Arquivo da categoría: Lusofonía
São Paulo: lanzamento de Un xardín de medio lado
Compostela: performance poética A palavra mais bonita, de Maria Giulia Pinheiro
A AELG realiza unha ofrenda floral a Rosalía como acto institucional para recibir unha delegación de alumnado da Universidade Estadual do Ceará (Brasil)
O 17 de outubro a AELG realizou unha homenaxe floral a Rosalía de Castro no Panteón de Galegos Ilustres, coa participación do seu presidente, Cesáreo Sánchez Iglesias, no marco das relacións coa Universidade Estadual do Ceará (Brasil) e o Centro de Estudos Turísticos da Universidade de Santiago de Compostela. Para a AELG, esta ofrenda floral á nosa poeta nacional é o máis relevante acto institucional que unha cultura pode ofrecer a outra cultura irmá.
Un grupo de alumnado da institución brasileira visitou Compostela entre o 14 e o 18 de outubro tivo lugar o un curso de Planificación turística comparada e experiencias internacionais en materia de turismo, no que A elección de Galicia como destino do curso baseouse na proximidade lingüística entre galego e portugués, tal e como indicou Jakson Renner Rodrigues Soares, investigador na USC e director do curso, ofertado polo Centro de Estudos Propios da USC (CEP).
A Universidade Estadual do Ceará é a universidade pública máis destacada do Nordeste brasileiro e conta con 24.000 alumnas e alumnos. Está situada en Fortaleza, na capital do estado, que destaca polo potencial do seu turismo litoral. Millóns de persoas acoden todos os anos ás praias e paraxes de Ceará, así como aos festivais e outros eventos que teñen lugar na rexión. No marco da colaboración coa USC, a UECE acolleu en maio deste ano a Semana das Letras Galegas, que contou coa presenza de Uxía Senlle e Cesáreo Sánchez Iglesias.
Vigo: representación de Armazenados
O 17 de outubro, ás 19:00 horas, no Centro Cultural Camões (Praza Tenente Almeida, s/n.), en Vigo, terá lugar a representación da obra teatral Armazenados, con texto de David Desola traducido por Diana Vasconcelos e Afonso Becerra.
Colaboración da AELG co Centro de Estudos Galegos de Lisboa. Visita de Carlos Labraña
A AELG colabora co Centro de Estudos Galegos de Lisboa cunha visita de Carlos Labraña o 28 de setembro. Trátase dunha iniciativa da AELG co apoio da Secretaría xeral de Política Lingüística, en colaboración co Centro de Estudos Galegos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Na súa estadía en Lisboa Carlos Labraña ofrecerá unha conferencia con formato de conversa aberta con título Da escrita à exibição da obra em Portugal e na Galiza. Será o sábado 28 de setembro, ás 19:00 na Fábrica Braço da Prata, con entrada libre.
Compostela: Dramaturxias/Dramaturgias Itinerantes, o 1 de outubro
Morre Rosario Albán, impulsora do Centro de Estudos Galegos da Bahia
Desde Sermos Galiza:
“Rosario Albán era docente xa retirada do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia, no Brasil. Foi alí onde, en 1995, fundou o Centro de Estudos da Lingua e Cultura Galegas. Tamén ela estivo detrás do congreso Língua e inmigração na América Latina, organizado en 1996. Albán morreu esta semana.
“A Asociación Internacional de Estudos Galegos expresa o seu fondo pesar polo pasamento da profesora María del Rosario Suárez Albán”, di un comunicado, “queremos recoñecer a súa tarefa académica e a dinamización dos estudos culturais galegos no Brasil”. A asociación tamén lembra a homenaxe que, en 2015, lle rendeu a súa universidade. Celebraban os 40 anos da creación do primeiro Centro de Estudos Galegos na Bahia, antecesor do que a propia Albán puxo en marcha dúas décadas despois.
As súas investigacións inclúen ensaios como Ser galego na Bahia: onte e hoxe (1998), Os galegos baianos em Salvador (1998), A inmigración galega na Bahía (1989) ou A presença do Galego na Bahia (1989).
Galega de nación, graduada en letras vernáculas e mestre en portugués pola Universidade da Bahia -da que foi docente xa desde 1974-, a Asociación Internacional de Estudos Galegos salienta ademais “a súa dedicación constante ao fomento da Galiza no Brasil a partir tanto da actividade universitaria como da colaboración con institucións da colectividade galega”. “Desexamos que todo o seu esforzo teña continuidade polo ben da cultura e da lingua de Galiza”, conclúe.”
Compostela: recital da poeta portuguesa Maria Azenha
José Jackson Coelho Sampaio: “Precisei tornar meus os poemas de Cesáreo”
Entrevista a José Jackson Coelho Sampaio en Sermos Galiza:
“Poucas pessoas enchem tão claramente de conteúdo a palavra intelectual como o brasileiro José Jackson Coelho Sampaio, reitor da Universidade Estadual do Ceará, renovador da psiquiatria no seu país, doutor honoris causa pela Universidade de Budapest, escritor e ele próprio tradutor da obra do poeta galego Cesáreo Sánchez Iglesias. A Universidade Estadual do Ceará outorgou a Cesáreo Sánchez Iglesias a medalha do mérito artístico Alberto Nepomuceno. Quem é responsável da introdução da obra do escritor de Dadín‑Irixo no universo cultural brasileiro é José Jackson Coelho Sampaio, a quem entrevistamos via correio electrónico.
– Sermos Galiza (SG): Que significado dentro da cultura brasileira tem a medalha de mérito artístico Alberto Nepomuceno?
– José Jackson Coelho Sampaio (JJCS): A Universidade Estadual do Ceará‑UECE tem 44 anos e, hoje, agrega 13 campi, distribuídos em 10 cidades, englobando 28 mil estudantes nos 72 cursos de graduação e 42 cursos de pós‑graduação
Seja no Webometrics e no Times Higher Education‑THE, rankings internacionais, ou na classificação geral de cursos do Ministério da Educação‑MEC e no Ranking Universitário do Jornal Folha de São Paulo‑RUF, rankings nacionais, a imagem da UECE é muito boa, pois nos colocam em primeiro lugar entre as universidades públicas estaduais das regiões Centro‑Oeste, Norte e Nordeste do Brasil.
Então, o primeiro significado da medalha deriva da importância da instituição que a outorga.
O segundo significado vem da história da medalha e, neste caso, a UECE tem sido muito tímida em criar e outorgar medalhas. Já foi na minha gestão, como reitor, que, na oportunidade do sesquicentenário de nascimento de Alberto Nepomuceno, grande compositor cearense da transição entre os séculos XIX e XX, que a medalha Alberto Nepomuceno foi criada, com duas categorias: mérito artístico e mérito cultural.
O terceiro significado deve derivar do rigor com o qual a medalha seja concedida e da qualidade do outorgado. Interessante destacar que a primeira outorga foi ao poeta Cesáreo Sánchez Iglesias.
Portanto, estamos construindo essa história. O tempo dirá dos erros e acertos, de essencial ou acidental em nossas escolhas. (…)
– SG: Que valores viram na obra de Cesáreo Sánchez Iglesias para o distinguir com esta medalha?
– JJCS: Desde o início de minha vida profissional, como médico, exercendo a psiquiatria clínica, e como professor‑doutor, exercendo o ensino e a pesquisa no campo da medicina social, eu tenho produzido textos científicos, nas formas de artigos e de livros. Mas, desde a adolescência tenho escrito contos, crônicas, textos jornalísticos e poesia. A poesia tem sido para mim forma de expressão afetiva, erótica e política, sem muita preocupação técnica e sem necessidade de carreira literária. Coloquei a poesia como lugar de liberdade. Daí, eu faço anotações a partir das impressões e experiências –são mais de 800 textos com a pretensão da poesia–, mas cultivo a voracidade da leitura, o gosto por conhecer o modo como a poesia acontece em outras culturas, em outras línguas, pois entendo a poesia como aventura da linguagem, identificada com a infância e a loucura.
Já traduzi, ousadamente, sem formação técnica de tradutor, do espanhol, do italiano, do francês, do inglês e do russo. Parte dessa produção está publicada no livro Transvida, pela oportunidade de um prêmio de publicação, denominado Caetano Ximenes Aragão, da Secretaria de Cultura do Ceará.
Então o professor Jackson Renner Rodrigues, um amigo cearense/galego, numa de suas viagens ao Ceará, hoje fazendo pós‑doutorado na UECE, presenteou‑me com alguns livros do Cesáreo: Tempo Transfigurado, Evadne, O Rumor do Distante, As Bolboretas do Mekong e o Caderno do Nilo.
As identificações estéticas, éticas, políticas foram imediatas. Percebi a capacidade feliz de integrar melodia, metáfora e ideia num fluxo de sentido que revela o mundo a partir do local e o local a partir do mundo.
Uma identificação amorosa intensa aconteceu com o Caderno do Nilo. Minhas paixões históricas e mitológicas devem ter ajudado nesse processo. Mas, decisivo, foi o texto em si, sua fluência rítmica, sua evocação simultaneamente mágica e concreta, o rio Nilo carregando você pelo tempo e pela paisagem atual, pelas mãos de um ilusionista e de um pintor impressionista.
Precisei ouvi‑lo, mesmo que fosse apenas dentro de minha cabeça, em português. Precisei torná‑lo meu. Precisei torná‑lo eu.
Após análise da obra poética de Cesáreo, além de sua obra política em associações literárias e sindicato de servidores públicos; após a conclusão da tradução do Caderno do Nilo; após demanda do nosso Curso de Letras e do Núcleo de Línguas Neolatinas do Centro de Humanidades, que propunham retomar a realização da Semana da Cultura Galega que a UECE promovia no passado; após o resultado positivo para a possibilidade de encerrar este evento com um show de Uxia, gentil dama da canção galega; após a conclusão da editoração do livro Caderno do Nilo em português, por parte da Editora da UECE; surgiu a ideia de convidar o Cesáreo para o lançamento da tradução brasileira e outorgar‑lhe a medalha. O nosso Curso de Música também aderiu, ao tomarem conhecimento do livro Tempo Transfigurado, onde Cesáreo dedica um texto a cada um dos grandes compositores que ele ama, entre eles o brasileiro Villa‑Lobos. O nosso Conselho Universitário analisou e aprovou. (…)”