“Que facer coa literatura”

Artigo de Daniel Salgado en Sermos Galiza:
“A reentrada ao curso literario adoita ser tempo de promoción editorial, anuncio de bos propósitos, reactivación de ciclo após os meses de verán. Pero tamén pode servir para facer mínimo balanzo e trazar vías cara ao futuro inmediato. A esta última vontade responden as persoas consultadas ao respecto por Sermos Galiza, quen trazan un conciso estado da cuestión no inicio do outono.
“Estamos nun momento creativo de grande calidade creativa”, afirma, sen dubidar, Cesáreo Sánchez Iglesias (O Irixo, 1951), “cualitativa e cuantitativamente. Moi por riba das posibilidades estruturais, sexan estas empresariais ou institucionais”. Poeta e presidente da Asociación de Escritoras-es en Lingua Galega (AELG), detecta os problemas principais nas condicións de produción: o adelgazamento editorial, os baixos índices de lectura, as políticas públicas. Pero, desde unha perspectiva sistémica, esas non impiden que a escrita literaria sexa, ao seu ver, “un territorio gañado para a normalidade”.
A ollada de Sánchez Iglesias, literatura en perfecto estado de forma pero deficiencias de contexto, é dominante no sector, pero non única. A escritora Eva Moreda (A Veiga, 1981), residente en Glasgow onde é profesora de musicoloxía na universidade, disinte. Opina como crítica –publica as súas recensións no portal Biosbardia– e sobre narrativa. “Vexo unha especie de tirar para adiante que desconcerta”, di nun correo electrónico, “cada mes saen novelas, son promocionadas dentro das posibilidades de cada editora, recensionadas en catro medios con grandes loanzas raramente xustificadas desde a análise da técnica literaria, logo para o mes chega outra tanda de novelas e volve comezar o círculo”.
Moreda, autora de A Veiga é como un tempo distinto (2011), percibe ademais repertorios comúns hexemónicos: son libros “doados de ler”, con pegadas de literatura popular e “con mensaxe encadrada en certos temas candentes e coordenadas ideolóxicas en que se supón se sitúa o lector medio”. É a procura do mainstream, sintetiza, “nun panorama de precariedade empresarial”.
Esa certa homoxeinización estética tamén a nota o escritor Mario Regueira (Ferrol, 1979), ademais crítico de libros neste semanario. E enlázaa coa paisaxe editorial, ao seu ver atrapada no “bipartidismo” que marca “liñas moi determinadas” ás veces sorteábeis grazas aos premios literarios que implican publicación da obra. Refírese en concreto ás dúas editoras máis grandes, Xerais e Galaxia, que, esténdese, “teñen cousas moi boas pero tamén dinámicas que acaban por pexar o campo de xogo”. A cuestión normativa é a que lle vén á cabeza en primeiro lugar. (…)”

Identidade e afectos patrios, de Ramón Villares, Premio Mondoñedo 10 2019 de Ensaio

A AELG promove a literatura galega en Colombia

A Feria Internacional del Libro de Pereira-Eje Cafetero é unha iniciativa de varias institucións culturais e empresariais do Departamento de Caldas, en Colombia, á que foi convidado Cesáreo Sánchez Iglesias en calidade de presidente da AELG, quen desenvolverá un programa de actividades destinado a difundir a literatura galega.
A súa presenza permitirá definir conxuntamente con axentes culturais colombianos estratexias para facilitar o coñecemento da nosa literatura entre o alumnado dos diversos niveis educativos de dese Departamento, ao tempo que participará en diversos actos enfocados á difusión da nosa literatura no marco da Feira do Libro.
Nos últimos anos, o territorio de Caldas iniciou con Galicia uns vínculos activos en materia cultural, afianzados pola irmandade entre o Concello de Caldas de Reis e o municipio de Villamaría, no propio Departamento de Caldas, que ten ese nome en honor á figura de Francisco José de Caldas (1768-1816), científico ilustrado autodidacta e polifacético, nomeado hai tres anos Fillo Adoptivo do Concello de Caldas de Reis por ser o seu orixinario da vila galega.
Trátase dunha figura fundamental no desenvolvemento científico do estado americano e tamén é un prócer da independencia de Colombia en 1819 por ter sido executado uns anos antes, na “reconquista” dese territorio polo exército español. É unha personaxe moi querida en Colombia, e por iso é coñecido como o “Sabio Caldas”. Licenciado en Dereito, foi botánico, astrónomo, físico, xeógrafo, cartógrafo, enxeñeiro militar e editor dunha revista de divulgación científica, o Semanario del Nuevo Reino de Granada. En Ecuador estudou case 5.000 plantas, levantou planos de moitos territorios e dirixiu o primeiro Observatorio Astronómico de América, o de Santa Fe de Bogotá. O seu traballo como editor, aínda que breve, tamén foi moi destacábel.

José Jackson Coelho Sampaio: “Precisei tornar meus os poemas de Cesáreo”

Entrevista a José Jackson Coelho Sampaio en Sermos Galiza:
“Poucas pessoas enchem tão claramente de conteúdo a palavra intelectual como o brasileiro José Jackson Coelho Sampaio, reitor da Universidade Estadual do Ceará, renovador da psiquiatria no seu país, doutor honoris causa pela Universidade de Budapest, escritor e ele próprio tradutor da obra do poeta galego Cesáreo Sánchez Iglesias. A Universidade Estadual do Ceará outorgou a Cesáreo Sánchez Iglesias a medalha do mérito artístico Alberto Nepomuceno. Quem é responsável da introdução da obra do escritor de Dadín‑Irixo no universo cultural brasileiro é José Jackson Coelho Sampaio, a quem entrevistamos via correio electrónico.
– Sermos Galiza (SG): Que significado dentro da cultura brasileira tem a medalha de mérito artístico Alberto Nepomuceno?
– José Jackson Coelho Sampaio (JJCS): A Universidade Estadual do Ceará‑UECE tem 44 anos e, hoje, agrega 13 campi, distribuídos em 10 cidades, englobando 28 mil estudantes nos 72 cursos de graduação e 42 cursos de pós‑graduação
Seja no Webometrics e no Times Higher Education‑THE, rankings internacionais, ou na classificação geral de cursos do Ministério da Educação‑MEC e no Ranking Universitário do Jornal Folha de São Paulo‑RUF, rankings nacionais, a imagem da UECE é muito boa, pois nos colocam em primeiro lugar entre as universidades públicas estaduais das regiões Centro‑Oeste, Norte e Nordeste do Brasil.
Então, o primeiro significado da medalha deriva da importância da instituição que a outorga.
O segundo significado vem da história da medalha e, neste caso, a UECE tem sido muito tímida em criar e outorgar medalhas. Já foi na minha gestão, como reitor, que, na oportunidade do sesquicentenário de nascimento de Alberto Nepomuceno, grande compositor cearense da transição entre os séculos XIX e XX, que a medalha Alberto Nepomuceno foi criada, com duas categorias: mérito artístico e mérito cultural.
O terceiro significado deve derivar do rigor com o qual a medalha seja concedida e da qualidade do outorgado. Interessante destacar que a primeira outorga foi ao poeta Cesáreo Sánchez Iglesias.
Portanto, estamos construindo essa história. O tempo dirá dos erros e acertos, de essencial ou acidental em nossas escolhas. (…)
– SG: Que valores viram na obra de Cesáreo Sánchez Iglesias para o distinguir com esta medalha?
– JJCS: Desde o início de minha vida profissional, como médico, exercendo a psiquiatria clínica, e como professor‑doutor, exercendo o ensino e a pesquisa no campo da medicina social, eu tenho produzido textos científicos, nas formas de artigos e de livros. Mas, desde a adolescência tenho escrito contos, crônicas, textos jornalísticos e poesia. A poesia tem sido para mim forma de expressão afetiva, erótica e política, sem muita preocupação técnica e sem necessidade de carreira literária. Coloquei a poesia como lugar de liberdade. Daí, eu faço anotações a partir das impressões e experiências –são mais de 800 textos com a pretensão da poesia–, mas cultivo a voracidade da leitura, o gosto por conhecer o modo como a poesia acontece em outras culturas, em outras línguas, pois entendo a poesia como aventura da linguagem, identificada com a infância e a loucura.
Já traduzi, ousadamente, sem formação técnica de tradutor, do espanhol, do italiano, do francês, do inglês e do russo. Parte dessa produção está publicada no livro Transvida, pela oportunidade de um prêmio de publicação, denominado Caetano Ximenes Aragão, da Secretaria de Cultura do Ceará.
Então o professor Jackson Renner Rodrigues, um amigo cearense/galego, numa de suas viagens ao Ceará, hoje fazendo pós‑doutorado na UECE, presenteou‑me com alguns livros do Cesáreo: Tempo Transfigurado, Evadne, O Rumor do Distante, As Bolboretas do Mekong e o Caderno do Nilo.
As identificações estéticas, éticas, políticas foram imediatas. Percebi a capacidade feliz de integrar melodia, metáfora e ideia num fluxo de sentido que revela o mundo a partir do local e o local a partir do mundo.
Uma identificação amorosa intensa aconteceu com o Caderno do Nilo. Minhas paixões históricas e mitológicas devem ter ajudado nesse processo. Mas, decisivo, foi o texto em si, sua fluência rítmica, sua evocação simultaneamente mágica e concreta, o rio Nilo carregando você pelo tempo e pela paisagem atual, pelas mãos de um ilusionista e de um pintor impressionista.
Precisei ouvi‑lo, mesmo que fosse apenas dentro de minha cabeça, em português. Precisei torná‑lo meu. Precisei torná‑lo eu.
Após análise da obra poética de Cesáreo, além de sua obra política em associações literárias e sindicato de servidores públicos; após a conclusão da tradução do Caderno do Nilo; após demanda do nosso Curso de Letras e do Núcleo de Línguas Neolatinas do Centro de Humanidades, que propunham retomar a realização da Semana da Cultura Galega que a UECE promovia no passado; após o resultado positivo para a possibilidade de encerrar este evento com um show de Uxia, gentil dama da canção galega; após a conclusão da editoração do livro Caderno do Nilo em português, por parte da Editora da UECE; surgiu a ideia de convidar o Cesáreo para o lançamento da tradução brasileira e outorgar‑lhe a medalha. O nosso Curso de Música também aderiu, ao tomarem conhecimento do livro Tempo Transfigurado, onde Cesáreo dedica um texto a cada um dos grandes compositores que ele ama, entre eles o brasileiro Villa‑Lobos. O nosso Conselho Universitário analisou e aprovou. (…)”

Cangas acolle o 26 de xullo a estrea do documental sobre Bernardino Graña

Desde a Real Academia Galega:
“O auditorio de Cangas acolle o venres 26 de xullo, a partir das 21 horas, a estrea do documental sobre Bernardino Graña (Cangas, 1932) dirixido por Xan Leira. Bernardino Graña, o home que quixo vivir construiuse a partir dun encontro en Panxón do escritor e académico con amizades. Persoas próximas ás diversas actividades que protagonizou o autor ao longo da súa vida, desde as profesionais e literarias ata as políticas e sociais, tecen un relato coral en diálogo coas lembranzas e reflexións do propio homenaxeado.
A gravación tivo lugar en Moaña, Cangas e Panxón e contou coa colaboración de Alexandre Ripoll, Asun Sóñora, Héitor Mera, Xesús Alonso Montero, Xosé Manuel Millán, Rafael Lorenzo, Marta Dacosta, Camilo Camaño, Xosé Manuel Pazos, Manuel Álvarez, Cesáreo Sánchez e Helena Pérez. O filme recolle tamén testemuños dos desaparecidos Bautista Álvarez, compañeiro do grupo Brais Pinto, e Raimundo García Borobó recollidos no arquivo persoal de Xan Leira.”

Crónica videográfica de A Escritora na súa Terra – Letra E, dedicada a Pilar Pallarés (II)

A Homenaxe O/A Escritor/a na súa Terra, impulsada pola Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega (AELG), chegou este ano á súa XXV edición recaendo, por decisión unánime da súa Asemblea de Socios e Socias, na figura de Pilar Pallarés, que foi homenaxeada na Coruña, cidade na que residiu a maior parte da súa vida.
Esta iniciativa anual conforma xa unha tradición na traxectoria da Asociación, e tense constituído ao longo de máis de dúas décadas como unha celebración na que a terra de acollida do/a homenaxeado/a ten unha presenza fundamental. É vontade da AELG honrar escritores/as procurando o contacto directo co autor/a e a súa implicación persoal na xornada de homenaxe.
Unha celebración múltiple e popular en que se vén recoñecendo a entidade literaria de insignes figuras das nosas letras, a través dunha serie de eventos como a entrega do galardón Letra E de escritor/a (unha peza escultórica de Soledad Penalta), a plantación dunha árbore simbólica elixida pola propia autora (neste caso un carballo) e a colocación dun monólito conmemorativo.

Aquí pode verse a crónica videográfica completa, da que publicamos hoxe estes vídeos:

Lectura da acta de concesión da Letra E por parte de Mercedes Queixas, secretaria xeral da AELG:

Intervención de Cesáreo Sánchez, presidente da AELG:

Crónica videográfica de A Escritora na súa Terra – Letra E, dedicada a Pilar Pallarés (I)

A Homenaxe O/A Escritor/a na súa Terra, impulsada pola Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega (AELG), chegou este ano á súa XXV edición recaendo, por decisión unánime da súa Asemblea de Socios e Socias, na figura de Pilar Pallarés, que foi homenaxeada na Coruña, cidade na que residiu a maior parte da súa vida.
Esta iniciativa anual conforma xa unha tradición na traxectoria da Asociación, e tense constituído ao longo de máis de dúas décadas como unha celebración na que a terra de acollida do/a homenaxeado/a ten unha presenza fundamental. É vontade da AELG honrar escritores/as procurando o contacto directo co autor/a e a súa implicación persoal na xornada de homenaxe.
Unha celebración múltiple e popular en que se vén recoñecendo a entidade literaria de insignes figuras das nosas letras, a través dunha serie de eventos como a entrega do galardón Letra E de escritor/a (unha peza escultórica de Soledad Penalta), a plantación dunha árbore simbólica elixida pola propia autora (neste caso un carballo) e a colocación dun monólito conmemorativo.

Aquí pode verse a crónica videográfica completa, da que publicamos hoxe estes vídeos, referentes ao descubrimento do monólito conmemorativo:

Intervención de Cesáreo Sánchez, presidente da AELG:

Intervención de Pilar Pallarés e descubrimento do monólito e plantación da árbore conmemorativos:

Homenaxe A Escritora na súa Terra a Pilar Pallarés: Laudatio, por Eva Veiga

A poesía necesaria

“É para min unha honra e unha ocasión feliz cumprir hoxe nesta Ágora da Coruña cun convite, a laudatio á nosa homenaxeada coa letra E da Asociación de Escritores e Escritoras en Lingua Galega, convite que agradezo fondamente ao seu presidente, Cesáreo Sánchez Iglesias, e, como non, á propia Pilar Pallarés. Unha encomenda que, asemade, trae a intensa punzada da responsabilidade, pois excesivo se lle fan ás miñas capacidades dar aquí conta cabal, e en breve tempo, dos méritos literarios, e non só, dunha autora cuxa obra vén sendo cualificada de forma unánime pola crítica –en tal sentido achamos numerosa e excelente bibliografía– como unha das propostas poéticas máis persoais, poderosas e radicais da nosa contemporaneidade. Unha voz que, sen dúbida, posúe o don.
Escribiu Antón Avilés de Taramancos:

É o cazador poeta nese instante
en que son ollo e ráfega un latexo
que calla o sangue en río fulgurante
como se for un lóstrego ao axexo.

Traemos aquí estes versos de Avilés a modo de cita introdutoria, non só por ser el un dos autores máis caros a Pilar senón porque dalgunha maneira cifran, ao noso entender, ese movemento íntimo, complexo e revelador, que adoito fai emerxer a beleza e a iluminación da escrita da nosa benquerida e admirada poeta.
En efecto, a poesía de Pallarés, alén da sensibilidade, da finísima intelixencia ou do talento que a habitan, atínxenos como o fan o raio, a luz do sol, o aire ou a chuvia: fecundándonos e alentando esa permanente transformación que é vivir, e máis aínda, existir tomando conciencia.
Mais antes de acadar tal maduración, a experiencia humana ha de pasar por idades ou fases previas, a primeira das cales é a infancia: ese tempo inaugural e prístino que funda o noso territorio seguramente máis profundo e estable. Tempo que é asemade o espazo da inocente descuberta, do que se irá nomeando pola primeira vez como se unha nova luz se abrise no interior de cada cousa. E ese lugar onde a memoria prende as súas raiceiras é para Pilar Pallarés o da Ermida, en Culleredo (A Coruña). Aquí, ao lonxe a ollada alta e granítica do monte Xalo, nace a nosa autora en 1957; e igualmente nese ámbito de campos de millo e centeo –hoxe desaparecido– vai pasar a súa infancia feliz en compaña dunha pequena pero amada veciñanza, do laio do raposo, da cadela e dos gatos da casa… Porén, unha infancia que medra tanto a exercitarse na tenaz superación dos límites como na contemplación da vida que pasa en mudanza de estacións, de morte e de nacenza. Un tempo no que, a bo seguro, se forxan, dun lado, a vontade inalienable desa “man que soña/ e aínda terma do ceu, / (sen nada embaixo)” –versos do seu último libro– e, doutra parte, a amorosa atención que a poeta sabe dedicar á natureza e a toda outredade. Sigue lendo

Homenaxe A Escritora na súa Terra a Pilar Pallarés: discurso da presidencia da AELG no acto de entrega da Letra E

“Amigas e amigos,
Señoras e señores representantes das institucións sociais, culturais, políticas e sindicais da nosa Nación e da corporación provincial e municipal da Coruña,

Convócanos este acto de celebración da Escritora na súa Terra, para lle entregar a Letra E á poeta Pilar Pallarés. É un acto de recoñecemento da súa obra poética e literaria, e da súa longa traxectoria cultural, tamén nas plataformas cívicas ou culturais nesta cidade e en toda a Galiza. É un acto de recoñecemento da súa obra solidaria coa súa terra e co seu tempo e cos que nela moramos.
Estamos neste lugar que é Ágora que chama por nós, que convoca. Estamos no lugar da Escritora na súa Terra, que cada escritor ou escritora elixe como suma de xeografías persoais que levan a un centro de gravidade dende o que convocar outros lugares da propia biografía. Un lugar crisol de lugares e persoas queridas, portadoras de anacos dese tempo que vén da infancia e chega até hoxe e que a poeta fai vivir nos seus poemas.
Convócanos pois, nesta Ágora a palabra de Pilar, a palabra precisa na súa beleza, pois a súa é palabra creadora de afectos, palabra fundadora do poema, palabra de claridade interior ao tempo, que posuidora do fulgor nos leva a coñecer a alma humana. A palabra que creou e crea a súa obra e que abre en nós as portas ao coñecemento de todo aquilo que ela convoca na escrita e na vida.

Aproximarse á obra da nosa poeta homenaxeada é un acto fermoso ao tempo que rico e complexo, pois complexa e rica é a súa obra poética e esoutra obra, cun profundo e insubornábel contido ético, que vai tecendo social e culturalmente Pilar Pallarés, na súa relación cos que dun xeito ou doutro, persoal ou colectivamente, forman parte da súa vida no seu transcorrer nesta terra e no seu tempo.
A súa obra ten raíces que coinciden coas desta terra, que afondan na noite do tempo -dinos Francine Sucarrat no limiar ao seu primeiro libro de poemas no ano 1980. Son moitos os camiños culturais e sociais que transitou e transita a nosa poeta (fixo parte do Consello Directivo da AELG cando era presidido polo poeta Antón Avilés de Taramancos e era vicepresidenta María do Carme Kruckenberg), e diversos son os labores nos que realizar o ser coas súas incandescentes sombras.
Celebrámola no ensino, celebramos a que foi a súa traxectoria profesional como ensinante de lingua e literatura galega e non só. Sempre foi importante para Pilar Pallarés a súa relación cos alumnos e alumnas nas aulas e posteriormente fóra delas. A súa capacidade de comunicación co evoluir do tempo da mao dos máis novos, sempre lle deu a capacidade de ler os seus soños á luz do presente e a súa secreta floración do tempo.
A súa obra tamén forma parte da construción dunha sociedade galega dona do seu futuro que teña capacidade para se autodeterminar. Ao tempo, dialoga co propio ser que busca como poeta as certezas non visíbeis na incerta realidade do visíbel, doloroso, tantas veces tanto.
No centro das preocupacións humanas e sociais sempre estivo a defensa dos socialmente máis vulnerábeis, mulleres e homes desta terra e non só, tamén dos homes e mulleres que teñen a nosa terra como fogar, dos que a nosa terra fai seus como terra tamén acolledora. O que nos fai lembrar que son moitos os fillos e fillas de noso que andan polo mundo expulsados do arrimo desta a súa terra, da súa xente.
Este é tamén un acto de celebración da amizade como ben prezado que ela, como no verso oriental, fai certo que

«a amizade é un camiño onde non debe medrar a herba»

A amizade que ela valora como un ben, pois o fraterno abrazo axuda a navegar os propios enigmas dende a palabra amiga. Nunha amizade na que sempre hai algo de mutua aprendizaxe, de mutuas reflexións, do común diálogo sempre na raíz do ser. Esa amizade que a min hoxe me pon pudor á hora de falar sen exceder a discreción con que Pilar vive os seus días, as súas ledicias e as súas dores, cando a vida é río estreito, en sombra, e no ceo aínda non saíron as estrelas.
A quen lles fala, permitídeme, Pilar tenlle axudado a descubrir unha outra masculinidade, pois o feminismo de Pilar, na súa radical verdade, é clarificador na súa humana profundeza, é esperanza liberadora, tamén para os homes, é transformadora e faime convocar canda ela a Luísa Villalta. Creo que o verso liberador de Xohana Torres, «eu tamén navegar», forma parte consubstancial da súa biografía existencial.
Atreveríame a me achegar aos territorios sempre inexplorados da creación tan próximos á vida e que para toda poeta son misterio. A vida, que como a maré deixa as crebas nos areais e é materia para a creación. E, creo, como Pilar xa ten escrito hai mais de trinta e cinco anos: «poesía e vida son dúas voces que se acompañan e apoian, nun interminábel dúo de raiva e de amor». Con ela van da mao, nun diálogo fértil nunca acabado, a poesía e a vida.
A vida e a obra de Pilar Pallarés son verdade e teñen as asas transparentes da libeliña, capaces de soster a eternidade da palabra poética.
Así vexo a súa obra, non só a poética: Ser poeta como unha maneira de ser e estar no mundo. Ser poeta como nos pide Marguerite Yourcenar: darlle á súa poesía toda a verdade que hai na súa vida. Só entrando á súa obra para coñecela na súa verdade, é posíbel entrar á revelación do poético. Esa verdade que, como di o verso do querido e admirado Manuel María, nace cando

«Cada un vai arando en si todos os días para atopar só unha terra cativa.»

A obra de Pilar é acrisolada experiencia poética, a un tempo que é o froito da soidade intransferible na que todo toda poeta fai arder a súa vida, aquela que deixa pegadas indelébeis do seu acontecer.
Permítanme unha aproximación a algún dos territorios físicos da súa biografía que, creo, teñen importancia na súa vida e que poden ser como almeiros dos que nace o poético, lugares que son conformadores de sosego na vida de a diario, ou de encontro, de relación social e que, creo, poden habitar no substrato máis fondo da súa poesía.
Son pequenos territorios que a cidade non ama e que habita a nosa Poeta cos seres que neles se acollen. Lugares onde reborda a luz e seguen a ter alma labrega nos que non ficou roto o cordón umbilical cos eidos das aldeas e vilas de onde viñeron os que hoxe viven os bairros da cidade. Pilar vive estes bordes interiores da cidade, lugares que aos ollos da xente hoxe están a ermo, mais son lugares cheos de vida, nos que Pilar Pallarés lles dá centralidade humana, polos seres que a habitan, os que vemos e os que non vemos porque son criaturas da noite.
Son espazos que se vertebran como espazo social onde se manteñen relacións de veciñanza. É a cidade dos humildados. Os humildados que a cidade nega. Pilar Pallarés vive e busca nestes territorios, onde humanos e animais de humilde especie conviven e a cidade abandona e marxinaliza, mais que son lugares para a poeta nos que o solidario é o grande valor humano. Lugares dos que nos falara nos oitenta, no seu libro A cidade do capital, Marino Foli que nos dicía: «A xente quere recoñecerse na identidade do lugar onde vive.»
Outros, os lugares que conforman a biografía de toda persoa, especialmente o fogar da infancia. Sempre nos acompañará aínda que non exista xa fisicamente. No caso de Pilar, a casa, o fogar que foi, vive na memoria dos que a coñecemos. Vive nos poemas de Pilar que a conteñen como un tempo que ficou parado no sen tempo.
Pilar busca coma poeta tamén nos lindes do ser humano, do radicalmente humano, onde o poema con leve mao se abre paso ao centro imposíbel de desvendar.
Pilar Pallarés, como moitos e moitas de vós sodes coñecedoras, é dunha grande humanidade mais non é nada antropocéntrica. A súa relación cos seres vivos ten todos os irisados matices do arco da vella. Con eles busca as pegadas ocultas do tempo na súa densidade, pois todo leva a camiñar os inescrutábeis camiños interiores do que alenta de vida, alí onde se crea o poema.
As poéticas de Pilar van abríndose, diversas como gallas dun delta, para sumar as súas augas en ritmos espirais, para así crear os lugares íntimos do pensamento. A súa biografía poética é unha coa das poéticas que dan a rica complexidade da súa obra.
É filla dunha terra e dun tempo, mais camiña adiantada a el. E nela é cidadá do país da intelixencia, da cálida e poética intelixencia. Valora, intelectual e emocionalmente, coñecer ao outro, ao diferente, ao radicalmente outro. Ten a capacidade de se achegar a outras culturas para facelas propias coas súas fondas simboloxías. Como exemplo, a cultura africana, non para transitar a forma, senón para habitala, para ser nela o humano que busca no descoñecido e abisal. A nudez, a desposesión, o desexo, van na súa poesía á busca da raíz que atopa mesmo na máis antiga mornura de outras culturas, que fai raíz tamén nosa.
Lendo a Pilar, entrando para ser vulnerado pola poesía de Pilar Pallarés, podemos achegarnos á afirmación de Gamoneda de que a poesía non é literatura: é unha outra cousa que busca outra alta esperanza para o ser humano, neste tempo de deserción do humano.
Querida Pilar, es capaz de nos apreixar no teu sentir e así lévasnos a misterios que habitan a túa poesía. Lévasnos a nos desvendar o descoñecido de nós, abres a porta aos nosos propios segredos. Lévasnos, querida Pilar, con leve mao ao noso centro imposíbel de alumar, só co poema.
Ao nos dar de nós o que non sabemos nomear, dasnos arrecendos de nós nunca escoitados.
Bicos e xasmíns para ti.

Cesáreo Sánchez Iglesias,
presidente da Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega
Centro Ágora, A Coruña.
29 de xuño de 2019

O discurso pode descargarse aquí.

Homenaxe A Escritora na súa Terra – Letra E a Pilar Pallarés: discurso da presidencia da AELG na descuberta do monólito e a plantación da árbore

“Amigas e amigos,
Autoridades das institucións culturais políticas e sociais,

Querida Pilar Pallarés,

Facemos nacer da terra fértil a pedra para así crear o lugar do poema, para que soñe e se faga substancia, ánima da pedra.
Chantamos a pedra para que o sen tempo chame polo poema, chame e fale en emocionado diálogo cos libros da biblioteca como corazón colectivo no que cabe o latexar das personaxes que os Escritores e Escritoras crearon e que nela moran para estas se recoñeceren nos versos do poema de Pilar Pallarés e crearen outros poemas, outro tempo. Eles darannos a capacidade de nomear o tempo que aínda non existe.
A pedra da poeta que vén buscar achego perto dos lectores e lectoras, que tamén darán acougo a estes versos insculpidos na pedra. A insculpida pedra que o canteiro Domingos tallou con sabia e cálida mao.
Chantámola nun lugar de tránsito entre a cidade e a memoria de cidade verde onde as veciñas e veciños creando hortas salváronse das ás veces frías xeometrías urbanas.
Este xardín futuro da poesía, este anaco da natureza que na soia humilde centralidade é un cosmos onde o confluír en irmandade da biblioteca pública, do centro escolar, coas hortas dos mariñeiros, coas casas mariñeiras, fainos lembrar que está cidade ten unha antiguísima alma mariñeira. As hortas aínda teñen memoria da humildade do eido fértil onde reborda a vida, teñen unha alma na que habita a natureza como eco non moi lonxincuo dunha alma anterior á cidade, que era o eido a ser traballado polo home e a muller para o seu sustento.
Como nos versos da nosa poeta homenaxeada, furtamos hoxe silabas súas ao silencio para as traer a aquí e sexan elas bolboretas de luz, para que sexan hoxe presente, e tamén o lonxincuo da memoria colectiva que se chanta na terra fértil. Chantamos a pedra da escritora, facémola pedra fita, nosa, que chanta a raíz do poema, que enuncia e canta neste lugar que dende hoxe é xardín da poesía, onde o carballo entregará as súas sombras e se fará tempo vedraio, tempo antigo, amada caracocha onde naza o canto rumoroso do chover e diga delicadas sílabas do verso en namoro, a rula.
Aquí cantará de mañanciña clara a luz que vén do mar, e acariñará a pedra que pide tempo para ser memoria, eco antigo, para facer tremer de beleza o poema.
A árbore da poeta, o carballo, será sólida columna e sosterá o centro: un dos cinco puntos cardinais que nos di o pensamento do lonxincuo oriente, neste doce día de xuño, nun verao acabado de nacer que foi preguizoso en nos dar a súa mornura.
Chantamos a árbore na súa raíz, o carballo, o símbolo desta terra que é folla acharoada no chover e cae na terra para se facer fértil humus.
El daranos a sombra na súa rotación estacional pola que seguirmos o paso do tempo que tamén é arbore, daranos na mao o tempo circular, a luz a tecer a súa infinita espiral. Será acougo no verao co seu reloxo de sombra, para que a luz aconteza. A palabra que agarda polos soños.
Agardamos que este lugar sexa Ágora de comunicación poética e siga a dar fe da alma das cousas, dos sons da chuvia. Lugar onde reborda a luz para nos desvendar o misterioso que habita a realidade no idioma que é a memoria, que somos o Nós que contén o eu e os estremecementos desta clara luz de xuño.

Cesáreo Sánchez Iglesias
Presidente da Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega
Xardíns do Centro Ágora
A Coruña, a 29 de xuño de 2019

O discurso pode descargarse aquí.