva feminista interessaram-me sempre e já trabalhara sobre a narrativa das autoras no TIT (Trabalho de Investigação Tutorizado) que fiz na USC, mas de uma ótica mais historiográfica e focada na produção dos anos 80 e 90. Depois dito o desafio para mim era ir além e tentar compreender determinadas dinâmicas que estavam a ter lugar naquela mesma altura, já iniciado o século XXI.
O meu tempo na diáspora ajudou-me, em primeiro lugar, com as condições materiais e humanas que me facilitou a Universidade de Bangor e em concreto o Centro de Estudos Galegos ali. Ainda não se fala o suficiente da precaridade em que está sumido o trabalho de pesquisa aqui, nem do solitário que pode resultar o caminho da tese. Por outro lado, durante esse tempo fora aprofundei mais no âmbito dos Estudos Culturais que me forneceu de ferramentas teóricas mui diversas à hora de analisar a prática literária. Além disso, acho que também foi produtiva a perspetiva que às vezes dá a distância, embora o difícil que é a emigração.
A escolha dessas quatro autoras, é claro, não é casual. Pessoas com estilos de escrita diferentes, temáticas diversas, períodos de publicação em ocasiões afastados e até normativas distintas. Mas qual o fio condutor entre todas elas? Sendo mulheres, quais os pontos de encontro e desencontro destas autoras com o género e a nação no nosso contexto cultural particular e subalterno?
Efetivamente, as suas propostas literárias são mui diferentes. Diria que o único que partilha a narrativa das quatro é a ótica feminista, mas materializada de jeitos mui diversos na sua literatura, nisto cumpre insistir.
Porém, o que mais me interessou da sua prosa foram os desencontros. Por exemplo, o jeito crítico em que Ledo Andión se achega à história do nacionalismo desde dentro para o desmistificar e questionar os discursos mais conservadores e essencialistas dentro dele. Cousa que também faz Janeiro em A perspectiva desde a porta ou Teresa Moure no livro de poemas Eu violei o lobo feroz, que falam do independentismo e da repressão de Estado contemporânea. No caso do género resulta mui sugestivo como as três revisam as masculinidades no âmbito da política. Por outro lado, Pavón artelha histórias onde estas questões se entrecruzam com a filosofia e com a tecnologia através de uma focagem positiva mui pouco frequente. Nos seus romances encontramos uma noção da identidade mais porosa e afastada do dicotómico que jogam também com formas alternativas, como o vampirismo ou as máquinas conscientes. E também existem muitas capas de leitura na produção de Moure. Mais além do tema da normativa que analiso na sua trajetória posterior ao 2013, o que mais destacaria da sua última narrativa são os jogos meta-literários e a reflexão acerca da escrita. A isto soma-se uma construção autoral que vai no contra de leituras sobre a escrita das mulheres que acabam funcionando como tópicos limitantes.
– PGL: No livro falas de ângulos ou pontos cegos na literatura galega contemporânea escrita por mulheres e, provavelmente, é esta uma das apostas do ensaio mais centrais e importantes. Que sentidos encerra este conceito? Como tem funcionado?
– LL: Embora o livro faça alusão às margens no subtítulo, a ideia de ângulos cegos responde melhor àquilo que me interessava estudar. Às vezes não é uma questão de figuras ou discursos que em geral sejam totalmente invisíveis, mas das abordagens concretas que deles se fazem.
Podemos exemplificá-lo voltando à questão nacional: esta sempre foi um tema central na produção literária galega, mas a perspetiva particular que adotam Ledo Andión e Janeiro resultou incómodo por olhar para zonas que ficam na sombra. Isto não foi devido somente à sua focagem feminista porque outros romances que incluem estes elementos gozaram de uma receção mais positiva ou foram postas em valor posteriormente. O mesmo acontece no caso dos romances de Pavón em relação à literatura fantástica ou no caso concreto da ficção científica, um terreno pouco visível de seu. Neste subgénero acolheram-se muito melhor as histórias distópicas doutras narradoras do que a sua ficção especulativa. Por outro lado, ninguém irá dizer que Ledo Andión ou Moure são figuras invisíveis na cultura galega, mas precisamente por causa disso chama a atenção que parte da sua produção passe totalmente despercebida. Acho que a noção dos pontos cegos auxilia a análise porque não se move em dicotomias absolutas e pode abordar essas zonas cinzentas, que explicam muito do funcionamento do campo literário. (…)”